A grande mídia sempre foi inimiga do Brasil?

Uma breve história da luta da grande mídia contra os interesses nacionais – Leandro Severo*: Carta Maior 16/06/2013. O texto pode ser lido aqui ou aqui.

Não é difícil perceber o quanto a submissão aos interesses econômicos estrangeiros levou a dita “grande mídia” brasileira a se afastar da nação. A se tornar, ao longo dos anos, em uma peça chave da política do Imperialismo. Em praticamente todos os principais momentos da vida nacional se inclinaram para o golpismo e a traição. Já no primeiro golpe contra Getúlio, depois, contra sua eleição, contra sua posse, contra a criação da Petrobrás, contra a eleição de Juscelino, contra João Goulart, contra as reformas de base, apoiando a Ditadura, apoiando a política econômica de Collor, apoiando Fernando Henrique e suas privatizações, atacando Lula. Hoje, ela novamente tem lado: o das concessões de estradas, portos e aeroportos, o dos leilões de privatização do petróleo e da necessidade da elevação das taxas de juros, do controle do déficit público com evidentes restrições aos investimentos governamentais, ou seja, da aceitação de um neoliberalismo tardio.

 

Em 1957, uma CPI da Câmara dos Deputados, comprovou que O Estado de São Paulo, O Globo e o Correio da Manhã foram remunerados pela publicidade estrangeira para moverem campanhas contra a nacionalização do petróleo. Em momentos cruciais para o país se inclinaram para o golpismo e a traição aos interesses nacionais: contra Getúlio, a Petrobrás, JK, contra Jango, apoiando a ditadura, Collor, FHC e suas privatizações, atacando Lula.

Em 1941, enquanto milhões de homens e mulheres derramavam seu sangue pela liberdade nos campos da Europa e da União Soviética, a elite dos círculos financeiros dos Estados Unidos já traçava seus planos para o pós-guerra. Como afirmou Nelson Rockfeller, filho do magnata do petróleo John D. Rockfeller, em memorando que apresentava sua visão ao presidente Roosevelt: “Independente do resultado da guerra, com uma vitória alemã ou aliada, os Estados Unidos devem proteger sua posição internacional através do uso de meios econômicos que sejam competitivamente eficazes…” (COLBY, p.127, 1998). Seu objetivo: o domínio do comércio mundial, através da ocupação dos mercados e da posse das principais fontes de matéria-prima. Anos mais tarde, o ex-secretário de imprensa do Congresso americano, Gerald Colby, sentenciava sobre Rockfeller: “no esforço para extrair os recursos mais estratégicos da América Latina com menores custos, ele não poupava meios” (COLBY, p.181, 1998).

Neste mesmo ano, Henry Luce, editor e proprietário de um complexo de comunicações que tinha entre seus títulos as revistas Time, Life e Fortune, convocou os norte-americanos a “aceitar de todo o coração nosso dever e oportunidade, como a nação mais poderosa do mundo, o pleno impacto de nossa influência para objetivos que consideremos convenientes e por meios que julguemos apropriados” (SCHILLER, p.11, 1976). Ele percebeu, com clareza, que a união do poder econômico com o controle da informação seria a questão central para a formação da opinião pública, a nova essência do poder nacional e internacional.

Evidentemente, para que os planos de ocupação econômica pelas corporações americanas fossem alcançados havia uma batalha a ser vencida: Como usurpar a independência de nações que lutaram por seus direitos? Como justificar uma postura imperialista do país que realizou a primeira insurreição anticolonial?

A resposta a esta pergunta foi dada com rigor pelo historiador Herbert Schiller:

“Existe um poderoso sistema de comunicações para assegurar nas áreas penetradas, não uma submissão rancorosa, mas sim uma lealdade de braços abertos, identificando a presença americana com a liberdade – liberdade de comércio, liberdade de palavra e liberdade de empresa. Em suma, a florescente cadeia dominante da economia e das finanças americanas utiliza os meios de comunicação para sua defesa e entrincheiramento, onde quer que já esteja instalada, e para sua expansão até lugares onde espera tornar-se ativa” (SCHILLER, p.13, 1976).

