Betsaida foi encontrada?

A cidade dos 3 apóstolos? – Por Reinaldo José Lopes 08/08/2017 11:29 – Darwin e Deus

Betsaida, a antiga cidade judaica na qual teriam nascido três dos 12 apóstolos (Pedro, André e Filipe), perto de onde Jesus teria realizado o célebre milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, foi identificada nas margens do mar da Galileia, segundo um grupo de arqueólogos israelenses liderados por Mordechai Aviam, da Faculdade Kinneret.

As informações são do jornal israelense “Haaretz”. Segundo Aviam, a peça do quebra-cabeças que faltava para identificar Betsaida acaba de ser desenterrada por sua equipe: restos de uma casa de banhos do período inicial do domínio do Império Romano na região (do século 1º ao século 3º d.C.), bem como cacos de cerâmica dessa época e algumas moedas, entre elas um denário de prata datado do reinado do imperador Nero (em torno do ano 65 d.C.). Ironicamente, a tradição cristã diz que Nero foi o responsável por ordenar a execução do próprio Pedro em Roma.

A informação de que Betsaida era a cidade natal dos irmãos Pedro e André e também do apóstolo Filipe vem do Evangelho de João; por outro lado, a associação entre o local e o milagre da multiplicação dos pães aparece de forma mais clara no Evangelho de Lucas.

Acredita-se que a cidade, originalmente um vilarejo de pescadores, teria ganhado obras públicas, como a casa de banhos, durante o governo de Filipe, filho do temido rei Herodes, o Grande. Para homenagear a esposa do imperador romano Augusto, Filipe teria rebatizado a cidade, dando-lhe o nome oficial de “Julias”.

A identificação do local com a Betsaida dos apóstolos só não é 100% segura porque há algumas divergências entre as informações do Novo Testamento e as trazidas pelo historiador judeu Flávio Josefo. É que os evangelistas da Bíblia localizam Betsaida na região da Galileia, terra onde Jesus cresceu, do lado oeste do mar, enquanto Josefo considera que a cidade pertencia à Gaulanítide, do lado leste do mar da Galileia. É concebível que existissem duas localidades com o nome de Betsaida naquela época.

 

The Lost Home of Jesus’ Apostles Has Just Been Found, Archaeologists Say – Noa Shpigel and Ruth Schuster: Aug 08, 2017 10:45 AM – Haaretz

Archaeologists think they may have found the lost Roman city of Julias, the home of three apostles of Jesus: Peter, Andrew and Philip (John 1:44; 12:21). A multi-layered site discovered on the northern shore of the Sea of Galilee, in the Bethsaida Valley Nature Reserve, is the spot, the team believes.

The key discovery is of an advanced Roman-style bathhouse. That in and of itself indicates that there had been a city there, not just a fishing village, Dr. Mordechai Aviam of Kinneret College told Haaretz.

None other than the Jewish historian Josephus Flavius – in fact the only source describing this city’s existence – wrote that the Jewish monarch King Philip Herod, son of the great vassal King Herod, transformed Bethsaida, which had been a Jewish fishing village, into a real Roman polis (Ant. 18:28. Though whether it was built on Bethsaida, or by it, remains unknown.)

Philip flatteringly renamed the city “Julias” after Livia Drusilla, who after marriage would become known as Julia Augusta, the mother of the Roman Emperor Tiberius.

“Josephus reported that the king had upgraded Bethsaida from a village into a polis, a proper city,” Aviam says meticulously. “He didn’t say it had been built on or beside or underneath it. And indeed, all this time, we have not known where it was. But the bathhouse attests to the existence of urban culture.”

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Bethsaida Controversy

Manuscritos do Mar Morto: simpósio em Jerusalém

An International Symposium: The Dead Sea Scrolls at Seventy: “Clear a Path in the Wilderness”

Date: 29 April–3 May, 2018

Conveners: The Hebrew University of Jerusalem, the University of Vienna, New York University, the Israel Antiquities Authority, The Israel Museum

Venues: The Hebrew University of Jerusalem and The Israel Museum

To mark seventy years since the initial discovery of the Dead Sea Scrolls, an international symposium will be held in Jerusalem, April 29–May 3, 2018. The overarching symposium theme will be “The Wilderness”—as a real place; as the location of biblical episodes, most notably during the formative years of Israel’s wandering from Egypt to the Promised Land; as a motif; and as a concept (sometimes idealized, sometimes demonized).

