Miqueias: um grito contra as injustiças sociais

Profeta Miqueias: um grito contra as injustiças sociais. Vida Pastoral, São Paulo, n. 311, 2016.

O número de setembro-outubro de 2016 da revista Vida Pastoral é mais um importante subsídio para o Mês da Bíblia. Leia a revista online ou faça o download em pdf.

Profeta Miqueias: um grito contra as injustiças sociais. Vida Pastoral, São Paulo, n. 311, 2016.

Diz o editorial:

A palavra profeta significa aquele que anuncia, que proclama a mensagem de outrem. Não no sentido comum de predizer o futuro, e sim como um artesão, ministro e artista da palavra a serviço do mandato divino. O profeta, por vocação, é o homem da palavra. Ele é um comunicador eloquente.

Na Bíblia o profeta é um arauto, um porta-voz a quem Deus confia uma mensagem, lhe autoriza a comunicação e garante sua veracidade. No entanto, não se trata de mero repetidor. Os profetas precisavam se empenhar para elaborar os oráculos com o suor da fronte, assim como faz todo artesão quando lapida a madeira para elaborar a obra de arte. Aos profetas é imprescindível o domínio da língua, daí a mensagem profética ser permeada de poesia. Deste modo, os profetas são também poetas.

Não há dúvidas de que, na história da humanidade, houve poucas linguagens tão fecundas quanto a linguagem dos profetas bíblicos. Veja-se, por exemplo, a força transformadora da expressão do profeta Miqueias, denunciando os poderosos de seu tempo que oprimiam os indefesos: “Vocês são gente que devora a carne do meu povo e arranca suas peles; quebra seus ossos e os faz em pedaços, como um cozido no caldeirão” (Mq 3,3). O profeta não tem medo de dizer a verdade, mas a sabe dizer com palavras acertadas.

O profeta não fala por si mesmo; se o fizer, é falso. Ele entrega todo o seu ser a serviço do alto, mas com os pés no chão da vida. Os olhos voltados para Deus e também para o mundo. O mundo com tudo que há de mais contraditório e de mais belo.

Mesmo diante de situações que pareceriam não ter saída, o profeta vê sinal de esperança. Seus olhos têm a luminosidade do alto. É um olhar de ternura, de misericórdia e de acolhida. Toda ação profética é banhada de contemplação, o que significa dizer que é um agir com discernimento. Uma ação iluminada pela oração. O profeta tem consciência de sua condição física: em seu corpo há dois ouvidos e uma boca. Por isso, antes da palavra, ele considera o silêncio. Seu ouvido afinado ouve o que Deus fala. Seus pés, sempre prontos para partir, ainda quando cansados, têm pressa em semear a Palavra consoladora.

Ao profeta importa que a vida seja mais. E sua palavra é um alerta para que ninguém se perca; ao contrário, encontre-se e viva feliz. O profeta denuncia o que não é de Deus. E anuncia o que é de Deus. Seus lábios pronunciam a doçura divina e acusa corajosamente tudo o que diminui a vida: “Ai daqueles que, deitados na cama, ficam planejando a injustiça e tramando o mal!” (Mq 2,1). Seu olhar irradia a paz, a concórdia, o amor sem medida. Suas mãos estão sempre prontas para abençoar, tocar e curar. Seus braços, sempre abertos para abraçar e proteger.

Artigos sobre Miqueias

  • Introdução ao livro do profeta Miqueias. Defesa da família: casa e terra – Maria Antônia Marques
  • Defesa da família: casa e terra. Uma leitura de Miqueias 2,1-3.6-11 – Equipe do Centro Bíblico Verbo
  • A profecia está a serviço de quem? Uma leitura de Miqueias 3,5-8 – Shigeyuki Nakanose

Leia Mais:
Mês da Bíblia 2016: o profeta Miqueias

Morreu o biblista George E. Mendenhall

Morreu aos 99 anos de idade, no dia 5 de agosto de 2016, o biblista norte-americano George E. Mendenhall (13 de agosto de 1916 – 5 de agosto de 2016).

