Pacto pela vida das crianças brasileiras

Entidades signatárias do “Pacto pela vida e pelo Brasil” defendem imunização da população infanto-juvenil contra a Covid-19

As entidades signatárias do Pacto pela Vida e pelo Brasil publicaram na sexta-feira, 21, uma Nota na qual defendem a imunização da população infanto-juvenil, a exemploPacto pela vida  e pelo Brasil do que vem ocorrendo em vários países em sinal de lucidez, responsabilidade e profundo sentido ético em relação aos milhões de crianças e adolescentes brasileiros.

“Sabia-se que a vacinação teria que chegar às crianças, protegendo-as de um vírus contagioso e mutante, com impactos diversos sobre o organismo. No entanto, chegada a hora, mais uma vez armou-se o circo da insensatez no Brasil, buscando semear o tumulto e afastar o país do seu destino”, diz o documento.

As entidades enaltecem o sucesso das campanhas de vacinação, no Brasil, que controlaram doenças que assombraram a população infantil e tantas famílias – entre elas, o sarampo e a poliomielite – e pelas quais o país conquistou reconhecimento internacional pelo seu programa de imunização.

Por outro lado, reforça que “hoje não se pode aceitar a campanha de sabotagem em torno da vacinação pediátrica, no curso de uma pandemia ainda longe de ser controlada, desprezando o direito à vida e à saúde de uma faixa etária com cerca de 69 milhões de brasileiros — porque é disso que se trata, em flagrante desrespeito à Constituição e ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.

As entidades conclamam mães, pais, familiares e professores a exigir do Estado brasileiro o que é preciso neste momento, para garantir não só a saúde, mas o futuro dos mais jovens. Leia, abaixo, a íntegra e aqui o arquivo em PDF.

 

PACTO PELA VIDA DAS CRIANÇAS BRASILEIRAS

Nós, entidades signatárias do Pacto pela Vida e Pelo Brasil, lançado em 7 de abril de 2020 face ao agravamento da pandemia, voltamos a unir nossas vozes no clamor por aqueles que assistem, silentes e sem poder de ação, a situações que colocam em risco a sua própria vida. Falamos de milhões de crianças e adolescentes brasileiros, sobre os quais é urgente pensar com lucidez, responsabilidade e profundo sentido ético.

O enfrentamento da Covid-19, no curso de uma crise sanitária que abalou o mundo, prenunciou a necessidade de imunização da população infanto-juvenil, como já vem ocorrendo em vários países. Sabia-se que a vacinação teria que chegar às crianças, protegendo-as de um vírus contagioso e mutante, com impactos diversos sobre o organismo. No entanto, chegada a hora, mais uma vez armou-se o circo da insensatez no Brasil, buscando semear o tumulto e afastar o país do seu destino.

Manobras para desacreditar as vacinas, com o bombardeio incessante de declarações infundadas, têm tão somente por finalidade minar a confiança dos pais diante do que é correto e inadiável fazer: vacinar as crianças, garantindo-lhes proteção diante de um agente infeccioso grave.

O Brasil, e não é de hoje, conquistou reconhecimento internacional pelo seu programa de imunização. Gerações cresceram atendendo às convocações para vacinações diversas e assim foi possível controlar doenças que assombraram a população infantil e tantas famílias — entre elas, o sarampo e a poliomielite. Imunizou-se muito e bem, num país de dimensão continental e grande desigualdade.

Hoje não se pode aceitar a campanha de sabotagem em torno da vacinação pediátrica, no curso de uma pandemia ainda longe de ser controlada, desprezando o direito à vida e à saúde de uma faixa etária com cerca de 69 milhões de brasileiros — porque é disso que se trata, em flagrante desrespeito à Constituição e ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Estarrece constatar que tal situação esteja acontecendo no país que, tristemente, tornou-se um dos recordistas de mortes por Covid no planeta – cerca de 622 mil óbitos até o momento, boa parte deles evitável.

Declarações enganosas de autoridades do governo, na contramão do que tem sido feito pela autoridade sanitária, a Anvisa, poderiam sugerir que o Brasil pouco ou nada aprendeu nesses mais de dois anos de luta contra o vírus. Que falhamos como Nação. Que abrimos mão de compromissos éticos. Que retrocedemos no tempo. Mas, não nos enganemos: a sociedade brasileira não vive dentro da bolha do negacionismo. Ela conhece muito bem a dura realidade, sente na pele os desafios, escuta o que diz a ciência e assim defenderá o direito à vacina infantil, contra o SARS-CoV-2.

Certos disso, conclamamos governadores e prefeitos a não poupar esforços para que a imunização pediátrica avance rapidamente pelo país, em grandes mutirões, alcançando todas as crianças, e sem esquecer jamais das que vivem em condição de vulnerabilidade.

