Revisitando o legado de Layard

Livro disponível para download gratuito. Em inglês.

ERMIDORO, S. ; RIVA, C. (eds.) Rethinking Layard 1817-2017. Istituto Veneto di Scienze, Lettere ed Arti: Venezia, 2020, 228 p. – ISBN 9788892990005.

Atti del convegno promosso dall’istituto Veneto di Scienze, Lettere ed Arti e Università Ca’ Foscari Venezia, Dipartimento di Studi Umanistici (Venezia, 5-6 marzo 2018).

Austen Henry Layard: 1817-1894

Repensando Layard 1817-2017 marcou o bicentenário do nascimento do famoso arqueólogo e diplomata Austen Henry Layard (1817-1894). O volume reúne contribuições para a conferência internacional de dois dias, que foi organizada por Stefania Ermidoro e Cecilia Riva, com o apoio do Istituto Veneto di Scienze, Lettere e Arti e Scuola Dottorale na Storia delle Arti da Universidade Ca ’Foscari.

Usando uma abordagem interdisciplinar, os ensaios coletados neste volume pretendem expandir e cruzar novos materiais não publicados sobre Layard e suas atividades, realizações e legado de longo prazo em Londres e Veneza do século XIX. Uma atenção particular é dada à contribuição de Layard para a arte, arqueologia, política e diplomacia.

 

This volume contains the papers presented at the Conference Rethinking Layard 1817-2017 and is promoted by Istituto Veneto di Scienze, Lettere ed Arti and by Università Ca’ Foscari Venezia, Dipartimento di Studi Umanistici (Venice, 5-6 March 2018).

Rethinking Layard 1817-2017 marked the bicentenary of the birth of the famous archaeologist and diplomat Austen Henry Layard (1817-1894). The volume brings together contributions to the international two-day conference, which was organised by Stefania Ermidoro and Cecilia Riva, with the support of the Istituto Veneto di Scienze, Lettere e Arti and Scuola Dottorale in Storia delle Arti of Ca’ Foscari University. Using an interdisciplinary approach, the essays collected in this volume intend to expand and cross-relate new, unpublished materials about Layard and his activities, achievements, and long-term legacy in nineteenth-century London and Venice. Particular attention is placed upon Layard’s contribution to art, archaeology, politics, and diplomacy.

Contents

Andrew R. George, Layard of Nineveh and the Tablets of Nineveh

Silvia Alaura, Austen Henry Layard and Archibald Henry Sayce: an Anatolian Perspective

John Curtis, Layard’s Relationship with F.C. Cooper and His Other Artists

Georgina Herrmann, Austen Henry Layard, Nimrud and His Ivories

Stefania Ermidoro, A Family Treasure: the Layard Collection at Newcastle University

Henrike Rost, New Perspectives on a Supranational Elite in Venice: Lady Layard’s Musical Activities and Her Autograph Book (1881-1912)

Jonathan P. Parry, Henry Layard and the British Parliament: Outsider and Expert

Maria Stella Florio, Rawdon Brown and Henry Layard in Venice

Frederick Mario Fales, Layard, Saleh, and Miner Kellogg: Three Worlds in a Single Painting

Cecilia Riva, Austen Henry Layard and His Unruly Passion for Art

 

Um trecho do Prefácio:

Uma primeira série de artigos enfatiza o papel de Layard como pioneiro e defensor dos estudos arqueológicos e revive seu legado. Layard não apenas estabeleceu as bases da assiriologia, como Andrew George argumenta, mas também contribuiu para a arqueologia pré-clássica da Anatólia, como Silvia Alaura descreve em seu ensaio sobre a troca de experiência entre Layard e Archibald Henry Sayce.

John Curtis aborda a relação de Layard com os artistas que o acompanharam nas escavações em Nimrud e Nínive, cujas ilustrações contribuíram para uma contextualização mais precisa das descobertas de Layard, bem como para uma melhor compreensão da arte assíria entre os estudiosos e o público. Mario F. Fales explica como as descobertas assírias chegaram à América, analisando o retrato orientalista idealizado que Miner K. Kellogg pintou de Layard. Partindo da função dessas representações visuais da Assíria e do Oriente em geral, Georgina Herrmann oferece um exame detalhado de alguns dos marfins siro-fenícios e egípcios descobertos por Layard, mantidos no Museu Britânico.

Depois de mergulhar no arquivo da família de Layard, que foi recentemente depositado na Biblioteca Philip Robinson da Universidade de Newcastle, Stefania Ermidoro apresenta Layard de uma perspectiva nova e mais íntima. Sendo um repositório de memórias pessoais e materiais de trabalho, o arquivo fornece um ponto de acesso aos variados interesses e atividades de Layard, bem como aos de sua esposa, Lady Enid Layard, nascida Guest. Henrike Rost dirige sua atenção para o álbum de autógrafos de Lady Layard e as noites musicais organizadas no Ca ‘Cappello Layard, que oferece uma visão fascinante do círculo social do casal. Entre as atividades que os Layards desenvolveram em Veneza estava o investimento na fabricação de vidro de Murano, que Rosa Barovier Mentasti descreveu na conferência; sua apresentação pode ser vista no canal do Istituto Veneto no Youtube.

O contexto veneziano de meados do século XIX em diante é explorado por Maria Stella Florio. Ela desvia o olhar dos Layards para apresentar outro ilustre anglo-veneziano, embora da geração anterior, Rawdon Brown. A comparação entre essas duas personalidades e sua abordagem de Veneza e suas instituições é complementada pelo ensaio de Cecilia Riva, no qual a atividade de coleta e os relacionamentos de Layard são explorados. Ela se concentra principalmente no corpo diplomático britânico em Veneza e seu papel no mercado de arte. Na verdade, a ambição de toda a vida de Layard, desde sua primeira viagem a Constantinopla, era ser um diplomata de alto escalão, um status que ele parcialmente conquistou. Johnathan Parry destaca como suas ambições diplomáticas também guiaram sua carreira parlamentar, enquanto lançava uma nova luz sobre um dos aspectos menos conhecidos da vida de Layard.

A variedade e amplitude dos ensaios, bem como seu conteúdo inter-relacionado, contribuem para uma imagem rica e complexa de Layard. Rethinking Layard 1817-2017 chamou a atenção para o envolvimento de Layard nas muitas instituições públicas das quais ele participou, tanto em Londres quanto em Veneza. Em particular, os colaboradores lançaram luz sobre as atividades de Layard como colecionador e colaborador de vários museus e coleções particulares. Finalmente, o legado contínuo de Layard atrai muita atenção, especialmente nos campos da arqueologia, questões do mercado de arte, estudos de vidro e história da política.

 

A first series of papers stresses the role Layard played as a pioneer and supporter of archaeological studies and revives his legacy. Not only did Layard establish the foundations of Assyriology, as Andrew George argues, but he also contributed to the pre-classical archaeology of Anatolia, as Silvia Alaura outlines in her essay on the exchange of expertise between Layard and Archibald Henry Sayce.

John Curtis addresses Layard’s relationship with the artists who accompanied him on the excavations in Nimrud and Nineveh, whose illustrations contributed to a more precise contextualization of Layard’s discoveries, as well as to a better understanding of Assyrian art among scholars and the public. Mario F. Fales explains how Assyrian discoveries reached America, by analysing the idealised Orientalist portrait Miner K. Kellogg painted of Layard. Drawing back from the function of these visual representations of Assyria and the Orient in general, Georgina Herrmann offers a close examination of some of the Syro-Phoenician and Egyptianizing ivories discovered by Layard, kept at the British Museum.

Having delved into the Layard’s family archive that was recently deposited to the Philip Robinson Library at Newcastle University, Stefania Ermidoro presents Layard from a new and more intimate perspective. Being a repository of personal memories and working materials, the archive furnishes a point of access to Layard’s varied interests and activities, as well as to those of his wife, Lady Enid Layard, née Guest. Henrike Rost directs her attention to Lady Layard’s autograph album and the musical evenings organised at Ca’ Cappello Layard, which gives a fascinating insight into the couple’s social circle. Among the activities the Layards pursued in Venice was their investment in Murano glass-making, which Rosa Barovier Mentasti described at the conference; her presentation can be seen on the Istituto Veneto’s Youtube channel.

The Venetian context of the mid-nineteenth century onwards is explored by Maria Stella Florio. She shifts the emphasis away from the Layards by introducing another illustrious Anglo-Venetian, albeit of the previous generation, Rawdon Brown. The comparison between these two personalities and their approach to Venice and its institutions is complemented by Cecilia Riva’s essay, in which Layard’s collecting activity and networks are explored. She focuses particularly on the British diplomatic corps in Venice and its role in the art market. Indeed, Layard’s lifelong ambition since his first journey to Constantinople was to be a diplomat of the top rank, a status he partly achieved. Johnathan Parry points out how his diplomatic ambitions also guided his parliamentary career, while shedding new light on one of the least-known aspects of Layard’s life.

The sheer variety and breadth of the essays, as well as their cross-relation in content, contribute to a rich and complex picture of Layard. Rethinking Layard 1817-2017 drew attention to Layard’s involvement in the many public institutions in which he took part, both in London and in Venice. In particular, the contributors shed light on Layard’s activities as a collector and contributor to various museums and private collections. Finally, Layard’s ongoing legacy elicits much attention, especially in the fields of archaeology, art market issues, glass studies, and history of politics.

Ugarit e Baal

Ugarit (Ras Shamra), na região siro-fenícia, é importante para o estudioso de Bíblia por causa de sua grande literatura, relacionada com a literatura bíblica e sua língua, parente da hebraica. As escavações aí realizadas enriqueceram muito os estudos bíblicos nos últimos tempos.

Ugarit, na região siro-feníciaAssim se deu sua descoberta: em março de 1928, um lavrador alauita, arando sua propriedade a cerca de 12 km ao norte de Latakia, antiga Laodicea ad mare, remove uma pedra na qual seu arado bate e encontra os restos de uma tumba antiga. Colocado a par da descoberta, o Serviço de Antiguidades da Síria e do Líbano, na época sob mandato francês, encarrega um especialista, M. L. Albanese, que imediatamente notifica a presença de uma necrópole e identifica a tumba como sendo do tipo micênico, datável aí pelos séculos XIII ou XII a.C.