Trabalhando a questão das origens de Israel, em 1962 George E. Mendenhall defendeu que Israel surgiu de uma revolta camponesa ocorrida em Canaã e não de um grupo que teria vindo de fora da Palestina. Foi uma reviravolta e tanto neste difícil e controvertido campo.

Posteriormente, Norman K. Gottwald desenvolveu amplamente a ideia de uma revolta camponesa para explicar as origens de Israel.George Emery Mendenhall: August 13, 1916 - August 5, 2016

Escrevi em minha História de Israel:

A teoria da revolta foi defendida primeiro por George Mendenhall, com um artigo chamado “The Hebrew Conquest of Palestine”, publicado em The Biblical Archaeologist 25, p. 66-87, 1962. O artigo já começa com uma constatação, que hoje tornou-se lugar comum em congressos ou salas de aula: “Não existe problema da história bíblica que seja mais difícil do que a reconstrução do processo histórico pelo qual as Doze Tribos do antigo Israel se estabeleceram na Palestina e norte da Transjordânia”.

De fato, a narrativa bíblica enfatiza os poderosos atos de Iahweh que liberta o povo do Egito, o conduz pelo deserto e lhe dá a terra, informando-nos, deste modo, sobre a visão e os objetivos teológicos dos narradores de séculos depois, mas ocultando-nos as circunstâncias econômicas, sociais e políticas em que se deu o surgimento de Israel.

Frente a isso, os pesquisadores sempre utilizaram modelos ideais para descrever as origens de Israel, como o fez Martin Noth com a tese da anfictionia, importada do mundo grego. O que George Mendenhall propôs com o seu artigo foi apresentar um novo modelo ideal em substituição a modelos que não mais se sustentavam, sugerindo uma linha de pesquisa que levasse em conta elementos que até então não tinham sido considerados, para concluir: “Não houve uma real conquista da Palestina. O que aconteceu pode ser sumariado, do ponto de vista de um historiador interessado somente nos processos sociopolíticos, como uma revolta camponesa contra a espessa rede de cidades-estado cananeias”.

Sobre George E. Mendenhall, leio em página da Universidade de Michigan:

A native of Iowa, George Mendenhall took his undergraduate studies at Midland College, Fremont, Nebraska, and graduate studies at Johns Hopkins University, where he received his Ph.D. degree in biblical studies in 1947. He simultaneously studied at Western Theological Seminary, Fremont, Nebraska, and the Lutheran Theological Seminary, Gettysburg, Pennsylvania, and was ordained minister of the United Lutheran Church in America in 1942.

In 1947 Professor Mendenhall joined Hamma Divinity School, Wittenberg College, Springfield, Ohio, as assistant professor, and was promoted to associate professor in 1950.

Professor Mendenhall was appointed associate professor of ancient and biblical studies in the Department of Near Eastern Studies at The University of Michigan in 1952, and was promoted to full professor in 1958.

Professor Mendenhall developed biblical studies at Michigan into one of the leading centers in the field, with his pioneering multi-disciplinary research, which combined linguistics, sociology and archaeology. His book, The Tenth Generation: The Origins of the Biblical Tradition, 1973, which appeared in paperback a year later, and his Law and Covenant in Israel and the Ancient Near East, 1955, which was soon translated into other languages, are milestones of biblical studies.

Professor Mendenhall has received many honors from his peers, including two honorary doctorates, and numerous lectureships, between which was the Henry Russel Lectureship at Michigan in 1973, and a Festschrift in 1983.

