O primeiro Estado de Israel

MENDONÇA, E. V. S. O primeiro Estado de Israel: redescobertas arqueológicas sobre suas origens. São Paulo: Recriar, 2020, 272 p. – ISBN 9786586242263.MENDONÇA, E. V. S. O primeiro Estado de Israel: redescobertas arqueológicas sobre suas origens. São Paulo: Recriar, 2020

Por muitos séculos se acreditou que Davi e Salomão teriam formado o grande reino de Israel, a Monarquia Unida, com sede em Jerusalém. Porém, as novas pesquisas arqueológicas, históricas e bíblicas têm causado uma reviravolta na história das origens do Estado israelita.

Neste livro, você saberá como estas reviravoltas têm contribuído para uma importante descoberta: os reis de Israel, Omri e Acab, foram os responsáveis pela formação do poderoso primeiro Estado de Israel com sede em Samaria durante o século IX AEC.

Você verá como esta dinastia, apresentada em 1 e 2 Reis de forma extremamente negativa e pejorativa, na verdade foi muito influente e levou o primeiro Estado de Israel ao patamar de uma potência regional, dominando o território de Gilead, reino vizinho de Moab, o sul da Síria e o reino de Judá e, com o reinado de Atalia, filha de Jezabel, em Jerusalém, deu origem à memória da grande Monarquia Unida.

Com prefácios de Israel Finkelstein e José Ademar Kaefer.

Leia uma amostra do livro clicando aqui.

 

Sumário

Dedicatória
Prefácio I – Por Israel Finkelstein
Prefácio II – Por José Ademar Kaefer
Abreviaturas

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I – A situação atual da pesquisa sobre Israel Norte
1. Abordagens sobre a dinastia Omrida publicadas até 1980
2. Abordagens sobre os Omridas publicadas entre 1980 e 2000
3. Abordagens sobre a dinastia Omrida publicadas após 2000
Considerações Finais

CAPÍTULO II – O conjunto literário sobre a dinastia Omrida
Introdução: Os Reis Omridas (1Rs 16.23 – 2Rs 11.13)
1. Omri e a Fundação de Samaria (1Rs 16.15 – 28)
2. O Reinado de Acab (1Rs 16.29 – 22.40)
3. O Reinado de Acazias (1Rs 22.52 – 2Rs 1.18)
4. O Reinado de Jorão (2Rs 3.1 – 9.29)
5. Dois Reis em Israel Norte e em Judá com os mesmos Nomes (2Rs 8.16-29)
6. A Revolta de Jeú: o Extermínio da Dinastia Omrida (2Rs 9-10)
7. Atalia: uma Rainha Omrida em Jerusalém (2Rs 11.1-3, 13-16)
8. Os Omridas e o Domínio sobre Judá em 1 e 2 Reis
9. A Dinastia Omrida nos livros das Crônicas (2Cr 18.1 – 23.15)
10. O Domínio da Transjordânia
11. O Território Omrida na Transjordânia no livro de Juízes (Jz 11.12-22)
Considerações Finais

CAPÍTULO III – A fundação de Samaria a partir da arqueologia
Introdução
1. Localização do sítio arqueológico de Sebastia (Samaria)
2. Geografia e Topografia de Samaria e Região
3. História da Pesquisa Arqueológica em Samaria
4. A Capital do Primeiro Estado Israelita
Considerações Finais

CAPÍTULO IV – O território dominado pelos Omridas a partir da arqueologia
Introdução
1. As 7 Principais Características Arquitetônicas das Cidades e Fortalezas Omridas
2. Arquitetura Omrida em Israel Norte
3. Arquitetura Omrida na Transjordânia: As Estelas de Mesha e de Tel Dan
4. Planalto de Gilead
5. Território dominado por Israel Norte
Considerações Finais

CAPÍTULO V – O Primeiro Estado de Israel: monarquia unida do séc. IX AECÉlcio Mendonça
Introdução
1. O Primeiro Estado de Israel Norte e Judá
2. Um Estado Independente
3. Dinastia Omrida: A Monarquia Unida
4. Omri e Acab / Davi e Salomão
Considerações finais

CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO I – Arquitetura Omrida
ANEXO II – Fortalezas Omridas
ANEXO III – Marcas de pedreiro
ANEXO IV – Inscrições hebraicas e aramaicas
ANEXO V – Códices Massoréticos

Índice Remissivo
Referências Bibliográficas

Élcio Mendonça: Doutor e Mestre em Ciências da Religião (UMESP). Professor Doutor na Graduação em Teologia da Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) e Professor de Hebraico Bíblico no Curso de Línguas Bíblicas (Fateo-UMESP). Pesquisador do Grupo de Pesquisa Arqueologia do Antigo Oriente Próximo (PPG-Ciências da Religião/UMESP). Concentra suas pesquisas no área da Epigrafia Paleo-Hebraica, no estudo do Pentateuco Samaritano e na História de Israel Norte.

Sobre o amuleto do Monte Ebal

A notícia de uma grande descoberta arqueológica em Israel está circulando por aí. Isto porque em um pequeno objeto de chumbo, um amuleto, encontrado no Monte Ebal, em Israel, aparece lá pelo final da Idade do Bronze (por volta de 1150 a.C.) uma inscrição em escrita alfabética protocanaanita e, dizem, o nome Iahweh. O que seria algo bem mais antigo do que temos até hoje.

Muitos especialistas duvidam da novidade anunciada e, prudentemente, aguardam o prometido artigo acadêmico dos autores.O amuleto do Monte Ebal

O respeitado epigrafista Christopher Rollston, escreveu, em 26 de março de 2022, em sua página Rollston Epigraphy, um texto com algumas advertências metodológicas sobre este achado. Vale a pena ler.

The Mount Ebal Lead ‘Curse’ Inscription in Late Bronze Age Hebrew: Some Methodological Caveats – Christopher Rollston – Rollston Epigraphy, 26 March 2022

Entre outras coisas, ele diz:

Aqui estão alguns dos fatos básicos.

Em 24 de março de 2022 na Lanier Theological Library (em Houston, Texas), Scott Stripling (Reitor do Seminário Bíblico em Katy, Texas, USA, e Diretor de Escavações dos Associados para Pesquisa Bíblica em Khirbet el-Maqatir e Silo, Israel) , juntamente com Pieter van der Veen (Johannes Gutenberg-University, Mainz, Alemanha) e Gershon Galil (Universidade de Haifa, Israel) realizaram uma conferência de imprensa para anunciar a descoberta e decifração putativa de uma inscrição de chumbo dobrada de 2 cm x 2 cm. Observo que a inscrição permanece dobrada, ou seja, não foi aberta.

De acordo com Stripling, Galil e van der Veen, as quarenta letras no interior deste objeto de chumbo dobrado não são discerníveis a olho nu. No entanto, por meio de imagens realizadas em Praga na Academia de Ciências da República Tcheca, eles (ou seja, van der Veen e Galil) acreditam que quarenta letras podem ser vistas, que essas letras podem ser lidas e as palavras resultantes podem ser decifradas.

Aqui está sua tradução: “Amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado – amaldiçoado pelo Deus Yhw [Yahweh], Você morrerá amaldiçoado. Amaldiçoado você certamente morrerá. Amaldiçoado por Yhw – amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado.”

Além disso, esses estudiosos afirmam que a escrita desta inscrição é “protoalfabética”. Talvez seja útil mencionar que um modo padrão de descrever a escrita alfabética neste período de tempo seria “alfabética antiga” ou “protocanaanita”, em vez de “protoalfabética”.