Uma necrópole supõe a existência de uma cidade. Por isso, Albanese e Dussaud prestaram atenção à colina vizinha, chamada Ras Shamra, de uns 20 metros de altitude, que tinha toda a aparência de ser um tell arqueológico, ou seja, um acúmulo de ruínas antigas, e que podia corresponder à cidade procurada.

Um ano mais tarde, no dia 2 de abril de 1929, sob o comando de Claude F. A. Schaeffer, começaram as escavações, primeiro da necrópole, e logo em seguida, no dia 8 de maio, no tell, que tem um extensão de uns 25 hectares e se encontra a cerca de 800 metros da costa. Ao norte se vê o Jebel Aqra’, “monte pelado”, ou Monte Zafon (o monte Casius, dos romanos) que separa a região dos alauitas do vale e da desembocadura do rio Orontes.

Poucos dias mais tarde, foram feitas as primeiras descobertas: tabuinhas de argila escritas em caracteres cuneiformes, objetos de bronze e de pedra.

A identificação do nome do local não foi difícil, pois os textos descobertos sugeriram imediatamente que se tratava de Ugarit (ú-ga-ri-it), já conhecida por referências da literatura egípcia e mesopotâmica, sobretudo pelas Cartas de Tell el-Amarna, onde se encontram algumas provenientes da própria Ugarit. Entre os textos encontrados aparece o nome da cidade.

Os textos foram encontrados todos no primeiro nível arqueológico (1500-1100 a.C.) , pertencendo, portanto, à última fase da cidade, que foi destruída pelos “povos do mar“. Os textos estavam principalmente na “Biblioteca” anexada ao templo de Baal e no “Palácio Real” ou “Grande Palácio”, que possuía diversas dependências para arquivos.

As tabuinhas estão redigidas em sete sistemas diferentes de escrita, correspondente a sete línguas diferentes: em hieróglifos egípcios, em hitita hieroglífico e cuneiforme, em acádico, em hurrita, em micênico linear e cipriota e em ugarítico. Os textos que nos interessam estão em ugarítico, um sistema cuneiforme alfabético, que foi decifrado em poucos meses por H. Bauer, E. Dhorme e Ch. Virolleaud. Nesta língua, que é uma forma do cananeu, foram encontrados cerca de 1300 textos.

Para nós é muito importante o Ciclo de Baal (ou Ba’lu). As tabuinhas do Ciclo de Baal foram encontradas todas nas campanhas arqueológicas de 1930, 1931 e 1933 e estão hoje no Museu do Louvre, Paris, e no Museu de Aleppo, na Síria.

São seis tabuinhas que trazem um ciclo mitológico composto de três mitos ou composições autônomas que giram cada uma em torno de um mitema particular: Luta entre Ba’lu e Yammu (1.1-2), O palácio de Ba’lu (1,3-4) e a Luta entre Ba’lu e Môtu (1.5-6).

E o mais interessante no Ciclo de Baal é que as seis tabuinhas têm a mesma “caligrafia”, ou seja, foram escritas pelo mesmo escriba que se identifica como Ilimilku em 1.6 e 1.16, junto com o nome do Sumo Sacerdote, Attanu-Purlianni, para quem trabalhou e que deve ter ditado o texto, e a quem deveremos considerar como o autor, redator ou, quem sabe, apenas o transmissor desta versão tradicional do mito de Baal e o nome do rei, Niqmaddu, que governou Ugarit de 1370 a 1335 a.C.

Baal é um jovem deus, filho de El, que é o pai de todos os deuses do panteão ugarítico, mas também é conhecido como filho de Dagan. Baal significa “senhor”. É chamado igualmente de Hadad ou Haddu e considerado como “Cavalgador das Nuvens”, “Príncipe”, “Senhor da Terra”, “Poderoso”, “Soberano”.

Diz o mito da Luta entre Baal e Môt que Môt (deus da morte e da esterilidade) se sente prejudicado pela vitória de Baal (deus da chuva e da fertilidade) sobre Yam (deus do mar), vitória que afeta seu poder. Baal declara sua submissão e é intimado por Môt a descer por sua goela, sendo, assim, morto. É que no mundo subterrâneo de Môt ninguém é capaz de resistir ao seu poder.

El, o pai de Baal, lamenta profundamente a morte do “Senhor da Terra”:

“Chegamos junto de Baal, ele estava caído por terra. Baal de Ugarit - Museu do Louvre, Paris
Baal, o muito Poderoso, estava morto
o Príncipe, Senhor da Terra, tinha perecido.
Então El, o Misericordioso de grande coração,
desce de seu trono, assenta-se no escabelo
e do escabelo vai assentar-se na terra.
Espalha sobre sua cabeça a cinza do luto,
sobre seu crânio, a poeira da aflição.
cobre seus rins com um saco,
golpeia sua pele com uma pedra,
corta com uma navalha suas duas tranças,
lacera três vezes suas faces e seu queixo (…)
Eleva sua voz e exclama:
‘Baal morreu! Que vai ser do povo?
O filho de Dagan morreu! Que vai ser da multidão?’”

Mas Anat, deusa do amor, da fecundidade e da guerra, companheira de Baal, vai à sua procura, resgata seu corpo e enfrenta Môt, matando-o.

“Os dias passaram
os dias tornaram-se meses;
Anat, a Donzela, o procurou.
Como o coração da vaca por seu bezerro,
como o coração da ovelha por seu cordeiro,
assim batia o coração de Anat por Baal.
Agarrou o divino Môt,
com uma faca o partiu,
com um ancinho o limpou,
no fogo o queimou,
com pedras de moinho o triturou,
no campo o espalhou,
sua carne os pássaros comeram,
seus pedaços as aves devoraram
a carne à carne foi convidada”.

Com a morte de Môt, Baal revive e isto provoca grande alegria:

“Está vivo Baal, o Vitorioso (…)
que os céus chovam azeite
que as torrentes fluam com mel (…)
Alegrou-se El, o Misericordioso de grande coração, apoiou seus pés no escabelo
iluminou-se seu semblante e começou a rir”.

E, finalmente, os campos ressequidos voltam a receber a chuva que os fertiliza, porque Baal, o Senhor da Terra, está vivo.

Os mitos de Ugarit podem ser lidos em DEL OLMO LETE, G. Mitos y leyendas de Canaan según la tradición de Ugarit. Madrid: Institución San Jeronimo/Ediciones Cristiandad, 1981.

Ugarit – Ras Shamra

Série Ras Shamra – Ougarit

Vários volumes estão disponíveis online e para download. Sobre Ugarit (Ras Shamra), confira aqui.

A série Ras Shamra – Ougarit foi iniciada por Marguerite Yon, diretora da Missão Arqueológica Francesa de Ras Shamra de 1978 a 1998. Dezesseis volumes (I a XVI) foram publicados sob sua responsabilidade. A série foi então dirigida por Yves Calvet, diretor francês da Missão Arqueológica Siro-Francesa de Ras Shamra de 1999 a 2008, e desde 2009, por Valérie Matoïan, diretora francesa da missão. A série, que visa entregar documentação inédita à comunidade científica, inclui monografias e trabalhos coletivos. O volume XXVII foi lançado em 2019.

A grande maioria dos textos é escrita em francês. Os resumos em inglês estão associados às contribuições do volume XVII e aos resumos em árabe do volume XXIII.YON M., SZNYCER M. et BORDREUIL P. (éds), 1995, Le pays d’Ougarit autour de 1200 av. J.C., Actes du Colloque International, Paris, 28 juin- 1er juillet 1993, Ras Shamra-Ougarit XI, ERC, Paris.

Desde a sua criação, esta publicação tem recebido apoio constante do Ministério das Relações Exteriores. Desde 1983 e até 2007, a série foi publicada pela Éditions Recherche sur les Civilizations (Paris), de 2008 a 2012 pela Publications de la Maison de l’Orient et de la Méditerranée (Lyon), e desde 2012 pela Éditions Peeters em Lovaina .

O índice é apresentado para cada volume. Os volumes I a XVI também estão disponíveis online e para download. A operação de digitalização desses volumes recebeu o apoio do Ministério das Relações Exteriores e do Departamento de TI da Maison de l’Orient et de la Méditerranée. Para os volumes a seguir, os resumos das contribuições estão disponíveis online.

 

La série Ras Shamra – Ougarit a été initiée par Marguerite Yon, directrice de la Mission archéologique française de Ras Shamra de 1978 à 1998. Seize volumes (I à XVI) sont parus sous sa responsabilité. La direction de la série a ensuite été assurée par Yves Calvet, directeur français de la Mission archéologique syro-française de Ras Shamra de 1999 à 2008, et depuis 2009, par Valérie Matoïan, directrice française de la mission. La série, dont l’objectif est de livrer à la communauté scientifique la documentation inédite, comprend des monographies et des ouvrages collectifs. Le volume XXVII est paru en 2019.

La très grande majorité des textes sont rédigés en langue française. Des résumés en langue anglaise sont associés aux contributions depuis le volume XVII et des résumés en langue arabe depuis le volume XXIII.
Depuis sa création, cette publication reçoit un soutien constant du Ministère des Affaires étrangères. Depuis 1983 et jusqu’en 2007, la série est parue aux Éditions Recherche sur les Civilisations (Paris), de 2008 à 2012 aux Publications de la Maison de l’Orient et de la Méditerranée (Lyon), et depuis 2012 aux Éditions Peeters à Leuven.

La table des matières est présentée pour chaque volume. Les volumes I à XVI sont de plus consultables en ligne et téléchargeables. L’opération de numérisation de ces volumes a reçu le soutien du Ministère des Affaires étrangères et du Service informatique de la Maison de l’Orient et de la Méditerranée. Pour les volumes suivants, les résumés des contributions sont consultables en ligne.

A escavação arqueológica da cidade de Babilônia

Reproduzo aqui alguns trechos do livro de THELLE, R. Discovering Babylon. Abingdon: Routledge, 2019, p. 77-83.

Li o capítulo V do livro e gostei bastante do relato sobre a descoberta arqueológica da antiga Mesopotâmia.

Estes trechos traduzidos são deste capítulo e contam a história da escavação da cidade de Babilônia por Robert Koldewey, de 1899 a 2017.

As notas de rodapé (números 14-32) foram omitidas. O original inglês vem logo após a tradução em português.

