Folha Online: 13/05/2006 – 10h03
Autor que acusou Dan Brown revê passos de Jesus
Eduardo Simões, da Folha de S.Paulo
Jesus não morreu crucificado e chegou a escrever, com as próprias mãos, sua defesa perante o Tribunal Romano. Esta nova teoria não parte de Dan Brown, mas de seu maior detrator, o historiador neozelandês radicado na Inglaterra Michael Baigent, co-autor de “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, e de um processo de plágio contra o autor de “O Código Da Vinci”. Vencido por Brown. Em “Os Manuscritos de Jesus”, lançado no ano passado lá fora e que sai agora pela editora Nova Fronteira no Brasil, às vésperas da estréia da adaptação do best-seller de Brown para o cinema, Baigent levanta mais alternativas diferentes para a trajetória de Cristo. Segundo o autor, como antes já havia cogitado em seu primeiro livro, Jesus teria se casado com Maria Madalena e legado ao mundo uma “linhagem sagrada”, negada e escondida pela Igreja Católica. Agora, suas hipóteses se baseiam num documento jurídico datado de 45 d.C. Nele, um certo Jesus ben Josef, imigrante da Galiléia (cont.)
Malucos ou aproveitadores? Quase todas as doutrinas contruídas sobre a Bíblia são malucas ou aproveitadoras.
Uma pergunta: Houve crucificação de Cristo?
A pergunta, usual, identifica a crucificação como fato no tempo pretérito, individuado, determinado num ponto da escala histórica. É um grave equívoco do qual muitos compartilham, pois a crucificação de Cristo, sendo um símbolo da transcendência, ocorreu, ocorre e ocorrerá. Jamais é um fato privilegiado, único, localizado num marco próprio na história da humanidade. Ela é fato que pode ocorrer ou não no histórico ontogenético de uma pessoa.
É o que demonstra também Paulo quando aguarda tal ocorrência nos seus discípulos corintianos (1Coríntios, 2:1-2):
“Eu mesmo, quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com o prestígio da palavra ou da sabedoria para vos anunciar o mistério de Deus. Pois não quis saber outra coisa entre vós a não ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado.”
E quem é o Cristo crucificado? Paulo não nos deixa inseguros, como testemunha 1Coríntios, 1:23-24:
“…nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, que para os judeus é escândalo, para os gentios é loucura, mas para aqueles que são chamados, tanto judeu como gregos, é Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.”
É interessante notar, também, de como há perfeita conexão da teologia paulina com os evangelhos neotestamentais, justificando a repreensão de Jesus para Pedro, com a famosa frase “Arreda-te, Satanás!”, quando instava para que Jesus não se sujeitasse ao sofrimento, morte e ressurreição que se seguiriam.
Sem a crucificação, não há ressurreição, portanto também a “salvação”. Pedro, quando moço, ainda não é convertido, por isso anda por onde quer; mas quando está coberto de cãs, tornado velho, marca da conversão, está cingido por outro, e já não pode andar para onde o levava o ímpeto da mocidade: é servo agora do Verbo.
Infelizmente a maioria da humanidade não sabe do que se trata a transcendência, pior são muitos teólogos, proclamando e justificando um mito infundado, ao qual os sábios cristãos primitivos, próximos da era paulina, não se sujeitavam porque discerniam as coisas e sabiam para que serviam.
Hoje se recepciona a Bíblia, por mais que não se acomode filologicamente a uma leitura literal, como fato histórico, e ainda que Paulo mesmo, em citações expressas, sujeite a Bíblia, especialmente quando interpreta o Pentateuco, como narrações alegóricas com cunho espiritual.
As teses advogadas por Israel Filkenstein, em razão disso, por exemplo, não são nada excêntricas, pois a Bíblia não tem função histórica, e o campo de Filkenstein é a reconstrução histórica secular.
Como não se tem o conhecimento do espiritual e muito menos do estilo da Bíblia, que usa determinadas personagens, fatos e geografia históricos, com as deformações´e invenções sujeitadas ao seu próprio propósito, há sim muitas oportunidades para malucos e aproveitadores.
A verdade é que pouco se sabe sobre a vida de Jesus,não acretido que o filho de Deus tenha passado pela Terra e só falaram algumas linhas sobre ele……
Jesus nasce,vai falar com os doutores da lei,derrepente ele desaparece,só retorna com trinta e três (33)anos,fala umas coisas,interessante,e morre.
Para onde foram os 21 anos?Sabe-se também que naquela época era lei os homens casarem com 18 anos.
Não sei,mas,na minha visão e opinião Jesus não era filho de um Deus,seja que deus seja esse.