 

George E. Mendenhall (1916-2016)

Emeritus Professor Mendenhall passed away on August 5, 2016

by H. B. Huffmon

George Emery Mendenhall, emeritus professor of Middle East Studies, died a few days short of his 100th birthday. He is survived by his sister, Helen Elizabeth Mendenhall of Sugar Land, TX, and by his five sons and their families: George David, Lauri Philip, Stanley Theodore, Gordon Louis, Stephen Robert, with numerous grandchildren and greatgrandchildren, many of whom live in Ann Arbor, MI, or nearby. He was predeceased by his wife of 70-plus years, Eathel Louise Tidrick, who died less than a year prior at 101, and by his older brothers, the Rev. Newell Newton and the Rev. Alfred Louis, and by his younger brother, Olney Wendell, and his younger sister, Mildred Christine Dunn.

Professor Mendenhall was born in Muscatine, Iowa, the third son of George Newton Mendenhall, a Lutheran minister and college professor, and Mary Christine Johnson, the daughter of a Swedish Lutheran minister. His father had pastorates in Colorado, Nebraska and Iowa, and then completed a Ph.D. in Psychology at the University of Iowa and became a professor at Midland College in Fremont, NE, in 1922, where the family lived for several years, and subsequently at Sterling College, KS. Young George attended local schools on an accelerated track and completed the B.A. requirements at Midland College in 1935, having developed language skills (German, French, Greek) and fostered musical talents and his special interest in photography. (He also began spending his summers working in a photo shop at Yellowstone Park.)

He continued on in Fremont, during the Great Depression, enrolling in a small Lutheran seminary where he began his engagement with Semitic languages. After completing one year in the local seminary (Western), and finally being awarded his B.A. from Fremont College (1936), he followed the path of his brother, Newell, in gaining a scholarship to attend Gettysburg Theological Seminary (Lutheran). He completed the B.D. program in 1938 with a thesis investigating the possible Aramaic origins of the Gospel of John.

He then applied to Johns Hopkins to study with W. F. Albright, widely regarded as the leading American scholar on ancient Israel. He studied there from 1938 to early 1942 (being elected as a Phi Beta Kappa member), where the graduate courses were concentrated on one day a week, even while teaching church history and language courses at Gettysburg Seminary, 1940-42. At that point he decided to seek a pastorate and began serving Trinity Lutheran Church in Laramie, Wyoming.

By early 1943, in response to an urgent need for translators of Japanese, he volunteered and began Japanese language training in Boulder, CO. Prior to completing the program he married Eathel Tidrick (Dec., 1943), whom he had first met at Yellowstone Park in 1941. He was commissioned as an officer in the USNR, serving with Naval Intelligence in the Pacific (and in Japan) until several months after the end of the war, when he was finally reunited with Eathel and met their first-born son. He then returned to Johns Hopkins and was awarded a Ph.D. in 1947 for a thesis on “The Verb in Early Northwest Semitic Dialects.”

He accepted an invitation to teach at Hamma Divinity School (Ohio) and taught there from 1947-52, and also served as a visiting professor at the University of Michigan for the summer sessions in 1951 and 1952, having drawn the attention of George G. Cameron, then developing a department of Near Eastern Studies at Michigan. He joined the Michigan faculty (Near Eastern Studies) in 1952, retiring in 1986, having served on many university committees and as departmental chair, a seminary trustee (Chicago), and in various offices and editorial roles for learned societies. He especially appreciated the importance of the social sciences at Michigan and enjoyed his association with his many colleagues in Middle East Studies and as well as in other fields, such as Paul Kauper (Law School), Gerhard Lenski, Elman Service and Louise Sweet (Anthropology & Sociology), and Ernst Pulgram (Romance Languages). While teaching at Michigan he also directed many doctoral dissertations. He served as Annual Professor at the Jerusalem School (ASOR; now The Albright Institute) in 1955-56 and as Director, 1965-66. In 1964, he was one of only twenty-six scholars, several from overseas, who presented invited papers at the 100th meeting of the Society of Biblical Literature. He was awarded an NEH Senior Fellowship in 1971. The University honored him by naming him the Henry Russel Lecturer for 1973. In 2001 he was one of the seventeen faculty or graduates of Gettysburg Theological Seminary singled out for recognition from its 150-year history. He was the author not only of several seminal essays that generated considerable discussion but also of numerous scholarly articles up through 2006, many of which also established new directions for scholarly research. He was fascinated by undeciphered inscriptions and himself proposed a decipherment of the small corpus of four-millennia old Byblian syllabic texts that had been published in 1945.