The wilderness figures prominently in biblical texts and in the literature of the Second Temple, rabbinic, early Christian, and early Islamic periods. It was also a place of habitation by various groups during these periods, which have left us archaeological sites, artefacts, documents and the more than 1500 Dead Sea Scrolls. Conference papers may address any aspect of the wilderness as it relates to Qumran; other Judean Desert sites; the Dead Sea Scrolls; and the associated late antique literatures, cultures and religions—particularly, Judaism, Christianity, and Islam. Papers may focus on such topics as the reception of biblical figures (e.g., Moses, Aaron, Phineas, Miriam, Balaam), events (e.g., the giving of the law, the sin of the golden calf, the building of the tabernacle, covenant ceremonies), and themes (e.g., revelation, law, covenant, rebellion against God, sanctuary, water, and manna) connected with Israel’s time in the wilderness; relevant textual and philological analyses; the use of the relevant biblical passages in shaping later texts; the influence of the desert climate, flora, and fauna on the ancient texts and their state of preservation.

The conference will feature invited lectures; open sessions; and two public lectures.

Papers will be accepted for the open sessions in accordance with the relevance of the topic to the overall program. Please send a proposal of no more than 250 words to the Orion Center email address (orioncenter@mail.huji.ac.il). Deadline for receipt of proposals is September 20, 2017; responses will be mailed by October 31.

Symposium organizers:

  • Esther Chazon, Director, The Orion Center for the Study of the Dead Sea Scrolls and Associated Literature, the Hebrew University of Jerusalem;
  • Armin Lange, Professor of Second Temple Judaism and Director of the Institute for Jewish Studies, University of Vienna;
  • Lawrence H. Schiffman, Judge Abraham Lieberman Professor of Hebrew and Judaic Studies, Skirball Department of Hebrew and Judaic Studies, New York University;
  • Pnina Shor, Curator and Head of Dead Sea Scrolls Projects, The Israel Antiquities Authority;
  • Adolfo D. Roitman, Lizbeth and George Krupp Curator of the Dead Sea Scrolls and Head of The Shrine of the Book, The Israel Museum, Jerusalem.

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Mês da Bíblia 2017: Primeira Carta aos Tessalonicenses

Com o tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida” e o lema “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida” (1Ts 2,8), o Mês da Bíblia 2017 traz como proposta de estudo a Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses.

Mês da Biblia 2017: Para que n'Ele nossos povos tenham vida: Primeira Carta aos Tessalonicenses

:: Mês da Biblia 2017: Para que n’Ele nossos povos tenham vida: Primeira Carta aos Tessalonicenses. Brasília: CNBB, 2017, 96 p.

:: CENTRO BÍBLICO VERBO Para que N’Ele nossos Povos tenham vida: “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida” (1Ts 2,8). São Paulo: Paulus, 2017, 136 p. – ISBN 9788534945684.

CENTRO BÍBLICO VERBO Para que N'Ele nossos Povos tenham vida: "Anunciar o Evangelho e doar a própria vida" (1Ts 2,8). São Paulo: Paulus, 2017, 136 p.

:: SAB Mês da Bíblia 2017 – Para quem n Ele nossos povos tenham vida – 1ª. Carta aos Tessalonicenses. São Paulo: Paulinas, 2017, 64 p. – ISBN 9788535642797.

 SAB Mês da Bíblia 2017 - Para quem n Ele nossos povos tenham vida - 1ª. Carta aos Tessalonicenses. São Paulo: Paulinas, 2017, 64 p.

Leia mais sobre o Mês da Bíblia e sua história aqui.

A evolução da Epopeia de Gilgámesh

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TIGAY, J. H. The Evolution of the Gilgamesh Epic. Wauconda, IL: Bolchazy-Carducci, 2002, 384 p. – ISBN 9780865165465.

TIGAY, J. H. The Evolution of the Gilgamesh Epic. Wauconda, IL: Bolchazy-Carducci, 2002, 384 p.

This volume is a study of the evolution of The Gilgamesh Epic, tracing its development through all of its known written stages over a period of at least 1,500 years down to the manuscripts of its final version. The immense contribution represented by this study has been acknowledged since its first publication in 1982.

Jeffrey H. Tigay (born 1941)

Jeffrey H. Tigay (born 1941) is Emeritus A.M. Ellis Professor of Hebrew and Semitic Languages and Literatures in the Department of Near Eastern Languages and Civilizations, University of Pennsylvania, USA.

