ReBiblica: A Interpretação da Bíblia na Igreja

A Interpretação da Bíblia na Igreja (PCB): 30 anos depois – ReBiblica – v. 4 n. 8 (2023)

Tema do fascículo

O segundo volume de ReBiblica do ano de 2023 tem como tema o documento da Pontifícia Comissão Bíblica “A interpretação da Bíblia na Igreja” (18/11/1993). TrintaRevista Brasileira de Interpretação Bíblica - ReBiblica anos após a promulgação do texto, diversos estudiosos aceitaram o desafio de refletir sobre seus pontos positivos, avanços e limitações. Historicamente, o documento celebra o centenário da Providentissimus Deus, de Leão XIII, e o quinquagésimo aniversário da Divino afflante Spiritu, de Pio XII, documentos que muito contribuíram para o incentivo da pesquisa bíblica em âmbito católico.

Artigos de Dossiê

. Assim sendo, a primeira colaboração é oferecida pelo Prof. Cássio Murilo Dias da Silva com seu artigo “Quem tem medo do método histórico-critico?”.

. A seguir, o prof. Cláudio Buss reflete sobre “A Pragmalinguística: uma abordagem a serviço da exegese bíblica”.

. A Profa. Solange Maria Carmo assina o artigo “Da sacristia e da secretaria à Academia”, sobre a leitura feminista da bíblia.

. Prof. Carlos André Leandro reflete sobre “A persistente leitura fundamentalista da Bíblia”.

. Sobre as questões de hermenêutica, os Prof. Carlos Frederico Silveira e Thiago Cabreiro escrevem sobre “O sentido literal na interpretação das Escrituras segundo Santo Tomás de Aquino”.

. Por fim, dentro das dimensões características da interpretação católica, o Prof. Wagner Moraes dos Santos propõe o texto intitulado “Exegese e teologia moral: o problema dos três preceitos”.

Artigos em temas diversos

. Na seção de artigos diversos, contamos ainda com a contribuição do Prof. Leonardo Agostini Fernandes e Marcela Machado Vianna Torres com o artigo “A lei sobre a franja e a sua função em Nm 15,37-41”.

. O Prof. Matthias Grenzer escreve sobre “Ázimos como ecoteologia exodal”.

. O Prof. Armando Rafael Acquarolli escreve sobre “O rosto de Deus na Epístola de Jeremias: ensaio de uma teologia negativa em Bar 6”.

. Por fim, os prof. Fabrizio Catenassi e Vicente Artuso refletem acerca dos “Aportes de crítica textual em Nm 13–14 e Nm 16”.

Resenha

. Contamos ainda com uma resenha do livro de RAMÓN RUIZ, Eleuterio. El libro del Eclesiastés: Comentario y propuestas de lectura, feita pelo Prof. Cássio Murilo Dias da Silva.

História da revista Estudos Bíblicos

Histórico da revista Estudos Bíblicos, de 1984 a 2020 – Por Ludovico Garmus

O artigo apresenta um histórico da revista Estudos Bíblicos, desde seu primeiro número, em 1984, até o número 143, em 2020.Estudos Bíblicos - Dossiê: Cuidar da vida v. 37 n. 143 (2021)

O período histórico analisado corresponde à fase em que a revista foi editada pela Editora Vozes, de Petrópolis, em forma impressa.

Situa-se na nova fase da revista, que passa a ser publicada online, sob a responsabilidade da ABIB.

O artigo começa pelas origens da Revista, a partir de um grupo ecumênico de exegetas, que se reunia nos inícios da década de 1980. Destaca o caráter ecumênico e pastoral que sempre pautou a publicação. Por algumas décadas a revista divulgou a produção literária de biblistas brasileiros e também estrangeiros, radicados no Brasil, sempre com foco na leitura popular da Bíblia.

Leia online ou faça o download gratuito em pdf.

Ludovico Garmus é Professor da Faculdade de Teologia do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, Brasil. Diretor e editor da revista Estudos Bíblicos de 1984 a 2020.

Fonte: Garmus, L. (2021). Histórico da revista Estudos Bíblicos, de 1984 a 2020. Estudos Bíblicos, 37 (143), 5–11. https://doi.org/10.54260/eb.v37i143.2

Biblistas mineiros publicam Estudos Bíblicos 140

Estudos Bíblicos – Dossiê: Gênesis a Apocalipse sem fundamentalismos. v. 35, n. 140, 2018.