Stripling, Galil e van der Veen também afirmam que existem algumas letras do lado de fora desse objeto de chumbo dobrado, mas não mencionam quais letras ou palavras eles podem estar lendo do lado de fora.

Chama a atenção o fato desta inscrição não ter sido encontrada em um contexto estratificado durante as escavações no “Monte Ebal”.

Observe que Adam Zertal dirigiu as escavações no Monte Ebal na década de 1980, e ele acreditava ter encontrado neste local uma “estrutura” que ele (Zertal) acreditava ser provavelmente um altar e poderia ser conectado de alguma forma com o altar mencionado em Js 8,30-31.

Em vez disso, esse objeto de chumbo inscrito foi encontrado em 2019, como parte de um processo de peneiração de parte do material que havia sido descartado nas escavações dos anos 80.

Talvez também seja útil mencionar: a conferência de imprensa na Lanier Theological Library faz referência a alguns restos de carbono que foram encontrados durante a peneiração, mas não há referência, infelizmente, a nenhuma data de carbono (por exemplo, AMS, etc.).

Também é importante mencionar o fato de que Stripling, Galil e van der Veen ainda não terminaram de escrever o artigo acadêmico sobre essa descoberta. Eles esperam completá-lo nos próximos meses e, em seguida, enviá-lo para publicação em algum lugar.

 

Sítio arqueológico do Monte Ebal, perto de Siquém Na conclusão, após as interessantes advertências metodológicas que constituem o núcleo do texto, ele recomenda:

Em suma, eu sugeriria que devemos dar um passo atrás e deixar a poeira baixar. Parece-me que Stripling, Galil e van der Veen fizeram muitas suposições. Além disso, estou longe de estar convencido de suas leituras, especialmente porque eles não forneceram nem mesmo uma única boa imagem.

E também me parece que o melhor preditor do futuro é o passado. E no passado, vira e mexe, alegações sensacionais se transformaram em cinzas no cadinho da análise séria, filológica e epigráfica. Então, vamos esperar e ver como isso vai ficar. Mas, quanto a mim, temo ser metodologicamente cauteloso demais para abraçar as suposições sensacionais de Stripling, Galil e van der Veen.

Veja também:

Archaeologist claims to find oldest Hebrew text in Israel, including the name of God – By Amanda Borschel-Dan – The Times of Israel: 24 March 2022

Academic article on controversial 3,200-year-old ‘curse tablet’ fails to sway experts – By Melanie Lidman – The Times of Israel: 14 May 2023

Um resumo do caso, em português, pode ser lido aqui.

Pioneiras da arqueologia

Pode parecer que, nos primeiros tempos, a arqueologia era um empreendimento exclusivamente masculino.Pioneiras da arqueologia

Mas não.

De fato, alguns dos desenvolvimentos iniciais mais significativos da disciplina foram forjados por mulheres.

Estas são apenas algumas das mulheres mais ousadas dos primeiros dias da arqueologia que estavam determinadas a impulsionar as coisas de maneiras novas e importantes.

Entre elas, Kathleen Kenyon (1906-1978), muito citada em nosso meio por seu trabalho em Jericó.

Leia:

Pioneering Women in Archaeology – By Maria Pakholok – DigVentures: 6 March, 2015

Back in the days when archaeology was a developing discipline, it was – like so many things – dominated by men. Or so you would think if you only looked at Wikipedia’s archaeology page. In fact, some of the discipline’s most significant early developments were forged by women. These are just a handful of some of the boldest, most kickass women from the early days of archaeology who were determined to push things forward in new and important ways.

Kathleen became the leading archaeologist of the Neolithic Near East of her time. Starting out as the first female president of the Oxford University Archaeological Society, Kathleen Kenyon (1906-1978) worked in the field with Mortimer Wheeler and became the leading English archaeologist of the Neolithic Near East, and it was her work at Jericho that led to it being recognized as the oldest continuously occupied settlement in history at the time.

E mais:

:: Here Are 11 Pioneering Women Archaeologists – By Mindy Weisberger – LiveScience: March 23, 2018

There are plenty women who conducted truly groundbreaking archaeological work. Some of their pioneering contributions date back more than a century, and women today continue to forge new paths in the field by challenging how scientists investigate and interpret clues from the past.

:: The Untold Stories of Archaeology’s Women – By Brenna Hassett, Suzanne Pilaar Birch, Rebecca Wragg Sykes, and Tori Herridge – Sapiens: 23 MAR 2021

Stories of pioneering women in the “digging” sciences have been skewed toward those who were White, wealthy, and networked. The TrowelBlazers project aims to reset our imagination—and our future.

Ainda:

:: Lista de mulheres arqueólogas – Wikipedia

A imperialização da Assíria: uma abordagem arqueológica

DÜRING, B. S. The Imperialisation of Assyria: An Archaeological Approach. Cambridge: Cambridge University Press, 2020, 198 p. – ISBN 9781108478748.

Este estudo trata de um dos processos mais notáveis da história do Antigo Oriente Médio, que teve impactos significativos no desenvolvimento de longo prazo daDÜRING, B. S. The Imperialisation of Assyria: An Archaeological Approach. Cambridge: Cambridge University Press, 2020 Eurásia. Este desenvolvimento consiste no surgimento de formas sustentáveis de império e imperialismo.

O surgimento de impérios duráveis resultou em uma transformação total da dinâmica de poder inter-regional do mundo antigo. Essas infraestruturas imperiais acabaram por dar origem à ordem global do mundo moderno, na qual as ações de alguns governos poderosos têm repercussões em todo o globo.

Embora seja ingênuo argumentar por uma evolução direta das tradições imperiais da Assíria para o mundo moderno, argumentarei que os repertórios imperiais foram transmitidos e retrabalhados de um império para o outro, e que o imperialismo no mundo moderno tem suas raízes na passado profundo.

Os impérios se desenvolveram inicialmente em um número relativamente limitado de regiões do mundo, incluindo o Oriente Médio, China, Andes e Mesoamérica, e posteriormente se espalharam por grande parte do globo. Os primeiros impérios do mundo tomaram forma no Oriente Médio e tiveram um impacto decisivo na história subsequente da Eurásia ocidental, com a China assumindo um papel semelhante no Extremo Oriente.

O Antigo Oriente Médio deu origem a alguns dos primeiros impérios da história mundial. Os maiores estados do mundo estavam localizados na Mesopotâmia e no Egito mais de um milênio antes que um estado de tamanho similar surgisse na China, e somente na segunda metade do primeiro milênio AEC na Índia e no Mediterrâneo.

O Império Assírio foi o primeiro estado a alcançar o domínio duradouro do Antigo Oriente Médio, existindo por cerca de sete séculos [1350-612 AEC] e, eventualmente, controlando a maior parte da região.

A questão central deste estudo é: como explicar o sucesso do (Médio) Império Assírio [ca. 1350-1050 AEC]? Isso será feito ao longo de três linhas de investigação:

Em primeiro lugar, quais foram as circunstâncias e condições históricas em que o Império Assírio tomou forma e se reproduziu? Obviamente, a Assíria, como qualquer outro estado na história, foi determinada em grande medida por desenvolvimentos históricos mais amplos, por um lado, e eventos-chave, por outro, e precisamos mapear esse contexto histórico para entender o Império Assírio.