Conclamamos mães, pais, familiares e professores a exigir do Estado brasileiro o que é preciso neste momento, para garantir não só a saúde, mas o futuro dos mais jovens. E, por fim, mas não por último, conclamamos cidadãos e cidadãs a formar conosco um cinturão de lucidez no enfrentamento da pandemia, que esperamos ver superada. Como uma sociedade livre e democrática, construída sobre os pilares da ética, do bom senso e do bem comum, sairemos disso mais fortes.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo,
presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB

Felipe Santa Cruz,
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB

José Carlos Dias,
presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns

Luiz Davidovich,
presidente da Academia Brasileira de Ciências – ABC

Paulo Jeronimo de Sousa,
presidente da Associação Brasileira de Imprensa – ABI

Renato Janine Ribeiro,
presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Fonte: CNBB – 22/01/2022

Tempo histórico e tempo geológico

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos

Quando eu era menino pequeno lá na fazenda em que nasci em Minas Gerais e ia com minha família ao então povoado de Alagoas, hoje distrito, município de Patos de Minas, e ouvia essa frase na leitura do evangelho na missa que o Monsenhor celebrava, eu ficava imaginando um tempo muito, mas muito antigo, no começo do mundo.

Representação em formato de relógio mostrando algumas unidades geológicas e alguns eventos da história da Terra

Um tempo tão no começo de tudo que nunca poderia ser alcançado ou compreendido.

Saí pelo mundo, estudei, e a frase “Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos” perdeu o mistério, pois aquele tempo ficou bem mais real, mais histórico, mas próximo.

Como leciono História de Israel há anos, o que parecia muito antigo ficou, mesmo para as dimensões da História, muito recente.

Mas será que todo mundo tem esta oportunidade?

Em tempos de fundamentalismo crescente esta pergunta faz sentido.

Mesmo quando a gente estuda História, às vezes faz bem olhar para a idade do planeta Terra e para a idade da espécie humana que nele habita.

Pois encontrei um site que explica o tempo geológico de maneira clara em texto, gráficos e vídeos.

Explico:

O tempo histórico faz referência ao surgimento das civilizações humanas e sua capacidade de comunicação escrita.

Já o tempo geológico refere-se ao processo de surgimento, formação e transformação do planeta Terra.

Visite

A idade da Terra em medidas que você consegue entender – Por Adriano Liziero – Geografia Visual: 5 de fevereiro de 2018.

Covid-19: fase vermelha

Todo o estado de São Paulo entrou neste sábado, 06.03.2021, na fase vermelha do plano São Paulo para conter o avanço do número de casos e mortes provocadas pelo Fase vermelha em São Paulo em 06.03.2021novo coronavírus. A fase restritiva da quarentena deve permanecer até o dia 19 de março de 2021.

Fase vermelha começa neste sábado

Veja o que pode e o que não pode funcionar na fase vermelha em Ribeirão Preto, SP

Brasil bate novo recorde e acumula 10 mil mortes por Covid em uma semana; médias de mortes e de casos são as maiores da pandemia – G1: 06/03/2021

Covid-19: Onda Roxa

A Onda Roxa prevê medidas mais restritivas para conter o avanço da contaminação pelo coronavírus, como restrição de circulação nas ruas em qualquer horário e barreiraOnda Roxa em Minas Gerais em 07.03.2021 sanitária. Elas são impostas pelo governo do Estado de Minas às prefeituras que estão à beira do colapso do sistema de saúde. Nesta onda, todos as cidades, independente da adesão ou não ao Minas Consciente, deverão seguir as determinações estaduais.

Mais duas regiões de MG vão para Onda Roxa e já são quase 200 municípios com regras mais rígidas no estado

Após alteração no ‘Minas Consciente’, macrorregiões Triângulo do Norte e Noroeste são inseridas na Onda Roxa

Macrorregião Triângulo do Sul é inserida na Onda Roxa, fase mais restritiva do programa ‘Minas Consciente’

O trauma da segunda onda da Covid-19

O trauma da segunda onda. Quando cresce o medo do futuro – Massimo Recalcati – IHU Online: 01.11.2020

Massimo Recalcati (Milão, 29 de novembro de 1959) - psicanalista

A segunda onda estava escrita nos livros de história da medicina e das epidemias, mas nunca aconteceria conosco. Com esse exorcismo inconsciente, quisemos esquecer o mais rápido possível o horror que vivemos. Nesse aspecto, a segunda onda parece ainda mais terrível do que a primeira, porque implica o luto da cura. É o caráter traumático que acompanha toda recaída, constata Massimo Recalcati, psicanalista italiano e professor das universidades de Pavia e de Verona, em artigo publicado por la Repubblica, em 30.10.2020.