Diz Telmo José Amaral de Figueiredo no editorial:Estudos Bíblicos - Dossiê: Gênesis a Apocalipse sem fundamentalismos. v. 35, n. 140, 2018.

Este número de Estudos Bíblicos vem em um momento extremamente oportuno!

A intenção do grupo de biblistas mineiro, como o denominamos carinhosamente, é provocar a reflexão, o debate, a pesquisa séria e profunda por parte de todos que tomam a Palavra de Deus a sério. O mundo todo parece ter sido tomado de assalto por uma onda neoconservadora, fundamentalista, nacionalista e xenófoba. Algo que, até poucos anos atrás, pareceria improvável e fruto de uma imaginação muito fértil!

O fundamentalismo bíblico, muitas vezes, é a base de apoio para fundamentalismos políticos e científicos. A atitude fundamentalista tem a pretensão de ler o texto bíblico literalmente, convencido de que não está interpretando o texto, na ilusão de que esteja recebendo diretamente luz do texto que lhe fala. Para o fundamentalista, ele pratica a verdadeira exegese (interpretação), pois não é arbitrário, uma vez que ele toma “objetivamente” o texto que está diante dele. Em segundo lugar, para ele o texto é sempre acessível, todos podem compreendê-lo e não somente os especialistas. O texto é utilizável, pois é um indicador moral inequivocável. E, finalmente, o texto é pessoal, não há necessidade da intervenção e da mediação de alguma autoridade da Igreja (cf. PINTO, Sebastiano. In nome di Dio. Dai fondamenti al fondamentalismo. Padova: EMP, 2018, p. 7).

O fundamentalista, no fundo, é um simplificador! Ele pensa poder condensar toda a verdade sobre uma realidade em fórmulas simples, fáceis, óbvias e sintéticas. É a tentativa de fazer com que todos vejam o mundo segundo a minha curta visão. Umberto Eco (1932-2016), escritor e filósofo italiano, já nos advertia que “Fundamentalistas dão um toque de arrogante intolerância e rígida indiferença para com aqueles que não compartilham suas visões de mundo”. Isso traz implicações concretas, graves e duradouras para as comunidades e pessoas atingidas por essa onda fundamentalista. Por isso, Estudos Bíblicos propõe, com este número, fornecer aos seus leitores os elementos necessários para resistir a essa “onda”, bem como saber bem interpretar as Sagradas Escrituras. Para isso, partiremos de textos bíblicos que, muitas vezes, foram usados e abusados pela leitura fundamentalista, desviando-os de seu autêntico sentido. Eis aquilo que você encontrará nestas páginas que seguem.

Meu artigo Histórias de criação e dilúvio na antiga Mesopotâmia, desde 2018 publicado em meu site, está lá.

A revista Estudos Bíblicos agora é da Abib

A partir de 2021, a Estudos Bíblicos passou a ser publicada pela Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (Abib). A publicação no formato impresso foi suprimida em 2019, tendo um lapso de publicação no ano de 2020, sendo retomada e disponibilizada somente no formato on-line a partir de 2021, com periodicidade semestral.

Todos os números anteriores da revista estão sendo disponibilizados online em formato pdf. Clique em Arquivos, no menu, para acessar todos os números.

A revista é de acesso livre. Totalmente gratuita.

Leia mais sobre a revista neste novo formato, clicando aqui. E veja um vídeo aqui.

Revista INK da Tyndale House

A revista INK, da Tyndale House, Cambridge, Reino Unido, oferece ao leitor artigos instigantes sobre a linguagem, a história e o contexto cultural da Bíblia. AcessoRevista INK, Tyndale House, Cambridge, Reino Unido gratuito.

Tyndale House é uma comunidade internacional de pesquisa evangélica focada em línguas bíblicas, manuscritos bíblicos e o mundo antigo.

Tyndale House’s termly magazine, Ink, offers thought-provoking articles about the language, history and cultural context of the Bible.

Tyndale House is an international evangelical research community focused on Bible languages, Bible manuscripts and the ancient world.