Em segundo lugar, que conjunto de tradições culturais estavam presentes na Assíria que ajudam a explicar seu sucesso como estado imperial? Como a Assíria desenvolveu seus repertórios imperiais, ou seja, as técnicas e estratégias usadas para alcançar e manter a dominação, e até que ponto esses repertórios imperiais eram particularmente assírios, ou vice-versa, vemos empréstimos de instituições e tecnologias de dominação imperial de impérios predecessores , como Mitani, e impérios contemporâneos, como o Egito do Reino Novo, os hititas e os cassitas.

Terceiro, para entender o Império Assírio, precisamos perguntar o que havia nele para as várias categorias de pessoas que faziam parte dele. No final, mesmo os estados imperiais mais poderosos podem ser desfeitos pelas ações das pessoas comuns, e a proeza imperial depende do equilíbrio da participação da população em geral. Assim, para entender a conquista imperial assíria, é essencial mapear os vários tipos de atores envolvidos e por que pessoas de diversas origens sociais e status sociais teriam optado por participar do projeto imperial assírio.

Para explorar essas questões, começarei discutindo o contexto mesopotâmico e sua história de fragmentação política, e discutirei por que essa região foi difícil de unificar em um império por um período substancial de tempo (Capítulo 1).

Em seguida, apresentarei a história inicial de Assur, como ela se tornou o núcleo do império assírio, e discutirei uma característica emergente que se tornaria um dos blocos de construção do império em tempos posteriores (Capítulo 2).

Posteriormente, discutirei as circunstâncias históricas e geográficas que tornaram possível a ascensão da Assíria (Capítulo 3).

Em seguida, discutirei o impacto variado da Assíria nos territórios conquistados e o que a heterogênea pegada arqueológica assíria nos diz sobre a natureza do imperialismo (Capítulo 4).

Em seguida, discutirei os repertórios imperiais, os recursos disponíveis para criar e manter o império e porque diversos povos optaram pelo projeto imperial assírio (Capítulo 5).

Por fim, discutirei como a Assíria se tornou o império predominante do Oriente Médio na Idade do Ferro e como essa conquista sem precedentes foi baseada no legado da Assíria Média (Capítulo 6).

O capítulo final (Conclusões) sintetizará as principais conclusões deste estudo.

Definindo Impérios

Médio Império Assírio no século XIII AECEntão, como podemos estudar impérios com base em dados arqueológicos?

Aqui argumenta-se que os impérios devem ser entendidos como estados extensos que incluem pelo menos dois estados regionais  preexistentes e que o imperialismo deve ser entendido como o processo pelo qual a política dominante (ou sociedade metropolitana) cria e mantém controle efetivo sobre as políticas dominadas (sociedades provinciais e periféricas).

Os impérios, então, não são sistemas hegemônicos de cobrança de tributos que giram em torno de ideologia, culto e vida na corte – embora esses elementos sejam frequentemente ingredientes importantes dos impérios – mas devem ser entendidos acima de tudo como o esforço mais ou menos bem-sucedido para superar desafios logísticos de distância, bem como resistência e obstrução locais, que, se não forem atendidas adequadamente, inevitavelmente levarão ao colapso imperial.

Os fatores logísticos tiveram efeitos claros: primeiro, na economia pré-moderna, o que significava que os excedentes agrícolas só podiam ser consumidos localmente; segundo, as habilidades das elites imperiais para obter e compartilhar informações sobre desenvolvimentos em regiões distantes; e, terceiro, a capacidade das elites imperiais de intervir militarmente ou de outra forma em regiões distantes dos impérios. Para superar esses problemas, impérios precisavam ser estabelecidos e consolidados no centro, nas províncias, nas periferias e além, por meio de um amplo e flexível conjunto de repertórios imperiais, dos quais as elites e as cortes são apenas um componente.

Assim, defendo que o cerne da questão é como a hegemonia imperial é alcançada e mantida nos territórios conquistados, ou seja, nas províncias e periferias. Portanto, o imperialismo é um tipo particular de relação de poder de uma política imperial sobre sociedades subalternas, e um império é uma política que é bem-sucedida em seus esforços para manter esse tipo de relação de poder ao longo de gerações.

Fonte: Estes trechos foram traduzidos da Introdução, p. 1-4 e do Capítulo 1, Um mundo fragmentado, p. 5-26.

Bleda S. Düring é Professor de Arqueologia do Antigo Oriente Médio na Universidade de Leiden, Países Baixos.

 

This study deals with one of the most remarkable developments in the history of the Ancient Near East, which had significant impacts on the long-term development of Eurasia. This development consists of he rise of sustainable forms of empire and imperialism. The emergence of durable empires resulted in a total transformation of interregional power dynamics of the ancient world. These imperial infrastructures eventually gave rise to the global order of the modern world, in which the actions of a few powerful governments have repercussions across the globe. While it would be naive to argue for a direct evolution of imperial traditions from Assyria to the modern world, I will argue that imperial repertoires were transmitted and reworked from one empire to the next, and that imperialism in the modern world has its roots in the deep past.

Empires first developed in a relatively limited number of regions of the world, including the Near East, China, the Andes, and Meso-America, and subsequently spread to a large part of the globe. The earliest empires of the world took shape in the Near East, around 2300 BCE, and these had a decisive impact on the subsequent history of western Eurasia, with China taking on a similar role in the Far East.

The Ancient Near East gave rise to some of the earliest empires in world history. The largest states of the world were located in Mesopotamia and Egypt more than a millennium before a state of similar size emerged in China, and only in the second half of the first millennium BCE do comparably large political entities emerge in other regions such as India and the Mediterranean.

The central question of this study is: how can we explain the success of the (Middle) Assyrian Empire? This will be done along three lines of inquiry. First, what were theAntigo Oriente Médio no século XIII AEC historical circumstances and conditions in which the Assyrian Empire took shape and was reproduced? Obviously, Assyria, like any other state in history, was determined to a significant extent by broader historical developments on the one hand, and key events, on the other, and we need to chart this historical context to understand the Assyrian Empire. Second, what set of cultural traditions were present in Assyria that help to explain its success as an imperial state? How did Assyria develop its imperial repertoires, that is the techniques and strategies used to achieve and maintain domination, and to what degree were these imperial repertoires particularly Assyrian, or vice versa, do we see borrowings of institution and technologies of imperial domination from predecessor empires, such as the Mittani, and contemporary empires, such as New Kingdom Egypt, the Hittites, and the Kassites. Third, to understand the Assyrian Empire we need to ask what was in it for the various categories of people who were part of it. In the end, even the most powerful imperial states can be undone through the actions of ordinary people, and imperial prowess depends on the balance of participation of the population at large. Thus, to understand the Assyrian imperial achievement, it is essential to map the various types of actors involved, and why people of diverse social backgrounds and social statuses would have opted into partaking into the Assyrian imperial project.

To explore these questions I will start by discussing the Mesopotamian context and its history of political fragmentation, and discuss why this region was difficult to unify in an empire for a substantial period of time (Chapter 1). Then I will introduce the early history of Assur, how it became the nucleus of the Assyrian empire, and will discuss an emergent distinctiveness that would become one of the building block of empire in later times (Chapter 2). Subsequently, I will discuss the historical and geographical circumstances that made the rise of Assyria possible (Chapter 3). Next, I will discuss the variegated impact of Assyria in conquered territories, and what the heterogeneous Assyrian archaeological footprint tells us about the nature of imperialism (Chapter 4). Following that, I will discuss the imperial repertoires, resources available to create and maintain the empire, and why diverse people opted into the Assyrian imperial project (Chapter 5). Lastly, I will discuss how Assyria became the predominant Near Eastern empire in the Iron Age, and how this unprecedented achievement was based on the Middle Assyrian legacy (Chapter 6); the final chapter (Conclusions) will summarise the main conclusions of this study (From Introduction, p. 1-4).