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Histórias do Antigo Oriente Médio: uma bibliografia

Enuma Elish

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TALON, Ph. The Standard Babylonian Creation Myth Enuma Elish. Helsinki: Neo-Assyrian Text Corpus Project, 2005, 140 p. – ISBN  9789521013287.

TALON, Ph. The Standard Babylonian Creation Myth Enuma Elish. Helsinki: Neo-Assyrian Text Corpus Project, 2005, 140 p.

The purpose of this book is to give the Assyriological community a pedagogic edition of one of the most important literary texts in the Akkadian language, known since antiquity as Enuma Elish. Philippe Talon: Université Libre de Bruxelles, Belgium.

Philippe Talon

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Histórias do Antigo Oriente Médio: uma bibliografia

ANET de Pritchard

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PRITCHARD, J. B. (ed.) Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament (ANET). 3. ed. with Supplement. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1969.

PRITCHARD, J. B. (ed.) Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament (ANET). 3. ed. with Supplement. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1969.

A scholar of religious thought and biblical archaeology, James Pritchard recruited the foremost linguists, historians, and archaeologists to select and translate the texts. The goal, in his words, was “a better understanding of the likenesses and differences which existed between Israel and the surrounding cultures”. This anthology brought invaluable documents together, in one place and in one language, thereby expanding the meaning and significance of the Bible for generations of students and readers. A competitor might be the three-volume The Context of Scripture, edited by W. W. Hallo and K. Lawson Younger, Jr.

James Bennett Pritchard (1909-1997)

James Bennett Pritchard (1909-1997) was an American archeologist. He had a long association with the University of Pennsylvania, where he was professor of Religious Studies.

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Histórias do Antigo Oriente Médio: uma bibliografia

Algumas observações sobre a reunião dos Biblistas Mineiros em 2017

Ontem, após ler o relatório da reunião dos Biblistas Mineiros em 2017, encaminhei ao Telmo José Amaral de Figueiredo o e-mail abaixo e sugeri fosse redistribuído a todo o grupo. O que foi feito. E hoje, depois de escrever um post sobre a reunião, pareceu-me proveitoso publicar também este e-mail [suprimindo, no final, poucas linhas de teor mais pessoal].

Telmo,

Acabei de ler o seu relato da reunião dos Biblistas Mineiros em 2017. Muito interessante. Até amanhã vou publicar um post sobre a reunião, como sempre tenho feito, tenha ou não participado. Creio ser mais uma maneira de divulgar a revista Estudos Bíblicos e dar a conhecer aos interessados a existência e/ou continuidade do “quase lendário” (por sua persistência e consistência – com louvores a Alberto Antoniazzi, o primeiro e grande articulador) grupo dos Biblistas Mineiros.

Algumas observações:

1. Sobre meu artigo

a. Para tornar o assunto mais leve, penso em utilizar uma forma mais narrativa, menos técnica, por ser realmente árido o tema para o leitor culto mas sem conhecimento específico nesta área.

b. Planejo tratar, em meu texto, exclusivamente dos textos mesopotâmicos, sem trabalhar a relação destes com o mundo bíblico. Esta tarefa eu a deixaria com o Jacir (Gn 1), para o caso do Enuma Elish e com a Rita Maria Gomes (Gn 6,5-9,17) para a Epopeia de Gilgámesh [e Atrahasis?]. Espero que o meu texto seja útil ao clarear para o leitor o pano de fundo das culturas mesopotâmicas sobre o qual são escritos os textos bíblicos, especialmente o relato sacerdotal (P) de criação e dilúvio. Agora, isto precisa ser combinado para não dar problema de lacuna ou de repetição no tratamento do tema. Você pode repassar para eles a minha proposta.

c. Por ser uma área apenas secundária em nossos estudos bíblicos, corremos o risco de utilizar textos desatualizados para os estudos do Antigo Oriente Médio. Precisamos ficar atentos a isto e também, na elaboração do artigo, ter uma coerência na citação das fontes hoje utilizadas pela academia. Basicamente, em termos de tradução de textos literários acádicos, devemos evitar quase tudo o que foi publicado antes de 1980 ou até mais para cá. O que estou querendo dizer? Explico nos itens seguintes.

d. Nossa referência como coletânea de textos do ANE era tradicionalmente o  PRITCHARD, J. B. (ed.) Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament (ANET). 3. ed. Princeton: Princeton University Press, 1969. Ainda podemos utilizar vários dos textos ali presentes, mas não os do Enuma Elish e da Epopeia de Gilgámesh, por exemplo, porque foram feitas descobertas posteriores de textos e traduções e estudos muito melhores foram realizados, especialmente no final do século XX e início do XXI. O substituto natural do Pritchard é o HALLO, W. W. ; YOUNGER, K. L. (eds.) The Context of Scripture: Canonical Compositions, Monumental Inscriptions and Archival Documents from the Biblical World.  3 vols. Leiden: Brill, 2003. Com a desvantagem de ser muito caro, mais de 300 dólares pelos três volumes.