 

A cidade de Babilônia

Em 1887 um arquiteto alemão chamado Robert Koldewey viajou para a Babilônia junto com o arabista Bruno Moritz e H.F. Ludwig Meyer, um comerciante. Koldewey jáTHELLE, R. Discovering Babylon. Abingdon: Routledge, 2019 havia participado como arquiteto na escavação americana de Assos na costa oeste da Turquia (1882-1883) e em 1885-1886 escavou na ilha de Lesbos em nome do Instituto Imperial Alemão de Arqueologia. Na viagem pelo sul do Iraque, Moritz e Koldewey realizaram escavações experimentais em Surghul e El-Hibba (Lagash), mas Koldewey não ficou impressionado. Muitos anos depois, ele comentou que se alguém lhe tivesse dito em 1887 que 20 anos depois ele escavaria a cidade de Babilônia, ele teria pensado que eles eram loucos.

Dez anos depois, após ter concluído vários outros projetos, Koldewey foi convidado a participar de uma pré-expedição à Mesopotâmia em busca de locais apropriados para as escavações alemãs. Nesta viagem, ele foi acompanhado pelo orientalista Eduard Sachau. Durante um período de seis meses, eles cobriram a área da Índia no leste ao Egito no oeste, de Aden no sul até Khorsabad e Aleppo no norte. No local da antiga Babilônia, eles encontraram vários fragmentos de tijolos vitrificados coloridos. Além de ser um linguista de línguas semíticas, Sachau era um especialista no estudioso muçulmano Al-Biruni, que viveu no século XI no atual Afeganistão e na Índia. Quando Sachau e Koldewey apresentaram suas descobertas perante a comissão em Berlim, Babilônia foi escolhida como o local para escavar, e Koldewey foi contratado para dirigir a escavação.

Chegam os alemães: escavando Babilônia

No final, foram os fragmentos de tijolos vitrificados coloridos que os franceses também descreveram quase 50 anos antes que convenceram as autoridades alemãs de que Babilônia merecia se tornar o foco de um grande projeto. Esta foi a primeira escavação em grande escala da Alemanha na Mesopotâmia. Em comparação com a Inglaterra e a França, os exploradores alemães procuravam objetos para seus museus nacionais no Oriente Médio há pouco tempo. Embora eles tivessem começado a explorar o Egito, a Grécia e algumas partes da Turquia, como Troia e até a Palestina em 1899, eles não o haviam feito na Mesopotâmia.

Desde a primeira época de descobertas em Nínive entre 1842 e 1852, grandes mudanças também aconteceram na Europa no cenário político. A Alemanha foi unificada como nação em 1871, após a guerra franco-prussiana. No início, a Alemanha, sob o chanceler Bismarck, optou por uma política externa bastante moderada que mantinha o equilíbrio de poder na Europa. Mas com o imperador Wilhelm II, uma nova época começou. Wilhelm II substituiu Bismarck por outro chanceler dois anos após sua ascensão ao trono imperial em 1888, e começou um período caracterizado por uma política externa cada vez mais ampliada que ele chamou de Weltpolitik. A Alemanha desenvolveu fortes laços com o Império Otomano, o que os ajudou a garantir boas condições para as escavações. A construção da ferrovia Berlim-Bagdá é um exemplo das grandes ambições do Império Alemão na Ásia Ocidental, o que acabou prejudicando seu relacionamento com a Rússia, França e Inglaterra.

 Robert Koldewey: 1855-1925Quando a escavação de Babilônia começou em 1899, os métodos arqueológicos já eram muito mais desenvolvidos e refinados do que quando Botta e Layard cavaram túneis para obter esculturas de pedra 50 anos antes. Além disso, em comparação com as escavações de Nippur e Lagash (Girshu-Telloh), a expedição alemã foi muito mais cuidadosa e sistemática. De muitas maneiras, a escavação da Babilônia estabeleceu o padrão para a metodologia arqueológica moderna. Além disso, como Koldewey era arquiteto, ele dirigiu a escavação sabendo como era importante obter uma visão geral da extensão dos edifícios e documentar o plano da cidade. Os métodos empregados na escavação da Babilônia passaram a servir de modelo para a metodologia de escavação nas ruínas desta área. O termo tell é usado para falar dessas elevações no Oriente Médio. Vem do hebraico e refere-se a uma colina artificial que é o resultado de séculos de camadas de ocupação humana. Os métodos usados ​​pelo pessoal de Koldewey foram transmitidos de geração em geração de trabalhadores contratados localmente, levando ao desenvolvimento de técnicas especializadas para localizar muralhas e traçar os contornos de edifícios nos tijolos de barro antigos e delicados ou nos tijolos secos ao sol. Foi dada atenção à estratigrafia (um método que requer a documentação das várias camadas de terra através das quais se cava) e à documentação do contexto de pequenos achados. As escavações no Iraque após a Primeira Guerra Mundial seguiram o que passou a ser chamado de “método alemão”, quer fossem lideradas por americanos, britânicos ou outros.

A escavação da Babilônia foi o primeiro projeto da recém-formada Sociedade Oriental Alemã (Deutsche Orient-Gesellschaft). Representantes dos Museus Reais de Berlim foram os comissários do projeto. Eles negociaram com as autoridades otomanas para obter as autorizações necessárias, contrataram Koldewey como diretor e deram à Sociedade Oriental Alemã a responsabilidade de supervisionar o projeto. Inicialmente, o empresário judeu James Simon disponibilizou o financiamento, que mais tarde foi continuado pelo próprio imperador. Simon era um personagem importante na Berlim da época; ele dirigia uma das maiores empresas de algodão da Europa e era o maior contribuinte de Berlim. Ele também apoiava a expansão da cultura alemã e era amigo do imperador Wilhelm. Simon dirigia muitos projetos filantrópicos para judeus na Alemanha e apoiava a presença judaica na Palestina.

A Porta de Ishtar, a Via Processional e o Templo de Marduk

Os restos encontrados pelos escavadores de Babilônia vieram principalmente do último período de grandeza da Babilônia, quando ela era o centro do império de Nabucodonosor II no século VI a.C. Nabucodonosor restaurou Babilônia ao seu antigo status de maior cidade do Oriente Médio. Essa foi a Babilônia que ameaçou, destruiu e devastou Jerusalém, pondo fim à monarquia da Judeia. Os escavadores também encontraram vestígios da primeira Babilônia, a cidade que fora a capital do primeiro reino real na Mesopotâmia – o Antigo Reino da Babilônia – com Hammurabi como seu rei mais famoso (1792–1750 a.C).

A descoberta mais espetacular da expedição alemã foi a Porta de Ishtar com a Via Processional que atravessa a porta e entra na cidade. Os pedaços de tijolos vitrificados coloridos que foram encontrados anteriormente vieram dessas estruturas. E as muralhas da cidade acabaram sendo tão maciças quanto Heródoto havia afirmado. As muralhas de Babilônia formavam um complexo sistema defensivo com uma muralha externa e outra interna, com espessura total de 22 metros. Em alguns lugares, as muralhas incluíam outras estruturas defensivas, tornando sua espessura ainda mais próxima da medida de Heródoto de 26 metros.

Os escavadores começaram com a maior elevação, chamado Kasr, o “monte do palácio”. Eles fizeram uma trincheira a partir do leste e estabeleceram uma ligação com a Via Processional, que corria na direção sul da Porta de Ishtar, ao longo do lado leste deste enorme complexo palaciano. No monte Kasr, os escavadores descobriram um dos palácios de Nabucodonosor, o Palácio Sudoeste, o maior edifício da Babilônia. Uma das salas do Palácio Sudoeste era a sala do trono de Nabucodonosor, cujas paredes também haviam sido cobertas com tijolos vitrificados e decorações coloridas. No canto noroeste do palácio, os escavadores descobriram um edifício com muitos arcos. Koldewey sugeriu que este poderia ser o local dos Jardins Suspensos da Babilônia.

A Porta de Ishtar foi completamente escavada apenas em 1909-1910. Descobriu-se que tinha sido construída em várias etapas. A camada superior, construída porPorta de Ishtar da cidade de Babilônia - Pergamonmuseum, Berlin Nabucodonosor, consistia em tijolos cobertos por esmalte colorido e era parcialmente visível acima do atual nível do solo. Sob o solo, havia restos de uma camada intermediária e um nível inferior completamente preservado. Os níveis inferiores da porta foram construídos em tijolos, com relevos de touros e uma criatura parecida com um dragão – chamada de mushhushu. Esses animais foram associados a dois dos deuses mais importantes da Babilônia: o touro com o deus da tempestade Adad e a criatura dragão com o deus da cidade da Babilônia, Marduk. Nabucodonosor havia construído sua porta sobre as fundações de construções anteriores.

Koldewey e sua equipe descobriram que a Via Processional havia sido elevada várias vezes, devido ao aumento contínuo das águas subterrâneas. A inundação é a principal razão pela qual resta tão pouco da cidade da Antiga Babilônia, da época de Hammurabi. Algumas seções do nível neobabilônico da Via Processional foram pavimentadas com grandes pedras de calcário colocadas em um material semelhante ao asfalto chamado betume (o material descrito na história bíblica da Torre de Babel). Imediatamente ao sul da Porta de Ishtar, algumas dessas pedras ainda estavam intactas. Em seguida, a rua cruzava uma área frequentemente inundada por águas que corriam para oeste até o braço do Eufrates. Nabucodonosor restaurou este trecho da rua, incluindo os sistemas de canais que levavam a água a fluir ao redor do Palácio Sul. Mais adiante, ao sul do monte Kasr, uma parte da rua pavimentada com calcários duros ainda estava intacta, com inscrições de Nabucodonosor. Alguns deles tinham o nome do rei assírio Senaquerib por baixo, e haviam sido reutilizados por Nabucodonosor. Senaquerib claramente acrescentou melhorias à cidade que acabou arrasando e, dessa forma, deixou sua marca em Babilônia quando a conquistou cerca de 100 anos antes da época de Nabucodonosor. Onde corre ao longo das muralhas externas do complexo Etemenanki (o complexo que incluía o antigo zigurate), a Via Processional tinha camadas de tijolos cozidos com o carimbo de Nabucodonosor. Koldewey descreve uma inscrição de construção que encontraram, afirmando que Nabucodonosor havia construído a via e dando uma data para a atividade de construção.

Os fragmentos de tijolos vitrificados que convenceram os financiadores a realizar escavações em Babilônia vieram dos relevos de touro e mushhushu da Porta de Ishtar, e também de relevos de leão que decoraram as muralhas paralelas ao longo da Via Processional. O leão era o símbolo da deusa Ishtar.

