Leia na Folha Online
Mês: junho 2007
Roma renascida
Visite este site. Você não se arrependerá.
Rome Reborn is an international initiative launched in the mid-1990s by the UCLA Cultural Virtual Reality Laboratory. The goal was the creation of 3D digital models illustrating the urban development of ancient Rome from the first settlement in the Bronze Age (ca. 1500 B.C.) to the depopulation of the city in the early Middle Ages (ca. A.D. 550). With the advice of an international scientific advisory committee, the leaders of the project decided that A.D. 320 was the best moment in time to begin the work of modeling. At that time, Rome had reached the peak of its population, and major Christian churches were just beginning to be built. After this date, the capital of the empire left Rome for Constantinople and so few new civic buildings were built. Much of what survives of the ancient city dates to the period around A.D. 320, making reconstruction less speculative than it must unavoidably be for earlier phases.
Poder de agenda: assusta, mas não surpreende
** ‘Máfia dos caça-níqueis. Vavá usou nome de Lula; 13 presos são liberados’
A chamada acima estava no portal do UOL, um dos maiores provedores de acesso à internet do Brasil, na tarde de sábado (10/6). É mais um exemplo do ‘jornalismo vale-tudo’ que tem sido praticado no país desde a eleição do presidente Lula, em 2002. Uma mistura deliberada de informação com opinião. Característica de uma imprensa que há muito trocou seu papel de fiscal dos poderes pelo de partido de oposição. Clara demonstração daquilo que os especialistas em comunicação chamam de ‘poder de agenda’: capacidade de, por sucessivas edições dos fatos, criar na opinião pública uma percepção dominante da sociedade em que vive. E, como escreveu Giancarllo Summa em excelente matéria na revista CartaCapital (edição 477, de 6/6/2007), ‘manter o governo refém das capas de jornais e revistas e dos títulos do Jornal Nacional‘.
A técnica empregada induz o leitor a pensar, em um primeiro momento, que o irmão do presidente, valendo-se de tráfico de influência, obteve a soltura de 13 presos. Tal procedimento teria cabimento em publicações que se propõem a obter sucesso, explorando um tipo de humor controverso, calcado em boatos e truques que se prestam a pregar peças no ‘respeitável público’.
Golpista e conservadora
Quando não é esse o objetivo, o texto truncado revela coisa distinta: a ação conjugada das 13 famílias que dominam a mídia nativa em manter o governo dentro do metro de seus interesses. Dispõem, para esses fins, de articulistas engajados e de uma aliança estratégica com parcela da classe média. Como formuladores (não confundir com formadores) de opinião, os primeiros contam com a cumplicidade do leitor de extração conservadora. Não se trata de colonização de imaginário ou moldagem de consciência, mas da formatação textual de uma visão de mundo anterior à leitura.
Nesse quadro, todos os procedimentos são válidos. Reportagens condicionadas à orientação editorial da publicação ou emissora; negligência investigativa, seleção e organização de informações com vistas a criar crises que nada mais são que simulações produzidas por recortes de mídia; divulgação, ao arrepio da lei, de informações de inquérito sob segredo de justiça. Tudo isso somado é alicerce da democracia ou instrumento de instabilidade institucional?
Sem qualquer receio de se deslegitimar como práxis ética, aposta no esquecimento como fonte de validação de seus enunciados. Uma mídia, em suma, que é, desde a origem, golpista e conservadora. E tem dado sobejas demonstrações disso nos últimos dias.
Texto passa batido
Quem acompanha o noticiário desde a decisão do presidente Hugo Chávez de não renovar a concessão da Radio Caracas Televisión (RTVC) pôde assistir a toda sorte de sofismas. Feita dentro de preceitos constitucionais e respaldada por mecanismos administrativos que, em momento algum, feriram o Estado democrático de Direito, a ação do presidente venezuelano foi tachada, pela imprensa brasileira, como inequívoco desejo de controlar a mídia privada.
Em entrevista à Folha de S.Paulo (8/6), o presidente Lula foi claro ao dizer que, respeitando a soberania do país vizinho, as especificidades de cada formação política não autorizavam temores manifestos em colunas e editoriais. ‘A diferença com o Brasil é que conseguimos colocar na Constituição que isso passa pelo Congresso. Não é uma decisão unilateral do presidente. Lá, é. Faz parte da democracia deles.’