Confira mais sobre isso clicando aqui.

e. O texto acadêmico padrão do Enuma Elish é atualmente o de LAMBERT, W. G. Babylonian Creation Myths. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 2013. A reconstrução de W. G. Lambert, o mais importante assiriologista britânico do final do século XX e começo do XXI, professor da Universidade de Birmingham, falecido em 2011, está publicada em outros livros e parcialmente na web, como no CDLI – Cuneiform Digital Library Initiative.

Sobre o Enuma Elish vale consultar o artigo de BRANDÃO, J. L. No princípio era a água. Rev. UFMG, Belo Horizonte, v. 20, n. 2, p. 22-41, 2013. Disponível online.

Confira mais sobre isso clicando aqui.

f. O texto acadêmico padrão da Epopeia de Gilgámesh é atualmente o de GEORGE, A. R. The Babylonian Gilgamesh Epic: Introduction, Critical Edition and Cuneiform Texts. 2 vols. Oxford: Oxford University Press, 2003. Esta tradução da Epopeia de Gilgámesh, feita por Andrew R. George, professor de babilônico na Universidade de Londres, assim como a de W. G. Lambert para o Enuma Elish, é uma unanimidade entre os assiriólogos. E interessante: está disponível para download na instituição em que A. R. George leciona.

Ainda: do mesmo autor, com a mesma tradução, em publicação para o público culto, e não para a academia, como o anterior, existe GEORGE, A. R. The Epic of Gilgamesh: The Babylonian Epic Poem and Other Texts in Akkadian and Sumerian. Rev. ed. Harmondsworth: Penguin, 2016.

Sobre a Epopeia de Gilgámesh recomendo consultar, sem dúvida, dois artigos de J. L. Brandão, da UFMG. Confira aqui. J. L. Brandão vai publicar um livro sobre a Epopeia de Gilgámesh, que poderá se tornar o texto padrão em português.

Diz J. L. Brandão em Sîn-lēqi-unninni, Ele o abismo viu (Série de Gilgámesh 1). Nuntius Antiquus, Belo Horizonte, v. X, n. 2, jul.-dez., p. 125-159, 2014:

“Esta não constitui a primeira tradução para o português, pois contamos com o livro de Ordep Trindade Serra, A mais antiga epopeia do mundo: a gesta de Gilgamesh, publicado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, em 1985, trabalho de excelente qualidade e atualizado com relação à época em que foi escrito. O aparecimento da edição crítica de Andrew R. George, The Babylonian Gilgamesh Epic: introduction, critical edition and cuneiform texts (Oxford: Oxford University Press, 2003), marca, contudo, uma nova etapa para o conhecimento do poema, impondo por igual novos esforços de tradução. O texto crítico de George substitui as edições anteriores, em especial a de R. Campbell Thompson, publicada ainda em 1930, primando pelo detalhe, pela exatidão e pelo domínio dos métodos críticos em todas as suas dimensões. Acrescente-se que foram compulsados por ele todos os manuscritos descobertos ou disponibilizados depois de 1930, o que provê um considerável volume de leituras e informações novas. Esta é uma das razões de minha tradução, o dispormos agora de um novo texto crítico, o que exige, em certo sentido, que todas as traduções sejam refeitas, a outra, dela decorrente, sendo a possibilidade de traduzir não um apanhado de textos distintos muitíssimo fragmentados a fim de apresentar um fio narrativo mínimo, como se fez no passado, mas um poema inteiro, o que se intitula Ele o abismo viu, de que conhecemos inclusive o “autor”, Sîn-lēqi-unninni”.