A maior elevação de Babilônia, com mais de 25 metros, tinha o nome de Tel Amran Ibn Ali e ficava a uma curta distância ao sul de Kasr. Neste monte estavam os restos do edifício mais importante da Babilônia, o Eságil, o templo de Marduk. Eságil é sumério e significa “a casa da cabeça erguida”. A elevação envolveu a escavação de poços através de mais de 20 metros de entulho e a remoção de enormes quantidades de entulho. O templo principal é quase quadrado, medindo aproximadamente 80 por 86 metros e com um pátio interno de cerca de 30 por 38 metros. Um dos edifícios mais antigos da Babilônia, partes dele podem ser datadas da época do Rei Hammurabi no período da Antiga Babilônia. O complexo do templo havia sido restaurado por Nabucodonosor e também continha pelo menos dois outros templos, talvez um para o deus Ea.

Entre Kasr e o Eságil estavam os restos do zigurate da Babilônia, o Etemenanki, “a casa do fundamento do céu e da terra”. Provavelmente era uma torre de sete ou oito andares, o edifício que inspirou a narrativa da Torre de Babel (Gn 11). O Etemenanki ficava dentro de uma grande construção retangular de tijolos, que incorporava vários edifícios associados à torre. Podem ter sido depósitos, salas para reuniões públicas e aposentos para os sacerdotes e outras pessoas associadas ao complexo do templo. Chegava-se a esta área por um portão na muralha leste do recinto, que fornecia uma entrada pela Via Processional. Em direção ao sul provavelmente havia uma porta que levava ao Eságil, que ficava a cerca de 251 metros ao sul do complexo Etemenanki.

No início, George Smith descreveu um texto descoberto na cidade de Uruk, no sul, que fala do Etemenanki. Este texto fala de uma torre de sete andares. O texto foi usado para orientar o trabalho de escavação e interpretação na Babilônia; infelizmente, porém, acabou não sendo de muita ajuda. Além disso, o texto real havia se perdido na época em que a escavação estava em andamento, e Koldewey e seu pessoal só tinham a descrição temporária feita por George Smith. Existem outros textos que descrevem os edifícios e bairros de Babilônia. Às vezes, isso gerou mais confusão do que clareza, mas também forneceu informações que ajudaram na identificação de estruturas e na elaboração de um plano da cidade.

Koldewey escavou vários outros templos na Babilônia, uma cidade que pode ter tido mais de 100 templos, incluindo os templos de Nabu, Ishtar e Ninmah. Os escavadores também investigaram uma área residencial e descobriram partes das maciças muralhas externas e internas da Babilônia. Cerca de 400 metros ao norte da Porta de Ishtar, fora das muralhas internas da cidade, mas dentro das muralhas externas, o Palácio de Verão dos reis neobabilônicos também foi escavado.

A escavação alemã forneceu uma visão geral detalhada da planta de uma antiga cidade mesopotâmica, disponibilizando essas informações pela primeira vez. Os novos métodos que os alemães desenvolveram permitiram traçar os contornos de edifícios e paredes construídas com tijolos crus de argila. Nenhuma escavação anterior havia registrado todas as descobertas com tanto cuidado. Os achados foram numerados, seu contexto anotado e tudo foi desenhado ou fotografado. Nos primeiros anos da escavação, especialistas em cuneiforme também participaram. Mais tarde, o próprio Koldewey assumiu a responsabilidade pelos achados textuais, que somam cerca de 5.000 tabuinhas. As escavações continuaram virtualmente sem interrupção por 17 anos, de 1899 a 1917. O próprio Koldewey permaneceu no Iraque continuamente desde o início em 1899. Após a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha assumiu o poder na região e os alemães tiveram que se retirar de Babilônia.

 

 

The city of Babylon

In 1887 a German architect by the name of Robert Koldewey journeyed to Babylon together with the Arabist Bruno Moritz and H.F. Ludwig Meyer, a merchant oldewey had previously participated as an architect in the American excavation of Assos on the west coast of Turkey (1882–1883) and in 1885–1886 had dug on the island of Lesbos on behalf of the German Imperial Institute of Archaeology. On the trip around the south of Iraq, Moritz and Kodelwey conducted trial digs in Surghul and El-Hibba (Lagash), but Koldewey was not impressed. Many years later he commented that if anyone had told him in 1887 that 20 years later he would be excavating Babylon he would have thought that they were insane.

Ten years later, after he had completed several other projects, Koldewey was invited to join a pre-expedition to Mesopotamia to look for appropriate places for German excavations. On this trip he was joined by the Orientalist Eduard Sachau. Over a period of six months, they covered the area from India in the east to Egypt in the west, from Aden in the south to Khorsabad and Aleppo to the north. At the site of ancient Babylon, they had come across numerous fragments of colored glaze. In addition to being a linguist of Semitic languages, Sachau was an expert on the Muslim scholar Al-Biruni, who had lived in the 11th century in present-day Afghanistan and India. When Sachau and Koldewey presented their findings before the commission in Berlin, Babylon was chosen as the place to excavate, and Koldewey was commissioned to direct the excavation.

The Germans arrive: excavating Babylon

In the end, it was the fragments of colored glazed brick that the French had also described almost 50 years earlier that convinced the authorities that Babylon deserved to become the focus of a major project. This was Germany’s fi rst large-scale excavation in Mesopotamia. Compared to England and France, German explorers had been searching for objects for their national museums in the Middle East only for a short time. While they had begun to explore in Egypt, Greece, and some parts of Turkey, such as Troy, and even Palestine by 1899, they had not done so in Mesopotamia.

In the time since the first epoch of discoveries in Nineveh between 1842 and 1852, major changes had also happened in Europe on the political stage. Germany had been unifi ed as a nation in 1871 following the Franco-Prussian war. At first, Germany, under Chancellor Bismarck, chose a fairly restrained foreign policy which maintained the balance of power in Europe. But with Emperor Wilhelm II, a new epoch began. Wilhelm II replaced Bismarck with another chancellor two years after he ascended to the Imperial throne in 1888, and a period began characterized by an increasingly expansive foreign policy that he called Weltpolitik . Germany developed strong ties to the Ottoman Empire, which aided them in securing good terms for excavations. The building of the Berlin–Baghdad Railroad is one example of the German Empire’s great ambitions in Western Asia, which eventually came to damage its relationship with Russia, France, and England.

When the excavation of Babylon began in 1899, archaeological methods were much more developed and refi ned than they had been when Botta and Layard tunneled for stone reliefs over 50 years earlier. Further, compared to the excavations of Nippur and Lagash (Girshu-Telloh), the German expedition was much more careful and systematic. In many ways, the excavation of Babylon came to set the standard for modern archaeological methodology. In addition, because Koldewey was an architect, he directed the excavation with an understanding of how important it was to get an overview of the extent of the buildings and to document the city plan. The methods employed in the Babylon excavation came to serve as the model for excavation methodology in the ruin mounds of this area. The term tell is used to speak of these mounds in the Middle East. It comes from the Hebrew (Arabic tal ) and refers to an artificial mound that is the result of centuries of layers of human occupation. The methods used by Koldewey’s people were passed down from generation to generation of workers who were locally hired, leading to the development of specialized techniques for finding walls and tracing the contours of buildings in the ancient, delicate mudbrick or sun-dried bricks. Attention was paid to stratigraphy (a method which requires documentation of the various layers of earth through which one digs) and to documenting the context of small fi nds. Excavations in Iraq after World War I all followed what had begun to be called “the German method”, whether they were led by Americans, British, or others.

The Babylon excavation was the fi rst project of the newly formed German Oriental Society ( Deutsche Orient-Gesellschaft ). Representatives of the Royal Museums of Berlin were the commissioners of the project. They negotiated with the Ottoman authorities to obtain the necessary permits, hired Koldewey as the director, and gave the German Oriental Society the responsibility of overseeing the project. Initially, the Jewish businessman James Simon put up the funding, which was later continued by the Emperor himself. Simon was a high-profi le character in contemporary Berlin; he ran one of Europe’s largest cotton businesses and was the biggest taxpayer of Berlin. He was also a supporter of expanding German culture, and a friend of Emperor Wilhelm. Simon ran many philanthropic projects for Jews in Germany and was a supporter of a Jewish presence in Palestine.

The Ishtar Gate, the Processional Way, and the temple of Marduk

The remains found by the excavators of Babylon came mainly from Babylon’s last period of greatness, when it was the center of Nebuchadnezzar II’s empire in the 6th century bce. Nebuchadnezzar restored Babylon to its former status as the greatest city in the Middle East. This was the Babylon that had threatened, destroyed, and devastated Jerusalem, bringing an end to the Judean monarchy. The excavators also found traces of the fi rst Babylon, the city that had been the capital city of the fi rst royal kingdom in Mesopotamia—The Old Babylonian Kingdom—with Hammurabi as its most famous king (1792–1750 BCE).

The German expedition’s most spectacular discovery was the Ishtar Gate with the Processional Way that leads through the gate and into the city ( Figure 5.5 ). The pieces of colored glazed brick that had been found earlier came from these structures. And the city walls turned out to be just as massive as Herodotus had claimed. The walls of Babylon made up a complex defensive system with an outer and an inner wall, with a total thickness of 24 yards. In some places the walls included further defensive structures, making their thickness even closer to Herodotus’ measurement of 28.5 yards.

Excavators began with the largest mound, called Kasr, the “palace mound”. They cut a trench from the east, and came into contact with the Processional Way, which ran inEságil: templo de Marduk em Babilônia. Pergamonmuseum, Berlin a southerly direction from the Ishtar Gate, along the eastern side of this enormous palace complex. In the Kasr mound, the excavators uncovered one of Nebuchadnezzar’s palaces—the South-West Palace—the largest building in Babylon. One of the rooms in the South-West Palace was the throne room of Nebuchadnezzar, the walls of which had also been covered with colored glaze and decorations. Off the northwestern corner of the palace, excavators uncovered a building with many arches. Koldewey suggested that this could have been the site of the Hanging Gardens.

The Ishtar Gate was completely excavated only in 1909–1910. It turned out that it had been constructed in several layers. The top layer, which had been built by Nebuchadnezzar, consisted of bricks covered by colored glaze, and was partly visible above the present-day ground level. Under ground level, there were remains of a middle layer and a completely preserved lower level. The lower levels of the gate had been built in brick, with reliefs of bulls and a dragon-like creature—called mushhushu . These animals were associated with two of the most important gods of Babylon: the bull with the weather god Adad and the dragon creature with Babylon’s city god, Marduk. Nebuchadnezzar had built his gate on the foundations of earlier constructions.