Foi exatamente ao que seu setor de comunicações se dedicou. Estava com as costas quentes, já que as agências de publicidade americanas cuidavam das marcas destinadas a substituir as concorrentes europeias arrasadas pela guerra. O setor industrial dos EUA havia alcançado um vertiginoso aumento de 450% em seu lucro líquido no período 1940-1945, turbinado pelos contratos de guerra e subsídios governamentais. Com esta plataforma invadiram a América Latina e o mundo.

Com o suporte do coordenador de Assuntos Interamericanos (CIIA), Nelson Rockfeller, mais de mil e duzentos donos de jornais latinos recebiam, de forma subsidiada, toneladas de papel de imprensa, transportada por navios americanos. Além disso, milhões de dólares em anúncios publicitários das maiores corporações eram seletivamente distribuídos. É claro que o papel e a publicidade não vinham sozinhos, estavam acompanhados de uma verdadeira enxurrada de matérias, reportagens, entrevistas e releases preparados pela divisão de imprensa do Departamento de Estado dos EUA.

A vontade de conquistar as novas “colônias” e ocupar novos territórios como haviam feito no século anterior, no velho oeste, não tinha limites. No Brasil, circulava desde 1942, a revista Seleções (do Reader’s Digest), trazida por Robert Lund, de Nova York. A revista, bem como outras publicações estrangeiras, pagava os devidos direitos aduaneiros, por se tratar de produtos importados, mas solicitou, e foi atendida pelo procurador da República, Temístocles Cavalcânti, o direito de ser editada e distribuída no Brasil, com o argumento de ser uma revista sem implicações políticas e limitada a publicar conteúdos culturais e científicos. Assim começou a tragédia.

Logo em seguida chegou o grupo Vision Inc., também de Nova York, com as revistas Visão, Dirigente Industrial, Dirigente Rural, Dirigente Construtor e muitos outros títulos, que vinham repletos de anúncios das corporações industriais. Um fato bastante ilustrativo foi o da revista brasileira Cruzeiro Internacional, concorrente da Life International, que, apesar de possuir grande circulação, nunca foi brindada com anúncios, enquanto a concorrente americana anunciava produtos que, muitas vezes, nem sequer estavam à venda no Brasil.

Ficava claro que os critérios até então estabelecidos para o mercado publicitário, como tempo de circulação efetiva, eficiência de mensagem e comprovação de tiragem, de nada adiantavam. O que estava em jogo era muito maior.

Um papel importantíssimo na ocupação dos novos mercados foi desempenhado pelas agências de publicidade americanas. McCann-Erickson e J. Walter Thompson eram as principais e tinham seu trabalho coordenado diretamente pelo Departamento de Estado. Para se ter uma idéia, a McCann-Erickson, nos anos 60, possuía 70 escritórios e empregava 4.619 pessoas, em 37 países, já a J. Walter Thompson tinha 1.110 funcionários, somente na sede de Londres. Os Estados Unidos tinham 46 agências atuando no exterior, com 382 filiais. Destas, 21 agências em sociedade com britânicos, 20 com alemães ocidentais e 12 com franceses. No Brasil atuavam 15 agências, todas elas com instruções absolutamente claras de quem patrocinar.

No início dos anos 50, Henry Luce, do grupo Time-Life, já estava luxuosamente instalado em sua nova sede de 70 andares na área mais nobre de Manhattan, negócio imobiliário que fechou com Nelson Rockfeller e seu amigo Adolf Berle, embaixador americano no Brasil na época do primeiro golpe contra o presidente Getúlio Vargas. Luce mantinha fortes relações com os irmãos Cesar e Victor Civita, ítalo-americanos nascidos em Nova Iorque. Cesar foi para a Argentina, em 1941, onde montou a Editorial Abril, como representante da companhia Walt Disney, já Victor, em 1950, chega ao Brasil e organiza a Editora Abril. Neste mesmo período seu filho, Roberto Civita, faz um estágio de um ano e meio na revista Time, sob a tutela de Luce e logo retorna para ajudar o pai.

Poucos anos depois, o mercado editorial brasileiro está plenamente ocupado por centenas de publicações que cantavam em prosa e verso o american way of life.Somente a Abril, financiada amplamente pelas grandes empresas americanas, edita diversas revistas: Veja, Claudia, Quatro Rodas, Capricho, Intervalo, Manequim, Transporte Moderno, Máquinas e Metais, Química e Derivados, Contigo, Noiva, Mickey, Pato Donald, Zé Carioca, Almanaque Tio Patinhas, a Bíblia Mais Bela do Mundo (1), além de diversos livros escolares.