Segundo ele, a segunda onda mostra que o verdadeiro trauma não está no passado, mas no futuro. Ao destruir a ilusão da retomada da vida em que todos acreditávamos, ampliou o horizonte do pesadelo. O segundo tempo do trauma é mais traumático do que o primeiro, porque mostra que o mal não se esgotou, mas ainda está vivo entre nós. As esperanças alimentadas pelo verão foram destroçadas. Essa desilusão é o sentimento que hoje prevalece.

O artigo

Ansiedade diante dos possíveis fechamentos. O aspecto traumático acompanha todas as possíveis recaídas.

A primeira onda foi um soco na cara. Com dificuldade suportamos e superamos sua violência. O verão foi vivido como o anúncio do fim de um pesadelo. Por isso, a segunda onda foi tão inesperada quanto a primeira. Ninguém a esperava. Apenas algumas Cassandras insistiam em nos advertir. Mas o ar que respiramos era, sem dúvida, o de um retorno à vida. A privação de liberdade se inverteu em sua mais obtusa reafirmação sem considerar a presença, embora aparentemente silenciosa, do vírus ainda entre nós. A remoção do mal prevaleceu. Não apenas nos negacionistas, mas, basicamente, em todos nós. O parêntese de terror estava se fechando. Estávamos convencidos disso.

A segunda onda estava escrita nos livros de história da medicina e das epidemias, mas nunca aconteceria conosco. Com esse exorcismo inconsciente, quisemos esquecer o mais rápido possível o horror que vivemos. Nesse aspecto, a segunda onda parece ainda mais terrível do que a primeira, porque implica o luto da cura. É o caráter traumático que acompanha toda recaída.

O inevitável despreparo que caracterizou a primeira onda revela-se, portanto, também na segunda, mas, desta vez, com o agravante da culpa: sabíamos, mas quisemos ignorar o que sabíamos. Fomos novamente pegos de surpresa, embora a segunda onda já estivesse toda escrita na primeira. A miopia da vida que quer viver para além de sua proteção é uma forma do que Freud chamava de pulsão de morte. A renúncia à prudência que caracterizou nosso verão mostra a alma-cigarra do ser humano que nosso tempo escolheu patrocinar numa única direção.

Cada tímido chamado à cautela era vivenciado como um abuso de poder, expressão de uma ditadura sanitária com traços sádicos. Mas a reafirmação da liberdade sem limites nos jogou de volta no drama. Poderemos aprender alguma coisa com esta lição? Ao ouvir meus pacientes durante a primeira onda, o sentimento que prevalecia era o de perplexidade diante do desconhecido. O sintoma mais comum era o da fuga fóbica e do isolamento social diante do avanço da epidemia. Esse sintoma coincidia com as medidas sanitárias necessárias para desacelerar a propagação maligna do vírus (distanciamento, confinamento, quarentena, rastreamento). Confrontados com a iminência e a incerteza do perigo, encontrar fronteiras seguras teve para muitos um efeito des-angustiador.

Na segunda onda, o quadro clínico parece profundamente modificado. O pânico que havia caracterizado as primeiras manifestações sintomáticas individuais e coletivas – o assalto a trens e supermercados – parece assumir nuances mais escuras. Não é mais apenas a resposta ao sentimento de se sentir preso e sem saída (primeira onda), mas é a sensação de se jogar no vazio sem nenhuma rede de proteção, abandonados a si mesmos, sem mais futuro. É um pânico entrelaçado com uma experiência profundamente depressiva.

A segunda onda mostra que o verdadeiro trauma não está no passado, mas no futuro. Ao destruir a ilusão da retomada da vida em que todos acreditávamos, ampliou o horizonte do pesadelo. O segundo tempo do trauma é mais traumático do que o primeiro, porque mostra que o mal não se esgotou, mas ainda está vivo entre nós. As esperanças alimentadas pelo verão foram destroçadas. Essa desilusão é o sentimento que hoje prevalece.

É sempre mais difícil levantar-se da segunda queda do que da primeira. É uma lição clínica: o retorno do trauma – sua recorrência – pode ser mais traumático do que da primeira vez. O pânico da segunda onda traz consigo o sentimento de nunca mais poder voltar à vida. Por esse motivo, creio, muitos de meus pacientes deprimidos pedem expressamente para poderem fazer as sessões pessoalmente e não remotamente, como costumava acontecer durante a primeira onda. Eles sentem a necessidade de reduzir a distância, de não se sentirem caindo no vazio da tela. É a condição em que se encontram todas as subjetividades mais frágeis e mais duramente provadas pela crise econômica. Eles tem a necessidade de uma presença tangível que lhes dê apoio imediato, um cuidado sem demora.

 

Il trauma della seconda ondata. Se cresce la paura del futuro – Massimo Recalcati – La Repubblica: 30 Ottobre 2020

L’ansia in vista delle possibili chiusure. Il carattere traumatico accompagna ogni possibile recidiva.