His books include Law and Covenant in Israel and the Ancient Near East (Pittsburgh, 1955), The Tenth Generation: The Origins of the Biblical Tradition (Baltimore, 1973), The Syllabic Inscriptions from Byblos (Beirut, 1985), and Ancient Israel’s Faith and History: An Introduction to the Bible in Context, ed. by Gary A. Herion (Louisville, 2001).

A Festschrift in his honor, The Quest for the Kingdom of God, edited by former students, appeared in 1983 (Winona Lake, IND). A volume of his collected essays, ed. by G. A. Herion and H. B. Huffmon, is scheduled to be published in 2017.

He also served as the Catholic Biblical Association’s visiting scholar at the Pontifical Biblical lnstitute, Rome, in 1985, and, following his retirement, taught in the M.A. program at Yarmouk University in Jordan, 1987-93. There he promoted the photographing and study of thousands of early inscriptions and graffiti, mainly in pre-Islamic Arabic, and directed several M.A. theses. Over several decades he also lectured at many universities in North America, Europe, the Near East, and Africa. He was also awarded an honorary doctorate by Fremont College.

Um vídeo sobre sua vida pode ser visto aqui.

Maria Madalena na IHU On-Line

Maria de Magdala: “Apóstola dos Apóstolos”

Revista IHU On-Line 489 – 18.07.2016

A recente iniciativa do Papa Francisco, de elevar a memória litúrgica de Maria Madalena, no dia 22 de julho, a festa, como dos Apóstolos, é profética. Segundo Lilia Sebastiani, teóloga italiana, a decisão “inscreve-se na teologia dos gestos, mais do que das inovações doutrinais, e será lembrada como dos aspectos mais significativos de seu pontificado” Segundo ela, isto “não somente é importante para a história do culto de uma santa, mas para o devir do anúncio Pascal”.

Revista IHU On-Line 489 - 18.07.2016

Além da teóloga italiana Lilia Sebastiani, contribuem para o debate: Elizabeth Johnson, professora de Teologia na Fordham University, EUA, a teóloga italiana Antonietta Potente, Wilma Steagall De Tommaso, professora no Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS-SP, Salma Ferraz, professora da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Ivoni Richter Reimer, professora dos Programas de Pós-Graduação em Ciências da Religião e Mestrado em História Cultural na Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC Goiás, Wanda Deifelt, coordenadora do departamento de Religião da Luther College, EUA, Chris Schenk, diretora-executiva da FutureChurch, Lucetta Scaraffia, jornalista, historiadora e professora da Universidade La Sapienza de Roma, Marcela Zapata-Meza, arqueóloga da Universidade Anáhuac do México, Katherine L. Jansen, professora do Departamento de História da Universidade Católica da América, em Washington, os teólogos Carlos Molari, teólogo italiano, Johan Konings, professor titular de teologia da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – Faje, Thomas Stegman, professor de Novo Testamento na Boston College, Régis Burnet, doutor em Ciências Religiosas pela École Pratique des Hautes Études, Paris, Gianfranco Ravasi, cardeal, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra e do Conselho de Coordenação das Academias Pontifícias e Elisabeth Schüssler Fiorenza, teóloga e biblista feminista.