Em 1957, uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados, comprova que O Estado de São Paulo, O Globo e o Correio da Manhã foram remunerados pela publicidade estrangeira para moverem campanhas contra a nacionalização do petróleo.

Em 1962, o grupo Time-Life encontra seu parceiro ideal para entrar de vez no principal ramo das comunicações, a Televisão: a recém-fundada TV Globo, de Roberto Marinho. Era uma estranha sociedade. O capital da Rede Globo era de 600 milhões de cruzeiros, pouco mais de 200 mil dólares, ao câmbio da época. O aporte dado “por empréstimo” pela Time-Life era de seis milhões de dólares e a empresa tinha um capital dez mil vezes maior.

Como denunciou o deputado João Calmon, presidente da Abert (Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão): “Trata-se de uma competição irresistível, porque além de receber oito bilhões de cruzeiros em doze meses, uma média de 700 milhões por mês, a TV Globo recebe do Grupo Time-Life três filmes de longa metragem por dia – por dia, repito… Só um ‘package’, um pacote de três filmes diários durante o ano todo, custa na melhor das hipóteses, dois milhões de dólares” (HERZ, p.220, 2009).

O Brasil e o mundo estão em efervescência. A tensão é crescente com revoluções vitoriosas na China e em Cuba. A luta pela independência e soberania das nações cresce em todos continentes e os EUA colocam em marcha golpes militares por todo o planeta. A Guerra Fria está em um ponto agudo.

É nesse quadro que a Comissão de Assuntos Estrangeiros do Congresso dos EUA, em abril de 1964, no relatório “Winning the Cold War: The O.S. Ideological Offensive” define:

“Por muitos anos os poderes militar e econômico, utilizados separadamente ou em conjunto, serviram de pilares da diplomacia. Atualmente ainda desempenham esta função, mas o recente aumento da influência das massas populares sobre os governos, associado a uma maior consciência por parte dos líderes no que se refere às aspirações do povo, devido às revoluções concomitantes do século XX, criou uma nova dimensão para as operações de política externa. Certos objetivos dessa política podem ser colimados tratando-se diretamente com o povo dos países estrangeiros, em vez de tratar com seus governos. Através do uso de modernos instrumentos e técnicas de comunicação, pode-se hoje em dia atingir grupos numerosos ou influentes nas populações nacionais – para informá-los, influenciar-lhes as atitudes e, às vezes, talvez, até mesmo motivá-los para uma determinada linha de ação. Esses grupos, por sua vez, são capazes de exercer pressões notáveis e até mesmo decisivas sobre seus governos” (SCHILLER, p.23, 1976).

A ordem estava dada: “informar”, influenciar e motivar. A rede está montada, o financiamento definido.

O jornalista e grande nacionalista, Genival Rabelo, exatamente nesta hora, denuncia no jornal Tribuna da Imprensa do Rio de Janeiro: “Há, por trás do grupo (Abril), recursos econômicos de que não dispõem as editoras nacionais, porém, muito mais importante do que isso, está o apoio maciço que a indústria e as agências de publicidade americanas darão ao próximo lançamento do Sr. Victor Civita, a exemplo do que já fizeram com as suas 18 publicações em circulação, bem como as revistas do grupo norte-americano Vision Inc.” (RABELO, p.38, 1966)

Mas é necessário mais. É preciso enfraquecer, calar e quebrar tudo que seja contrário aos interesses dos monopólios, tudo que possa prejudicar os interesses das corporações. A General Eletric, General Motors, Ford, Standard Oil, DuPont, IBM, Dow Chemical, Monsanto, Motorola, Xerox, Johnson & Johnson e seus bancos J. P. Morgan, Citibank, Chase Manhattan precisam estar seguros para praticar sua concorrência desleal, para remeter lucros sem controle, para desnacionalizar as riquezas do país se apossando das reservas minerais.