Koldewey and his team discovered that the Processional Way had been raised several times, due to the continually rising ground water. The rising water is the main reason why there is so little left of the Old Babylonian city. Some sections of the Neo-Babylonian level of the Processional Way had been paved with large limestone stones laid down into the asphalt-like material called bitumen (the material described in the Bible’s story of the Tower). Immediately south of the Ishtar Gate some of these stones were still intact. Next, the street crossed an area often flooded by water fl owing west to the branch of the Euphrates. Nebuchadnezzar had restored this section of the street, including the channel systems that led the water to fl ow around the South Palace. Further on, south of the Kasr mound, a portion of the street paved with hard limestones were still intact, which had dedicatory inscriptions of Nebuchadnezzar. Some of these had the name of the Assyrian king Sennacherib on the underneath, and had been reused by Nebuchadnezzar. Sennacherib had clearly added improvements to the city that he ultimately razed, and had in this way set his mark on Babylon when he conquered it about 100 years before Nebuchadnezzar’s time . Where it runs along the outer walls of the Etemenanki complex (the complex that included the ancient ziggurat), the Processional Way had layers of baked bricks with Nebuchadnezzar’s stamp. Koldewey describes a building inscription they found, stating that Nebuchadnezzar had built the road and giving a date for the building activity.

The fragments of glazed brick that convinced the funders to dig in Babylon had come from the bull and mushhushu reliefs of the Ishtar Gate, and also from lion reliefs that had decorated the parallel walls along the Processional Way. The lion was the symbol of the goddess Ishtar.

The tallest mound in Babylon, standing over 25 meters, went under the name of Tel Amran Ibn Ali; it lay a short distance south of Kasr. In this mound lay the remains of the most important building in Babylon, the Esagil, the temple of Marduk. Esagil is Sumerian and means “the house of the lifted head”. Surveying it involved digging shafts down through over 20 meters of debris and removing enormous amounts of rubble. The main temple is almost quadratic, measuring approximately 80 by 86 meters and with an inner court about 30 by 38 meters. One of the oldest buildings in Babylon, parts of it may date back to the time of King Hammurabi in the Old Babylonian period. The temple complex had been restored by Nebuchadnezzar, and also contained at least two other temples, perhaps one for the god Ea.

Between Kasr and the Esagil lay the remains of Babylon’s ziggurat , the temple tower of Etemenanki, “the house of the foundation of heaven and earth”. This had likely been a tower of seven or eight stories, the inspiration for the Tower of Babel. The Etemenanki stood inside a large rectangular brick construction, that incorporated several buildings associated with the tower. These may have been storage rooms, rooms for public gatherings, and living quarters for the priests and other personnel associated with the temple complex. One arrived at this area through a gate in the eastern wall of the enclosure, which provided an entry from the Processional Way. Toward the south there had most likely been a gate which led toward the Esagil, which lay around 275 yards south of the Etemenanki complex.

Early on, George Smith had described a text discovered in the southern city of Uruk, which speaks of the Etemenanki. This text describes a tower of seven stories. The text was used to direct the work of excavating and interpreting in Babylon; unfortunately, however, it turned out not to be of much help. Moreover, the actual text had been lost by the time the excavation was underway, and Koldewey and his people only had the temporary description of it that George Smith had made. There are other texts that describe the buildings and town quarters of Babylon. These have sometimes led to confusion rather than clarity, but they have also given information that has helped in the identifi cation of structures and in delineating a plan of the city.

Koldewey excavated several other temples in Babylon, a city that may once have had over 100 temples, including the temples of Nabo, Ishtar, and Ninmah. Excavators also investigated an area of living quarters, and uncovered parts of Babylon’s massive outer and inner walls. Around one quarter of a mile north of the Ishtar Gate, outside the inner city walls but within the outer walls, the Neo-Babylonian kings’ Summer Palace was also excavated.

The German excavation provided a detailed overview of the city plan of an ancient city in Iraq, making this information available for the first time. The new methods they had developed allowed them to trace the contours of buildings and walls built with unfired clay bricks. No previous excavator had recorded all the finds so carefully before. The finds were numbered, their context noted, and everything was drawn or photographed. In the first few years of the excavation, cuneiform experts also participated. Later, Koldewey himself took on the responsibility for the textual finds, which amount to a total of around 5000 inscribed tablets. The excavations continued virtually without a break for 17 years, from 1899 to 1917. Koldewey himself stayed in Iraq continuously from the beginning in 1899–1914. After the German defeat in World War I, Great Britain took power in the newly created mandate area of Iraq, and the Germans had to pull out of Babylon.

As cartas de Tell el-Amarna

KAEFER, J. A. As Cartas de Tell el-Amarna e o contexto social e político de Canaã antes de Israel. São Paulo: Paulus, 2020, 164 p. – ISBN 9786555620436

As cartas de Tell el-Amarna, encontradas em um sítio arqueológico no final do século XIX e início do século XX, compõem um valioso material literário que revela asKAEFER, J. A. As Cartas de Tell el-Amarna e o contexto social e político de Canaã antes de Israel. São Paulo: Paulus, 2020 relações políticas e econômicas que existiam entre o Egito e os reinos da Mesopotâmia e de Canaã, no final do segundo milênio a.C. Por oferecer importantes informações não só sobre o Egito, mas também sobre os grandes reinos do Antigo Oriente Próximo, todo o material encontrado em Amarna tornou-se uma importante chave para compreendermos melhor a cultura pré-bíblica e a história dessa região, na qual teve origem o povo de Israel.

Neste livro, o autor José Ademar Kaefer apresenta um rico estudo sobre as cartas de Tell el-Amarna, destacando para o leitor sua importância e seu valor histórico e traçando, por fim, uma possível correlação entre os acontecimentos relatados nessas correspondências e o surgimento de Israel.

Sobre as cartas de Tell el-Amarna, leia mais aqui, aqui e aqui.

Estrutura da época de Ezequias e Manassés descoberta em Jerusalém

Uma estrutura administrativa de armazenamento da época dos reis Ezequias (716/15-699/8 a.C.) e Manassés (698-643/2 a.C.), de Judá, foi descoberta perto da antiga Jerusalém e está sendo escavada por arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA).Imagem aérea da escavação de Arnona, Jerusalém - Yaniv Berman, Israel Antiquities Authority

Os pesquisadores descobriram uma grande estrutura, feita de paredes de pedra que se acredita terem sido usadas para atividades governamentais. Lá, eles descobriram 120 alças de jarros, marcadas por impressões de selos em hebraico. Muitas das alças têm “LMLK” – que significa “pertencente ao rei” – inscritas nelas. Os arqueólogos acreditam que o local tenha sido usado pelo governo judaíta para coletar impostos, gerenciar e distribuir alimentos.

A estrutura pode ser da época da invasão de Senaquerib, rei da Assíria, nos dias do rei Ezequias, em 701 a.C. Talvez as disposições econômicas do governo indicadas pelos selos estejam relacionadas a esses eventos. No entanto, a escavação revela que o local continuou ativo após a invasão assíria, dizem Neria Sapir e Nathan Ben-Ari, diretores das escavações.

As impressões dos selos apontam para a possibilidade de que a atividade governamental tenha funcionado até os últimos anos do reino de Judá. Abandonado durante o exílio babilônico (586-538 a.C.), parece que o local foi reativado e a atividade administrativa retomada na época persa, a partir de 538 a.C.

 

Leia mais sobre a descoberta, em inglês.

Huge Kingdom of Judah government complex found near US Embassy in Jerusalem – By Amanda Borschel – The Times of Israel: 22 July 2020

One of the largest collections of royal Kingdom of Judah seal impressions has been uncovered at a massive First Temple-period public tax collection and storage complex being excavated near the new United States Embassy in Jerusalem. The main Iron Age structure is exceptional in terms of both its size and architectural style, said Israel Antiquities Authority archaeologist Neri Sapir, who co-directed the excavation.

Uncovered only three kilometers (1.8 mile) outside the Old City, the compound is believed by Israel Antiquities Authority archaeologists to have served as an administrative center during the reigns of Judean kings Hezekiah and Manasseh (8th century to the middle of the 7th century BCE).

One of the largest collections of royal Kingdom of Judah seal impressions has been uncovered at a massive First Temple-period public tax collection and storage complex being excavated near the new United States Embassy in Jerusalem. The main Iron Age structure is exceptional in terms of both its size and architectural style, said Israel Antiquities Authority archaeologist Neri Sapir, who co-directed the excavation.

Uncovered only three kilometers (1.8 mile) outside the Old City, the compound is believed by Israel Antiquities Authority archaeologists to have served as an administrative center during the reigns of Judean kings Hezekiah and Menashe (8th century to the middle of the 7th century BCE).

Over 120 jar handles stamped 2,700 years ago with ancient Hebrew script seal impressions were discovered at the site, clearly indicating the location’s use as a storage

'To the King' - two-winged seal impression - Yaniv Berman, Israel Antiquities Authority

and tax center, according to an IAA press release Wednesday. Prevalent among the stamped inscriptions is “LMLK,” “LamMeLeKh,” or “Belonging to the King,” a way of marking that the foodstuffs stored in the jars had been tithed to the Judean ruler.

This trove of LMLK seal impressions adds to the over 2,000 similar seals previously discovered at excavations and allows archaeologists to rethink the administrative and tax collection systems of the Kingdom of Judah…

 

Storage Center of Prominent Kings of Judah Uncovered in Jerusalem – Bridges for Peace: July 23, 2020

A significant administrative storage center from the days of Kings Hezekiah and Menashe (8th century to the middle of the 7th century BC) has recently been exposed at archeological excavations in the Arnona neighborhood of Jerusalem. The excavation conducted by the Israel Antiquities Authority (IAA) [near the] US Embassy is funded by the Israel Land Authority and administrated by the Moriah Jerusalem Development Corporation for the development of a new neighborhood.