La prima ondata è stato un pugno in faccia. A fatica abbiamo sopportato e superato la sua violenza. L’estate è stata vissuta come l’annuncio della fine di un incubo. Per questa ragione la seconda ondata era inattesa tanto quanto la prima. Nessuno se l’aspettava così. Solo qualche Cassandra insisteva nell’ammonirci. Ma l’aria che abbiamo respirato era indubitabilmente quella di un ritorno alla vita. La privazione della libertà si è capovolta nella sua più ottusa riaffermazione senza considerare la presenza, sebbene apparentemente silente, del virus ancora tra noi. Ha prevalso la rimozione del male. Non solo nei negazionisti, ma, in fondo, in tutti noi. La parentesi del terrore si stava chiudendo. Ne eravamo convinti.

La seconda ondata era scritta nei libri di storia della medicina e delle epidemie ma non sarebbe mai capitata a noi. Con questo esorcismo inconscio abbiamo voluto dimenticare il prima possibile l’orrore che abbiamo vissuto. La seconda ondata appare in questo ancora più tremenda della prima perché implica il lutto della guarigione. È il carattere traumatico che accompagna ogni recidiva.

L’impreparazione inevitabile che ha caratterizzato la prima ondata si rivela, dunque, anche nella seconda ma, questa volta, con l’aggravante della colpa: lo sapevamo ma abbiamo voluto ignorare quello che sapevamo. Siamo stati di nuovo colti di sorpresa sebbene la seconda ondata era già tutta scritta nella prima. L’ottusità della vita che vuole vivere al di là della sua protezione è una forma di quella che Freud definiva pulsione di morte. La rinuncia alla prudenza che ha caratterizzato la nostra estate mostra l’anima-cicala dell’umano che il nostro tempo ha scelto di sponsorizzare a senso unico.

Ogni timido richiamo alla cautela è stato vissuto come un abuso di potere, espressione di una dittatura sanitaria dai tratti sadici. Ma la riaffermazione di una libertà senza limiti ci ha fatti ripiombare nel dramma. Potremmo imparare qualcosa da questa lezione? Nell’ascolto dei miei pazienti nel corso della prima ondata il sentimento prevalente era quello dello smarrimento di fronte all’inaudito. Il sintomo più diffuso era quello della fuga fobica e del ritiro sociale di fronte all’avanzata dell’epidemia. Questo sintomo coincideva con le misure sanitarie resesi necessarie a rallentare la corsa maligna del virus (distanziamento, confinamento, quarantena, tracciamento). Di fronte all’incombenza e all’indeterminatezza del pericolo ritrovare dei confini sicuri ha avuto per molti di loro un effetto de-angosciante.

Nella seconda ondata il quadro clinico appare profondamente mutato. Il panico che aveva caratterizzato le prime manifestazioni sintomatiche individuali e collettive — l’assalto ai treni e ai supermercati — sembra assumere tinte più fosche. Non è più solo la risposta al sentirsi intrappolati e senza vie di fuga (prima ondata), ma è il sentimento di essere lasciati cadere senza alcuna rete protettiva, abbandonati a se stessi, senza più avvenire. È un panico intrecciato a un vissuto profondamente depressivo.

La seconda ondata mostra che il vero trauma non è al passato ma al futuro. Distruggendo l’illusione della ripresa della vita alla quale tutti abbiamo creduto essa ha dilatato l’orizzonte dell’incubo. Il secondo tempo del trauma è più traumatico del primo perché mostra che il male non si è esaurito ma è ancora vivo tra noi. Le speranze alimentate dall’estate si sono infrante. Questa delusione è il sentimento oggi prevalente.

È sempre più difficile rialzarsi dalla seconda caduta che dalla prima. È una lezione clinica: il ritorno del trauma — la sua recidiva — può essere più traumatico della sua prima volta. Il panico della seconda ondata porta con sé il sentimento di non poter più ritornare alla vita. Per questa ragione, credo, molti dei miei pazienti depressi chiedono espressamente di potere fare le sedute in presenza e non da remoto come accadeva abitualmente durante la prima ondata. Hanno necessità di ridurre la distanza, di non sentirsi cadere nel vuoto dello schermo. È la condizione nella quale si trovano tutte le soggettività più fragili e più duramente provate dalla crisi economica. Hanno la necessità di una presenza tangibile che dia loro un sostegno immediato, una cura senza differimenti.

Somos vibrações fugazes entre bilhões de estrelas

“Somos vibrações fugazes, entre bilhões de estrelas”. Entrevista com Carlo Rovelli – IHU: 24 julho 2020

O universo é um lugar imenso e misterioso, cheio de maravilhas insólitas e de uma rara beleza. Nele há explosões gigantescas, arabescos primorosos e arco-íris com bilhões e bilhões de galáxias e bilhões e bilhões de estrelas. Perto de uma dessas estrelas são emitidas algumas vibrações fugazes entre tantas: nós. Somos nós com nossas ideias, sonhos, alegrias e aflições e nossa contemplação atônita da imensidão. Somos apenas um lampejo.