Defining Empires (p. 6)

Bleda S. DüringSo how can we study empires on the basis of archaeological data? Here, following Doyle, it is argued that empires should be understood as expansive states that include at least two pre-existing regional states and that imperialism is to be understood as the process by which the dominating polity (or metropolitan society) creates and maintains effective control over the dominated polities (provincial and peripheral societies). Empires, then, are not tribute-taking hegemonial systems that revolve around ideology, cult, and court life – although these elements are often important ingredients of empires – but are above all to be understood as the more or less successful effort to overcome logistical challenges of distance as well as local resistance and obstruction, which, if not met adequately, will inevitably lead to imperial collapse.

Logistical factors had clear effects on: first, the pre-modern economy, which meant that agricultural surpluses could only be consumed locally; second, the abilities of imperial elites to obtain and share information on developments in far-flung regions; and, third, the capabilities of imperial elites to intervene militarily or otherwise in far removed regions of empires. In order to overcome these problems, empires needed to be established and consolidated in the centre, the provinces, the peripheries and beyond through a broad and flexible set of imperial repertoires, of which elites and courts are only one component.

Thus, I argue that the crux of the matter is how imperial hegemony is achieved and maintained in conquered territories, that is, in the provinces and peripheries. Hence imperialism is a particular type of relationship of power of an imperial polity over subaltern societies, and an empire is a polity that is successful in its efforts to maintain this type of power relationship across generations.

Bleda S. Düring is Associate Professor in Near Eastern Archaeology at Universiteit Leiden. He is the author of The Prehistory of Asia Minor (2010) and co-editor, with Tesse Stek, of The Archaeology of Imperial Landscapes (Cambridge, 2018).

Projeto Biblioteca de Assurbanípal

A Biblioteca de Assurbanípal é o nome dado a uma coleção de mais de 30 mil tabuinhas de argila e fragmentos com escrita cuneiforme. As tabuinhas foram descobertas nas ruínas da cidade de Nínive, norte do atual Iraque, outrora capital do poderoso império assírio, governado por Assurbanípal de 668 a 627 a. C. Elas foram encontradas em uma série de escavações iniciadas na metade do século XIX e que prosseguiram até o primeiro terço do século XX, e formam as coleções reais assírias de literatura e arquivos acadêmicos sobreviventes. Nínive foi consumida pelo fogo por volta de 612 a. C., mas enquanto livros de papel seriam inevitavelmente destruídos, as tabuinhas de argila tornaram-se, na maioria dos casos, mais duras, fazendo delas os documentos mais bem preservados de milhares de anos da história da Mesopotâmia.

Tabuinhas da Biblioteca de Assurbanípal em exposição no Museu Britânico em 2018/19A vasta biblioteca de tabuinhas de argila de propriedade do rei Assurbanípal continua sendo um achado de rara importância. Uma combinação de erudito dedicado e governante extremamente poderoso, ele reuniu em Nínive uma riqueza incomparável de conhecimento especializado acumulado ao longo de muitos séculos. Esse aprendizado alimentou e sustentou diretamente a realeza de Assurbanípal. A coleção de Assurbanípal foi a maior, mais ampla e mais importante biblioteca já reunida em mais de 3.500 anos de cultura cuneiforme. Até a Biblioteca de Alexandria, era a biblioteca mais significativa da antiguidade. Quase 32.000 tabuinhas e fragmentos sobreviveram. Eles abrangem textos escolásticos, incluindo textos divinatórios, mágicos, médicos, literários e lexicais, e administrativos, bem como inscrições históricas locais. Eles preservam a ampla extensão da cultura tradicional da Mesopotâmia, como era conhecida no final do século VII a. C.

A primeira grande descoberta de tabuinhas da biblioteca foi feita pelo arqueólogo inglês Austen Henry Layard aí pela metade do século XIX. Seu assistente iraquiano, Hormuzd Rassam, continuou as escavações e em 1852 descobriu um segundo palácio em Nínive e nele outra grande coleção de tabuinhas.

Antes da descoberta da biblioteca, quase tudo o que sabíamos sobre a antiga Assíria vinha de histórias da Bíblia ou de historiadores clássicos. Com a descoberta da biblioteca, milhares de textos cuneiformes foram recuperados, contando a história dos assírios com suas próprias palavras. A partir deles, podemos conhecer intrigas de corte, ouvir relatórios secretos de inteligência, seguir rituais passo a passo, ouvir as palavras de hinos e orações e folhear manuais médicos, além de ler sobre os feitos dos reis, narrados com muitos detalhes.

A biblioteca ficou famosa também na antiguidade, pois, séculos após a morte de Assurbanípal e a destruição da Assíria, escribas na Babilônia celebraram a compilação da biblioteca. Embora muitas tabuinhas tenham sido encontradas em outros locais nos últimos 170 anos, as tabuinhas da Biblioteca de Assurbanípal continuam sendo nossa fonte primária para a maior parte do que sabemos sobre os estudos mesopotâmicos da época (Confira mais em: Jonathan Taylor, A library fit for a king, The British Museum Blog, 25 October 2018).

 

O Projeto Biblioteca de Assurbanípal recria digitalmente a biblioteca de tabuinhas cuneiformes de Assurbanípal, rei da Assíria (668 – c. 627 a.C.). Desde sua descoberta no século XIX, a Biblioteca tem sido o mais popular e informativo de todos os recursos assiriológicos. É a base sobre a qual a assiriologia foi construída.Assurbanípal, rei da Assíria (668-627 a.C.)

Estamos documentando a biblioteca da forma mais completa possível em textos e imagens: transliterações da escrita cuneiforme, traduções, cópias desenhadas à mão, um conjunto completo de novas imagens digitais de alta qualidade e uma biblioteca de fotografias mais antigas produzidas desde 1850. O catálogo está sendo atualizado e aprimorado.

Nosso trabalho visa estimular o interesse e facilitar o ensino e a pesquisa sobre os textos. Estamos realizando nossa própria pesquisa, revisando o conteúdo e o significado da Biblioteca de Assurbanípal agora 170 anos após sua descoberta. Pretendemos compreender a composição e o funcionamento da Biblioteca.

O Museu Britânico foi fundado em 1753 para disponibilizar suas coleções gratuitamente aos “estudiosos e curiosos”. Em 1852, Lord Ross, presidente dos curadores, declarou:

“Estou muito ansioso para que se faça alguma tentativa de fotografar as inscrições para colocá-las convenientemente ao alcance de pessoas que tenham gosto por essa linha de pesquisa”.

Somente nos últimos anos, na virada do século 21, com a pronta disponibilidade da fotografia digital, armazenamento de dados barato, internet e acesso generalizado à banda larga, tornou-se viável tornar esse sonho realidade.

 

Histórico do projeto

O Projeto Biblioteca de Assurbanípal foi criado em 2002 como uma cooperação de longo prazo com a Universidade de Mossul, Iraque. A primeira etapa foi financiada pelo Townley Group of British Museum Friends. A Dra. Jeanette Fincke produziu uma lista das 3.500 tabuinhas da Biblioteca em escrita babilônica. Em uma segunda fase, Fincke voltou a atenção para textos astrológicos de adivinhação de Nínive em escrita assíria. Os resultados deste trabalho estão em um site separado, The Nineveh Tablet Collection, e foram publicados em 2003/04, 2004 e 2014.