Revistas de Teologia online

Uma lista com centenas de links para revistas de teologia e áreas adjacentes. Revistas online, com acesso gratuito. A maioria em português, algumas em espanhol e Publicações onlineoutras línguas.

Confira no site da Faculdade Teológica Batista de São Paulo.

Revistas de Teologia

Diz:

Revistas eletrônicas de Teologia e áreas adjacentes

Neste espaço mantemos os links de revistas eletrônicas de acesso gratuito de Teologia e áreas adjacentes. As revistas ligadas a instituições de ensino apresentam artigos atuais, fruto de pesquisas recentes, constituindo boa fonte de pesquisa.

Artigos antigos e novos estão agora online

Estou colocando online antigos e novos artigos que antes só existiam até agora em publicações impressas, tais como as revistas Estudos Bíblicos, Vida Pastoral, REB, Cadernos do Cearp, Cadernos de Teologia e outras.

Os artigos antigos são revisados. Quando necessário, texto, notas de rodapé e bibliografia são atualizados.

A página de artigos tem agora 43 artigos. Ainda falta transcrever uma meia dúzia de artigos da década de 90. Virão em breve.

Do mais antigo para o mais novo, confira 18 artigos transcritos recentemente:

Marcos: um relato da prática de Jesus
Este texto foi escrito em 1981 para ser usado pelo Serviço de Pastoral Litúrgica da Arquidiocese de Ribeirão Preto, SP, em 1982, e fez parte do Projeto Marcos, um conjunto de atividades pastorais tendo o evangelho de Marcos como centro. Uma pergunta: chegar em Marcos de que lado? Geralmente a gente começa pelo autor, data e lugar em que o livro foi escrito, e as pessoas para quem o autor escreveu. Só depois é que se vai ao texto. Vamos percorrer outro caminho. Vamos começar pelo texto. Depois que compreendermos o texto e a maneira como foi criado, vamos compreender o resto. Publicado em 1982 – Última atualização: 2020.

Todos comeram e ficaram saciados: o milagre da multiplicação dos pães
Para compreendermos o milagre da multiplicação dos pães, de Mc 6,30-44, devemos fazer seis coisas: 1. Uma leitura de Mc 6,30-44; 2. Leitura de mais cinco textos onde aparecem outros relatos da multiplicação dos pães; 3. Perguntamos a Marcos por que ele contou este episódio neste lugar do evangelho; 4. Por falar em milagre, é bem possível que houvesse naquele tempo uma maneira costumeira de contar um fato desse tipo; 5. Perguntamos: qual é o recado que Marcos quer dar ao seu leitor? 6. Agora talvez possamos descobrir o sentido do texto para nós, leitores a quase dois mil anos de distância. Publicado em 1985 – Última atualização: 2020.

Leis de vida e leis de morte: os dez mandamentos e seu contexto social
O artigo trata do decálogo ou dez mandamentos em três momentos: na sociedade tribal, na sociedade tributária e na sociedade capitalista. Relaciona as “dez palavras” e seu contexto de elaboração e aplicação. A abordagem é sociológica. Há vários textos, na Bíblia, com dez e até doze mandamentos. Entre eles, dois são mais conhecidos: Ex 20,1-17 e Dt 5,6-21. Vamos olhar Ex 20,1-17. Publicado em 1986 – Última atualização: 2020.

Arrancar e destruir, construir e plantar: a vocação de Jeremias
No livro de Jeremias encontra-se uma página de extraordinária beleza e rico significado. É a que conta como Jeremias tornou-se profeta: Jr 1,4-19. É a história de sua vocação. Não é um relato imediato dos acontecimentos, mas densa revisão e reflexão madura sobre seus muitos anos de luta profética. A chave que abre o sentido da vida e da ação de Jeremias. Gostaria que o leitor me acompanhasse na leitura deste texto. Pois acredito que o espírito combativo de Jeremias pode nos estimular, hoje, diante das contantes crises que enfrentamos. Publicado em 1987 – Última atualização: 2020

Salmo 12: a denúncia profética da corrupção
Este é um salmo de exortação profética contra os ímpios. O profeta, no meio da multidão reunida para uma festa, denuncia aqueles que são infiéis à aliança por seus atos, sobretudo a injustiça e a apostasia. Vamos acompanhar a leitura do salmo 12 com dois olhares: um voltado para o passado, outro para o presente. No passado, vamos investigar o contexto, o sentido e as propostas do salmo 12. No presente, abordaremos o tema da corrupção, tratado pelo salmo, e tão em evidência nos dias que correm. Publicado em 1988 – Última atualização: 2020.