Várias são as declarações, nesta época, que deixam claro qual o caminho traçado pelos EUA. Nas palavras de Robert Sarnoff, presidente da RCA – Radio Corporation of America – “a informação se tornará um artigo de primeira necessidade equivalente a energia no mundo econômico e haverá de funcionar como uma forma de moeda no comércio mundial, convertível em bens e serviços em toda parte” (SCHILLER, p.18, 1976). Já a Comissão Federal de Comunicações (FCC), em informe conjunto dos Ministérios do Exterior, Justiça e Defesa, afirmava: “as telecomunicações evoluíram de suporte essencial de nossas atividades internacionais para ser também um instrumento de política externa” (SCHILLER, p.24, 1976).

É esclarecedor o pensamento do delegado dos Estados Unidos nas Nações Unidas, vice-ministro das Relações Exteriores, George W. Ball, em pronunciamento na Associação Comercial de Nova Iorque:

“Somente nos últimos vinte anos é que a empresa multinacional conseguiu plenamente seus direitos. Atualmente, os limites entre comércio e indústria nacionais e estrangeiros já não são muito claros em muitas empresas. Poucas coisas de maior esperança para o futuro do que a crescente determinação do empresariado americano de não mais considerar fronteiras nacionais como demarcação do horizonte de sua atividade empresarial” (SCHILLER, p.27, 1976).

A ação desencadeada pelos interesses externos já havia produzido a falência de muitos órgãos de imprensa nacionais e, por outro lado, despertado a consciência muitos brasileiros de como os monopólios utilizam seu poder de pressão e de chantagem. Em 1963, o publicitário e jornalista Marcus Pereira afirmava em debate na TV Tupi, em São Paulo: “Em última análise, a questão envolve a velha e romântica tese da liberdade de imprensa, tão velha como a própria imprensa. Acontece que a imprensa precisa sobreviver, e, para isso, depende do anunciante. Quando esse anunciante é anônimo, pequeno e disperso não pode exercer pressão, por razões óbvias. É o caso das seções de ‘classificados’ dos jornais. Mas poucos jornais têm ‘classificados’ em quantidade expressiva. A maioria dos jornais e a totalidade das revistas vivem da publicidade comercial e industrial, dos chamados grandes anunciantes. Acho que posso parar por aqui, porque até para os menos afoitos já adivinharam a conclusão” (RABELO, p.56, 1966).

Não é difícil perceber o quanto a submissão aos interesses econômicos estrangeiros levou a dita “grande mídia” brasileira a se afastar da nação. A se tornar, ao longo dos anos, em uma peça chave da política do Imperialismo. Em praticamente todos os principais momentos da vida nacional se inclinaram para o golpismo e a traição. Já no primeiro golpe contra Getúlio, depois, contra sua eleição, contra sua posse, contra a criação da Petrobrás, contra a eleição de Juscelino, contra João Goulart, contra as reformas de base, apoiando a Ditadura, apoiando a política econômica de Collor, apoiando Fernando Henrique e suas privatizações, atacando Lula.

Hoje, ela novamente tem lado: o das concessões de estradas, portos e aeroportos, o dos leilões de privatização do petróleo e da necessidade da elevação das taxas de juros, do controle do déficit público com evidentes restrições aos investimentos governamentais, ou seja, da aceitação de um neoliberalismo tardio.

Por que atuam desta forma? Genival Rabelo deu a resposta: “Um industrial inteligente desta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro me fez outro dia, esta observação, em forma de desafio: ‘Dou-lhe um doce, se nos últimos cinco anos você pegar uma edição de O Globo que não estampe na primeira página uma notícia qualquer da vida americana, dos feitos americanos, da indústria americana, do desenvolvimento científico americano, das vitórias e bombardeios americanos. A coisa é tão ostensiva que, muita vez, sem ter o que publicar sobre os Estados Unidos na primeira página, estando o espaço reservado para esse fim, o secretário do jornal abre manchete para a volta às aulas na cidade de Tampa, Miami, Los Angeles, Chicago ou Nova Iorque. Você não encontra a volta às aulas em Paris, Nice, Marselha, ou outra cidade qualquer da França, na primeira pagina de O Globo, porque, de fato, isso não interessa a ninguém. Logo, não pode deixar de haver dólar por trás de tudo isso…’ Outro amigo presente, no momento, e sendo homem de publicidade concluiu, deslumbrado com seu próprio achado: ‘É por isso que O Globo não aceita anúncio para a primeira página. Ela já está vendida. É isso. É isso!’. ‘E muito bem vendida, meu caro – arrematou o industrial – A peso de ouro’ ” (RABELO, p.258, 1966).