Uma terceira fase de atividade, novamente financiada pelo Townley Group, trouxe a inestimável ajuda do professor Riekele Borger, professor emérito de assiriologia da Universidade de Göttingen. Há 40 anos vinha ao Museu, identificando e juntando fragmentos da biblioteca. Ele estava compilando um catálogo atualizado das tabuinhas. Como parte dessa colaboração, seus resultados seriam incorporados ao nosso catálogo, além de serem publicados como monografia nos moldes tradicionais. Infelizmente, o Prof. Borger faleceu em dezembro de 2010 antes que pudesse completar seu catálogo. No entanto, seu trabalho meticuloso é uma ajuda inestimável para os estudiosos.

De 2009 a 2013, com o generoso apoio da Andrew Mellon Foundation, produzimos imagens digitais de alta resolução de todas as tabuinhas da Biblioteca. Cada imagem é uma composição de até 14 imagens primárias, que representam um desdobramento virtual do objeto 3D em um fac-símile 2D. Todas as faces de cada tabuinha são visíveis em uma única imagem. Imagens adicionais de impressões de selos foram feitas, uma vez que requerem iluminação diferente do texto. As imagens foram divulgadas ao longo do projeto tanto no site do British Museum Collections Online quanto no site do CDLI. O conjunto completo agora também está disponível aqui em nosso catálogo online dedicado.

Desde 2014 a nossa ênfase tem sido a atualização e melhoria do catálogo. Este catálogo serve de base para novas pesquisas sobre a composição e natureza da Biblioteca.

 

About the project

The Ashurbanipal Library Project recreates digitally the cuneiform tablet library of Ashurbanipal, King of Assyria (668 – c. 630 BC). Since its discovery in the nineteenth century, the Library has been the most popular and most informative of all Assyriological resources. It is the foundation on which Assyriology has been built.

George Smith (1840-1876) e fragmentos da tabuinha 11 da Epopeia de Gilgámesh, com o relato do dilúvioWe are documenting the Library as fully as possible in texts and images: sign-transliterations, translations, hand-drawn copies, a complete set of new, high-quality digital images and a library of older photographs produced since 1850’s. The catalogue is being updated and improved.

Our work is designed to stimulate interest and facilitate teaching and research on the texts. We are undertaking our own research, looking afresh at the contents and significance of Assurbanipal’s Library now 160 years after its discovery. We aim to understand the composition and functioning of the Library.

The British Museum was founded in 1753 to make its collections freely available to the “studious and curious”. In 1852 Lord Ross, Chairman of the Trustees, declared:

I feel very anxious that some attempt should be made to Photograph the inscriptions so as to place them conveniently within the reach of persons that have a taste for that line of research … and it seems to me to be a reproach to the Trustees … that the aids of modern Science should not have been called for sooner.

Only in the last few years, at the turn of the 21st century, with the ready availability of digital photography, cheap data storage, the internet and widespread broadband access, has it become feasible to make that dream a reality. Now for the first time the entire Library is available in new high-quality images.

Jonathan Taylor, ‘About the project’, Ashurbanipal Library Project, The Ashurbanipal Library Project, Department of the Middle East, The British Museum, Great Russell Street, London WC1B 3DG, 2019 [http://oracc.museum.upenn.edu/asbp/abouttheproject/]

 

History of the project

The Ashurbanipal Library Project was set up in 2002 as a long-term co-operation with the University of Mosul, Iraq. The first stage was funded by the Townley Group of British Museum Friends. Dr Jeanette Fincke produced a list of the 3,500 Library tablets in Babylonian script. In a second phase, Fincke turned attention to astrological fortune-telling texts from Nineveh in Assyrian script. The results of this work feature on a separate web-site, and are published in (2003/04), (2004), (2014).

A third phase of activity, again funded by the Townley Group, brought the invaluable help of Professor Riekele Borger, Emeritus Professor of Assyriology at the University of Göttingen. For 40 years he had been coming to the Museum, identifying and joining fragments from the library. He was compiling an updated catalogue of the tablets. As part of this collaboration, his results would be incorporated into our catalogue, as well as being published as a monograph in the traditional manner. Sadly, Prof. Borger passed away in December 2010 before he was able to complete his catalogue. Nevertheless, his meticulous work is an invaluable aid to scholars.

From 2009-2013, with the generous support of the Andrew Mellon Foundation, we produced high resolution digital images of all the Library tablets. Each image is a composite of up to 14 primary images, which represents a virtual unfolding of the 3D object into a 2D facsimile. All faces of each tablet are visible in a single image. Additional images of seal impressions were taken, since these require different lighting from the text. The images were released over the course of the project both on the British Museum Collections Online site and on the CDLI website. The complete set is now also made available here in our dedicated online catalogue.

Since 2014 our emphasis has been on updating and improving the catalogue. This catalogue serves as the foundation of new research on the composition and nature of the Library.

Jonathan Taylor, ‘History of the project’, Ashurbanipal Library Project, The Ashurbanipal Library Project, Department of the Middle East, The British Museum, Great Russell Street, London WC1B 3DG, 2019 [http://oracc.museum.upenn.edu/asbp/abouttheproject/historyoftheproject/]

Portal Ugarit

Ugarit-Portal Göttingen

Ugarit-Portal Göttingen é a plataforma de Estudos Ugaríticos criada na Universidade de Göttingen sob a direção do Prof. Reinhard Müller e de Clemens Steinberger.

O site inclui:
:. Uma introdução à história e à tradição textual de UgaritUgarit, na região siro-fenícia
:. Uma bibliografia
:. Uma introdução à poesia ugarítica e um breve histórico da pesquisa em poética
:. Transliterações digitalizadas de textos poéticos ugaríticos (incluindo correções para KTU3)
:. Informações para estudantes
:. O catálogo da biblioteca de pesquisa de Ugarit

Das Ugarit-Portal Göttingen ist die Plattform der Göttinger Ugaritistik, die am alttestamentlichen Seminar unter der Leitung von Prof. Reinhard Müller betrieben wird.

Das Portal enthält:
:. eine Einführung in die Geschichte und die schriftliche Überlieferung aus Ugarit
:. eine Bibliographie
:. eine Einführung in die ugaritische Poesie und eine kurze Geschichte der poetologischen Forschung
:. digitalisierte Umschriften der ugaritischen poetischen Texte (samt Verbesserungen zu KTU3)
:. Informationen zum Studium (samt Überblick über die wichtigsten Hilfsmittel)
:. die Publikationen des Teams der Göttinger Ugaritistik
:. den Katalog der Ugarit-Bibliothek

Leiter: Prof. Dr. Reinhard Müller
Koordinator: Clemens Steinberger

A arqueologia enterrou a Bíblia?

Li alguns capítulos do livro Has Archaeology Buried the Bible? de William G. Dever e percebi que ele faz uma clara e agradável síntese da História de Israel considerando as perspectivas arqueológicas das últimas décadas. Pode ser uma leitura proveitosa para muitos.

Resenha do livro de William G. Dever, Has Archaeology Buried the Bible? [A arqueologia enterrou a Bíblia?] por Jennie Ebeling, publicada em Bible History Daily em 12 de janeiro de 2022.

DEVER, W. G. Has Archaeology Buried the Bible? Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2020, X + 158 p. – ISBN ‎ 9780802877635.DEVER, W. G. Has Archaeology Buried the Bible? Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2020, X + 158 p.