L’univers és un lloc immens i misteriós, ple de meravelles insòlites i d’una rara bellesa. En ell hi ha explosions gegantines, arabescos delicats i arcs de Sant Martí amb bilions i bilions de galàxies i bilions i ­bilions d’ estrelles. A prop d’una d’aquestes estrelles s’emeten unes vibracions fugaces entre tantes: nosaltres. Som nosaltres amb les nostres idees, somnis, alegries i penes i la nostra contemplació atònita de la immensitat. Som just un esclat.

A entrevista é de Lluís Amiguet, publicada por La Vanguardia em 23 de julho de 2020.

Carlo Rovelli - Verona, 03.05.1956
A entrevista

Doutor Rovelli, acredita que sabe e envelhece ou quer saber e rejuvenesce?

Para começar, com os anos, tenho menos vontade de romper com tudo. Mas acredito que ocorre o contrário: são os jovens que acreditam que já sabem tudo. Porque nós mais velhos fomos descobrindo que não sabíamos nada. Quando eu era jovem, estava muito mais certo de minhas opiniões, mas não perco a curiosidade. Tenho o problema oposto: devo me esforçar para contê-la, porque, do contrário, leria tudo, iria para todas as partes e falaria com todo mundo e não ficaria nada. Por isso, muitas vezes, surpreendo a mim mesmo lendo um livro que não tem nada a ver com o meu [tema] e me censuro: “Carlo, para já, não pode aprender tudo. Deixa esse livrinho”.

Descreva o universo em cinco linhas.

Grande desafio. O universo é um lugar imenso e misterioso, cheio de maravilhas insólitas e de uma rara beleza. Nele há explosões gigantescas, arabescos primorosos e arco-íris com bilhões e bilhões de galáxias e bilhões e bilhões de estrelas. Perto de uma dessas estrelas são emitidas algumas vibrações fugazes entre tantas: nós. Somos nós com nossas ideias, sonhos, alegrias e aflições e nossa contemplação atônita da imensidão. Somos apenas um lampejo.

Mas somos.

Somos e queremos saber.

E se o universo fosse um caos a respeito do qual não podemos saber mais do que sabemos?

Tudo é possível. Mas seria brincadeira que fosse justamente agora o momento em que já compreendemos tudo o que pode ser compreendido e que teríamos percebido que não podemos compreender mais. Parece mais provável que estejamos na mesma situação de sempre: há coisas que já entendemos e outras que são difíceis de entender, mas as entenderemos.

Quando?

É uma pergunta que na pureza científica quer dizer também: onde?

Por quê?

Veja: agora, tenho dois relógios: um acima e outro abaixo. São relógios que custam milhares de euros por sua exatidão. Pois bem, no relógio de cima, o tempo passa mais devagar que no relógio de baixo. E isso é uma constatação do que observo nesse momento, não é nenhuma teoria.

O relógio de cima está atrasado?

Não. Está em outro lugar, ou seja, outro tempo. Outro lugar é outro tempo. Se agora passássemos perto de uma estrela muito densa, o tempo transcorreria mais devagar até parar, e se nos aproximássemos de um buraco negro, tão denso que absorve tudo, inclusive a luz, o tempo pararia, o tempo deixaria de transcorrer. O agora é uma dimensão tão local como o aqui, não é global.

Por que é difícil para nós entendermos isso?

Também custou muito aos clássicos entender que a Terra girava, porque seus olhos lhes diziam que estava parada. E hoje, de qualquer satélite, a vemos girar no espaço.

Hoje, só é preciso acreditar em seus olhos.

E, quando um pai pegar uma nave espacial e voltar, após toda uma vida de viagens, ver que seu filho é mais velho do que ele, perceberemos que o tempo é diferente em cada lugar. E isto será dito pelos nossos olhos.

Estamos imersos em espaço-tempo?

Pense em uma medusa feita de espaço-tempo que treme e se agita: estamos dentro. Se nos movimentamos, mudamos de espaço e tempo. Os militares que enviaram os primeiros satélites GPS não acreditavam. E puseram neles dois medidores. O seu, ainda newtoniano, e o outro, com as correções da relatividade de Einstein.

Menos mal.

Sim, porque agora você pode saber onde está em seu celular, graças aos cálculos de Einstein.

Poderia agora, então, estar morto em cima e vivo em baixo?

Isso já é quântico. A mecânica quântica demonstra que as partículas elementares não estão aqui, mas que podem estar aqui e ali.

O que é estar em dois lugares ao mesmo tempo?

Porque as partículas da matéria que também nos forma não são. Não estão paradas em um lugar, mas são saltos de uma interação a outra.

Mas por que a realidade parece fixa?

