Discurso do cardeal Geraldo Majella Agnelo no lançamento da terceira edição da Bíblia da CNBB

Discurso do presidente da CNBB no lançamento da Bíblia

… Na comemoração dos seus 50 anos de fundação, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em 2002, lançou a 1° edição da Bíblia Sagrada – Tradução da CNBB. Tenho a satisfação de lançar agora a 3a. edição da Bíblia da CNBB, a todos os leitores e estudiosos da Sagrada Escritura. Esta edição é fruto de uma revisão ampla das edições anteriores, com melhorias na tradução dos textos e no estilo da linguagem. A Bíblia Sagrada – Tradução da CNBB servirá de referência para a Igreja Católica no Brasil. Dela extrair-se-ão os textos citados nos documentos eclesiais e, além da leitura individual e comunitária, seu uso é especialmente recomendado para a catequese, as reuniões, os encontros de oração e de formação. Renovo aqui o agradecimento da CNBB ao Revmo Pe. Johan Konings, SJ, e à equipe de biblistas, tradutores e peritos, que colaboraram na tradução e na apresentação linguística dos textos já publicados nas edições anteriores e agora, na 3° edição. Agradeço também (cont.)

Fonte: CNBB: 12 de maio de 2006

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1 comentário em “Discurso do cardeal Geraldo Majella Agnelo no lançamento da terceira edição da Bíblia da CNBB”

  1. Dom Geraldo Majella Agnelo pronuncia no final uma frase bastante comovente pra mim: “A Palavra, se fez carne e habitou entre nós e nós vimos a sua glória” (Jo 1,1).

    A Bíblia, e também o Alcorão, que emprega a mesma sistemática simbólica, são escrituras impossíveis de exegese correta pelas pessoas de instrução/mente comum, aquelas situadas no estágio de “homem carnal”. Mesmo as pessoas do “homem espiritual” bem avançadas não conseguem decifrar corretamente a Bíblia se não conhecerem o regime da linguagem simbólica semítica empregado nas Escrituras, bem como a arquitetura desse símbolo. Paulo, em razão disso, admoestava que a instrução e correção fossem ministradas pelas pessoas competentes, aquelas do âmbito do “homem espiritual”, como exemplifica Gálatas, 6:1 (Biblia de Jerusalém):

    “Irmãos, caso alguém seja apanhado em falta, vós, os espirituais, corrigi esse tal com espírito de mansidão, cuidando de ti mesmo, para que também tu não sejas tentado.”

    Percebe-se pelo trecho como Paulo nos esclarece de que os “espirituais” não estão submetidos às tentações que os “carnais” ainda se enredam, mas admoesta-os para que não decaiam da sua liberdade. Em 1Coríntios, 2:14-16, ainda se tem sublinhado:

    “O homem psíquico [natural/carnal] não aceita o que vem do Espírito de Deus. É loucura para ele; não pode compreender, pois isso deve ser julgado espiritualmente. O homem espiritual, ao contrário, julga a respeito de tudo e por ninguém é julgado.
    Pois quem conheceu o pensamento do Senhor para poder instruí-lo?
    Nós, porém, temos o pensamento de Cristo [estão na condição de homem espiritual].”

    Muitos teólogos naufragam quando abordam a Bíblia e a teologia paulina, pois não sabem discernir coisa alguma de suas palavras. Como não ascenderam de sua condição de “homem carnal”, passando ao “homem espiritual”, nada sabem das diferenças entre os dois e a mudança que isso representa. Digo isso não como orgulho meu, mas até para admoestar inclusive a minha estatura. Estou em falta também.

    A prática normal do que se convenciona instrução bíblica, como não goza da LUZ, tem recaído constantemente na admoestação de Mateus, 23;15:

    Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito, mas, quando conseguis conquistá-lo, vós o tornais duas vezes mais digno da geena do que vós.

    Assim procedem muitos sacerdotes de várias “religiões”, não significando que agem sabendo-se plenamente corruptos espiritualmente, muitos crêem que estão realizando uma obra de batismo, são cegados pelo ego (vêem o cisco no olho alheio e não reparam na trave que lhes encobre), num círculo vicioso, “ricos dos bens do mundo”, por isso jamais chegam à realização do Reino de Deus, que é interior a nós (Lucas, 17:21), onde o Verbo se faz carne, cobrindo os ossos outrora secos (restaurando assim a “casa de Israel”). Toda ignorância decorre que não se examinam a si mesmos e edificam o homem interior! Quantas advertências a respeito não está pejada a Bíblia!

    Há casamentos indissolúveis, ou que não devem ser dissolvidos, é o UM espiritual, referido de inúmeras formas simbolicamente. Há casamentos dissolúveis, bem como permitiu Paulo quando tratou da parte secular, tratado que ocupa pouco espaço nas suas epístolas.

    Um abraço ao Airton por conceder espaço para alguns arroubos meus, acho que este o último.

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