Bons e maus reis: discutindo os governos de Josias e Manassés

GRABBE, L. L. (ed.) Good Kings and Bad Kings: The Kingdom of Judah in the Seventh Century BCE. London: Bloomsbury T&T Clark, 2005, 384 p. – ISBN 9780567082725.

According to the Bible, among the last kings of the kingdom of Judah was one of the most notorious kings-Manasseh-and one of the most righteous-Josiah. Are the accounts of their contrasting reigns anything more than the ideological creations of pious writers and editors? Does this juxtaposition of a ‘good king’ and a ‘bad king’ GRABBE, L. L. (ed.) Good Kings and Bad Kings: The Kingdom of Judah in the Seventh Century BCE. London: Bloomsbury T & T Clark, 2005provide good historical information or only theological wishful thinking? In this volume the on-going discussions in the European Seminar on Methodology in Israel’s History have tackled the history of Judah in the seventh century BCE, with a focus on the reign of Josiah. Some essays survey the history and archaeology of Judah from Sennacherib to Nebuchadnezzar. Several examine the reign of Manasseh and address the question of whether it is ripe for re-evaluation. Others ask what we know of the reign of Josiah and, especially, what form his famous cult reform took or even whether it was historical. As always, the editor gives an introduction to the topic, with summaries of the contributions, plus a concluding summary of and personal perspective on the discussion. Contributors include such internationally known scholars as Rainer Albertz, Philip Davies, Axel Knauf, Nadav Na’aman, Marvin Sweeney, and Christoph Uehlinger

Reviews

“”Each scholar, across the spectrum of currrent thought about Israel’s history … does a superb job of rendering explicit the assumptions and methodological procedures with which he approaches the welter of material which must be considered when writing about this time in Judah’s history … the entire volume is strong” Expository Times” –

“Individual Reviews by Lester E. Grabbe and Francesca Stavrakopoulou in the International Review of Biblical Studies” – Intl. Review of Biblical Studies

“”The collection of essays provides a good overview of positions in the current debate on the usefulness (or lack thereof) of biblical and archaeological sources for the reconstruction of the history of seventh-century Judah.” 32.5 (2008)” – J.L.W. Schaper, Journal for the Study of the Old Testament

“”Each of the articles presented here is well written, scholarly, and thought provoking” John Engle, RBL 04/2006,” – John Engle, RBL

“”This volume is of keen interest not only for commentators on the book of Deuteronomy but also for those working on a literary history of the Pentateuch or a history of the Yahweh religion…Grabbe presents a very helpful volume that delivers a kind of candid shot of the debate on the history of seventh century B.C.E…. This volume contributes a good deal to this methodology.”” – Eckart Otto, RBL

 

Este é mais um livro que preciso analisar com tempo. É resultado das discussões do grupo que constitui o Seminário Europeu de Metodologia Histórica.

Criacionistas e defensores do design inteligente em apuros com a descoberta do Tiktaalik roseae

O Tiktaalik roseae, de 375 milhões de anos, é o elo perdido entre os peixes e os vertebrados terrestres, inclusive os seres humanos

 

Paleontólogos americanos encontram peixe com pata

É o fóssil que todo estudioso da evolução pediu a Deus: um peixe com patas. Aliás, também com o começo de um pulso nas “mãos” e um pescoço. Os paleontólogos costumam fugir do clichê, mas não dá para negar: esse animal é o elo perdido na origem de todos os vertebrados terrestres, inclusive o Homo sapiens.

A história quase inacreditável do Tiktaalik roseae, um predador de águas rasas que pode ter alcançado até 2,7 m de comprimento quando vivo, começa a ser revelada na edição de hoje da revista científica “Nature”. O bicho foi retirado do meio de rochas com 380 milhões de anos por um trio de paleontólogos americanos, Neil Shubin, Edward Daeschler e Farish Jenkins Jr. “Nós o achamos em meio a um cenário ártico clássico, na ilha de Ellesmere [Canadá], rodeados por ursos polares e bois-almiscarados”, contou Shubin.

No entanto, durante o Período Devoniano (fase da história da Terra na qual o bicho viveu), a região estava muito mais próxima do Equador, de forma que o Tiktaalik Tiktaalik roseaeprovavelmente passava seus dias num agradável delta de rio subtropical, de águas rasas e cheias de barro. “Temos vários esqueletos articulados, e o mais completo vai até a base da cauda”, diz Shubin, que trabalha na Universidade de Chicago. O tamanho varia –o menorzinho pode ter tido 1,2 m– mas são todos membros da mesma espécie.

De brincadeira, os descobridores do Tiktaalik estão chamando o bicho de “peixápode” –mistura de peixe com tetrápode, nome técnico dado a todos os vertebrados terrestres (a palavra grega quer dizer “de quatro patas”). De fato, o fóssil cumpre perfeitamente essa função de intermediário entre os dois grupos. Antes dele, só se conheciam tetrápodes verdadeiros, com membros cheios de dedos, ou peixes com nadadeiras musculosas, mas que não chegavam perto de uma pata.

O Tiktaalik, por outro lado, tem “barbatanas” que parecem estar querendo virar braços e pernas, mas não chegaram lá –ainda. Os cientistas simularam sua postura e estimaram que as pontas das nadadeiras –os “pulsos”– podiam se dobrar, de forma a manter o bicho apoiado no solo. “Antes, as pessoas viam a mão inteira dos tetrápodes como algo que aparece de repente. O Tiktaalik muda isso”, afirma Neil Shubin.

É uma capacidade que pode ter sido útil para se mover em meio a pedras, lodo ou plantas aquáticas, e mesmo para se arrastar fora d’água por períodos curtos. Ele tinha brânquias para respirar na água, mas sua boca estava organizada de tal jeito que ele poderia também arrancar oxigênio do ar.

Os olhos no topo da cabeça, feito os de um jacaré, ajudavam a mantê-lo alerta tanto dentro quanto fora d’água, e o surgimento de um pescoço, com ossos móveis, facilitava sua atividade de predador. Faltam apenas os dedos –o principal “salto” evolutivo que ainda separa a criatura dos vertebrados terrestres.

Ajuda brasileira

O animal tem ainda uma característica pouco usual em peixes: suas costelas “montam” umas nas outras, como se fossem placas rígidas. “Isso serve para dar sustentação ao tronco”, disse à Folha Jenkins, paleontólogo da Universidade Harvard. “Acreditamos que essa característica apareça em criaturas que deixam a flutuação e precisam das costelas para apoiar o corpo num ambiente dominado pela gravidade.”

Essa hipótese anatômica, agora comprovada pelo novo fóssil, foi desenvolvida por Jenkins há mais de três décadas. E com uma ajudinha brasileira. O cientista conta que estava estudando costelas de vertebrados terrestres fósseis e atuais. E um dos raros casos de costelas sobrepostas está justamente num animal brasileiro, uma espécie de tamanduá.

“O problema é que eu não tinha nenhum esqueleto de tamanduá para estudar”, conta Jenkins. “Quem me arrumou um foi o grande zoólogo e compositor brasileiro Paulo Vanzolini”, lembra.

O trio de cientistas deve voltar ao Ártico no meio deste ano para coletar mais fósseis da criatura.

Jenny Clack, especialista em tetrápodes primitivos da Universidade de Cambridge, disse em comentário na “Nature” que o fóssil tem tudo para se tornar um ícone das transições evolutivas, tal como o Archaeopteryx, o dinossauro com penas que é considerado a mais antiga ave.

Fonte: Reinaldo José Lopes – Folha Online: 06/04/2006

Esta descoberta coloca os criacionistas e os defensores do design inteligente em situação delicada…