O relato de uma prática: roteiro para uma leitura de Marcos
Convido o leitor para uma visita ao evangelho de Marcos. E recomendo um roteiro para uma leitura contínua do texto. Proponho seguirmos os passos de Jesus e dos personagens que se movimentam ao seu redor, segundo o relato de Marcos. Descobriremos que a Boa-Nova foi anunciada em um contexto de intenso conflito e expectativa, e que o evangelho foi escrito para preservar uma memória proibida que alimentava a luta dos oprimidos. Publicado em 1989 – Última atualização: 2020.

Os mitos judaicos e a nossa realidade
A serpente que tenta Eva no paraíso, a árvore que produz um fruto proibido, Caim que assassina seu irmão Abel, Noé e sua arca cheia de animais sobrevivendo ao dilúvio, a torre de Babel que confunde as línguas: temas tão antigos, contados na linguagem do mito, mas que continuam extremamente atuais. Devem ser lidos para fazer a gente pensar e tomar uma atitude. Não para pensarmos no que aconteceu antigamente, mas para enxergarmos melhor o está acontecendo hoje e ver o que é possível fazer para melhorar o mundo. Publicado em 1995 – Última atualização: 2020.

Os essênios e os manuscritos do Mar Morto
Em fins de 1946 três jovens beduínos da tribo dos ta’amireh, que pastoreavam seus rebanhos em um oásis próximo ao Mar Morto, na Palestina, descobriram acidentalmente alguns manuscritos antigos dentro de uma gruta. Foi apenas o começo da mais importante descoberta de manuscritos do século XX. No total, cerca de mil documentos foram recuperados em 20 grutas no deserto de Judá, entre os anos de 1946 e 1966. Destes, em 11 grutas próximas às ruínas de Qumran, foram encontrados 11 manuscritos mais ou menos completos e milhares de fragmentos de outros cerca de 600 a 800 manuscritos em pergaminho e papiro. Publicado em 1996 – Última atualização: 2020.

Observações sobre algumas leituras de Marcos
A proposta deste artigo é a de servir ao leitor como orientação para a leitura de Marcos. Por isto comento dez das mais conhecidas obras sobre o evangelho de Marcos escritas entre 1966 e 1996, acessíveis em português e espanhol. A ordem seguida foi a da data da publicação original. Publicado em 1997 – Última atualização: 2020.

Os impérios não têm coração. A cidade grega e a etnia judaica
A noção grega de Estado é concretizada no Oriente ou na pólis, uma associação de cidadãos livres e autônomos baseada na vizinhança, ou no éthnos, uma relação de parentesco baseada na solidariedade dos laços de sangue. Judá é e permanece um éthnos também na administração selêucida. Mas a lei, baseada na vontade do rei selêucida – que reivindica tal direito como “direito de lança” por ser o conquistador – e não nas tradições dos antepassados codificadas na Torá, cria condições para que a aristocracia judaica substitua as leis étnicas por leis políticas. Publicado em 1997 – Última atualização: 2020.

Sobre a Teologia e novos paradigmas
A questão dos “novos paradigmas” é abordada por meio de uma aproximação da teologia com crises profundas vividas por Israel, mostrando a necessidade de se reinventar a sociedade face aos desafios históricos que constantemente se apresentam. Hoje, a teologia expulsa do paraíso de suas alianças e seguranças, vê-se diante da necessidade de recuperar sua força profética e seu compromisso com a vida, para ser instrumento útil na construção do shâlôm. Publicado em 1997 – Última atualização: 2020.