Excavation at the site revealed an unusually large structure built of concentric ashlars walls. Of particular interest, 120 jar handles were found bearing seal impressions containing ancient Hebrew script. Many of the handles bare the inscription “LMLK”—(belonging) to the King—with the name of an ancient city, while others feature the names of senior officials or wealthy individuals from the First Temple period. This is one of the largest and most important collections of seal impressions ever uncovered in archaeological excavations in Israel…

Maconha e incenso em santuário judaíta de Arad

O altar onde a maconha foi encontrada, junto com um segundo altar no qual incenso era queimado, ficava na entrada de um recinto onde presumivelmente eram realizados rituais religiosos dentro de uma fortaleza do reino de Judá. Análises anteriores de cerâmica recuperada e eventos históricos documentados no local indicam que o santuário foi usado por volta de 760 a 715 a.C. Escavações em Tel Arad, Israel, na década de 1960, descobriram o santuário em meio às ruínas de duas cidades fortaleza, uma construída sobre a outra, que datam do século IX a.C. até o início do século VI a.C. Arad, cerca de 45 quilômetros a oeste do Mar Morto, guardava a fronteira sul de Judá.

 

Maconha era usada em rituais judaicos na antiguidade, diz estudo – BBC News Brasil – 29 maio 2020

Judeus na antiguidade usavam maconha em seus rituais religiosos, segundo um novo estudo.

Uma substância em bom estado de preservação foi encontrada em um templo de 2,7 mil anos de idade no sítio arqueológico de Tel Arad, na região central de Israel.

Uma seção do santuário de mais de 2.700 anos de idade em Arad, reconstruída a partir de achados arqueológicos originais para exibição no Museu de Israel, em Jerusalém, inclui dois altares, um com resíduo de incenso (à esquerda) e outro com resíduo de cannabis (à direita). Israel Antiquities Authority Collection, photo © The Israel Museum, Jerusalem, by Laura Lachman

Ela foi identificada pelos cientistas como maconha e continha inclusive o composto psicoativo da cannabis, o THC.

Os pesquisadores afirmam que a maconha pode ter sido queimada para induzir nos fiéis um estado alterado de consciência.

Esta é a primeira evidência de drogas psicotrópicas sendo usadas em um ritual religioso judaico na antiguidade, de acordo com a imprensa israelense.

O templo foi encontrado no deserto de Negev, a cerca de 95 km ao sul de Tel Aviv, na década de 1960.

Como foi feita a descoberta

No estudo, publicado no jornal arqueológico da Universidade de Tel Aviv, os arqueólogos dizem que dois altares de calcário foram achados enterrados no santuário.

Graças a isso e ao clima seco, os resíduos de cannabis foram preservados no topo desses altares.

Também foi encontrado incenso em um altar, o que não surpreende por sua importância em textos sagrados, disseram os autores do estudo ao jornal israelense Haaretz.

No entanto, o tetra-hidrocanabinol (THC), canabidiol (CBD) e canabinol (CBN), que são compostos encontrados na maconha, foram identificados no segundo altar.

O estudo acrescenta que as descobertas em Tel Arad indicam que a maconha também teria sido utilizada em cultos no Primeiro Templo de Jerusalém.

Isso porque, na época, o santuário em Arad fazia parte de uma fortaleza no topo de uma colina na fronteira sul do Reino de Judá que teria correspondência, em uma versão em menor escala, com descrições bíblicas do Primeiro Templo.

Os restos do templo em Jerusalém agora estão inacessíveis para os arqueólogos, então, eles estudam Arad e outros santuários semelhantes para entender como se dava a adoração no templo maior.

 

A biblical-era Israeli shrine shows signs of the earliest ritual use of marijuana – By Bruce Bower – Science News: May 28, 2020

Chemical analyses of residue from an altar reveal a cannabis–animal dung mixture

A limestone altar from an Iron Age shrine in Israel contains remnants of the world’s earliest known instance of burning cannabis plants in a ritual ceremony, a new study finds.

This altar, along with a second altar on which frankincense was burned, stood at the entrance to a room where religious rites were presumably held inside a fortress of the biblical kingdom of Judah. Previous analyses of recovered pottery and documented historical events at the site indicate that the shrine was used from roughly 760 B.C. to 715 B.C.

Excavations at Israel’s Tel Arad site in the 1960s uncovered the shrine amid the ruins of two fortress cities, one built atop the other, that date from the ninth century B.C. to the early sixth century B.C. Arad, about 45 kilometers west of the Dead Sea, guarded Judah’s southern border.

Chemical analyses of dark material on the two altars’ upper surfaces conducted in the late 1960s proved inconclusive. Using modern laboratory devices, a team led by archaeologist Eran Arie of the Israel Museum, Jerusalem and bioarchaeologist Dvory Namdar of Israel’s Agricultural Research Organization – Volcani Center in Bet-Dagan analyzed chemical components of residues on each altar.

Cannabis on the smaller of the two altars had been mixed with animal dung so it could be burned at a low temperature, likely allowing ritual specialists to inhale the plant’s mind-altering fumes, the researchers report online May 29 in Tel Aviv, a journal published by Tel Aviv University’s Institute of Archaeology. This cannabis sample contained enough of the plant’s psychoactive compound THC to have induced an altered state of consciousness by breathing in its fumes.

Frankincense, a form of dried tree resin, was placed on the larger altar and mixed with animal fats that enabled burning at temperatures high enough to release the resin’s fragrance, the researchers say.

Biblical and historical texts indicate that frankincense and another fragrant tree resin, myrrh, reached the Iron Age Middle East and surrounding regions via trade from southern Arabia.

“But cannabis is completely new for understanding incense burning in this region, and in Judah in particular,” Arie says. Earlier evidence had pointed to the use of other mind-bending substances, such as opium, during religious rituals in various parts of the ancient Middle East and southwest Asia.

Arie suspects cannabis plants were cultivated far from Israel, in what’s now China or southeastern Russia. Knowledge of cannabis, or marijuana, probably spread from eastern and central Asia to Europe along early Silk Road trade routes, says archaeobotanist Robert Spengler of the Max Planck Institute for the Science of Human History in Jena, Germany. Mourners at a cemetery in western China inhaled cannabis fumes around 2,500 years ago (SN: 6/12/19).

It’s unclear how Middle Easterners learned about and acquired potent forms of cannabis, Spengler says. Discoveries at the Arad shrine, he says, “further complicate the early story of cannabis.”

Many Iron Age altars at Middle Eastern sites resemble the two at Tel Arad, says archaeologist Shimon Gibson of the University of North Carolina at Charlotte. The new report provides the first direct evidence that incense, sometimes including cannabis, was burned on at least some of those altars, he suggests. “It’s interesting to think of the priests officiating at these altars getting ‘high,’” Gibson muses.

 

Citations

E. Arie, B. Rosen and D. Namdar. Cannabis and frankincense at the Judahite shrine of Arad. Tel Aviv. Published online May 29, 2020. doi: 10.1080/03344355.2020.1732046.

Arqueologia, pesquisa bíblica e antigo Israel

Um artigo

Archaeology, Biblical Research and Ancient Israel – By Margreet Steiner: The Bible and Interpretation – December 2019

Introdução

Quase toda semana as manchetes falam de novas descobertas que supostamente confirmam as histórias contadas na Bíblia: o palácio do rei Davi foi encontrado, uma inscrição mencionando o gigante Golias, um selo que pertenceu à rainha Jezabel, um texto em que o profeta Balaão adverte e amaldiçoa. Mas quão confiáveis ​​são esses relatos? É possível conectar com segurança achados arqueológicos e textos bíblicos? As histórias sensacionalistas chegam à Internet e aos jornais, mas, por outro lado, os comentários críticos enviados por outras pessoas recebem muito menos atenção.

Parecia que era hora de escrever um livro para o público em geral preencher essa lacuna. Um livro que não apenas explora como os textos bíblicos retratam as pessoas que habitam a Terra Prometida e as cidades e templos que construíram, mas também mostra o que a pesquisa arqueológica revela sobre a terra, seu povo e os modos como eles viveram suas vidas. Um livro que leva o leitor até onde a arqueologia e os textos bíblicos se encontram, e que explica como interpretar as correspondências e as diferenças.

Esforcei-me por escrever esse livro com base em muitos anos de experiência dando palestras para pessoas interessadas no que costumava ser chamado de Margreet L. Steiner“arqueologia bíblica”. Este livro não pretende confirmar a Bíblia nem o contrário. O objetivo é explorar textos antigos, bem como os resultados de dezenas de anos de pesquisa arqueológica. As informações são coletadas de inscrições reais e cerâmicas, de histórias bíblicas heroicas e santuários escavados, de nomes mencionados em textos e ossos encontrados. Juntas, essas fontes nos permitem uma compreensão mais profunda das pessoas que habitam a terra antiga.

Agradeço a oportunidade oferecida pelos editores deste site para explicar como me posicionei sobre esse projeto. O artigo é uma versão ligeiramente adaptada e abreviada do capítulo 2 do livro Inhabiting the Promised Land: Em busca de Abraão e seus descendentes.

(…)

Epílogo

Tantas histórias bíblicas, tantas escavações e achados, tantas inscrições, tantas opiniões e interpretações diferentes. O leitor deste livro agora seria capaz de “ler” as histórias bíblicas à luz dos resultados das escavações? Ou relacionar os achados arqueológicos com as informações extraídas da Bíblia? Provavelmente não. Mas talvez isso tenha sido esclarecido: versículos bíblicos e achados arqueológicos não podem simplesmente ser sobrepostos. Os resultados das escavações não podem e não confirmam as histórias da Bíblia, até mesmo porque os objetivos da pesquisa em arqueologia são completamente diferentes do significado da Bíblia.

A pesquisa arqueológica busca encontrar traços das pessoas que habitaram a terra e daí deduzir os sistemas sociais, econômicos, religiosos e políticos em que viviam. E sim, às vezes é possível vislumbrar seu desenvolvimento histórico. O significado da Bíblia não é descrever a vida dos povos e a história de seus reinos, mas mostrar como Deus interveio nessas vidas e histórias. As histórias bíblicas foram escritas para comunicar essa ideia central, não para serem “verdadeiras”. Isso não significa que nenhum componente historicamente confiável esteja presente nos relatos. Significa que a arqueologia e a Bíblia abordam o antigo Israel e seu povo de ângulos completamente diferentes. Às vezes, convergem, mas muitas vezes não.

Na melhor das hipóteses, os resultados de uma escavação podem fornecer uma imagem da situação material, das condições de vida na região em que as histórias bíblicas são apresentadas. E, às vezes, as histórias bíblicas podem dar uma ideia dos pensamentos e sentimentos das pessoas que viveram na Idade do Ferro, mesmo que essas histórias tenham sido escritas muito depois do fato.