(*) Delegado à Conferência Nacional de Comunicação, Secretário Municipal de Comunicação em São Carlos entre 2007 e 2012 e membro do Partido Pátria Livre.

(1) O Grupo ABRIL editou também a revista Realidade entre 1966 e 1968. Hoje edita 54 títulos, entre os quais VEJA e mais suas 8 edições locais, e cinco revistas em quadrinhos, por sua subsidiária Abril Jovem.

Referências:

COLBY, G; DENNETT, C. Seja feita a vossa vontade: a conquista da Amazônia, Nelson Rockfeller e o evangelismo na idade do Petróleo. Tradução: Jamari França. Rio de Janeiro: Record, 1998.

HERZ, D. A história secreta da Rede Globo. Porto Alegre: Dom Quixote, 2009. Coleção Poder, Mídia e Direitos Humanos.

RABELO, G. O Capital Estrangeiro na Imprensa Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.

SCHILLER, H. I. O Império norte-americano das comunicações. Tradução: Tereza Lúcia Halliday Petrópolis: Vozes, 1976.

Outros livros recomendados:

• Tio Sam chega ao Brasil – a penetração cultural americana – de Gerson Moura, Ed. Brasiliense – São Paulo – 5ª edição [1ª Ed. 1984] Livro de Bolso 93 p.
• O Imperialismo Sedutor – a americanização do Brasil na época da Segunda Guerra – Antonio Pedro Tota – Companhia das Letras – São Paulo – 2000. 235 p.
• A Invasão Cultural Norte-Americana – Júlia Falivene Alves São Paulo – Moderna – 1988 – 26ª edição. 144 p.

A mídia é o partido da oposição

::Se liga Dilma: a mídia é o partido da oposição – Emir Sader: Carta Maior 15/06/2013
As manchetes da mídia [um exemplo pode ser visto aqui. E a manchete da Folha de S. Paulo de hoje diz: Estreia do Brasil tem vaia a Dilma, feridos e presos] buscam criar um clima de crise (a palavra mais proferida pela mídia, junto com a de caos), visando desgastar a imagem do governo, artificialmente, a partir de dificuldades reais. Para aumentar a dimensão do problema, o governo revela não ter uma politica de comunicações para desmentir as diárias falácias que a mídia lança. A proximidade da campanha eleitoral aumentará a guerra no plano das comunicações. Não basta o governo governar bem. É preciso democratizar os canais de comunicação, ouvir e falar o tempo todo.


:: Datafolha registra criminalização da política e romaria pró-Marina – Marcelo Salles: Carta Maior 30/06/2013
A pesquisa divulgada neste domingo [30/06/2013] indica a ação pesada dos fiéis da balança, a mídia e os evangélicos, conforme havíamos previsto. Os evangélicos na organização da campanha por Marina e contra Dilma, e a mídia com a instrumentalização dos protestos a seu favor. Eles irão continuar operando contra a presidenta até o dia do pleito, não importa o que ela faça. Simplesmente porque defendem outro projeto para o país. 

Leia Mais:
A atuação da grande mídia na política
As manifestações e a repressão: o que está acontecendo?
Cerca de 1000 leitores veem golpe em marcha e querem reagir – Blog da Cidadania

Resenhas na RBL – 06.06.2013

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

M. Eugene Boring
An Introduction to the New Testament: History, Literature, Theology
Reviewed by Pheme Perkins

Douglas A. Campbell
The Deliverance of God: An Apocalyptic Rereading of Justification in Paul
Reviewed by Jeffrey F. Cayzer

Naftali S. Cohn
The Memory of the Temple and the Making of the Rabbis
Reviewed by Joshua Schwartz

Yolanda Dreyer
Institutionalization of Authority and the Naming of Jesus
Reviewed by Yongbom Lee

Ben C. Dunson
Individual and Community in Paul’s Letter to the Romans
Reviewed by Jason Weaver

David Emanuel
From Bards to Biblical Exegetes: A Close Reading and Intertextual Analysis of Selected Exodus Psalms
Reviewed by David G. Firth

Saul M. Olyan, ed.
Social Theory and the Study of Israelite Religion: Essays in Retrospect and Prospects
Reviewed by Bob Becking
Reviewed by Aren M. Maeir