A origem dos antigos Estados israelitas
O que teria sido o primeiro ‘Estado Israelita’? Um reino unido, composto pelas tribos de Israel e Judá, dominando todo o território da Palestina e, posteriormente, sendo dividido em reinos do ‘norte’ e do ‘sul’? Ou seria tudo isto mera ficção, não tendo Israel e Judá jamais sido unidos? Existiu um Império davídico/salomônico ou só um pequeno reino sem maior importância? Se por acaso não existiu um grande reino davídico/salomônico, por que a Bíblia Hebraica o descreve? Além da Bíblia Hebraica, onde mais podemos buscar respostas? Publicado em 2003 – Última atualização: 2020.

Novos paradigmas no estudo do Pentateuco
Hoje muitos acreditam que esteja surgindo um novo paradigma nos estudos bíblicos. Em várias áreas dos estudos bíblicos. O tema é amplo. Este artigo desenha um panorama das mudanças pelas quais vem passando os estudos do Pentateuco desde a década de 70 do século XX, aponta as dificuldades que a crise vem criando e propõe algumas pistas de leitura para os interessados no assunto. Publicado em 2007 – Última atualização: 2020.

Superando obstáculos nas leituras de Jeremias
Nos anos 90 publiquei Nascido Profeta: a vocação de Jeremias. São Paulo: Paulus, 1992. Neste livro trato da vida Jeremias a partir de sua vocação, narrada em Jr 1,4-19. E, em determinado ponto, a questão do “ser profeta” precisou ser colocada. E não só em 600 a.C., mas também hoje. Podemos falar de profetas e profecia hoje? Vale a pena ser profeta? Como ler os profetas hoje? Como ler Jeremias hoje? Hoje, retomo estas questões. Publicado em 2010 – Última atualização: 2020.

Paideia grega e apocalíptica judaica
O artigo mostra a reação de Israel ao processo de helenização, especialmente a partir do segundo século antes de Cristo, quando surge a apocalíptica judaica. Esse movimento, de cunho mais literário, é uma radicalização da escatologia já existente em Israel, com a finalidade de resistir à destruição da identidade e dos valores ético-religiosos do povo judeu. Como exemplo dessa reação, é analisado um texto apocalíptico do livro de Daniel: 2,1-49. Face ao imperialismo, a sobrevivência passa pela convicção de que nem a sabedoria nem o poder humano podem confrontar o Deus verdadeiro de Israel. Publicado em 2012 – Última atualização: 2020.

Religião e formação de classes na antiga Judeia
Este artigo é um resumo do livro Religião e formação de classes na antiga Judeia: estudo sociorreligioso sobre a relação entre tradição e evolução social, do alemão Hans G. Kippenberg. O livro procura relacionar o conteúdo das tradições religiosas judaicas com a vida social dos judeus. Duas tendências antagônicas, isto é, a de formação de classes sociais e aquela da solidariedade, formam dois complexos divergentes de tradição que fundamentam os conteúdos religiosos dos movimentos judaicos de resistência. Publicado em 2013 – Última atualização: 2020.

A história de Israel e Judá na pesquisa atual
Andrew Tobolowsky, do College of William and Mary in Williamsburg, Virginia, publicou, em 2018, na revista Currents in Biblical Research, um interessante artigo sobre a pesquisa da história de Israel e Judá na segunda década do século XXI: História israelita e judaíta em abordagens acadêmicas contemporâneas. O artigo está disponível online. Este texto é um resumo e uma tradução livre minha. Foi publicado no blog Observatório Bíblico, em 5 postagens, a partir de 15.10.2018, onde reproduzo, também, trechos do texto original em inglês. Sempre que o assunto tiver sido tratado nesta página ou no Observatório Bíblico, colocarei um link. As principais obras citadas terão links para a Amazon Brasil. Publicado em 2018 – Última atualização: 2020.

Notas sobre a pesquisa do livro de Oseias no século XX
Brad E. Kelle, da Point Loma Nazarene University, San Diego, California, publicou, em 2009 e 2010, na revista Currents in Biblical Research, dois importantes artigos sobre a pesquisa de Oseias no século XX e primeira década do século XXI: O casamento de Oseias na pesquisa do século XX e Oseias 4-14 na pesquisa do século XX. Os artigos estão disponíveis online. Vou resumir aqui os pontos principais destes dois artigos, na maior parte das vezes apenas traduzindo livremente alguns trechos ou organizando em outra ordem as palavras do autor. Publicado em 2020.