Não foi o suficiente para quem teme efeito demonstração. O jornalista Ruy Fabiano não titubeou em sair em defesa de quem o emprega. Em artigo que beira o primarismo, escreveu que ‘transpondo o raciocínio para o Brasil, pode-se dizer que, se amanhã a concessão da Rede Globo findar e o governo simplesmente não a renovar, estará sendo legalista e democrático. Ora, assim como a concessão de um canal de TV não pode ser ato pessoal de vontade do governante, muito menos sua supressão’. Fabiano, ao se tornar porta-voz do monopólio, esqueceu que, no Brasil, tal decisão teria que contar com o consentimento do Senado para ser efetivada. Distorcendo a fala do presidente, caiu em equívoco, e fechou simbolicamente o Congresso.
Não deve ficar preocupado. O texto passará batido. O jornalismo ‘vale-tudo’ cadencia a evolução. A recorrência dos métodos assusta, mas não surpreende.
Fonte: Gilson Caroni Filho – Observatório da Imprensa: 12/06/2007
O Pentateuco de Jean-Louis Ska
Para responder a um e-mail de um leitor, precisei fazer alguma pesquisa sobre o livro de J.-L. Ska, Introdução à leitura do Pentateuco: Chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2003, do qual tenho uma resenha em minha página, escrita por Círio Alessandro, aluno do CEARP. Recomendo esta obra como leitura fundamental na disciplina de Pentateuco, no segundo semestre do Primeiro Ano de Teologia.
A publicação original, em italiano, de 2000, já está na oitava edição, com data de 2008. A mais recente tradução, em inglês, de 2006, informa que a obra foi, nesta edição, completamente revisada e atualizada, inclusive a bibliografia: The English translation published by Eisenbrauns has been completely reviewed and updated, including the bibliography, by Ska. Portanto, no momento, deveria ser a mais recomendada.
O que encontrei sobre a Introdução ao Pentateuco de Ska foi:
Original:
- SKA, J.-L. Introduzione alla lettura del Pentateuco: Chiavi per l’interpretazione dei primi cinque libri della Bibbia. 8. ed. Bologna: Edizioni Dehoniane, 2008 [1998], 320 p. – ISBN 9788810221013.
Traduções já publicadas:
- Em francês: Introduction à la lecture du Pentateuque: Clés pour l’interprétation des cinq premiers livres de la Bible. Bruxelles: Éditions Lessius, 2000, 392 p. ISBN 2-87299-081-X
- Em coreano: tradução de Johan Yeong Sik Pahk, Seoul: Saint Pauls, 2001[não tenho informações sobre o título, nem o link para a editora].
- Em inglês: Introduction to Reading the Pentateuch. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2006, xvi + 285 p. ISBN 1-57506-122-8
- Em espanhol: Introducción a la lectura del Pentateuco: Claves para la interpretación de los cinco primeros libros de la Biblia. 2. ed. Estella [Navarra]: Verbo Divino, 2010, 384 p. – ISBN 9788481694352.
- Em chinês: Yue du wu shu dao lun. Xianggang: Gong jiao zhen li xue hui, 2011, xvi + 373 p. – ISBN 9789628909841.
- Em português: Introdução à leitura do Pentateuco: Chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. 3. ed. São Paulo: Loyola, [2003] 2014, 304 p. – ISBN 8515024527.
Resenha online:
- David M. Carr – Union Theological Seminary, New York – em 14 de março de 2002, na Review of Biblical Literature, sobre a edição francesa.
Mergulhado no catálogo da Einsenbrauns
Sabe o que deixa um biblista “babando” feito um babaca?
Passar a tarde conferindo o Catálogo da Eisenbrauns: Scholar’s Source Volume 27.1 February-June 2007.
E foi o que fiz hoje… dezenas e dezenas de livros interessantes e importantes.
Se eu fosse você, ia lá!
Livro novo do Seminário Europeu de Metodologia Histórica
GRABBE, L. L. (ed.) Ahab Agonistes: The Rise and Fall of the Omri Dynasty. London: T & T Clark, 2007, 368 p. ISBN 9780567045409
Esta é a mais recente publicação do grupo que compõe o Seminário Europeu de Metodologia Histórica (European Seminar on Historical Methodology).
Diz a editora:
In this volume the European Seminar on Historical Methodology uses the period of the 9th and 8th centuries as a field for investigating the question of writing a history of Israel. This period provides a striking example in which the biblical text can be compared with other written and arti-factual sources. Contributors explore a variety of aspects of the history of the period of Omri and Ahab and the following Jehu dynasty. As a volume it provides a comprehensive picture of the sources, the historical problems, and the areas of major debate. Participants discuss such topics as the dating of prophetic texts, the house of Ahab in Chronicles, the Tel Dan inscription, the Mesha inscription, the Jezebel tradition, the archaeology of Iron IIB, the relationship between the biblical text and contemporary sources, and the nature of the Omride state. An introductory chapter summarizes the individual papers and also the relevant section of Mario Liverani’s recent history of the period. A concluding `Reflections on the Debate’ summarizes the issues raised in the papers and provides a perspective on the discussion.