É outra ilusão, como a de enxergar a Terra plana e parada, sendo que gira. É como um lago, que nos parece parado, mas pelo microscópio veremos que é composto de moléculas em constante agitação.

Isso soa muito hippie.

É que o universo não é composto por materiais sólidos, regidos por leis invariáveis, mas por ondas, vibrações, energias que interagem constantemente. Hoje, tentamos juntar a relatividade e a quântica. E eu participei na teoria do loop que explica isso.

O universo é tão feio como no modelo padrão, com dezenas de partículas?

Para mim, já me parece harmônico que o que vemos seja a combinação de só algumas dezenas de partículas. Mas, sim, talvez alguém um dia encontre uma ordem nelas. Eu trabalho agora na compreensão das propriedades quânticas de espaço e tempo. Ainda que seja verdade que a teoria geral da relatividade é mais bela que o modelo padrão e essa é uma de minhas razões para trabalhar nela.

O confinamento se tornou longo para você?

Não confundamos o tempo de nossa percepção com o da física.

É melhor gastar o dinheiro público para buscar vida extraterrestre em outras coisas?

Nossa galáxia é tão imensa que é muito improvável que a vida na Terra seja algo único ou sequer especial. Encontrar vida extraterrestre seria tão relevante, ao menos, como as descobertas de Copérnico ou Darwin. Investir em descobri-la é muito mais rentável que a maioria das pesquisas científicas em curso.

Quem é Carlo Rovelli?

Livros de Carlo Rovelli

 

“Som vibracions fugaces entre bilions d’estrelles” – Lluís Amiguet – La Vanguardia: 23/07/2020

Descrigui l’univers en cinc línies.

Gran repte. L’univers és un lloc immens i misteriós, ple de meravelles insòlites i d’una rara bellesa. En ell hi ha explosions gegantines, arabescos delicats i arcs de Sant Martí amb bilions i bilions de galàxies i bilions i ­bilions d’ estrelles. A prop d’una d’aquestes estrelles s’emeten unes vibracions fugaces entre tantes: nosaltres. Som nosaltres amb les nostres idees, somnis, alegries i penes i la nostra contemplació atònita de la immensitat. Som just un esclat…

Pandemia: a ignorância é impotente contra a tragédia

A pandemia desmascara arrogância da ignorância de governantes

BBC News Brasil – A atual pandemia pode nos deixar legados positivos?papo de minas - @papodeminasoficial

Chalhoub – Acho que sim. Por mais que tenhamos passado os últimos anos governados pelas fake news, nessa hora todo mundo espera a salvação pela ciência.

Espero que a epidemia ajude a desautorizar políticos levianos que têm governado várias partes do mundo com a arrogância da ignorância. Essa arrogância está agora sendo desmascarada por fatos trágicos.

No Brasil, a figura do presidente, que é uma caricatura disso, mostra como a ignorância é impotente contra a tragédia.

Não há solução fora de uma vacina, ou da descoberta de medicamentos eficazes, ou de seguir recomendações sanitárias que diminuam o estrago imediato.

Isso mudou em relação às epidemias dos séculos 19 e início do 20. Hoje há uma medicalização muito maior da sociedade e o entendimento da eficácia da medicina científica.

O que torna essa pandemia mais assustadora é que ela é uma metáfora perfeita da globalização. Ela segue a trilha das mercadorias e da circulação de pessoas de maneira tão radical e tão incontrolável quanto a ideologia neoliberal imaginava que a economia poderia ser.

Sempre houve uma relação direta entre a circulação de mercadorias e a de vírus e bactérias. A cólera e a febre amarela só viraram pandemias no século 19 quando os navios ficaram mais rápidos e quando começou a ter estrada de ferro.

Só que a pandemia atual é ainda mais rápida. Esse neoliberalismo agressivo que tomou conta das políticas econômicas internacionais criou outro problema, porque essas políticas diminuíram o Estado, e, de repente, os países se veem despreparados para lidar com uma crise aguda de saúde pública.

É por isso que ela também ataca o imaginário de forma tão radical. Ela coloca em questão todo um modo de pensar a economia nas últimas décadas, o Estado mínimo e a naturalização das desigualdades.

 

Em entrevista à BBC News Brasil, Chalhoub, professor de História e de Estudos Africanos e Afro-americanos na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, traça paralelos entre epidemias passadas e a covid-19.

Em Harvard desde 2015, Chalhoub lecionou na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) por 30 anos e foi professor visitante nas universidades de Michigan e Chicago. Além de Cidade febril, é autor de Trabalho, lar e botequim, sobre a vida nas classes baixas cariocas, e de Visões da Liberdade, sobre as últimas décadas de escravidão na cidade. Também escreveu Machado de Assis, historiador, sobre as ideias políticas do escritor, e coeditou cinco livros sobre a história social do Brasil.