Considerando esta perspectiva, creio que o texto sugerido para o Jacir, o de HEIDEL, Alexander. The Gilgamesh Epic and Old Testament Parallels. 2nd edition. Chicago (IL): University of Chicago Press, 1963, disponível gratuitamente no site da Universidade de Chicago, foi ultrapassado pelas novas descobertas, pois, na verdade, ele é de 1949 [primeira edição: 1946; segunda edição: 1949]. Todas as referências bibliográficas param na década de 40. Heidel faleceu em 1955. Consultei o texto e optei por deixá-lo de lado. Mas, como tradução, não sei avaliá-lo. Quanto ao estudo do texto, há alternativas ótimas e mais recentes e há mudanças de perspectiva em vários pontos daquela época para hoje.

Confira mais sobre isso clicando aqui.

g. Para a Epopeia de Atrahasis recomendo os textos de FOSTER, B. R. Before the Muses: An Anthology of Akkadian Literature. 3. ed. Bethesda, Md.: CDL Press, 2005 e BOTTÉRO, J. ; KRAMER, S. N. Lorsque les dieux faisaient l’homme: Mythologie Mésopotamienne. Paris: Gallimard, 1993.

Confira mais sobre isso clicando aqui e aqui.

h. Conheço o trabalho de Marcelo Rede, que estudou também com Bouzon, mas não detectei nenhuma publicação diretamente ligada ao tema das cosmogonias e outras histórias literárias da antiga Mesopotâmia. Nem mesmo o livro mencionado: Família e Patrimônio na Antiga Mesopotâmia, 2007, que é um estudo de outra área.

i. Tenho quase todos os estudos mencionados em minha bibliografia. Em formato digital, em pdf. Desde 1999 venho estudando o tema, quando orientei um seminário no CEARP sobre “Cosmogonias antigas e cosmologias modernas”. Para 15 alunos que se inscreveram, do primeiro ao quarto ano, durante um ano inteiro. Na ocasião usei como guia para as cosmogonias antigas o estudo de CLIFFORD, R. J. Creation Accounts in the Ancient Near East and in the Bible. Washington: The Catholic Biblical Association of America, 1994, além dos textos de Pritchard. Clifford ainda é válido para uma boa parte dos textos. Usei também trechos traduzidos em português, mas os considero muito precários e pouco confiáveis.

2. Quem seria o leitor de Estudos Bíblicos hoje?

Uma dificuldade que tenho, de uns anos para cá, é a de definir quem seria o leitor da Estudos Bíblicos atualmente. Nossos alunos de graduação em Teologia, pelo menos por estas bandas, estão lendo cada vez menos livros e revistas impressas e cada vez mais textos online, e isto de maneira fragmentada, não linear. Talvez por isso, o interesse na Estudos Bíblicos, segundo minhas limitadas observações, seja muito pequeno, diria até que quase inexistente onde leciono, a não ser quando uso textos publicados como bibliografia em sala de aula. E digo mais: não sei se é mais amplo, mas não vejo meus colegas de outras áreas da Teologia interessados em ler o que estamos produzindo. Quanto a estudantes de pós-graduação e pessoas cultas interessadas, estas por causa da atividade pastoral ou por qualquer outra motivação, não sei dizer. Estamos alcançando este público? A urgência de um formato digital, online, aberto a todos, é enorme, no meu entender.

3. Sobre o livro com o tema do número 88 da Estudos Bíblicos

Se o projeto de publicar o livro com o material do número 88 da Estudos Bíblicos vingar, preciso refazer meu artigo sobre a bibliografia comentada para a OHDtr. Ou eliminá-lo. Isto porque a bibliografia para em 2006 e está desatualizada, precisa chegar até hoje, penso. E há livros, como um do Thomas Römer, que depois da escrita do artigo, já foi até traduzido para o português: RÖMER, T.  A chamada história deuteronomista: Introdução sociológica, histórica e literária. Petrópolis: Vozes, 2008. Original: RÖMER, T. The So-Called Deuteronomistic History: A Sociological, Historical and Literary Introduction. London: T&T Clark, 2006.

E em meu artigo sobre “O Contexto da Obra Histórica Deuteronomista”, o outro que está neste número, há um provável erro na p. 14 – provável porque a questão ainda é discutida – quando digo que Sargão II é filho de Salmanasar V. É mais provável que seja irmão. Talvez seja um dos filhos mais novos de Tiglat-Pileser III e as circunstâncias em que seu irmão Salmanasar V morreu são obscuras. Um golpe de Estado através de um assassinato planejado por Sargão II? De qualquer maneira, é preciso mudar de “filho” para “irmão”, correção pequena. Mas, veja que curioso: na cronologia da Bíblia de Jerusalém está errado, diz “filho”… Se quiser ler sobre o assunto, um bom texto online está aqui.