Neemias na RIBLA

Que seja uma boa contribuição ao estudo bíblico, especialmente para o povo na América Latina, Caribe e aos latino-americanos e caribenhos na diáspora. Que sua leitura ajude a manter o coração aquecido, renove as convicções e conserve a cabeça erguida, com o olhar fixo no horizonte

RIBLA, v. 81, n. 1, 2020: Neemias

RIBLA, v. 81, n. 1, 2020: NeemiasO estudo do livro de Neemias é assunto complexo. Por um lado, porque as informações históricas que o livro traz são confusas e contrariam as informações que o livro de Esdras, seu contemporâneo, traz. E estes dois livros da Bíblia são os únicos que apresentam dados históricos a respeito do período persa, que, como visto, são ambíguos. Por outro, porque, praticamente, não existem informações extrabíblicas acerca da província Yehud do período persa. A cidade de Jerusalém do período persa nunca foi encontrada, assim também as denominadas muralhas de Neemias, bem como o templo desse período. Além de que, os artefatos encontrados em Jerusalém, cerâmica do período persa, são poucos e de má qualidade. Ou seja, existe um grande vazio arqueológico do período persa. E, para aumentar, pesquisas recentes indicam que a Yehud persa era muito pequena. Seu perímetro geográfico era bem menor do que se supunha. E, para completar, foi descoberto que o centro da coleta de tributo persa não era o templo de Jerusalém, mas Ramat Rahel, um pequeno, mas importante núcleo recentemente escavado, e que dista cerca de quatro quilômetros de Jerusalém. Enfim, o que parece evidente é de que a Jerusalém do período persa, com o seu templo, era muito pobre. Corrobora com isso o fato de que é praticamente impossível situar com relativa precisão cronológica um texto bíblico atribuído ao período persa. Tudo isso é no mínimo sintomático. São duzentos anos de pouco conhecimento histórico a respeito da comunidade judaíta desse período.

Estas informações todas colocam uma grande interrogação sobre a tendência da pesquisa moderna de situar muita literatura bíblica como tendo sido produzida no período persa. De forma que, o livro de Neemias necessita de uma nova abordagem. Em parte, o presente número da RIBLA lida com estas questões (da apresentação).

Todos os artigos estão disponíveis para download gratuito em pdf.

Sumário

Apresentação – José Ademar Kaefer

Artigos

A pax Persica: o contexto imperial persa – Luiz Alexandre Solano Rossi

Reconstrução dos muros de Jerusalém: uma aproximação arqueológica e hermenêutica de Neemias 2,1-10 – 3,1-32 – Omar João da Silva

Uma nova abordagem bíblico-arqueológica do contexto histórico do livro de Neemias – José Ademar Kaefer, Suely Xavier

Etnicidad e identidad nacional en las políticas del sacerdocio posexílico: Una relectura socio-antropológica de Nehemías 3 y 4 – Abiud Fonseca

Os inimigos de Neemias em Ne 4,1-9 – Cecilia Toseli

¿Reforma social liberadora? Una lectura crítica a Nehemías 5,1-19 – Esteban Arias Ardila

Políticas que construyen murallas y dividen pueblos: Un análisis de Nehemías 4 y 6 – Jhon Fredy Mayor Tamayo

Nacimiento del judaísmo: Nehemías 8-10 – Bernardo Favaretto

Eles proíbem o casamento, mas não podem impedir o amor. Uma leitura da proibição dos casamentos mistos em Nm 13,23-29 – Antonio Carlos Frizzo

Lembra-te, meu Deus! Uma releitura dos sistemas de poder em Neemias – Francisco Orofino

Traduções da Bíblia na revista Pistis & Praxis

Formal sempre que possível, dinâmica sempre que necessária

Pistis & Praxis, Curitiba, v. 8, n. 1, 2016: Traduções da Bíblia

Revista Pistis & Praxis, CuritibaA tradução é uma intermediação. É uma importante ponte que possibilita a comunicação entre pessoas, culturas, mundos e épocas diferentes. A tradução de qualquer expressão, seja falada ou escrita, é sempre um processo bastante exigente. Porém, em se tratando da tradução de textos sagrados, considerados “Palavra de Deus”, essa intermediação torna-se ainda mais tensa e a complexidade alcança contornos extremamente acentuados. Com efeito, traduzir a Bíblia para as línguas modernas é tarefa árdua e apaixonante, atravessada por questões não só filológicas e históricas, mas também ideológicas e hermenêuticas. Como reconhecem os tradutores mesmos, trata-se de um labor cuidadoso, muitas vezes situado na estreita fronteira entre traducere (traduzir) e tradire (trair), tendo presente os textos originais, de um lado, e os interlocutores contemporâneos, de outro. Ademais, uma boa tradução é fundamental não só para uma boa exegese, mas também para uma boa leitura da Bíblia.