Desde a morte de William F. Albright, o “pai” da arqueologia bíblica norte-americana, há cinquenta anos, os objetivos da pesquisa arqueológica em Israel e países vizinhos mudaram de modo radical. Isso se deve menos aos muitos desenvolvimentos tecnológicos na arqueologia de campo, eu argumentaria, e mais ao fato de que pouquíssimos arqueólogos profissionais que trabalham em Israel, Jordânia e em outros lugares hoje afirmam escavar com a Bíblia em uma mão e uma pá na outra. Albright e seus contemporâneos – a maioria deles estudiosos bíblicos protestantes e ministros ordenados – acreditavam que o valor principal (se não o único) do trabalho arqueológico na Terra Santa era fornecer confirmação física de eventos e personagens bíblicos. Os arqueólogos do século XXI, no entanto, se envolvem com uma ampla gama de questões históricas e antropológicas de maneira semelhante a seus colegas que trabalham em outras partes do mundo, onde a historicidade da Bíblia não entra na equação.

Como muitos estudiosos notaram, a arqueologia bíblica de estilo albrightiano começou a desaparecer na segunda metade do século XX, quando seus praticantes adotaram os padrões dos arqueólogos profissionais na América do Norte e na Europa. Além disso, muitos perceberam que a arqueologia falhou em oferecer evidências para a historicidade de certos eventos bíblicos cruciais que Albright e seus contemporâneos disseram que deveriam, como a migração de Abraão e Sara da Mesopotâmia para Canaã, a entrega da lei e da aliança a Moisés no Monte Sinai, o êxodo e a conquista israelita de Canaã, o estabelecimento da realeza divina em Israel e o desenvolvimento único e divinamente ordenado da religião e cultura do antigo Israel. Como a fé (para alguns) dependia da ocorrência ou não desses eventos, a incapacidade da arqueologia de fornecer provas físicas desses eventos levou à desilusão. Como, muitos se perguntavam, a arqueologia poderia informar sobre questões teológicas, dada a sua incapacidade de lançar luz sobre esses eventos centrais?

No entanto, o público continua profundamente interessado em saber como a arqueologia pode nos informar sobre o mundo da Bíblia. Os arqueólogos aproveitam esse interesse para aumentar o apoio financeiro e a conscientização, ao mesmo tempo em que se distanciam do tipo míope de arqueologia bíblica praticado há um século. E embora alguns arqueólogos americanos que trabalham na região possam apoiar suas crenças pessoais a partir de suas pesquisas, poucos provavelmente admitiriam escavar com o objetivo explícito de revelar lições morais e verdades pelas quais viver no século XXI. É isso o que torna o livro de William G. Dever “A arqueologia enterrou a Bíblia?” tão surpreendente.

Neste livro, o prolífico e franco arqueólogo, que desempenhou um papel importante na independência da arqueologia bíblica das preocupações confessionais de seus primeiros praticantes, afirma corajosamente que as descobertas arqueológicas podem servir como guias morais. Além de seu valor para iluminar o mundo bíblico em geral e o antigo Israel em particular, argumenta William G. Dever, a arqueologia pode ajudar os leitores modernos a “encontrar coisas em que ainda podem acreditar ao ler a Bíblia – coisas pelas quais não precisam oferecer desculpas” (p. 144).

Em vez de relatar o fracasso da arqueologia em revelar a verdade bíblica, como o título sugere de maneira divertida, William G. Dever valoriza o perfil da arqueologia na interpretação bíblica e na crença religiosa. Neste volume conciso e claramente escrito, William G. Dever tem o cuidado de não afirmar que a Bíblia Hebraica é uma base essencial para os valores morais, mas também argumenta que continua a ser a principal fonte de autoridade para a maioria no mundo ocidental. A meu ver, se não devemos rejeitar a Bíblia por completo como fonte de lições morais devido aos seus muitos elementos problemáticos (genocídio, misoginia, racismo, homofobia etc.), devemos lê-la criticamente com novos olhos usando o conhecimento desenterrado por arqueólogos da geração recente.

William G. Dever (nascido em 27 de novembro de 1933 em Louisville, Kentucky)Dever ilustra ao longo do livro como as descobertas arqueológicas oferecem um retrato mais autêntico do antigo Israel em toda a sua complexidade e diversidade, lançando luz sobre a vida cotidiana dos não-elites, que compunham 99% de sua população – dando voz àqueles “que dormem na terra poeirenta” (Dn 12,2). As descobertas arqueológicas, argumenta William G. Dever, revolucionaram nossa compreensão da Bíblia, embora não da maneira que Albright e outros imaginaram um século atrás. Os leitores podem determinar por si mesmos se esse novo entendimento enriquece suas vidas espirituais, oferecendo respostas a perguntas que os primeiros arqueólogos bíblicos nem pensariam em fazer.

Jennie Ebeling é Professora Associada de Arqueologia na Universidade de Evansville. Sua pesquisa se concentra em tecnologias alimentares antigas e mulheres em Canaã e no antigo Israel. Ela codirigiu a Expedição Jezreel.

 

Fifty years since the death of William F. Albright, the “father” of American biblical archaeology, the aims of archaeological research in Israel and the surrounding areas have changed almost beyond recognition. This is due less to the many technological developments in field archaeology, I would argue, and more to the fact that very few professional archaeologists working in Israel, Jordan, and elsewhere today claim to dig with the Bible in one hand and a spade in the other. Albright and his contemporaries—most of them Protestant biblical scholars and ordained ministers—believed that the primary (if not sole) value of archaeological work in the Holy Land was to provide physical confirmation of biblical events and people. Twenty-first century archaeologists, however, engage with a broad range of historical and anthropological questions in a similar way to their colleagues working in other parts of the world, where the historicity of the Bible doesn’t enter the equation.

As many scholars have noted, Albrightian-style biblical archaeology began to fade away in the second half of the 20th century, as its practitioners adopted the standards of professional archaeologists in North America and Europe. In addition, many came to realize that archaeology had failed to offer evidence for the historicity of certain pivotal biblical events that Albright and his contemporaries had said it would: the migration of Abraham and Sarah from Mesopotamia to Canaan, the giving of the law and covenant to Moses at Mt. Sinai, the Exodus and Israelite conquest of Canaan, the establishment of divine kingship in Israel, and the unique and divinely ordained development of ancient Israel’s religion and culture. Since faith (for some) was dependent upon whether or not these events had actually occurred, archaeology’s inability to provide physical proof of these events led to disillusionment. How, many wondered, could archaeology inform on theological questions given its failure to shed light on these central events?

Meanwhile, the public remains keenly interested in how archaeology can inform on the world of the Bible. Archaeologists leverage this specialized interest to raise financial support and awareness while also distancing themselves from the narrow kind of biblical archaeology practiced a century ago. And although some American archaeologists working in the region might find their personal beliefs supported by their research, few would likely admit to digging with the explicit goal of revealing moral lessons and truths by which to live in the 21st century. This is what makes William G. Dever’s recent book Has Archaeology Buried the Bible? so surprising.

In this book, the prolific and outspoken archaeologist who played an important role in orienting biblical archaeology away from the concerns of its early parochialJennie R. Ebeling practitioners boldly asserts that archaeological discoveries can serve as moral guides. In addition to its value for illuminating the biblical world in general and ancient Israel in particular, Dever argues, archaeology can help modern readers “find things that they can still believe in reading the Bible—things for which they need to offer no apologies” (p. 144).