Sumário

  • Baú da IHU On-Line: Textos já publicados no IHU sobre Maria Madalena
  • Elizabeth Johnson: As faces femininas de um cristianismo sem véu
  • Wanda Deifelt: Protagonistas que resistem a um apagamento
  • Gianfranco Ravasi: ‘Diga-nos, Maria Madalena, o que viste no caminho?’
  • Lilia Sebastiani: A história do mito e a falsificação
  • Ivoni Richter Reimer: O poder sob a égide do sagrado: manutenção do domínio religioso e normatização pela crença
  • Johan Konings: A testemunha ocular da Divina Misericórdia
  • Katherine L. Jansen: Pregadora de uma nova fé e em pé de igualdade com os outros apóstolos
  • Régis Burnet: A transcendência de Madalena: múltiplas faces no espírito dos tempos
  • Marcela Zapata-Meza: A Magdala de Maria
  • Wilma Steagall De Tommaso: O mosaico das “Madalenas”
  • Carlo Molari: A autêntica humanidade em Jesus por Maria Madalena
  • Salma Ferraz: A mística que reconhece o Salvador
  • Antonietta Potente: Os limites do reconhecimento masculino sobre a mulher
  • Chris Schenk: Paulo e Madalena: dois caminhos que levam ao Cristo
  • Lucetta Scaraffia: A apóstola da dedicação e do amor integral
  • Thomas Stegman: Um novo pensar sobre a mulher pelo reconhecimento de Madalena
  • Elisabeth Schüssler Fiorenza: O chamado de Maria de Magdala e o nosso próprio chamado

Biblistas Mineiros publicam Estudos Bíblicos 129

Aprendei: quero misericórdia e não sacrifício

Estudos Bíblicos n. 129 (Jan/Mar 2016)

 

Estudos Bíblicos 129 - Jan/Mar 2016

Editorial, 7

Telmo José Amaral de Figueiredo. Por que falar de sacrifício?, 13

Jaldemir Vitório. Caim e Abel: duas ofertas – duas atitudes de Deus, 28

Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa. Sara e Hagar: Amor e sacrifício no caminho da família de Abraão, 45

Jacir de Freitas Faria. Sacrifícios e o Dia das Expiações em Levítico, 58

Jaldemir Vitório. Culto desagradável a Deus: A denúncia profética da falsa religião em Is 1,10-20, 71

Airton José da Silva. O discurso de Jeremias contra o Templo, 85

Neuza Silveira de Souza; Maria de Lourdes Augusta. “Eu quero misericórdia e não sacrifício” (Os 6,6), 97

Zuleica Aparecida Silvano. O “Sacrifício” nas Cartas Protopaulinas, 111

José Luiz Gonzaga do Prado. Sacrifício: Dor ou significado, 119

Johan Konings. A metáfora da propiciação na Primeira Carta de João, 130

Livros recebidos, 141

Leia Mais:
Reunião dos Biblistas Mineiros em 2014
Reunião dos Biblistas Mineiros em 2015
Reunião dos Biblistas Mineiros em 2016
Sobre minhas publicações

Concilium: alegrias e esperanças para o futuro

A revista internacional de teologia Concilium continua celebrando o 50º aniversário de sua publicação. Lembro que o primeiro número da revista saiu em 15 de janeiro de 1965.

No primeiro fascículo deste ano de 2016, que acabo de receber, o de n. 364, dedicado à temática Caminhos de libertação: alegrias e esperanças para o futuro, a revista celebra um duplo aniversário: do Concílio Vaticano II e da Concilium.

Concilium - Caminhos de libertação: alegrias e esperanças para o futuro

Leia Mais:
Concilium comemora 50 anos em 2015
Alguns livros e artigos sobre o Vaticano II

No mundo de Flávio Josefo

CHAPMAN, H. H. ; RODGERS, Z. (eds.) A Companion to Josephus. Chichester, West Sussex, UK: Wiley Blackwell, 2016, XVI + 466 p. – ISBN 9781444335330

CHAPMAN, H. H. ; RODGERS, Z. A Companion to Josephus

 A Companion to Josephus presents a collection of readings from international scholars that explore the works of the first century Jewish historian Flavius Josephus.

