Bíblia e linguagem

CANTARELA, A. G. Bíblia e linguagem: Contribuições dos estudos literários. São Paulo: Paulinas, 2023, 208 p. – ISBN 9786558082415.

Projeto Bíblia em Comunidade do SAB/Paulinas oferece uma formação sistemática para lideranças e agentes de pastoral.

As séries de livros que compõem a Coleção Bíblia em Comunidade são:CANTARELA, A. G. Bíblia e linguagem: Contribuições dos estudos literários. São Paulo: Paulinas, 2023, 208 p.

1. Visão Global da Bíblia: apresenta, em vários livros, o contexto histórico dos diferentes períodos da história do povo da Bíblia nos quais nasceram os escritos bíblicos.

2. Teologias Bíblicas: apresenta as diferentes visões ou intuições que o povo da Bíblia teve sobre Deus ao longo de sua história.

3. A Bíblia como Literatura: busca entender a Bíblia nas suas formas e gêneros literários, bem como os diferentes métodos para o estudo da Bíblia.

4. Recursos Pedagógicos: aprofunda as três séries anteriores. Estes livros têm o objetivo de oferecer ferramentas úteis para as lideranças e agentes de Pastorais, coordenarem o estudo e aprofundamento de cada um dos temas.

O livro Bíblia e linguagem: Contribuições dos estudos literários faz parte do terceiro nível do Projeto Bíblia em Comunidade, A Bíblia como Literatura.

O objetivo deste livro é estabelecer a relação entre a Bíblia e o estudo sobre a linguagem, para, em seguida, adentrar nas investigações sobre o aspecto literário bíblico. Na Bíblia, há um conjunto de textos escritos, nos quais os autores se servem de elementos literários. Nesta obra, é traçado um caminho que parte do estudo da linguagem, passando pela definição de literatura, pelas diferentes visões dos críticos literários e dos biblistas, até abordar a dimensão teológica da Bíblia. O autor proporciona um itinerário seguro para nos aprofundarmos nessa temática – que é bastante desafiadora -, e, diante de um leque de possibilidades, aponta caminhos que indicam por onde trilhar de forma segura.

Antonio Geraldo Cantarela é natural de Cachoeiro de Itapemirim (ES). Tem mestrado e doutorado em Letras (Literatura) e, também, graduação em Filosofia, Teologia e Comunicação Social. Durante muitos anos, foi redator de subsídios para a Pastoral bíblica e professor de Bíblia em vários institutos de Teologia (PUC Minas, ISTA, FAJE, Centro de Orientação Missionária de Caxias do Sul, Seminários de Luz, Diamantina e Mariana). Atualmente, é professor do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da PUC Minas e realiza pesquisa de temas relacionados à linguagem da religião e às interfaces entre religião e literatura.

Preparando meus programas de aula para 2024

Estou, nestes dias, preparando meus programas de aula de Bíblia para 2024. Começo a publicá-los no Observatório Bíblico. A intenção é de que possam servir, para além de meus alunos, a outras pessoas que, eventualmente, queiram ter uma noção de como se estuda a Bíblia em determinadas Faculdades de Teologia. Ou, pelo menos, parte da Bíblia, porque posso expor apenas os programas das disciplinas que leciono. Tomo aqui como referência o currículo do CEARP, onde trabalho. Já fiz isso em outros anos.

Quatro elementos serão levados em conta, em uma leitura da Bíblia que eu chamaria de sócio-histórica-redacional:

:: contextos da época bíblica
:: produção dos textos bíblicos
:: contextos atuais
:: leitores atuais dos textos

O sentido da Escritura, segundo este modelo, não está nem no nível dos contextos da época bíblica e/ou dos contextos atuais, nem no nível dos textos bíblicos ou da vivência dos leitores, mas na articulação que se forma entre a relação dos textos bíblicos com os seus contextos, por um lado, e entre os leitores atuais e seus contextos específicos.