É isto. Seria útil se você repassasse este texto para os colegas do grupo, não acha? Quanto mais coordenado for nosso trabalho, melhor será a publicação.

Obs.: Telmo encaminhou hoje o texto acima para o grupo dos Biblistas Mineiros, com algumas recomendações [cito Telmo, com algumas modificações]:

Segue abaixo, mensagem recebida do Prof. Airton José da Silva, membro de nosso grupo de biblistas.

Ele nos faz algumas recomendações e observações muito pertinentes e que deveriam ser levadas em consideração por todos que escreverão artigos para o próximo número da revista Estudos Bíblicos sob a nossa responsabilidade, cujo título será: «Gênesis – Apocalipse sem fundamentalismos».

Qualquer necessidade de maiores esclarecimentos, podemos nos dirigir a ele por meio do e-mail airtonjo[at]airtonjo[dot]com

Importante: comprovando a atualidade do tema que escolhemos para este número de Estudos Bíblicos, convido todos a ler um interessante artigo publicado pela revista jesuíta italiana La Civiltà Cattolica e traduzido pelo IHU Online: Fundamentalismo evangélico e integralismo católico: um “ecumenismo do ódio”. O texto em italiano é: Fondamentalismo evangelicale e integralismo cattolico: un sorprendente ecumenismo.

Reunião dos Biblistas Mineiros em 2017

No dia 10 deste mês de julho os Biblistas Mineiros estiveram reunidos na FAJE – Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia -, em Belo Horizonte, MG, debatendo sobre o próximo número da revista Estudos Bíblicos.

Como definido no ano passado, abordaremos o tema do fundamentalismo no próximo número de Estudos Bíblicos produzida pelos Biblistas Mineiros, que será o primeiro de 2019. Por isso, o assunto principal foi a revisão dos artigos ou esboços de artigos do próximo número da revista.

Como não pude estar presente, retomo aqui alguns pontos do relato de nosso Coordenador/Secretário Telmo José Amaral de Figueiredo.

Estavam presentes:

  • Elisabete Corazza
  • Fábio Cristiano Rabelo
  • Jacir de Freitas Faria
  • Jaldemir Vitório
  • Johan Konings
  • José Luiz Gonzaga do Prado
  • Luiz Felipe Xavier
  • Márcia Eloi Rodrigues
  • Marcus Aurélio Alves Mareano
  • Maria del Rocío Mariscal Guzmán
  • Solange Maria do Carmo
  • Suresh Periyasamy (Cyril)
  • Telmo José Amaral de Figueiredo
  • Zuleica Aparecida Silvano

Ausências justificadas:

  • Airton José da Silva
  • Felipe Curcio Ferreira Silva
  • Gilmar Fate
  • Jacil Rodrigues
  • Maria de Lourdes Augusta
  • Neuza Silveira de Souza
  • Pascal Peuzé
  • Rita Maria Gomes
  • Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa

Os artigos são os seguintes:

  • O que é o fundamentalismo e como ele surgiu? – José Luiz Gonzaga do Prado
  • O que significam as histórias da Bíblia? – Telmo José Amaral de Figueiredo
  • Um Decálogo para Ler a Bíblia – Jaldemir Vitório
  • Histórias de criação e dilúvio na antiga Mesopotâmia – Airton José da Silva
  • Gênesis 1,1-2,4a: a criação do mundo – Jacir de Freitas Faria
  • Gênesis 2,4b-25: a criação do ser humano – Neuza Silveira de Souza & Maria de Lourdes Augusta
  • Gênesis 3,1-24: a queda – Johan Konings
  • Gênesis 6,5-9,17: o dilúvio como recriação – Rita Maria Gomes
  • Apocalipse 12: a mulher e o dragão – Solange Maria do Carmo
  • Apocalipse 13: as “feras” – Gilmar Ferreira da Silva
  • O julgamento final segundo o Apocalipse – Marcus Aurélio Alves Mareano

Todos os artigos devem ser entregues ao coordenador até final de outubro de 2017.  Após várias propostas e ponderações, optou-se pelo seguinte título para este número de Estudos Bíblicos: Gênesis – Apocalipse sem fundamentalismos.

Além disso foram debatidos outros assuntos:

:: Seminário do PIB para professores de Bíblia em 2018

:: Tese de Doutorado do Telmo
Aos interessados, já está disponível na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade de São Paulo (USP), a tese de Telmo José Amaral de Figueiredo, defendida em 22.02.2017, sob o título: “Um nome que faz toda diferença: análise literária de Gênesis 32,23-33”.