Morte de Alexandre Magno: data e causa
Amanhã, dia 11 – talvez hoje, dia 10, talvez dia 13 – é aniversário da morte de Alexandre Magno, ocorrida na Babilônia em 323 a.C.
Até hoje a causa de sua morte é amplamente debatida. Alexandre morreu de alguma doença transmitida por inseto, de alguma infecção ou teria sido envenenado?
No post Death of Alexander the Great, em About.com: Ancient / Classical History, escrito por N. S. Gill, se lê:
Today [10] is the anniversary of the death of Alexander the Great in 323 B.C. What killed him is still open to debate. An article claiming Alexander the Great could have died of West Nile Virus looks at the type of evidence most historians would overlook, including the fact that there is a swamp near where Alexander died that could have been the breeding grounds for insect-borne diseases. In The Death of Alexander the Great, Paul Doherty looks very carefully at the historical evidence and then concludes that Alexander died from arsenic poisoning.
Como dito acima, há controvérsias quanto à data da morte de Alexandre. Os dias 10, 11 e 13 são defendidos por diferentes especialistas.
Veja:
Alexander died on 11 June 323 BCE, in the late afternoon; this can be deduced from the Astronomical diaries, a Babylonian source. Several scholars have argued for 13 June and 10 June, but the first of these dates is based on an inaccurate Greek source that uses a confused Egyptian calendar, and the second is based on inaccurate reading of the Astronomical diary.
Leia mais sobre Alexandre, em minha História de Israel, aqui. Vote na enquete: Na sua opinião, qual foi a causa da morte de Alexandre Magno?
Sobre o filme Alexandre, de Oliver Stone, acho que todos ouviram falar, não?
Faleceu o Professor Robert North
Passando hoje pela página do Pontifício Instituto Bíblico, bati de frente com a notícia do falecimento do Professor Robert North, ocorrido no dia 2 de junho, sábado passado. Viveu bem, tinha 91 anos.
Fui seu aluno no Bíblico, em Roma, no Mestrado, nas disciplinas de Arqueologia e Geografia. Era uma figura querida por todos. Parecia um personagem de filme de faroeste e não um professor jesuíta, nada tinha de convencional.
Alô amigos, Emanuel, Ivo, Zamagna, Ney Brasil, Schmidt, Sebastião Gameleira, Fernando, Valdir… (vejam como o Benjamim faz falta!)… os “loucos” do Pio Brasileiro que estudaram Bíblia na década de 70… e tantos outros antes e depois da gente… leiam a notícia abaixo, que transcrevo da página do PIB:
“Sabato 2 giugno 2007 è deceduto negli Stati Uniti (Wauwatosa, Wisconsin) il R.P. Robert North, S.J., professore emerito di Archeologia e Geografia Biblica del Pontificio Istituto Biblico. Era nato il 25 marzo 1916 ad Iowa City (Iowa, USA).
Entrato nella Compagnia di Gesù l’8 agosto 1931, aveva compiuto i suoi studi classici alla St. Louis University (M.A. in Greco, 1937, e Ph.L. in Filosofia, 1939). Dal 1941 al 1945 compì gli studi teologici alla St. Mary’s Univ. (Kansas) e il 21 giugno 1944 fu ordinato sacerdote. Il 2 novembre 1946 si iscrisse al Pontificio Istituto Biblico, conseguendo la Licenza in S. Scrittura nel 1948 («summa cum laude»). Conseguì poi anche il Dottorato in S. Scrittura con la tesi «Sociology of the Biblical Jubilee», difesa il 26 aprile 1951 e pubblicata come numero 4 della collana Analecta Biblica (Roma 1954, XLVI+245 pp.).
Dal 1951 al 1991 fu, con delle interruzioni, professore di Archeologia e Geografia Biblica all’Istituto, insegnando anche «Discipline speciali» bibliche. Il 17 dicembre 1991 concluse la sua attività di insegnamento accademico con la conferenza pubblica: «Archeologia e sociologia nella ricerca biblica di fronte al 2000».
Dal 1956 al 1960 fu direttore dell’Istituto Biblico di Gerusalemme e dal 4 dicembre 1959 al 20 febbraio 1960 diresse gli scavi archeologici nella valle del Giordano a Teleilat Ghassul (in Giordania, ora Israele).