Ou seja: “Da Escritura não se esperam fórmulas a ‘copiar’, ou técnicas a ‘aplicar’. O que ela pode nos oferecer é antes algo como orientações, modelos, tipos, diretivas, princípios, inspirações, enfim, elementos que nos permitam adquirir, por nós mesmos, uma ‘competência hermenêutica’, dando-nos a possibilidade de julgar por nós mesmos, ‘segundo o senso do Cristo’, ou ‘de acordo com o Espírito’, das situações novas e imprevistas com as quais somos continuamente confrontados. As Escrituras cristãs não nos oferecem um was [que], mas um wie [como]: uma maneira, um estilo, um espírito. Tal comportamento hermenêutico se situa a igual distância tanto da metafísica do sentido (positivismo) quanto da pletora das significações (biscateação). Ele nos dá a chance de jogar a sério o círculo hermenêutico, pois que é somente neste e por este jogo que o sentido pode despertar” explica BOFF, C. Teologia e Prática: Teologia do Político e suas mediações. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1993, p. 266-267.

As disciplinas de Bíblia no curso de graduação em Teologia podem, segundo este modelo, ser classificadas em três áreas:

1. Disciplinas Contextuais:
:: História de Israel I e II

2. Disciplinas Instrumentais:
:: Introdução à Sagrada Escritura
:: Hebraico Bíblico
:: Grego Bíblico

3. Disciplinas Exegéticas:
:: Pentateuco
:: Literatura Profética I e II
:: Literatura Deuteronomista
:: Literatura Sapiencial
:: Sinóticos e Atos dos Apóstolos
:: Literatura Paulina
:: Literatura Joanina
:: Apocalipse

—————————————-
Destas disciplinas, leciono:

No primeiro semestre:
:: História de Israel I: 2 hs/sem.
:: Hebraico Bíblico: 2 hs/sem.
:: Literatura Profética I: 2 hs/sem.
:: Literatura Deuteronomista: 2 hs/sem.

No segundo semestre:
:: História de Israel II: 2 hs/sem.
:: Pentateuco: 4 hs/sem.
:: Literatura Profética II: 2 hs/sem.

Metodologia exegética do Novo Testamento

GUIJARRO, S. Metodologia exegética do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 2023, 208 p. – ISBN 9788534952002.

Este livro é um manual de metodologia. Sua principal finalidade é oferecer um itinerário a quem se inicia na arte da exegese. Porque a exegese não é uma ciência, masGUIJARRO, S. Metodologia exegética do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 2023 uma arte, ou, caso prefira, uma τέχνη, no sentido que os gregos davam a essa palavra. Contudo, só se pode aprender uma arte, assim como uma τέχνη, combinando teoria e prática. Por esse motivo, as explicações teóricas na segunda parte deste manual são complementadas com alguns exercícios que permitirão ao iniciante adquirir certa destreza na prática dos principais métodos exegéticos.

O uso de um método rigoroso e comprovado é, em todas as ciências e saberes, um requisito indispensável para fazer avançar o conhecimento. Em seu sentido etimológico, a palavra “método” (do grego μετά + ὁδός = μέθοδος) faz referência ao caminho que se utiliza para se chegar a um fim. Esse sentido originário da palavra revela o caráter instrumental do método, o qual está sempre em função da meta que se deseja alcançar. Mas também mostra que se trata de um requisito indispensável para progredir no conhecimento, pois não é possível atingir a meta sem percorrer o caminho. Portanto, um método pode ser definido como um conjunto de procedimentos ordenados de maneira sistemática, estruturada e controlada para alcançar um fim.

Os destinatários ideais do presente manual são os estudantes que cursam uma licenciatura ou um doutorado em estudos bíblicos. Esses são os seus destinatários ideais, mas não os únicos, pois o itinerário metodológico que aqui se propõe resultará igualmente útil para todos aqueles que desejam começar na prática da exegese neotestamentária.