Jacques Vermeylen
Les Prophètes de la Bible et la fin des temps: XXIIIe congrès de l’Asssociation catholique française pour l’étude de la Bible (Lille, 24–27 août 2009)
Reviewed by Daniel Timmer

Pieter G. R. de Villiers and Jan Willem van Henten, eds.
Coping with Violence in the New Testament
Reviewed by James Hanson

>> Visite: Review of Biblical Literature Blog

A atuação dos cristãos no processo de redemocratização

Nos dias 26 e 27 de junho, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNNB), promove o Seminário Internacional Memória e Compromisso. O evento será realizado no Centro Cultural de Brasília (CCB) e tem por objetivo relembrar a atuação dos cristãos no processo de anistia política e de redemocratização do Brasil durante o período de 1964 a 1988.

Para a CBJP, o resgate dessa memória é fundamental para fazer justiça aos que vivenciaram diversas violações de direitos e para alimentar as esperanças em tempo de opressão, bem como para lançar luzes aos desafios da atualidade. Por isso, o evento pretende provocar reflexões a cerca da conjuntura político-social brasileira com discussões que envolvem o modelo atual de Estado e de desenvolvimento adotado pelo país e suas consequências para a sociedade.

A reflexão contará com a presença de nomes como padre Oscar Beozzo, Hamilton Pereira, padre Leonel Narvaez, Maria Clara Bingemer, Maria Vitória Benevides, frei Carlos Mesters, pastor Walter Altmann, dom Celso Queiroz, entre outros.

O encontro será pautado em análises da conjuntura nacional, internacional e eclesial, do período ditatorial. A reflexão será no sentido de entender quais eram os desafios teológicos e institucionais da Igreja nesse período. Os participantes ainda acompanharão falas sobre os cristãos em luta por transição em diversos países; resgate de experiências e memória da atuação dos cristãos e instituições cristãs; e uma reflexão sobre justiça de transição e desafio cristão de reconciliação, entre outros temas.

Memória e Compromisso

O Seminário consiste na primeira fase do projeto Memória e Compromisso. Esse projeto é realizado em parceria com a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e conta com apoio da Comissão Nacional da Verdade e da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal.

O projeto também conta com a participação do padre Zezinho e Frei Betto, que não participarão do Seminário, mas vão colaborar em outras etapas (como a publicação do livro, do DVD e do CD com as conclusões do projeto).

Participação

Podem participar estudantes, pessoas de todas as denominações religiosas, agentes pastorais, membros de organismos, profissionais e militantes da área de direitos humanos, e demais interessados. Será emitido certificado de participação, com as horas correspondentes.

Os interessados devem acessar o site da Comissão Brasileira Justiça e Paz e preencher a ficha de inscrição.

Mais informações:
Tel: (61)3323-8713
E-mail: cbjpagenda@gmail.com

Fonte: Seminário pretende relembrar a atuação dos cristãos no período da ditadura: CNBB 06/06/2013

Internet: rede ou malha fina?

We hack everyone everywhere. We like to make a distinction between us and the others. But we are in almost every country in the world. We are not at war with these countries (Snowden).




De um lado…

:: “A internet em princípio é um sistema para o qual você se revela a fim de aproveitar plenamente, o que a diferencia de, digamos, um aparelho que reproduz música. É uma TV que o observa. A maior parte das pessoas nos países desenvolvidos passa no mínimo algum tempo interagindo com a internet e os governos estão abusando em segredo dessa necessidade para ampliar seus poderes além do necessário e do que é apropriado”, escreveu [Edward Snowden a propósito do Prism].

:: Autoridades europeias expressaram ontem ser inaceitável o acesso dos órgãos de inteligência e segurança dos EUA aos e-mails, registros na internet e telefones de seus cidadãos (…) “Esse caso mostra que um claro acordo legal para a proteção de dados não é um luxo nem uma contenção, mas um direito fundamental”, afirmou a comissária de Justiça da União Europeia, Viviane Reding.