Resumo:
Esta tese tem por objetivo analisar a perícope de Gênesis 32,23-33 que constitui um dos elementos estruturantes do conhecido ciclo de Jacó que integra a história dos patriarcas de Israel na Bíblia Hebraica. Jacó é tomado como um dos principais ancestrais do povo judeu, não obstante sua tradição, em alguns períodos da história, ter ficado em plano inferior àquela de Moisés, por exemplo. Em Jacó convergem as esperanças de uma parte da nação que não se vê contemplada pela religião oficial que administra um culto a YHWH distante da realidade vivida pelas famílias tribais, que habitam no interior, em pequenos vilarejos e no campo. O nome dado a Jacó, em meio a uma luta, é significativo e revelador. Afinal, ele não é, nem de longe, a figura perfeita, ideal que as tradições religiosas dominantes exigiam para alguém ser considerado um verdadeiro israelita temente ao Senhor. Sua liderança e dignidade chegam, mesmo, a ser questionadas pelo profetismo. Não obstante tudo isso, é sua pessoa que encarnará, através de um nome recebido do próprio ser divino, os destinos de Israel. Personagem e indivíduo se mesclam propositalmente, a fim de revelar a verdadeira vocação daquele povo.

:: Algumas novidades editoriais bíblicas no Brasil

  • A Bíblia – Salmos (edição comentada), Paulinas, 2017
  • Emanuel TOV, Crítica Textual da Bíblica Hebraica, BV Books, 2017
  • Bíblia de Estudo da Reforma, SBB, 2017
  • Jaldemir VITÓRIO, Mateus: O evangelho eclesial, Loyola, 2017
  • José Luiz GONZAGA DO PRADO, Os Evangelhos Dominicais e Festivos Refletidos em Grupo, Vozes, 2017
  • Mauro PESCE, De Jesus ao Cristianismo, Loyola, 2017
  • Johan KONINGS, O Evangelho do Discípulo Amado: um olhar inicial, Loyola, 2016

:: Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB) – Notícias

VIII Congresso Internacional de Pesquisa Bíblica: 27 a 30 agosto de 2018
. Local: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba
. Tema: Paulo: seu lugar, seu tempo e sua doutrina (título provisório)

Para o VIII Congresso, já está confirmada a presença de um especialista espanhol, que vem se destacando no cenário dos estudos paulinos: Carlos Gil Arbiol, da Universidade de Deusto, Faculdade de Teologia. A ABIB está iniciando contatos com outro renomado pesquisador de Paulo: John Barclay, Lightfoot Professor of Divinity, Departamento de Teologia e Religião da Durham University, Reino Unido. A ABIB firmou uma parceria com a Associação Bíblica da Argentina (ABA) que promoverá seu Congresso de 2018 na semana anterior ao nosso, na cidade de Salta, cuja temática será a mesma do nosso. Os professores Carlos Gil Arbiol e Jonh Barclay proferirão conferências tanto em Salta (Argentina) como em Curitiba (no Brasil).

Acesso à ATLA – American Theological Library Association
Outra parceria firmada entre essas duas associações nacionais de biblistas é aquela de interceder junto a ATLA, um dos maiores databank do mundo – a qual possui o maior número de periódicos em teologia e exegese bíblica do mundo digitalizados e disponibilizados em formato PDF para baixar –, no sentido de disponibilizar para os associados da ABIB e da ABA esse acervo mediante um pagamento realista por parte dessas associações. O presidente da Society of Biblical Literature (SBL), Dr. John F. Kutsko, foi contatado e solicitado a ser o porta-voz dessa nossa solicitação junto à ATLA. O contato com o diretor dessa organização parece já ter acontecido e estamos, agora, aguardando notícias a respeito.

Renovação completa do site da ABIB
Esse novo site deverá estar operativo em sessenta dias. Ele permitirá, entre outras coisas: interatividade com os navegadores, pagamento de anuidades, baixar materiais digitalizados disponibilizados pela associação e associados, atualização constante com notícias da área bíblica no Brasil e no exterior, acompanhar os principais lançamentos de obras de pesquisa bíblica em nosso país.

:: Simpósio sobre o De(s)colonialismo e sua Influência no Pensamento Filosófico e Teológico na América Latina
Promoção do Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA), Belo Horizonte, e Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). Mais informações serão publicadas, em breve, no site do ISTA.