Rather than recount archaeology’s failure to reveal biblical truth as the title playfully suggests, Dever elevates archaeology’s profile in biblical interpretation and religious belief. In this concise and clearly written volume, Dever is careful not to claim that the Hebrew Bible is an essential basis for moral values, but he also argues that it remains the primary source of authority for most in the Western world. In my view, if we are not to reject the Bible altogether as a source of moral lessons due to its many problematic elements (genocide, misogyny, racism, homophobia, etc.), then we must read it critically with new eyes using knowledge unearthed by archaeologists of the recent generation.

Dever illustrates throughout the book how archaeological discoveries offer a more authentic portrait of ancient Israel in all its complexity and diversity by shedding light on the everyday lives of the non-elites, who comprised 99 percent of its population—giving voice to those “who sleep in the dust” (Daniel 12:2). Archaeological discoveries, Dever argues, have brought about a revolution in our understanding of the Bible, although not in the way that Albright and others envisioned a century ago. Readers can determine for themselves if this new understanding enriches their spiritual lives by offering answers to questions that early biblical archaeologists would not have even thought to ask.

Jennie Ebeling is Associate Professor of Archaeology at the University of Evansville. Her research focuses on ancient food technologies and women in Canaan and ancient Israel. She co-directed the Jezreel Expedition.

Queda de corpo celeste teria inspirado a história de Sodoma?

Há uma proposta, que já circula por aí de uns anos para cá, que diz que a narrativa bíblica de Gn 19, a destruição de Sodoma, seria inspirada em um evento cósmico que teria atingido a região por volta de 1650 a.C.

Isto tem algum fundamento científico ou é só mais uma daquelas empreitadas apologéticas para mostrar que a Bíblia tinha razão?

Pode ser, pode não ser…

Dizem por exemplo:

Localização de Tall el-Hammam. Foto: Scientific Reports - setembro de 2021É possível que uma descrição oral da destruição da cidade de Tall el-Hammam, a noroeste do Mar Morto, tenha sido transmitida por gerações até que fosse registrada como a história bíblica de Sodoma. A Bíblia descreve a devastação de um centro urbano perto do Mar Morto — pedras e fogo caíram do céu, mais de uma cidade foi destruída, fumaça densa subiu dos incêndios e os habitantes da cidade foram mortos (Gn 19).

Leia sobre isso um texto publicado em inglês em The Conversation e traduzido para o português pela Revista Galileu em 20 de setembro de 2021.

Leia também um texto mais documentado publicado em Scientific Reports em 20 de setembro de 2021.

Leia sobre o arqueólogo Steven Collins que dirige as escavações de Tall el-Hammam e defende esta proposta.

Para ver a posição de arqueólogos que discordam desta proposta, leia, por exemplo, Arguments Against Locating Sodom at Tall al-Hammam – By Todd Bolen: BiblePlaces – February 26, 2013.

Outras críticas podem ser lidas em Criticism engulfs paper claiming an asteroid destroyed Biblical Sodom and Gomorrah – By Adam Marcus: Retraction Watch – October 1, 2021.

 

Cidade destruída por asteroide teria inspirado história bíblica de Sodoma – Revista Galileu: Christopher R. Moore | The Conversation – 20 Set 2021

Equipe multidisciplinar de cientistas encontrou evidências do impacto de uma rocha espacial ocorrido há 3,6 mil anos na atual região de Tall el-Hammam, na Jordânia

Enquanto os habitantes de uma antiga cidade do Oriente Médio (agora chamada Tall el-Hammam) realizavam suas tarefas diárias há cerca de 3,6 mil anos, eles não tinham ideia de que uma rocha espacial gelada e despercebida estava vindo em sua direção a cerca de 61 mil quilômetros por hora.

Passando pela atmosfera, a rocha explodiu em uma enorme bola de fogo a cerca de 4 quilômetros acima do solo. A explosão foi cerca de mil vezes mais poderosa do que a bomba atômica de Hiroshima. Chocados, os moradores da cidade que olharam para ela ficaram cegos instantaneamente. A temperatura atmosférica subiu rapidamente acima dos 2 mil graus Celsius. Roupas e madeiras imediatamente arderam em chamas. Espadas, lanças, tijolos de barro e cerâmica começaram a derreter. Quase imediatamente, a cidade inteira estava em brasas.

Alguns segundos depois, uma enorme onda de choque atingiu a cidade. Movendo-se a cerca de 1,2 mil quilômetros por hora, foi mais poderosa do que o pior tornado já registrado. Os ventos mortais varreram a cidade, demolindo todos os prédios. Eles arrancaram os 12 metros superiores de um palácio de quatro andares e jogaram os destroços no vale ao lado. Nenhuma das 8 mil pessoas ou quaisquer animais dentro da cidade sobreviveram — seus corpos foram despedaçados e seus ossos explodiram em pequenos fragmentos.

Cerca de um minuto depois, a 22 quilômetros a oeste de Tall el-Hammam, os ventos da explosão atingiram a cidade bíblica de Jericó. As muralhas de Jericó desabaram e a cidade foi destruída pelo fogo.

Tudo soa como o clímax de um filme desastroso de Hollywood. Como sabemos que tudo isso realmente aconteceu perto do Mar Morto, na Jordânia, milênios atrás?

Obter respostas exigiu quase 15 anos de escavações meticulosas realizadas por centenas de pessoas. Também envolveu análises detalhadas de materiais escavados por mais de duas dúzias de cientistas em 10 estados norte-americanos, no Canadá e na República Tcheca.

Recentemente, nosso grupo finalmente publicou as evidências na revista Scientific Reports. Entre os 21 coautores, estão incluídos arqueólogos, geólogos, geoquímicos, geomorfologistas, mineralogistas, paleobotânicos, sedimentologistas, especialistas em impacto cósmico e médicos.

Foi assim que construímos essa imagem de devastação no passado.

 

Tempestade de fogo em toda a cidade

Anos atrás, quando os arqueólogos examinaram as escavações da cidade em ruínas, eles puderam ver uma camada escura com cerca de 1,5 m de espessura misturada com carvão, cinzas, tijolos e cerâmica derretida. Era óbvio que uma tempestade de fogo intensa havia destruído esta cidade há muito tempo. Essa faixa escura passou a ser chamada de camada de destruição.

Ninguém tinha certeza do que havia acontecido, mas essa camada não foi causada por um vulcão, terremoto ou guerra. Nenhuma dessas alternativas é capaz de derreter metal, tijolos de barro e cerâmica.

Para descobrir o que poderia ter acontecido, nosso grupo usou a Calculadora de Impacto Online para modelar cenários que se encaixam nas evidências. Construída por especialistas em impacto, esta calculadora permite aos pesquisadores estimar os muitos detalhes de um evento de impacto cósmico, com base em fenômenos conhecidos e detonações nucleares.

Parece que o culpado em Tall el-Hammam foi um pequeno asteroide semelhante ao que derrubou 80 milhões de árvores em Tunguska, na Rússia, em 1908. Teria sido uma versão muito menor da rocha gigante com quilômetros de largura que levou os dinossauros à extinção há 65 milhões de anos.

Tínhamos um provável culpado. Agora, precisávamos de uma prova do que aconteceu naquele dia em Tall el-Hammam (continua).

Leia o texto completo.

 

A giant space rock demolished an ancient Middle Eastern city and everyone in it – possibly inspiring the Biblical story of Sodom – Christopher R. Moore | The Conversation – September 20, 2021

As the inhabitants of an ancient Middle Eastern city now called Tall el-Hammam went about their daily business one day about 3,600 years ago, they had no idea an unseen icy space rock was speeding toward them at about 38,000 mph (61,000 kph).