O manual se estrutura em duas partes. A primeira tem por objeto definir o referencial da exegese, explicando a necessidade do estudo crítico da Bíblia e situando a explicação do texto no contexto mais amplo da sua interpretação.

A segunda parte, que é a mais extensa e detalhada, apresenta, ordenados em quatro blocos, sete procedimentos básicos do método exegético. Os dois primeiros se referem, na realidade, a tarefas prévias de tipo preparatório que são, todavia, imprescindíveis para realizar a análise dos textos. Os outros cinco abordam o texto a partir de três pontos de vista fundamentais: a sua forma final (sincronia), a sua história (diacronia) e o seu entorno (contexto).

O original em espanhol é de 2021.

 

Sumário

Prólogo

Parte I – MARCO TEÓRICO
1. O estudo crítico da Bíblia
2. Exegese e hermenêutica

Parte II – METODOLOGIA EXEGÉTICA
Capítulo I. FIXAÇÃO DO TEXTO
1. Crítica textual
2. Análise linguística

Capítulo II. ESTUDO SINCRÔNICO
3. Análise retórica
4. Análise narrativa

Capítulo III. ESTUDO DIACRÔNICO
5. História da tradição
6. História da composição

Capítulo IV. ESTUDO CONTEXTUAL
7. Contexto sociocultural

Santiago GuijarroSantiago Guijarro Oporto (1957-) nació el año 1957. Es catedrático de Nuevo Testamento en la Facultad de teología de la Universidad Pontificia de Salamanca. Dirigió La Casa de la Biblia desde 1982 hasta 1997, etapa en la que promovió la divulgación de la Biblia y dirigió una nueva traducción que vio la luz en 1992. Pertenece a la Hermandad de Sacerdotes Operarios Diocesanos. Entre sus obras cabe señalar las siguientes: «Fidelidades en conflicto», 1998; «Jesús y sus primeros discípulos», 2007; «Servidores de Dios y esclavos vuestros», 2011; «Los evangelios: memoria, biografía, Escritura», 2012; «Los dichos de Jesús», 2014; «La primera evangelización», 2016; y «Los cuatro evangelios» (2010), nueva edición ampliada 2021.

Uma introdução à hermenêutica bíblica

SKA, J.-L. Espelhos, lâmpadas e janelas: Introdução à hermenêutica bíblica. São Paulo: Loyola, 2023, 82 p. – ISBN 9786555042443.

Há muitos modos de classificar o imenso leque de métodos literários, mas as imagens frequentes do espelho, da lâmpada e da janela ajudam a definir três principaisSKA, J.-L. Espelhos, lâmpadas e janelas: Introdução à hermenêutica bíblica. São Paulo: Loyola, 2023, 82 p. direções da hermenêutica da antiguidade até os nossos dias.

Este livro quer fornecer um “mapa de orientação”, uma série de palavras-chave ou de metáforas que muitas vezes podem ser encontradas nos manuais de crítica literária ou de interpretação bíblica.

Em relação às escolas e aos métodos, de tempos em tempos a ênfase é colocada no mundo em que o autor viveu; na obra — considerada um documento, um monumento ou um acontecimento —; ou então no papel imprescindível do leitor na elaboração do significado.

Entretanto, o que é indispensável é o fato de que a leitura dos textos antigos requer um esforço de tradução não apenas linguístico, pois a distância cultural que nos separa do universo bíblico obriga o leitor moderno a entrar na cultura de um povo de agricultores e pastores, em um mundo de pequenas aldeias em que tanto a política como a economia funcionavam de modo muito diferente dos dias atuais.

O original italiano é de 2014.

Quem é Jean-Louis Ska? Clique aqui.

Preparando meus programas de aula para 2023

Estou, nestes dias, preparando meus programas de aula de Bíblia para 2023. Começo a publicá-los no Observatório Bíblico. A intenção é de que possam servir, para além de meus alunos, a outras pessoas que, eventualmente, queiram ter uma noção de como se estuda a Bíblia em determinadas Faculdades de Teologia. Ou, pelo menos, parte da Bíblia, porque posso expor apenas os programas das disciplinas que leciono. Tomo aqui como referência o currículo do CEARP, onde trabalho. Já fiz isso em outros anos.