:: Publicação em livro de dois números da Estudos Bíblicos
Trata-se do número 88, de 2005, sobre a Obra Histórica Deuteronomista, e do número 129, de 2016, sob o título “Aprendei: quero misericórdia e não sacrifício!” (Mateus 9,13). Estes dois números foram elaborados por nosso grupo dos Biblistas Mineiros e as negociações com a Vozes, visando transformá-los em livro, estão em andamento.

A próxima reunião dos Biblistas Mineiros será em 9 de julho de 2018 na FAJE, Belo Horizonte, das 09h00 às 16h00.

Seminário do PIB para professores de Bíblia em 2018

Sobre a iniciativa, leia aqui.

Sobre o seminário de 2018:
:: Tema: Os livros “históricos” do Antigo Testamento
:: Data: 22-26 de janeiro de 2018
:: Coordenador: Professor Federico Giuntoli
:: Inscrição: até 10 de outubro de 2017

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Seminario 2018: dal 22 al 26 gennaio 2018

Tema del seminario: I libri «storici» dell’Antico Testamento

Il prossimo Seminario di aggiornamento per Docenti di Sacra Scrittura avrà luogo dal 22 al 26 gennaio 2018 e sarà diretto dal Prof. Federico Giuntoli.

La tematica che verrà sviluppata è quella dei libri “storici” dell’Antico Testamento; questi costituiscono una parte considerevole della tradizione biblica, e sono la base indispensabile per comprendere gli scritti profetici e più in generale la stessa storia del popolo di Dio.

Come negli anni precedenti, il Seminario prevede delle lezioni magistrali al mattino e sedute pomeridiane sotto forma seminariale.

Lezioni del mattino:

:. In una mattinata introduttiva, ci saranno due interventi:
. il primo sul rapporto tra il Deuteronomio e la storia deuteronomistica (Prof. Simone Paganini)
. il secondo sulla rilevanza della metodologia narrativa (Prof.ssa Béatrice Oiry)

:. In seguito sarà presentato l’insieme letterario dei libri di Giosuè, Giudici e Samuele (Prof. José Luis Sicre)

:. Il giorno seguente un approfondimento sui problemi testuali dei libri di Samuele (Prof. Stephen Pisano), più una focalizzazione tematica sulla figura di Davide (Prof. Craig Morrison).

:. Seguirà lo studio dei libri dei Re (Prof. Peter Dubovský) e dei libri delle Cronache ed Esdra/Nehemia  (Prof. Claudio Balzaretti).

Nel pomeriggio del venerdì, invece della tradizionale Tavola Rotonda, verrà proposta una seduta conclusiva che verterà sulla storiografia extra-biblica (con i contributi del Prof. Paolo Merlo e della Prof.ssa Cristina Termini).

Sedute pomeridiane:

Le sedute pomeridiane sotto forma seminariale (per gruppi) avranno tre diverse tipologie

:. alcuni fra i Docenti che hanno tenuto le lezioni al mattino offriranno testi di approfondimento (Proff. Paganini, Oiry, Morrison, Dubovský, Balzaretti);

:. altri Professori tratteranno dei libri “storici” che non sono stati oggetto di esame nelle conferenze del mattino: il libro di Ester (Prof. Dionisio Candido), il libro di Rut (Prof.ssa Donatella Scaiola), il libro di Tobia (Prof. Marco Zappella), i libri dei Maccabei (Prof. Joseph Sievers);

:. vi sarà pure l’occasione per affrontare temi specifici, come la figura di Natan (Prof.ssa Bruna Costacurta) e il rapporto tra archeologia e storiografia biblica (Prof. Josef Briffa).

Iscrizioni

Chi fosse interessato è pregato di dare la propria adesione entro il 10 ottobre 2017, inviando una e-mail all’indirizzo: pibsegr@biblico.it.

Ai partecipanti viene chiesto un contributo di € 120.

Per gli iscritti all’associazione ex-alunni PIB il contributo sarà invece di € 100.

Tale contributo potrà essere versato all’inizio del seminario. Non è necessario inviare alcuna somma al momento dell’iscrizione; si chiede però gentilmente di inviare la propria adesione solo se realmente si prevede di partecipare, proprio perché l’organizzazione finale della settimana dipenderà anche dal numero dei partecipanti.

Per ulteriori informazioni rivolgersi a: Segretario Generale PIB (pibsegr@biblico.it)