Molti ex-alunni lo ricordano, oltre che per il suo insegnamento, anche come infaticabile organizzatore di «carovane» bibliche nella Terra Santa e paesi vicini. Ne organizzò una trentina tra il 1952 e il 1978, offrendo a studenti e professori la possibilità di visitare i luoghi biblici in tempi in cui per l’organizzazione e la realizzazione dei viaggi non si disponeva dei mezzi odierni.
Alla morte di P. Peter Nober S.J. (1980) assunse l’incarico di redattore dell’Elenchus Bibliographicus Biblicus (poi Elenchus of Biblica). Portò avanti questo incarico con grande competenza fino al 1998. Nel mese di aprile 2000 lasciò definitivamente Roma per far ritorno negli Stati Uniti nella sua provincia religiosa di appartenenza (Wisconsin).
Le sue pubblicazioni comprendono vari libri, circa 200 articoli e 400 recensioni. Nella collana «Analecta Bblica», oltre sua tesi di dottorato, menzionata sopra, ha pubblicato: Medicine in the Biblical Background and Other Essays on the Origins of Hebrew (AnBib 142; Roma 2000, pp.192) e The Biblical Jubilee… after fifty years (AnBib 145; Roma 2000, pp. 168).
Appresa la notizia della morte di P. North, il P. Rettore ha inviato al suo Provinciale una lettera di condoglianze a nome di tutto l’Istituto”.
James Swetnam, Professor Emérito do PIB, com quem estudei grego, escreveu um interessante obituário sobre Robert North na edição de junho do SBL Forum. Leia Rev. Robert North, S.J. 1916-2007.
Google Reader Trends
No Google Reader Trends é possível ver alguns aspectos interessantes dos itens inscritos em meu blogroll. Como os blogs mais frequentemente atualizados nos últimos 30 dias e, na outra ponta, os inativos.
Reporto aqui os top 45 itens dos últimos 30 dias, lembrando – somente aos distraídos! – que a data atual é: 9 de junho de 2007, 11h45, horário de Brasília.
Enfatizo, porém, que esta estatística é do Google Reader, não minha, e que indica a quantidade média diária de posts publicados por um blog, ou outro item inscrito, e não a qualidade de seu conteúdo!
Portanto, não cabe aqui qualquer juízo de valor de um blog e a estatística não deve ser usada para medir a excelência acadêmica de nenhum blogueiro ou biblioblogueiro. Vejo biblioblogs excelentes, por exemplo, no fim da lista.
Your subscription trends for the last 30 days – Frequently updated: Items/Day
:: Dr Jim West 5.7
:: Egyptology News 3.8
:: Egyptology Blog 2.8
:: Jesus Creed 2.3
:: Higgaion 1.8
:: Observatório Bíblico 1.7
:: Aantekeningen bij de Bijbel 1.7
:: PaleoJudaica.com 1.6
:: Faith and Theology 1.5
:: NT Gateway Weblog 1.4
:: Archaeogate 1.4
:: About Ancient/Classical History 1.4
:: Euangelion 1.4
:: What’s New in Abzu 1.3
:: New and Noteworthy 1.3
:: AKMA’s Random Thoughts 1.3
:: Better Bibles Blog 1.3
:: The Forbidden Gospels Blog 1.2
:: Chrisendom 1.1
:: Thoughts on Antiquity 1.0
:: Biblische Ausbildung 1.0
:: This Lamp 1.0
:: Abnormal Interests 1.0
:: Schenck Thoughts 1.0
:: Bibbiablog 1.0
:: Targuman 0.9
:: Northstate Science 0.9
:: EvolutionBlog 0.8
:: Idle Musings of a Bookseller 0.8
:: Lingamish 0.8
:: Exploring Our Matrix 0.8
:: Bible Films Blog 0.8
:: Sibboleth 0.8
:: Evangelical Textual Criticism 0.8
:: The View from Jerusalem 0.7
:: Awilum.com 0.7
:: Codex 0.7
:: The Stuff of Earth 0.7
:: Revelee 0.7
:: Current Epigraphy 0.7
:: Bob’s Log 0.7
:: Dr Claude Mariottini 0.7
:: Ancient Hebrew Poetry 0.6
:: Kata ta Biblia 0.6
:: SansBlogue 0.6
Por que se empenham tanto em desconstruir Jim?
Será que isto (com os comentários!) tem mesmo a ver com a academia, como dizem? Por que será que se empenham tanto em desconstruir Jim West?
Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas, sentencia: Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente, aprende. Ou, em alemão: Meister is nicht, wer immer lehrt, sondern wer rasch lernt*.
* ROSA, J. G. Grande Sertão. Roman. Aus dem brasilianischen Portugiesisch von Curt Meyer-Clason. Köln: Verlag Kiepenheuer & Witsch, 1964, 1987, p. 288. ISBN 3-462-01809-4