Flashing through the atmosphere, the rock exploded in a massive fireball about 2.5 miles (4 kilometers) above the ground. The blast was around 1,000 times more powerful than the Hiroshima atomic bomb. The shocked city dwellers who stared at it were blinded instantly. Air temperatures rapidly rose above 3,600 degrees Fahrenheit (2,000 degrees Celsius). Clothing and wood immediately burst into flames. Swords, spears, mudbricks and pottery began to melt. Almost immediately, the entire city was on fire.

Some seconds later, a massive shockwave smashed into the city. Moving at about 740 mph (1,200 kph), it was more powerful than the worst tornado ever recorded. The deadly winds ripped through the city, demolishing every building. They sheared off the top 40 feet (12 m) of the 4-story palace and blew the jumbled debris into the next valley. None of the 8,000 people or any animals within the city survived – their bodies were torn apart and their bones blasted into small fragments.

About a minute later, 14 miles (22 km) to the west of Tall el-Hammam, winds from the blast hit the biblical city of Jericho. Jericho’s walls came tumbling down and the city burned to the ground.

It all sounds like the climax of an edge-of-your-seat Hollywood disaster movie. How do we know that all of this actually happened near the Dead Sea in Jordan millennia ago?

Getting answers required nearly 15 years of painstaking excavations by hundreds of people. It also involved detailed analyses of excavated material by more than two dozen scientists in 10 states in the U.S., as well as Canada and the Czech Republic. When our group finally published the evidence recently in the journal Scientific Reports, the 21 co-authors included archaeologists, geologists, geochemists, geomorphologists, mineralogists, paleobotanists, sedimentologists, cosmic-impact experts and medical doctors.

Here’s how we built up this picture of devastation in the past.

Firestorm throughout the city

Years ago, when archaeologists looked out over excavations of the ruined city, they could see a dark, roughly 5-foot-thick (1.5 m) jumbled layer of charcoal, ash, melted mudbricks and melted pottery. It was obvious that an intense firestorm had destroyed this city long ago. This dark band came to be called the destruction layer.

No one was exactly sure what had happened, but that layer wasn’t caused by a volcano, earthquake or warfare. None of them are capable of melting metal, mudbricks and pottery.

To figure out what could, our group used the Online Impact Calculator to model scenarios that fit the evidence. Built by impact experts, this calculator allows researchers to estimate the many details of a cosmic impact event, based on known impact events and nuclear detonations.

It appears that the culprit at Tall el-Hammam was a small asteroid similar to the one that knocked down 80 million trees in Tunguska, Russia in 1908. It would have been a much smaller version of the giant miles-wide rock that pushed the dinosaurs into extinction 65 million ago.

We had a likely culprit. Now we needed proof of what happened that day at Tall el-Hammam…

 

Bunch, T.E., LeCompte, M.A., Adedeji, A.V. et al. A Tunguska sized airburst destroyed Tall el-Hammam a Middle Bronze Age city in the Jordan Valley near the Dead Sea. Sci Rep 11, 18632 (2021)

Abstract

We present evidence that in ~ 1650 BCE (~ 3600 years ago), a cosmic airburst destroyed Tall el-Hammam, a Middle-Bronze-Age city in the southern Jordan Valley northeast of the Dead Sea. The proposed airburst was larger than the 1908 explosion over Tunguska, Russia, where a ~ 50-m-wide bolide detonated with ~ 1000× more energy than the Hiroshima atomic bomb. A city-wide ~ 1.5-m-thick carbon-and-ash-rich destruction layer contains peak concentrations of shocked quartz (~ 5–10 GPa); melted pottery and mudbricks; diamond-like carbon; soot; Fe- and Si-rich spherules; CaCO3 spherules from melted plaster; and melted platinum, iridium, nickel, gold, silver, zircon, chromite, and quartz. Heating experiments indicate temperatures exceeded 2000 °C. Amid city-side devastation, the airburst demolished 12+ m of the 4-to-5-story palace complex and the massive 4-m-thick mudbrick rampart, while causing extreme disarticulation and skeletal fragmentation in nearby humans. An airburst-related influx of salt (~ 4 wt.%) produced hypersalinity, inhibited agriculture, and caused a ~ 300–600-year-long abandonment of ~ 120 regional settlements within a > 25-km radius. Tall el-Hammam may be the second oldest city/town destroyed by a cosmic airburst/impact, after Abu Hureyra, Syria, and possibly the earliest site with an oral tradition that was written down (Genesis). Tunguska-scale airbursts can devastate entire cities/regions and thus, pose a severe modern-day hazard.

Conversas sobre arqueologia e história com Israel Finkelstein

Conversas sobre arqueologia e história do antigo Israel com Israel Finkelstein. 24 vídeos – 2021Matthew J. Adams e Israel Finkelstein - 2021

Israel Finkelstein é uma figura importante na arqueologia e na história do antigo Israel. Com mais de 40 anos de trabalho e pesquisa, ele ajudou a mudar a maneira como a arqueologia é conduzida, a Bíblia é interpretada e a história de Israel é reconstruída. Matthew J. Adams, Diretor do Instituto W. F. Albright de Pesquisa Arqueológica em Jerusalém, sentou-se com Israel Finkelstein em várias sessões para falar sobre como uma vida inteira de trabalho informou a história do antigo Israel. Essas conversas se tornaram a série Conversas sobre arqueologia e história do antigo Israel com Israel Finkelstein.

Legendas com tradução automática em português.

 

Conversations in the Archaeology and History of Ancient Israel with Israel Finkelstein. 24 Videos in 2021.

Israel Finkelstein is a leading figure in the archaeology and history of Ancient Israel. Over 40 years of work and research, he has helped to change the way archaeology is conducted, the bible is interpreted, and the history of Israel is reconstructed. Matthew J. Adams, Director of the W.F. Albright Institute of Archaeological Research in Jerusalem, sat down with Israel over several sessions to talk about how a lifetime of work has informed the story of Ancient Israel. These conversations became the series Conversations in the Archaeology and History of Ancient Israel with Israel Finkelstein. Conversations in the Archaeology and History of Ancient Israel with Israel Finkelstein is made possible with a grant from the Shmunis Family Foundation.

Repensando Israel e Judá com Israel Finkelstein

Curso de Extensão abordou implicações da arqueologia nos estudos bíblicos

O Grupo de Pesquisa “Arqueologia do Antigo Oriente Próximo”, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, recebeu nos dias 16 a 17 de maio de 2019 o arqueólogo Dr. Israel Finkelstein, professor da Universidade de Tel Aviv, de Israel.

Finkelstein trabalhou o tema Repensando Israel e Judá: implicações arqueológicas aos estudos bíblicos. O curso contou com 141 inscritos de todas as regiões do país e teve apoio da Faculdade de Teologia e da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB). Foram três dias de intensas atividades com as seguintes temáticas:

Dia 15, manhã: Meguido e Israel Norte
Dia 16, manhã: Kiriath-Jearim e Jeoboão II
Dia 16, tarde: Mesa redonda dos grupos de pesquisa da PUC-GO; PUC-PR e UMESP
Dia 16, noite: Conferência: As terras altas do Neguev e regiões circunvizinhas durante o Ferro I
Dia 17, manhã: A realidade hasmoneia por trás dos livros de Esdras, Neemias e Crônicas.

Confira os vídeos. Palestras em inglês, com tradução em português.