Espero que, depois de ler este livro, o leitor fique desconfiado ao ouvir, mais uma vez, que a arqueologia confirma a Bíblia, que finalmente uma inscrição escavada realmente prova que Davi matou Golias ou que os arqueólogos encontraram o palácio da rainha Jezabel. Espero que ele ou ela pense comigo: Não, não é isso que a arqueologia faz ou pode fazer. A relação entre arqueologia e a Bíblia é muito mais complicada do que estas manchetes sensacionalistas transmitem.

 

Almost weekly, headlines shout out new findings that supposedly confirm the stories told in the Bible. The palace of King David has been found, an inscription mentioning the giant Goliath, a seal that once belonged to Queen Jezebel, a text in which the prophet Balaam cautions and curses. But how reliable are these accounts? Is it even possible to connect archaeological finds and biblical texts that unambiguous? The exultant stories reach the Internet and the newspapers; the critical comments forwarded by others get much less attention.

It seemed high time to write a book for the general public to fill in this lacuna. A book that not only explores how the biblical texts depict the people inhabiting the Promised Land and the towns and temples they built but that also shows what archaeological research reveals of the land, its people, and the ways they lived their lives. A book that takes the reader to where archaeology and biblical texts meet, and that explains how to interpret the correspondences and differences.

I have endeavored to write that book, based on many years of experience giving lectures for people interested in what used to be called “biblical archaeology.” This book does not set out to confirm the Bible nor the opposite. It aims to explore ancient texts as well as the results of dozens of years of archaeological research. Information is gleaned from royal inscriptions and mundane cooking pots, from heroic biblical stories and excavated shrines, from names mentioned in texts and pig bones in the ground. Together, these sources allow us a deeper understanding of the people inhabiting the ancient land.

I appreciate the opportunity offered by the editors of this website to explain how I set about this project. The following is a slightly adapted and shortened version of chapter 2 of the book: In search of Abraham and his descendants.

(…)

Epilogue

So many Bible stories, so many excavations and finds, so many inscriptions, and so many different opinions and interpretations. Would the reader of this book now be capable to “read” the biblical stories in the light of the results of excavations? Or relate the archaeological finds to the information extracted from the Bible? Probably not. But maybe this has been made clear: biblical verses and archaeological finds cannot simply be superimposed. Results from excavations cannot and do not confirm stories from the Bible, if only because archaeology’s research aims are completely different from the Bible’s meaning.

Archaeological research sets out to find traces of the people inhabiting the land and from that deduce the social, economic, religious and political systems in which they lived. And yes, sometimes it is possible to glimpse their historical development. The Bible’s meaning is not to describe the lives of the peoples and the history of their kingdoms but to show how God intervened in those lives and histories. The stories were once written down to communicate this central idea, not to be “true.” That does not mean that no historically reliable components are present in the stories; it means that archaeology and the Bible approach the ancient land and its people from completely different angles. Sometimes they converge, but often they do not.

In the best of times, excavation results can provide a picture of the tangible situation “on the ground,” of the living conditions in the region in which the biblical stories are set. And – sometimes – the biblical stories can give insight into the thoughts and feelings of the people living in the Iron Age, even if these stories were written down long after the fact.

I hope that after reading this book, the reader will take a step back when hearing once again that archaeology confirms the Bible, that this time an excavated inscription really proves that David slew Goliath, or that archaeologists have found the palace of Queen Jezebel. I hope that s/he – with me – thinks: No, that is not what archaeology does or can do. The relationship between archaeology and the Bible is much more complicated than is presented here.

 

Um livro

 

STEINER, M. L. Inhabiting the Promised Land: Exploring the Complex Relationship between Archaeology and Ancient Israel as Depicted in the Bible. Oxford: Oxbow Books, 2019, 192 p. – ISBN 9781789253306

Para muitas pessoas parece evidente: as ações e crenças do antigo Israel são descritas na Bíblia. As histórias sobre seus povos e reis, lutas e guerras, divindades e santuários devem ter sido contadas e recontadas ao longo dos tempos e registradas em arquivos antigos. Em um determinado momento, essas histórias foram reunidas na Bíblia, que, assim, se torna história. No entanto, desde o século 19, pelo menos, os estudiosos duvidaram da confiabilidade histórica de muitas histórias bíblicas, e as pesquisas arqueológicas dificilmente conseguiram confirmar sua historicidade. O objetivo deste livro é descrever o relacionamento muitas vezes complicado entre arqueologia e Bíblia. Não é um livro sobre ‘arqueologia bíblica’, e a arqueologia não é usada para ilustrar as histórias bíblicas, muito menos para provar que a Bíblia está certa. Pelo contrário, concentra-se nas informações que a arqueologia pode fornecer sobre as vidas e crenças dos povos antigos que habitavam a terra em que a Bíblia foi escrita e na questão de como essas informações se relacionam com as histórias bíblicas. O objetivo é fornecer alguns exemplos de como essa interação entre arqueologia e histórias bíblicas funciona e como interpretar a discrepância que possa existir entre os resultados da pesquisa arqueológica e a narrativa bíblica. Assim, oferece uma introdução ao campo do ponto de vista de um arqueólogo. O livro é destinado ao público em geral e também será de interesse para estudiosos da Bíblia, historiadores e professores, bem como arqueólogos de outros campos. Difere do livro não acadêmico médio sobre esse assunto, pois é mais pessoal, mais eclético e mais arqueológico. As análises da edição holandesa [Op zoek naar …: de gecompliceerde relatie tussen archeologie en de Bijbel, 2015] elogiam o estilo apaixonado e a maneira como o livro se concentra no processo científico de pesquisar problemas, em vez de encontrar respostas e apresentar a solução.

Margreet L. Steiner (Doutora em Arqueologia do Antigo Oriente Médio pela Universidade de Leiden, Holanda) é uma pesquisadora independente. Fez publicações finais das escavações de Kathleen Kenyon em Jerusalém e é co-editora do livro The Oxford Handbook of Archaeology of the Levant (10.000 – 350 AEC), de 2014. Nos últimos trinta e cinco anos, ela participou ou dirigiu escavações na Jordânia, Síria, Líbano e Territórios Palestinos. Atualmente, ela é co-diretora das retomadas escavações de Tell Abu Sarbut, na Jordânia.

 

For many people it is clear: the actions and beliefs of Ancient Israel are described in the Bible. The stories about its peoples and kings, struggles and wars, deities and shrines, are supposed to have been told and retold throughout the ages and recorded in ancient archives. At a certain moment in time these stories have been assembled in the Bible which becomes history. However, from the 19th century at least, scholars have doubted the historical reliability of many biblical stories, and archaeological research has hardly been able to confirm their historicity. The aim of this book is to describe the often-complicated relationship between archaeology and the Bible. It is not a book on `biblical archaeology’, and archaeology is not used to illustrate the biblical stories, let alone to prove that the Bible is right. On the contrary, it focuses on the information that archaeology can provide of the lives and beliefs of the ancient peoples that inhabited the land in which the Bible was written, and on the question of how this information relates to the biblical stories. It aims at providing some examples of how this interplay of archaeology and biblical stories works, and how to interpret the discrepancy that may exist between the results of archaeological research and the biblical narrative. It thus offers an introduction into the field from the standpoint of an archaeologist. The book is intended for the general public, and will also be of interest to biblical scholars, historians and teachers, as well as archaeologists in other fields. It differs from the average non-scholarly book on this subject in that it is more personal, more eclectic, more archaeological. Reviews of the Dutch edition [Op zoek naar …: de gecompliceerde relatie tussen archeologie en de Bijbel, 2015] praise the passionate style and the way it focuses on the scientific process of researching problems, instead of on finding answers and presenting the solution.

Table of ContentsSTEINER, M. L. Inhabiting the Promised Land: Exploring the Complex Relationship between Archaeology and Ancient Israel as Depicted in the Bible. Oxford: Oxbow Books, 2019

List of figures
Prologue
1. In search of … archaeology and the Bible
2. In search of … Abraham and his descendants
3. In search of … Saul and the days of the Judges
4. In search of … Goliath, the Philistine
5. In search of … David and Solomon
6. In search of … Jezebel and the House of Omri
7. In search of … Mesha of Moab
8. In search of … Jehoiachin and the Exile
9. In search of … the prophet Balaam
10. In search of … the goddess Asherah
11. In search of … the temple of Jerusalem
Epilogue
Further reading

Margreet L. Steiner (University of Leiden, 1994) is an independent scholar in Leiden, The Netherlands. She has produced final publications of Kathleen Kenyon’s excavations in Jerusalem and is the co-editor of The Oxford Handbook of the Archaeology of the Levant (10.000 – 350 BCE). For the past thirty-five years she has participated in or directed excavations in Jordan, Syria, Lebanon and the Palestinian Territories. Currently she is co-director of the renewed excavations of Tell Abu Sarbut, Jordan. Margreet Steiner has published widely on the archaeology of the Levant.

Encontrados no Egito sarcófagos de sacerdotes

Egito apresenta sarcófagos de 3.000 anos

As 30 peças de madeira pintada, que serviram de caixão para homens, mulheres e crianças, foram encontradas a um metro de profundidade.

Por France Presse

Trinta sarcófagos de madeira pintada foram apresentados neste sábado, em excelente estado de conservação, depois que foram encontrados em Asasif, no Vale dos Reis, perto de Luxor (sul do Egito).

“É a primeira descoberta em Asasif (feita por uma equipe egípcia) de arqueólogos, conservadores e trabalhadores”, declarou o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mustafa Waziri, em uma entrevista coletiva em Luxor.

Asasif é uma necrópole antiga situada na margem oeste do Nilo.

Os sarcófagos foram descobertos na semana passada. Algumas fotos foram divulgadas antes do anúncio oficial, que aconteceu neste sábado (19) diante do templo de Hatshepsut.

As 30 peças de madeira pintada, que serviram de caixão para homens, mulheres e crianças, foram encontradas a um metro de profundidade, empilhadas em duas linhas. Pertenciam a uma importante família de sacerdotes.

Waziri destacou que as escavações feitas pelos ocidentais no século XIX se concentraram nas tumbas dos reis, enquanto os trabalhos recentes dos egípcios revelaram um “depósito de sacerdotes”.

Os 30 objetos encontrados poderiam datar de cerca de 3.000 anos, no século X a.C.

Sobre um fundo amarelo é possível distinguir marcas vermelhas e verdes e alguns traços pretos. Hieróglifos, várias divindades egípcias, pássaros, cobras e flores de lótus decoram a madeira.