A importância da tradução da Bíblia, porém, contrasta com a escassez de reflexões e produção acadêmica nessa área no Brasil, apesar de termos já uma considerável caminhada em tradução e exegese da Bíblia realizada entre nós. Elegendo a Tradução da Bíblia como tema do dossiê do presente número da revista Pistis & Praxis, o Programa de Pós-Graduação “stricto sensu” em Teologia da PUCPR tem em vista quatro objetivos: 1. Estimular o intercâmbio e a discussão acadêmica sobre a tradução da Bíblia; 2. Refletir sobre os desafios apresentados aos tradutores e tradutoras da Bíblia pelas novas configurações da história de Israel e da história da redação da Bíblia, especialmente a partir das novas proposições advindas da arqueologia nas últimas décadas; 3. Evidenciar a complexidade intercultural e inter-religiosa da exegese e da tradução da Bíblia e discutir concepções teológico-doutrinárias colonialistas, preconceituosas, intolerantes e violentas, e outros problemas encontrados em algumas das traduções existentes; 4. Analisar as ferramentas impressas e eletrônicas utilizadas nesses trabalhos, como dicionários e léxicos de línguas bíblicas, entre outras.

Deste modo, esperamos contribuir para uma melhor qualificação dos trabalhos de tradução e de exegese bíblica realizados no Brasil, bem como alavancar uma maior inserção e participação da tradução e da exegese brasileiras na produção internacional de conhecimentos nesta área (do editorial).

Todos os artigos estão disponíveis para download gratuito em pdf.

 

Sumário

Editorial – Luiz José Dietrich, Marcial Maçaneiro

Dossiê

As dimensões temporais do verbo hebraico: desafio ao traduzir o Antigo Testamento – Matthias Grenzer

Hacia una ética de liberación para la traducción bíblica – Esteban Voth

Comprar gato por lebre O “assalto” teológico à abordagem histórico-filológica da raiz br’ entre os sáculos XVIII e XX – Osvaldo Luiz Ribeiro

As traduções da Bíblia publicadas pela Sociedade Bíblica do Brasil: breve histórico e características – Vilson Scholz

Traduções bíblicas católicas no Brasil (2000-2015) – Johan Konings

“Prostituta” ou “mulher sagrada”? A tradutologia de Antoine Berman e a tradução da Bíblia – Luiz José Dietrich Dietrich

Artigos

Religiões, cristianismo e a busca de uma terra habitável – Afonso Maria Ligorio Soares

A educação para o esporte na família – Denilson Geraldo

Alteridade e embrião humano: o rosto como exigência ética de acolhimento do outro – Marcos Alexandre Alves, Edson Sallin

Feminismo, subjetividades e pluralismo: crítica teológica feminista e os desafios da realidade social latino-americana – Claudio de Oliveira Ribeiro

Bíblia e arqueologia na revista Pistis & Praxis

Revista Pistis & Praxis, Curitiba, v. 12, n. 2, 2020: Bíblia e Arqueologia

Nos últimos trinta ou quarenta anos, uma grande mudança de perspectiva frente aos textos e à história de Israel, tem sido propiciada pela moderna arqueologia realizada na Palestina. Esta deixou de ser uma “Arqueologia Bíblica”, que inclinava-se a tomar a Bíblia como referencial para interpretar seus achados, para ser uma arqueologia independente, que com apoio de uma gama de ciências envolvidas no processo de interpretação dos achados arqueológicos, tem produzido mudanças radicais na compreensão da história de Israel e do processo que originou a Bíblia.
(…)
As pesquisas arqueológicas atualmente buscam esclarecer a situação de Judá-Israel no período do exílio e do pós-exílio. Especialmente sua capacidade de produzirRevista Pistis & Praxis, Curitiba sínteses escritas e textos que integrariam a Bíblia. Se no início desta nova forma de fazer arqueologia muitos pesquisadores afirmavam que quase toda a Bíblia teria sido produzida no período pós-exílico, para muitos, hoje, grande parte da redação dos textos bíblicos são frutos do período asmoneu.