Quatro elementos serão levados em conta, em uma leitura da Bíblia que eu chamaria de sócio-histórica-redacional:

:: contextos da época bíblica
:: produção dos textos bíblicos
:: contextos atuais
:: leitores atuais dos textos

O sentido da Escritura, segundo este modelo, não está nem no nível dos contextos da época bíblica e/ou dos contextos atuais, nem no nível dos textos bíblicos ou da vivência dos leitores, mas na articulação que se forma entre a relação dos textos bíblicos com os seus contextos, por um lado, e entre os leitores atuais e seus contextos específicos.

Ou seja: “Da Escritura não se esperam fórmulas a ‘copiar’, ou técnicas a ‘aplicar’. O que ela pode nos oferecer é antes algo como orientações, modelos, tipos, diretivas, princípios, inspirações, enfim, elementos que nos permitam adquirir, por nós mesmos, uma ‘competência hermenêutica’, dando-nos a possibilidade de julgar por nós mesmos, ‘segundo o senso do Cristo’, ou ‘de acordo com o Espírito’, das situações novas e imprevistas com as quais somos continuamente confrontados. As Escrituras cristãs não nos oferecem um was [que], mas um wie [como]: uma maneira, um estilo, um espírito. Tal comportamento hermenêutico se situa a igual distância tanto da metafísica do sentido (positivismo) quanto da pletora das significações (biscateação). Ele nos dá a chance de jogar a sério o círculo hermenêutico, pois que é somente neste e por este jogo que o sentido pode despertar” explica BOFF, C. Teologia e Prática: Teologia do Político e suas mediações. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1993, p. 266-267.

As disciplinas de Bíblia no curso de graduação em Teologia podem, segundo este modelo, ser classificadas em três áreas:

1. Disciplinas Contextuais:
:: História de Israel I e II

2. Disciplinas Instrumentais:
:: Introdução à Sagrada Escritura
:: Hebraico Bíblico
:: Grego Bíblico

3. Disciplinas Exegéticas:
:: Pentateuco
:: Literatura Profética I e II
:: Literatura Deuteronomista
:: Literatura Sapiencial
:: Sinóticos e Atos dos Apóstolos
:: Literatura Paulina
:: Literatura Joanina
:: Apocalipse

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Destas disciplinas, leciono:

No primeiro semestre:
:: História de Israel I: 2 hs/sem.
:: Hebraico Bíblico: 2 hs/sem.
:: Literatura Profética I: 2 hs/sem.
:: Literatura Deuteronomista: 2 hs/sem.

No segundo semestre:
:: História de Israel II: 2 hs/sem.
:: Pentateuco: 4 hs/sem.
:: Literatura Profética II: 2 hs/sem.

Cássio Murilo: Metodologia de exegese bíblica

Acabo de receber um grande presente de meu amigo e colega Cássio Murilo Dias da Silva: a nova versão de seu livro Metodologia de exegese bíblica.

SILVA, C. M. D. da. Metodologia de exegese bíblica: versão 2.0. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Paulinas, 2022, 600 p. – ISBN 9786558081661.SILVA, C. M. D. da. Metodologia de exegese bíblica: versão 2.0. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Paulinas, 2022, 600 p. – ISBN 9786558081661.

Clique aqui e leia uma amostra do livro: sumário, prefácio e palavra inicial do autor.

Saiba mais sobre Cássio Murilo Dias da Silva e suas publicações percorrendo o Observatório Bíblico.

O livro tem prefácio de Jean Louis Ska, do Pontifício Instituto Bíblico, Roma.

Diz a editora:

Esta nova versão de Metodologia de exegese bíblica reelabora radicalmente a anterior, já com mais de duas décadas. Apesar das mudanças, ela preserva a principal característica da “versão 1.0”: a apresentação didática e clara de cada passo metodológico. O autor transcreve o que seriam suas apresentações, seus exemplos e seus esclarecimentos em um encontro presencial.