Leia a entrevista completa de Sidney Chalhoub: Pandemia desmascara ‘arrogância da ignorância’ de governantes, diz historiador – Por João Fellet – BBC News Brasil: 19 abril 2020.

Coronavírus

A doença provocada pelo novo Coronavírus foi denominada pelo Organização Mundial da Saúde como Covid-19, sigla em inglês para Coronavirus disease 2019 = Doença por coronavírus 2019. O vírus foi designado como SARS-CoV-2 pelo Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus. SARS-CoV-2 é a sigla em inglês para Severe acute respiratory syndrome-coronavirus-2 = Síndrome respiratória aguda grave-coronavírus-2.

Mapa com dados em tempo real

:: Coronavirus COVID-19 Global Cases by the CSSE at Johns Hopkins Universitypapo de minas - @papodeminasoficial

:: Coronavirus (COVID-19) Vaccinations by Oxford University

:: Vacinômetro – Estado de São Paulo

:: Monitoramento do número de casos de COVID-19 no Brasil – Wesley Cota – UFV

Algumas páginas especiais sobre a Covid-19

:: BBC News Brasil – Em português

:: Carta Maior – Em português

:: Corriere della Sera – Em italiano

:: Direção-Geral da Saúde de Portugal – Em português

:: DW Brasil – Em português

:: El País – Em português

:: EndCoronavirus.org – Em inglês

:: Estadão – Em português

:: European Centre for Disease Prevention and Control – Em inglês

:: Folha de S. Paulo – Em português

:: G1 – Em português

:: Google Trends – Em português

:: Guia de Prevenção sobre o Coronavírus do Governo do Estado de São Paulo – Em português

:: La Repubblica – Em italiano

:: La Stampa – Em italiano

:: Le Monde – Em francês

:: Organização Mundial da Saúde – Em espanhol

:: Público – Em português

:: The Guardian – Em inglês

:: The New York Times – Em inglês

Mais uma peça do Mecanismo de Anticítera? Talvez não

Foi encontrada mais uma peça do Mecanismo de Anticítera? Ainda é cedo para dizer. O jornal israelense Haaretz diz que sim, mas confira, no Twitter, aqui.

De qualquer maneira, é uma boa oportunidade para conhecer o mais antigo “computador analógico” até agora descoberto.

Reprodução do Mecanismo de Anticítera, feita por Mogi Vicentini em 2007

:: Peça do mais antigo computador da História é encontrada no Mar Egeu – AH: 14.11.2018

Disco de bronze foi descoberto no mesmo local onde o misterioso Mecanismo de Anticítera, computador analógico de 2100 anos, havia sido encontrado

Um disco de bronze foi encontrado por arqueólogos mergulhadores no fundo do Mar Egeu, próximo à ilha de Anticítera. Os especialistas acreditam que a peça é a parte que faltava da Máquina de Anticítera, computador analógico da Grécia antiga que desapareceu no mesmo local há 2 200 anos. Os restos do computador, datado de 87 a.C., foi resgatado em 1901, a uma profundidade de cerca de 43 metros na costa da ilha de Anticítera, localizada entre Cítera e Creta. O objeto, que parecia uma pedra corroída e esverdeada, não recebeu muita atenção. Em 1971, o físico britânico Derek de Solla Price submeteu o objeto a uma série de análises. Com o auxílio de raios gama, ele descobriu que a “pedra” era, na verdade, um complexo calculador astronômico. Formado por 27 engrenagens de bronze, o aparelho empregava, no século 1 a.C., um tipo de engrenagem que acreditava-se que havia sido desenvolvida apenas no século 16. A Máquina de Anticítera era utilizada para guiar navios, realizar operações matemáticas básicas, calcular a órbita da Lua, do Sol e dos cinco planetas mais próximos da Terra. Também era capaz de prever eclipses lunares e solares. Por isso, é considerada o computador analógico conhecido mais antigo.

:: Missing Piece of Antikythera Mechanism Found on Aegean Seabed – By Philippe Bohstrom – Haaretz- Nov 15, 2018

Bronze disk unearthed by archaeologists in same wreck where original 2,200-year-old computer had been found; also located bits of the ship that Jacques Cousteau and looters hadn’t destroyed

More than 2,200 years after it sank beneath the waves, diving archaeologists have possibly found a missing piece of the Antikythera Mechanism, the fantastically complicated, advanced analog “computer” found in a shipwreck off a Greek island. Scanning shows the encrusted cogwheel to bear an image of Taurus the bull. The Antikythera Mechanism was discovered in 1901, technically speaking. An encrusted lump was salvaged by Greek sponge divers in clunky metal diving suits from the Mediterranean seabed. Not that anybody realized what it was at the time. It would take decades and advanced x-ray technology for scientists to realize that the “rock” was a wondrously advanced sophisticated analog calculator consisting of dozens of intermeshed gears. The Mechanism could do not only basic math: with dozens of exquisitely worked cogwheels, it could calculate the movements of the sun and moon, predict eclipses and equinoxes, and could be used to track the solar system planets, the constellations, and much more.