  • Represents the first single-volume collection of readings to focus on Josephus
  • Covers a wide range of disciplinary approaches to the subject, including reception history
  • Features contributions from 29 eminent scholars in the field from four continents
  • Reveals important insights into the Jewish and Roman worlds at the moment when Christianity was gaining ground as a movement

Contracapa

Considered the most important historian of Jewish antiquity, the works of Flavius Josephus offer unparalleled insights into the world of Late Second Temple Judaism, the dawn of Christianity, and the early years of the Roman Empire. “A Companion to Josephus” presents a collection of readings that probe deeply into aspects relating to the four extant works of the first century Jewish historian Flavius Josephus. Featuring contributions from more than two dozen renowned international scholars specializing in Josephus and related studies, readings introduce the writings of Josephus, put them into historical contexts, explore their transmission and reception, and highlight contemporary scholarly approaches to two millennia of Josephan studies. Following an examination of the four individual texts and their manuscript tradition and situating the writings of Josephus among contemporaneous Greek, Roman, Jewish, and Christian works, a wide variety of themes are explored–the archaeology of Galilee, military history, the Jerusalem Temple, women, Jewish rulers, and more. Further readings follow the transmission and reception of the Josephan corpus along its remarkable journey from Late Antiquity through to the Medieval, early Modern, and Modern periods. In the first single-volume scholarly guide to Josephus, “A Companion to Josephus” sheds important new light into the writings of an eyewitness to a pivotal point in world history.

Blackwell Companions to the Ancient World

This series provides sophisticated and authoritative overviews of periods of ancient history, genres of classical literature, and the most important themes in ancient culture. Each volume comprises approximately twenty‐five and forty concise essays written by individual scholars within their area of specialization. The essays are written in a clear, provocative, and lively manner, designed for an international audience of scholars, students, and general readers.

As organizadoras

Honora Howell Chapman is Professor of Classics and Humanities at California State University, Fresno. She is a former co-chair of the Josephus Seminar/Group of the Society of Biblical Literature and has published articles and book chapters on literary aspects of Josephus’s writings.

Zuleika Rodgers is Lecturer in Jewish Studies and Director of the Herzog Centre at Trinity College, University of Dublin. She was President of the British Association for Jewish Studies (2013–2014).

Leia Mais: 
Flávio Josefo, homem singular em uma sociedade plural

Análise narrativa da Bíblia: o método

VITÓRIO, J. Análise narrativa da Bíblia: primeiros passos de um método. São Paulo: Paulinas, 2016, 144 p. – ISBN 9788535640922.

Análise narrativa da Bíblia: primeiros passos de um método faz parte do estudo da Bíblia como literatura e, como o próprio título evidencia, serve de introdução aoVITÓRIO, J. Análise narrativa da Bíblia: primeiros passos de um método. São Paulo: Paulinas, 2016 método de análise narrativa, ainda pouco explorado por estudiosos da Bíblia.

Esta obra explicita os elementos da narração bíblica, centrando-se na tríade narrador-texto-leitor. Como afirma o autor, Jaldemir Vitório, “as perguntas de fundo são: como o narrador trabalhou para produzir o texto a ser oferecido aos leitores? Que recursos literários utilizou para transmitir a mensagem aos leitores destinatários? Como arquitetou o texto que o leitor tem em mãos?”

As explicitações possibilitadas pela análise narrativa dão margem a uma leitura mais rica dos textos bíblicos, para colher da forma mais acertada sua mensagem.

O autor toma o livro de Rute, uma narrativa curta e de grande riqueza, como base para a aplicação do método. Os leitores, dessa forma, terão um primeiro exemplo de como aplicá-lo.

Por sua vez, os exercícios práticos, no final de cada capítulo, são incentivos para o trabalho de descoberta pessoal dos ricos filões de sentido das narrações bíblicas. Quanto mais o leitor se exercitar, tanto mais progredirá na arte de entrar nos meandros do Primeiro e do Segundo Testamento.

A linguagem clara e acessível permitirá a um público muito amplo aproveitar do trabalho de Jaldemir Vitório. Com a leitura atenta desta obra, mesmo pessoas não iniciadas na análise das narrativas bíblicas poderão adentrar o mundo da Bíblia, muito lida, porém mal interpretada pela falta de métodos adequados.