Os primeiros capítulos (2–6) orientam o aprendiz de exegeta a preparar o texto que pretende interpretar.

Em seguida, são ensinadas quatro análises da leitura sincrônica (capítulos 7–10).

Depois, as diferentes análises da leitura diacrônica (capítulos 11–12 e 14–16).

Cássio Murilo Dias da SilvaDois outros capítulos (13 e 17) ensinam, respectivamente, como fazer a leitura sinótica dos evangelhos e como analisar a poesia hebraica.

No último capítulo (18), em uma amostra de sua tese doutoral, o autor aplica conjuntamente todos os passos metodológicos ensinados ao longo do livro.

Não obstante a tecnicidade da exposição, fica bastante claro que a exegese bíblica não tem finalidade em si mesma. Se assim for, em vez de abrir o texto, ela o fecha e emudece. A exegese séria e, ao mesmo tempo, comprometida com a realidade é imprescindível para que a interpretação da Bíblia supere o fundamentalismo e seja relevante, não só para o mundo acadêmico e para o universo eclesiástico, mas também e principalmente para a sociedade.

Este livro é oferecido para ajudar os que amam a Bíblia a dar passos firmes nos muitos caminhos da interpretação da Palavra de Deus.

Sobre o uso das ciências sociais na leitura da Bíblia

Porque o intérprete bíblico ao lidar com textos deve lidar com a linguagem, e porque a linguagem é um produto social, devem ser encontrados métodos que possam lidar com essa dimensão social dos textos bíblicos.

Because the biblical interpreter in dealing with texts must deal with language, and because language is a social product, methods must be found which can deal with that social dimension of the biblical texts (Abstract).

Em um artigo de 1982 sobre o uso das ciências sociais na interpretação dos textos bíblicos, conclui Bruce Malina:Bruce Malina (1933-2017)

O resultado de tal abordagem da Bíblia deve ser uma maior compreensão do comportamento descrito nos textos – o comportamento das pessoas que povoam o texto, bem como o comportamento atribuído a Deus por analogia com o comportamento humano.

Em vez de dogmas bíblicos, conheceríamos e apreciaríamos os personagens que encarnavam a fé bíblica.

Em vez de diretrizes morais e proposições teológicas, descobriríamos pessoas em suas sociedades e os fundamentos de suas relações interpessoais.

Em vez da Bíblia como fonte da “religião do livro”, encontraríamos a Bíblia como um registro da “religião das pessoas” e seus sucessos e fracassos teocêntricos e cristocêntricos que estão na fonte de nossa tradição judaico-cristã.

Em vez de teologia, conheceríamos nossos ancestrais de carne e osso na fé e nas dimensões de sua busca por uma existência humana adequadamente significativa.

Se tais são os resultados possíveis, certamente vale a pena tentar a abordagem (p. 241-242).

 

The outcome of such an approach to the Bible should be increased understanding of the behavior described in the texts-the behavior of the persons who people the text as well as the behavior ascribed to God by analogy with human behavior. Instead of biblical dogmas, we would get to know and appreciate the personages who embodied biblical faith. Instead of moral guidelines and theological propositions, we would discover social persons and the underpinnings of their interpersonal relations. Instead of the Bible as a source of the “religion of the book,” we would find the Bible as a record of the “religion of persons” and their theocentric and christocentric successes and failures that lie at the source of our Judaeo-Christian tradition. Instead of theology, we would make the acquaintance of our flesh and blood ancestors in faith and the dimensions of their quest for an adequately meaningful human existence. If such be the hoped for outcomes, the approach is certainly worth a try (p. 241-242).

Sobre Bruce Malina, confira aqui.

Fonte: MALINA, B. The Social Sciences and Biblical Interpretation: Reflections on Tradition and Practice. Interpretation: A Journal of Bible and Theology, vol. 36, n. 3, p. 229-242, 1982.