Isso tudo impacta grandemente todo o campo dos estudos bíblicos. De forma especial impacta a concepção da História de Israel, da escrita e do caráter da Bíblia e de sua interpretação.

Hoje é patente o desafio e a necessidade de recriar uma nova narrativa histórica coerente com os estudos críticos da Bíblia, com as contribuições da exegese feminista e especialmente com a nova arqueologia. Urgente também é a revisão da compreensão dos processos que deram origem aos livros da Bíblia e de suas histórias da redação, para que consigamos interpretá-los de modo adequado aos contextos que os originaram, iluminando de modo mais profundo as práticas e as espiritualidades nos contextos atuais.

Atualmente se impõe cada vez mais a perspectiva de uma leitura descolonizada e descolonizadora da Bíblia. Isso se dá pela percepção de que a Bíblia e grande parte da história de Israel e também do cristianismo, desenvolveram-se como parte de interesses e projetos de dominação imperialista. As marcas desse processo estão presentes em muitos textos intolerantes e violentos da Bíblia e em perspectivas exclusivistas e desrespeitadoras dos direitos humanos de diversas correntes do judaísmo e do cristianismo da atualidade.

Felizmente a pesquisa bíblica brasileira vem acordando para estes aspectos e desafios e, embora com todas as dificuldades e falta de recursos que marcam muitos campos de pesquisa e ensino em nosso país, tem de modo crescente procurado colocar-se a par dos trabalhos realizados no exterior. Este Dossiê da Revista Pistis & Praxis – v.12, n.2, (2020): Bíblia e Arqueologia, composto de 10 artigos de pesquisadores(as) brasileiros(as) e estrangeiros, quer ser mais uma contribuição nestas buscas (do editorial).

Todos os artigos estão disponíveis para download gratuito em pdf.

Sumário

Editorial – Luiz Alexandre Solano Rossi, Luiz José Dietrich, Waldir Souza

Dossiê

“Um Edito” imperial e três versões de reconstruir a Yehud Persa – Antonio Carlos Frizzo

Learning to be a Biblical Scribe: Examples from the Letter Writing Genre – William M. Schniedewind

Observaciones metodológicas acerca de la arqueología bíblica y la interpretación bíblica – Aquiles Ernesto Martínez

Davi: um homem conforme o coração de Javé? – Luiz José Dietrich

Amós: narrativa, memória, cotidiano e profecia! (Anotações exegéticas e arqueológicas em Amós 1-2) – Suely Xavier dos Santos

O Exílio de Samaria – Cecilia Toseli

Análise do manuscrito pré-samaritano 4QPaleoExodm e sua relação com o manuscrito do Pentateuco Samaritano MS Add-1846 – Elcio Valmiro Sales de Mendonça

The Goddesses and Gods of Saul – Silas Klein Cardoso

YEHUD no período Persa – Luiz Alexandre Solano Rossi

Quando Judá se torna Israel – When Judah becomes Israel – José Ademar Ademar Kaefer

Artigos

Os diversos grupos matrizes formadores do povo de Israel – Andréa Bernardes de Tassis Ribeiro, Valmor da Silva

Texto e configuração poética da bênção em Nm 6,24-26 e nos rolinhos de prata de Ketef Hinnom – Matthias Grenzer, Hugo Chagas Feitosa

A preferência de Yahweh foi pelos detentores do poder (Esd 9-10) ou pelos humilhados (Rute)?: uma glosa que quis mudar tudo (Rt 4,17d-22) – Joel Antônio Ferreira

Hipótese sobre a introdução em Judá do sacrifício expiatório Gn 2,4b-3,24; 4,1-16 e 6,5- 9,17* como “eixo estrutural” de Gênesis 1-11 – Osvaldo Luiz Ribeiro

Revisitando o Prólogo Joanino – Gilvan Leite de Araújo