Jaldemir Vitório nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. É jesuíta. Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professor de Sagrada Escritura na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Leia Mais:
Leitura socioantropológica do livro de Rute

Beutler: comentário ao Evangelho de João

Este é para os estudiosos do Evangelho de João.

BEUTLER, J. Evangelho segundo João: Comentário. São Paulo: Loyola, 2016, 552 p. – ISBN 9788515043262.

BEUTLER, J. Evangelho segundo João: Comentário

A presente obra é a tradução do mais recente e abrangente comentário científico ao Evangelho segundo João, publicado na Alemanha em 2013. Apresenta o Quarto Evangelho como testemunho do primeiro século cristão, com raízes nas escrituras de Israel e na tradição cristã antiga, nomeadamente, nos evangelhos sinóticos de Marcos, Mateus e Lucas. A partir de uma ampla consideração das publicações clássicas e recentes, o autor une à análise histórico-literária e semântica o reconhecimento das estruturas narrativas englobantes que estruturam o texto do evangelho tal como nos foi conservado. Também leva em conta o desenvolvimento intrajoanino que resultou da releitura do texto em função de novas necessidades do público leitor. A partir daí abre-se o horizonte para a compreensão dos leitores hodiernos.

Der vorliegende exegetische Kommentar stellt das Vierte Evangelium in seiner Verwurzelung in der Schrift und Überlieferung Israels sowie in der synoptischen Tradition dar. Auf der Basis eines kenntnisreichen Überblicks über den Stand der gegenwärtigen Johannesexegese vereint Beutler die historisch-kritische Analyse bzw. die Einzelsemantik mit der Herausarbeitung der Makrostrukturen des Endtextes und dessen theologischer Interpretation. Er rechnet mit einem innerjohanneischen Entwicklungsprozess durch ‚Relecture‘ des Textes im Licht neuer Bedürfnisse der Leserschaft. So wird der Horizont eröffnet für ein Verständnis durch heutige Leserinnen und Leser.

Sobre o autor:

Johannes Beutler, jesuíta, nasceu em 1933 e atuou como professor de Novo Testamento na Philosophisch-Theologische Hochschule Sankt Georgen em Frankfurt am Main, Alemanha, bem como na Pontifícia Universidade Gregoriana e no Pontifício Instituto Bíblico em Roma, dedicando sua docência e sua ampla produção científica sobretudo ao Evangelho segundo João. Esteve no Brasil no ano passado, como anotado aqui. Faleceu em 6 de novembro de 2024, em Berlim, aos 91 anos de idade.

Johannes Beutler SJ, geb. 1933, war Professor für Neues Testament an der Philosophisch-Theologischen Hochschule St. Georgen in Frankfurt am Main, sowie an der Päpstlichen Universität Gregoriana und am Päpstlichen Bibelinstitut in Rom tätig. Zahlreiche Veröffentlichungen, v.a. zum Johannesevangelium.

Reunião dos Biblistas Mineiros em 2016

Fizemos mais uma reunião dos Biblistas Mineiros. Na FAJE – Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – em Belo Horizonte, no dia 11. Estavam presentes cerca de 20 participantes do grupo.

Além de outros assuntos, programamos o próximo número de Estudos Bíblicos que será publicado por nós em 2018. Será o número 136 da revista e terá por tema o fundamentalismo, analisando temas e textos de Gn 1-11 e do livro do Apocalipse.

Devem ser elaborados uns 11 artigos por alguns de nós. Entre os colaboradores estarão Neuza Silveira de Souza, Maria de Lourdes Augusta, Solange Maria do Carmo, Johan Konings, José Luiz G. do Prado, Jaldemir Vitório, Jacir de Freitas Faria, Telmo José Amaral de Figueiredo, entre outros.

O meu artigo será sobre as Histórias de criação e dilúvio na antiga Mesopotâmia.

Lembro que o mais recente número de Estudos Bíblicos produzido pelo grupo, o 129, estará chegando aos assinantes ainda em julho de 2016. Sobre este número, leia aqui e aqui.