“Realizamos apenas alguns retoques de primeira necessidade nos caixões, em muito bom estado”, declarou Salah Abdel-Galial, um restaurador local do ministério de Antiguidades, ao exibir uma das peças.

De acordo com o ministro das Antiguidades, Khaled Al Enany, este tipo de descoberta, muito importante, enfrentou problemas após a revolta popular de 2011 que expulsou Hosni Mubarak do poder.

Há vários anos, as autoridades egípcias anunciam com frequência descobertas arqueológicos, com o objetivo de estimular o turismo, prejudicado pela instabilidade política e os atentados que aconteceram no país desde a revolução de 2011.

Mas várias autoridades, incluindo o presidente Abdel Fatah Al Sisi, repetiram nas últimas semanas que a estabilidade retornou ao país, após os protestos registrados em meados de setembro que, apesar do número limitado de simpatizantes, foram duramente reprimidos.

“Algumas pessoas, não queremos citar nomes, não querem que consigamos fazer estas descobertas […] que impressionam o mundo”, declarou Al Enany, em referência aos críticos do governo do Egito.

“Estas descobertas são de um valor incalculável para a reputação do Egito”, disse.

O ministro informou que a importante coleção encontrada em Asasif será transferida em 2020 para o novo Grande Museu Egípcio.

Fonte: G1 – 19.10.2019

 

Archaeologists discover 30 ancient coffins in Luxor

Intricately carved coffins with mummies from 1000BC ‘biggest such find in over a century’

Egypt has revealed details of 30 ancient wooden coffins with mummies inside, which were discovered in the southern city of Luxor in the biggest find of its kind in more than a century.

A team of Egyptian archaeologists found a “distinctive group of 30 coloured wooden coffins for men, women and children” in a cache at Al-Asasif cemetery on Luxor’s west bank, the ministry of antiquities said in a statement on Saturday.

“It is the first large human coffin cache ever discovered since the end of the 19th century,” the Egyptian antiquities minister, Khaled El-Enany, was quoted as saying during a ceremony in Luxor.
S

The intricately carved and painted 3,000-year-old coffins were closed with mummies inside and were in “a good condition of preservation, colours and complete inscriptions”, the statement added.

They were for male and female priests and children, said Mostafa Waziri, the excavation team leader, dating back to 1000BC under the rule of the 22nd pharaonic dynasty.

The coffins will undergo restoration before being moved to a showroom at the Grand Egyptian Museum, due to open next year next to the Giza pyramids, the ministry said.

The discovery is the latest in a series of major finds of ancient relics that Egypt hopes will revive its tourism sector, which has been badly hit by political instability since the 2011 uprising that toppled Hosni Mubarak.

Earlier this month, Egypt unveiled two archaeological discoveries in Luxor, including an industrial zone at the city’s West Valley, also known as the Valley of the Monkeys.

Fonte: The Guardian – Reuters: Sat 19 Oct 2019 15.27

A arqueologia usada como ferramenta política em Israel

Arqueólogos sionistas americanos fazem escavações em território palestino ocupado para promover suas crenças messiânicas e legitimar a ocupação israelense. Aqui é relatado o caso de Tel Shiloh, a localidade bíblica de Silo (1Sm 1,3; 4,1-11).

O arqueólogo Scott Stripling, cristão evangélico, acredita que a Bíblia deve ser lida literalmente e usada como um roteiro para sua pesquisa. “A Bíblia é um documento histórico confiável? Alguns colegas israelenses discordam, mas eu acredito que sim”, diz ele. “Por um lado, temos o Antigo Testamento e, por outro lado, artefatos arqueológicos. Existe uma verossimilhança? Isso é o que esperamos. Mas eu não ando por aí com uma Bíblia em uma mão e uma pá na outra”.

Israel usa a arqueologia como uma ferramenta política em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia para tentar justificar sua presença. Isso explica por que eles estão trabalhando com os evangélicos, que apoiam a mesma narrativa. Os evangélicos não fazem pesquisa para o benefício da comunidade local, mas para seu próprio benefício e para apoiar a ocupação, diz Yonathan Mizrachi, diretor da ONG israelense Emek Shaveh.

 

Digging in the Holy Land: Evangelicals are excavating occupied soil to help their cause, and Israel’s

American, ultra-religious archaeologists are descending on the West Bank to promote their beliefs

A day of archaeological digging by the Associates for Biblical Research always begins with a reading of the Bible, the very text of which they are trying to demonstrate the historical reliability.

“I am the light of the world. Whoever follows me will not walk in darkness, but will have the light of life,” repeated the group of twenty ideologically-driven Evangelical Christians, mostly pro-Israel Americans on the white religious right of the faith at odds with many of its strands in the Middle East.

Escavações em Tel Shiloh, Cisjordânia. Foto: Amnon GutmanIt is barely 5am in Jerusalem, and team members are just boarding a bus heading to Tel Shiloh, an archaeological site on private Palestinian land in Area C of the occupied West Bank, which is subjected to full Israeli control.

There, they say, may lie the remains of the tabernacle – the shrine that is believed to have hosted the Ark of the Covenant, a wooden chest said to have held the ten commandments on two stone tablets.

The dig site is suffused with a mild morning light. In a camel-coloured cowboy hat and sunglasses, always flashing a bright smile, team leader Dr Scott Stripling, 54, fits the Hollywood picture of an archaeologist. His work, however, is far from conventional.

A proud Evangelical Christian, he and his team believe the Bible is to be read literally and it serves as a textbook for their research.

“Is the Bible a reliable historical document? Some Israeli colleagues disagree, but I believe so,” says Mr Stripling, also arguing that many archaeologists are biased against the “holy word”.

“On the one hand, we have the Old Testament and, on the other hand, archaeological artefacts. Is there a verisimilitude? That’s what we expect.

“But I don’t walk around with a Bible in one hand and a shovel in the other.”

It is the third year of the excavation in Tel Shiloh and Mr Stripling hopes to find new clues to confirm that the elusive tabernacle was once located here. Last year, they discovered a ceramic pomegranate, a fruit symbolically associated with the holy shrine.

The pieces unearthed in Tel Shiloh are brought back to Jerusalem each day, before being analysed in collaboration with the Israeli antiquities authorities in a process critics say is disturbingly opaque. In mid-May, the Supreme Court ruled that Israel is not obligated to release information about archaeological digs in the occupied West Bank, rejecting an appeal by two non-governmental organisations.

“Everything we find is stored in Israel and if a political solution to [the Israeli-Palestinian] conflict is found, the people in charge of the territory will then have access to the objects,” Mr Stripling says.

“But I’ll be dead before that happens,” he laughs.

The inter-religious relationship between some Israeli Jews and American Evangelicals is sometimes labelled opportunistic. A subset of the Evangelical community believes that the return of the Jewish people to the land of their ancestors is necessary for the return of the Messiah and the end of times, as laid out in the Bible. Israeli authorities, meanwhile, are searching for allies to support their half-century old military occupation.

Emeline and Perry Ginhart, a newly-wed American couple, hope to make more discoveries that will help support the authenticity of their Messianic vision of Christianity. They visited Tel Shiloh last May for their honeymoon, paying thousands of dollars to be allowed to take part in the dig. Both amateurs with no professional experience in archaeology, they spent long hours clearing the tiny area of dirt they were in charge of under the scorching sun.

“By helping Israel, we are helping our cause. Our creator gave us these lands to take care of,” says Mr Ginhart.

Leah Tramer, one of the few Israelis in the team, is a former research assistant at Tel Aviv University and a self-declared “former leftist”. She says her political views changed after a particularly violent attack by Palestinian militants.

Since then, she has been working for the University of Ariel, located in a large Israeli settlement in the occupied West Bank. She helps American Evangelicals who come to the area to dig – to them, Judea and Samaria, the biblical name they give to the West Bank, is a natural extension to the current Israeli state.

“There is nothing more exciting than doing research related to the Bible,” she says.

“It is wonderful that Christians are helping us to recover our past.”

Archaeological finds are used in a political and ideological context as theoretical evidence for the importance of Jewish heritage over Palestinian links to the land.

“Israel uses archaeology as a political tool in East Jerusalem and the West Bank to try to justify its presence. This explains why they are working with Evangelicals, who support the same narrative,” Yonathan Mizrachi, director of the left-wing Israeli NGO Emek Shaveh, told The National.

“Evangelicals don’t do research for the benefit of the local community but for their own benefit and to support the occupation.”

Many other sites beside Tel Shiloh have raised controversy, in a land where archaeology is inherently political. The City of David in occupied East Jerusalem’s Palestinian neighbourhood of Silwan (also known as Wadi Hilweh) is, according to biblical references, the original site of Jerusalem at the time of King David some 3,000 years ago. It is now a popular pilgrimage site for Evangelicals from all over the world.

Last month, US Ambassador to Israel David Friedman and White House Mideast peace envoy Jason Greenblatt participated in an inaugural ceremony there to unveil the “Pilgrimage Road,” a now-subterranean stairway that is said to have served as a sacred Roman-era road for Jews to the Temple Mount.

According to local residents, underground excavations at the site, which have lasted for years, have severely damaged 15 Palestinian houses.

Mazen Aweida, 48, points to thick cracks running along the walls of his home, where the kitchen sink has half-collapsed and the bedroom floor has buckled.

“We’re miserable,” he says.

“I have young children and I’m afraid debris will fall on them. It stresses me out a lot,” the father of seven whispers, glancing at his little boy sitting next to a gaping scar running from the floor to the ceiling.

Many residents are convinced that archaeological digs are part of a broader strategy to drive Palestinians out and take control of their land.

The City of David Foundation, a nationalist Israeli organisation behind the project and known by its Hebrew initials ELAD, declined a request to comment, but it has previously denied responsibility for damage to Palestinian homes.

A European specialist who has been working in the Middle East for decades decried Biblical archaeology, questioning those who believe that all of the Bible was intended to be understood literally.

“The Israeli army must stop the archaeological massacre in the occupied territories,” said the specialist, who asked not to be named.

At 1pm, the sound of a shofar, a traditional Jewish horn, echoes through the rocky hills of Tel Shiloh to mark the end of the day’s dig. But those taking part will be back tomorrow in search of the holy tabernacle, despite the fact that they are yet to find anything decisive.

“The absence of proof,” says Mr Stripling, “is not the proof of absence.”

Fonte: Wilson Fache and Salomé Parent – The National: July 29, 2019