Uma história da interpretação moderna da Bíblia

Esta é uma resenha que merece ser lida. Foi feita por Devorah Schoenfeld, da Graduate Theological Union/University of California-Davis, Berkeley, CA, USA, e publicada na Review of Biblical Literature no dia 13 de maio de 2006.

É sobre o livro de SANDYS-WUNSCH, J. What Have They Done to the Bible? A History of Modern Biblical Interpretation. Collegeville, Minn.: Liturgical Press, 2005, p. xx + 378. ISBN 0814650287.

Este livro trata da interpretação da Bíblia entre 1450 e 1889. John Sandys-Wunsch, um estudioso anglicano (the Rev. Dr. John Sandys-Wunsch, D.S.Litt., D.Phil., formerly a university professor and administrator in Canada and England, is a research fellow at the University of Victoria), mostra como a Bíblia foi “destronada”, chegando ao século XIX em posição bem diferente de tempos anteriores: agora é a Bíblia que precisa do suporte da ciência e não a ciência que precisa do suporte da Bíblia (“In this new era, it was the Bible that required the support of science, not science that required the support of the Bible“).

O início da resenha nas palavras da autora:

What Have They Done to the Bible? is an engagingly written, accessible introduction to the history of Western Christian biblical interpretation from 1450 to 1889. It tells the story of the “dethronement of the Bible,” or the movement from an approach to biblical study in which the Bible (or its traditional interpretations) is the source of all knowledge to an approach in which even the Bible can be judged and evaluated on the basis of science and history. In this narrative, eighteenth century developments are central, and this book argues that it was in the eighteenth century that both the scientific approach to the Bible and pietistic and theological responses to it took their modern shape. The book covers a wide range of modern thinkers and exegetes, with a special focus on eighteenth century writers. It treats Protestant and Catholic exegetes for the most part together, presenting their similarities as more important than their differences.

E, pelo visto, este é um livro que merece ser lido!

Caros Amigos lança edição extra sobre o PCC

Caros Amigos – maio de 2006

Nossa primeira edição extra

 

O repórter João de Barros vinha levantando tudo sobre o PCC desde janeiro deste ano. Reuniu tanto material, que havíamos decidido publicar a reportagem em série, três edições seguidas de Caros Amigos a partir do próximo mês. Com o acontecimentos do fim de semana do Dia das Mães, resolvemos lançar esta edição extra, que trata da força da organização criminosa que desta vez apavorou toda a cidade de São Paulo. Talvez tenha sido seu último ato espetaculoso, pois ultrapassou os limites de tolerância que vinham sendo estabelecidos em acordos entre o “partido”, como se autodenomina o PCC, e o governo do Estado de São Paulo. Daí que na terça-feira, dia 16, duas versões corriam os noticiários: gente do próprio governo se contradizendo, uns declarando que de novo houve acordo; outras, inclusive o governador, afirmando que não houve. Impossível determinar quem está com a verdade. O que se sabe, com certeza, é que ao deixar o Deic, o departamento policial onde veio prestar depoimento na sexta-feira anterior sobre a informação de que haveria ações criminosas em São Paulo no Dia das Mães em represália à transferência de 765 prisioneiros ligados ao PCC para o presídio de Presidente Venceslau, um grupo de presos (entre eles o líder do PCC, Marcola), foi levado diretamente para o Regime Disciplinar Diferenciado – uma nova versão da solitária – do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. Assim, segundo fonte segura, Marcola, isolado no RDD, teria ficado surpreso ao saber a dimensão dos ataques que ele próprio teria planejado. Como o PCC sempre agiu na surdina, Marcola concluiu que os atentados estavam se voltando contra o próprio “partido”, que ele nem de longe deseja que seja tido como inimigo público, o que acabou acontecendo. Não era para menos (cont.)

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O Dia da Mata Atlântica

Cai taxa de devastação da mata atlântica

Uma boa notícia para comemorar hoje o Dia da Mata Atlântica: houve uma redução de 71% na taxa de desmatamento da floresta no período de 2000 a 2005, em comparação com o período anterior, de 1995 a 2000.

O dado preliminar é de um estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. A informação foi divulgada ontem, durante solenidade no parque Ibirapuera promovida pela fundação.

De acordo com o pesquisador e coordenador do atlas pelo Inpe, Flávio Jorge Ponzoni, os dados são parciais porque relacionam somente oito dos dez Estados abrangidos pelo levantamento normalmente. Os resultados finais estarão disponíveis no final deste ano –Minas Gerais e Bahia devem ser analisados nos próximos meses.

Dos Estados avaliados até agora, o que mais reduziu a taxa de desflorestamento nesse período foi o Espírito Santo, em 96%. Na sequência, vêm Rio de Janeiro (90%), Paraná (88%) e Rio de Grande do Sul e São Paulo, ambos com 84% de diminuição na taxa de desmatamento.

Valores brutos

“Apesar da queda da taxa de desflorestamento no atual período, o que deve ser comemorado, os valores brutos continuam elevados, especialmente levando-se em conta os altos índices de desflorestamento identificados nos últimos 20 anos. O que resta de floresta original deve ser efetivamente protegido”, afirma Márcia Hirota, uma das diretoras da SOS Mata Atlântica. Hoje, restam apenas 7% da floresta.

Segundo a fundação, o Paraná, que já foi campeão de desmatamento nos períodos de 1985 a 1990 e 1995 a 2000, teve uma redução de 88%. Mesmo assim, ainda são muitas as áreas desflorestadas.

Aumento

Nos Estados de Goiás e Santa Catarina, porém, em vez de diminuição houve aumento da destruição da mata. No primeiro, houve um crescimento de 18,1%, e, no segundo, de 8,2%.

Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, o período crítico de desmatamento da mata atlântica já ocorreu e, agora, caminha-se para uma estabilização desse processo. Contribuíram para esse fenômeno, diz ele, a maior consciência ecológica da população e uma legislação mais dura.

A comemoração do Dia da Mata Atlântica acontece até amanhã na marquise do parque Ibirapuera. A exposição “Viva a Mata” reúne projetos e instituições que ajudam a proteger o bioma. Os visitantes ganham uma muda de árvore típica da mata atlântica e podem fazer atividades como ioga e pilates ou separar lixo.

Ontem, muitas crianças e adolescentes que visitaram o MAM (Museu de Arte Moderna) aproveitaram para conhecer a mostra na marquise.

A estudante Cíntia Karine Basílico, 13, teve a oportunidade de ver e brincar pela primeira vez com uma jiboia –Jack– e uma arara-canindé –Cacau. “Imaginava que a pele da cobra era lisinha, mas não é. Deu muita adrenalina encostar nela.”

Fonte: Afra Balazina – Folha de S. Paulo: 27/05/2006