Artigo sobre a leitura sociológica da Bíblia

Acabei de publicar meu artigo sobre a leitura sociológica da Bíblia.

Philip R. Davies, exegeta britânico, ao falar dos métodos usados na leitura da Bíblia nas últimas décadas, sugeriu que a combinação das abordagens literárias e sociológicas apresenta hoje o mais promissor caminho para o avanço dos estudos bíblicos.

É que estas abordagens examinam não somente a literatura e a realidade social de Israel, mas também as forças sociais subjacentes à produção da literatura bíblica, onde se distingue a sociedade que está por trás do texto da sociedade que aparece dentro do texto.

Além disso, sublinhou ainda Philip R. Davies, estas abordagens situam Israel no seu contexto histórico apropriado e questionam preconceitos teológicos que, frequentemente, estorvam os especialistas em exegese bíblica.

Na mesma direção sinalizou o norte-americano Norman K. Gottwald, quando disse que a leitura sociológica fecha a porta “firme e irrevogavelmente, às ilusões idealistas e supernaturalistas que ainda impregnam e enfeitiçam nossa perspectiva religiosa”, quando abordamos um texto bíblico.

É igualmente importante salientar que a leitura sociológica da Bíblia está relacionada especialmente com os métodos histórico-críticos e com a leitura popular.

Na medida em que toda abordagem sociológica de um texto histórico é também uma abordagem histórica, a leitura sociológica tem complementado a leitura histórico-crítica. Especialmente importante é a percepção de que sua colaboração se faz necessária quando a historiografia não se contenta em descrever as ações dos grupos dominantes de determinada sociedade, mas a história quer revelar a atividade total de um povo.

Do mesmo modo, a leitura popular que vem sendo feita entre nós se beneficia das contribuições das ciências sociais. No estudo do contexto em que foram escritos os textos bíblicos, por exemplo, costuma-se olhar os quatro lados da situação enfocada: os lados econômico, social, político e ideológico. Esta é uma atitude sociológica.

Por isto, neste artigo proponho:

. descrever sinteticamente o nascimento da sociologia

. dar exemplos de leituras sociológicas da Bíblia Hebraica

. dar exemplos de leituras sociológicas do Novo Testamento

. citar alguns desafios e dificuldades da leitura sociológica da Bíblia.

O que é a leitura sociológica da Bíblia?

Estou terminando mais um artigo sobre a leitura sociológica da Bíblia.

Um texto mais curto que será publicado pelas Paulinas no começo de 2023 como um capítulo em um livro sobre métodos de leitura da Bíblia.

E um mais longo e detalhado que será publicado, na próxima semana, na minha página.

Desde 1991 venho publicando sobre o assunto.

1. O primeiro texto foi Leitura sociológica da Bíblia. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 32, p. 74-84, 1991. Ainda não está online, mas deverá estar em breve.

2. Depois escrevi, em 2000, um texto bem mais longo que foi publicado como um capítulo chamado “Leitura socioantropológica” em DIAS DA SILVA, C. M. com a colaboração de especialistas, Metodologia de exegese bíblica. 3. ed. São Paulo: Paulinas, [2000] 2009. Este mesmo texto foi publicado em 3 partes em minha página, como:

:. O discurso socioantropológico: origem e desenvolvimento

:. Leitura socioantropológica da Bíblia Hebraica

:. Leitura socioantropológica do Novo Testamento

3. Em 2008 testei o método em Leitura socioantropológica do livro de Rute, artigo que foi publicado em Estudos Bíblicos n. 98, Petrópolis: Vozes, p. 107-120, 2008 e que está disponível também em minha página.

Uma explicação: chamo esta abordagem de “leitura socioantropológica” por utilizar em conjunto a sociologia e a antropologia cultural, ou social.

Foi o norte-americano John H. Elliott quem, em 1990, deu o nome de “social-scientific criticism” ao método, algo como “crítica sociocientífica”.