:: Antikythera anticlimax: ancient computer excitement a case of over-anticipation – By Jamie Seidel – News.com.au – November 14, 2018

The 2200-year-old Antikythera Mechanism, one of the most fascinating archaeological finds, has just suffered a big setback.

The analog computer has fascinated a generation of computer entrepreneurs. So a series of expeditions to the small island of Antikythera between Greece and Crete has been funded to see if more fragments of the mysterious device could be recovered. One tantalising piece was found on the seabed during an expedition last year. A heavily encrusted bronze disc, about 8cm wide. Now, a new article in the Israeli publication Haaretz has sent a quiver of anticipation around the world. It declared it to be a lost cog from the Anikythera mechanism itself. And, as it carried the sign of a bull — Taurus — it proves the machine was more complex than many dared dream. But … not so fast.

:: No, Archaeologists Probably Did Not Find a New Piece of the Antikythera Mechanism – By Jason Daley – Smithsonian.com – November 15, 2018

A bronze disc found near the shipwreck last year is likely not a cog wheel from the ancient Greek astronomical proto-computer

This week, word began to spread around some corners of the web that a new piece of the legendary ancient Greek computer known as the Antikythera Mechanism may have been found. But the claims, which surfaced following a Haaretz feature on the ongoing archaeological work in the area where the device was first uncovered, are misleading at best.

The Antikythera Mechanism is one of the most well-known and intriguing archaeological discoveries of all time. During a 1900-1901 investigation, sponge divers near the Greek island of Antikythera discovered the arms of bronze and marble statues reaching out of the seabed, remains of a shipwreck dating to the 1st or 2nd century B.C., and a rock-encrusted object that appeared to be a series of cogs and gears. Over the coming decades, researchers examined the mechanism, eventually determining it was likely a complex device that contained more than 30 gears used to calculate the date, position of planets, constellations and, perhaps, additional information. It was, in other words, a primitive sort of computer. But pieces of the salvaged device, including some cogs, were missing, presumably lying on the sea floor at the wreck site.

Researchers have since returned to the site in hopes of finding these lost pieces, including Jacques Cousteau who found bones at the wreck and pulled up bronze statues in 1976. Two other scientific expeditions took place in 2012 and in 2017.

It was during that last expedition that marine archaeologists from the Greek Ephorate of Underwater Antiquities and Lund University in Sweden uncovered more treasures including pieces of a bronze statue and an encrusted bronze disk with four tabs on it that appeared almost like a cog wheel. That piece, called the Taurus disk because it bears the image of a bull, is the artifact that Haaretz identified as a possible part of the mechanism. But even the article backpedals, conceding, “It will be difficult to prove what exactly the Taurus disk is: part of the original Antikythera Mechanism, part of a second such mechanism, if one existed, or something else entirely.”

As Jamie Seidel at News.com.au reports, experts have not publicly suggested that the disk functioned as a cog wheel. Rather X-rays of the disk conducted last year revealed that image of the bull and the four holes. Following the excavation, Sarah Gibbens of National Geographic wrote that the small disk was “reminiscent” of the Antikythera Mechanism, but that expedition co-leader Aggeliki Simossi said it was unclear what its purpose was. “It is maybe decoration for furniture or maybe a seal, or it could be an instrument,” as Simossi told Gibbens. “It is very early to say.”

While Haaretz and others reported the bull image suggests the disc was used in the machine to predict the position of the constellation Taurus, it does not appear to be finely crafted enough function as a cog wheel in the precision machine. As Seidel reports, in a best-case scenario, it may have adorned the case the Antikythera Mechanism was housed in, but there is no proven relation to the device.

That does not mean other bits of the mechanism aren’t to be found in the wreck. In fact, the expedition re-examining the wreck, called Return to Antikythera, holds out the possibility that more bits and pieces of the machine, which some believe may have been two distinct devices, can be found.

Whatever the case, the machine was truly ahead of its time, and the world wouldn’t see such intricate mechanical work again for 1,000 years. While we don’t know all we’d like about the mechanism, we are learning more about the ship it sailed on. It was likely a massive Greek grain ship, one of the largest ancient ships ever found, as archaeologist Brendan Foley, who led the new expeditions, tells Haaretz. At the times of its sinking, which likely happened in a storm, it was probably full of grain, statues and wealthy passengers, perhaps one who clung to his prized gadget as he sank into the sea.

Vídeos no Youtube mostram o funcionamento do Mecanismo de Anticítera.

Para saber mais, um livro: JONES, A. A Portable Cosmos: Revealing the Antikythera Mechanism, Scientific Wonder of the Ancient World. New York: Oxford University Press, 2017, 312 p. – ISBN 9780199739349.