Mas do outro…

:: No Congresso americano, a senadora democrata Dianne Feinstein, presidente da Comissão de Inteligência, acusou Snowden de ser traidor. O presidente da Comissão de Segurança Interna da Câmara dos Deputados, o republicano Peter King, disse que Snowden é um “desertor” que tem de voltar ao país para ser julgado. “Ele (Snowden) violou o juramento (de não revelar informação confidencial), violou a lei. É traição”, acusou Feinstein. “Essa pessoa é perigosa para o país. Os EUA têm de impedir que qualquer país dê asilo político a ele”, afirmou King à rede de televisão CNN.

:: O porta-voz do governo, Jay Carney, reiterou a posição expressa por Obama na semana passada de não haver “100% de privacidade com 100% de segurança” ao defender a existência e a continuidade dos programas de vigilância. “Os programas são julgados pelo presidente e por sua equipe de Segurança Nacional como necessários e eficazes”, afirmou.

Fonte: O Estado de S. Paulo: 11/06/2013 – Reproduzido em Notícias: IHU On-Line: 11/06/2013

Leia Mais:
O que é o Prism?

CEBs e os desafios do mundo contemporâneo

Nesses tempos de novo pontificado em Roma, há a esperança de – invertendo a clássica expressão de J. B. Libânio – um “retorno à grande abertura” operada pelo Concílio Ecumênico de 1962-65. Neste caso, o novo jeito de ser Igreja ensaiado pelas CEBs na primavera eclesial que se seguiu àquele grande evento poderá enfim desabrochar e dar frutos para o mundo – porque nosso País está precisando muito de quem leve a sério a evangélica opção preferencial pelos pobres aplicada à economia, à política e à cultura.

OROFINO, F.; COUTINHO, S. R.; RODRIGUES, S. S. (orgs.) CEBs e os desafios do mundo contemporâneo. São Paulo: Paulus/ISER Assessoria, 2012, 240 p. – ISBN 9788534934862.

Leia a interessante resenha deste livro escrita por Pedro A. Ribeiro de Oliveira e publicada pela Adital em 07.06.2013.

Ele explica:

“O livro em apreço resulta de quatro seminários promovidos por Iser-Assessoria e a Comissão para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – em 2011, para a formação da nova geração de assessores e assessoras de CEBs, como indica o pequeno texto da parte IV.

Essa contextualização é essencial para bem apreciarmos o valor da obra, uma vez que esta não é uma obra de erudição acadêmica e sim um livro que retrata o conhecimento elaborado a partir da reflexão sobre as práticas em curso nas próprias CEBs.

Seu fio condutor é o fato de que muitas pessoas hoje dispostas a ajudar na formação de lideranças das comunidades pouco conhecem de sua história. Recuperar a memória – antiga e recente – para bem entender a realidade atual, é o propósito desse trabalho que é de grande utilidade a quem quer conhecer a realidade atual das CEBs em nosso País.

Ao terminar a leitura do livro redigi esses breves comentários em forma de resenha, mas de fato trata-se antes de uma reflexão pessoal provocada pela leitura do que propriamente uma apresentação do livro e seu conteúdo”.

 

Jovem mata os pais e implora clemência alegando ser órfão

Finalmente, uma agencia de risco internacional atende aos clamores da mídia brasileira e endossa a ‘percepção’ de um país em ‘espiral descendente’. Não importam as flutuações estatísticas. A inflação em baixa, o investimento em alta, que deixaram zonzos os analistas da linearidade ortodoxa nas últimas horas, nada mereceu o destaque atribuído ao carimbo negativo com o qual a Standard & Poor’s revisou a ‘perspectiva da nota de longo prazo’  atribuída ao país. Atenção, a ‘perspectiva da nota de longo prazo’. O velho truque da profecia autorrealizável que os tambores locais engrossaram em repiques sôfregos. A manchete de ‘O Globo’, desta 5ª feira, em letras garrafais, no alto da página, saboreava o acepipe. Idem a do ‘Estadão’. Mas a fita métrica da credibilidade é crível? Que grau de confiança desfruta a própria Standard & Poor’s, aqui tratada como um Moisés a rugir seu 11º mandamento: ‘o Brasil fracassará’? Com a palavra, o economista Paul Krugman que, em agosto de 2011, atribuiu peso e medida à venerável instituição que acabara de rebaixar, também, a nota dos EUA. No entender de Krugman, na crise iniciada em 2008, a agência agiu com a mesma cara de pau do  jovem que mata os pais e então implora clemência alegando ser órfão. ‘A S&P, desempenhou papel importantíssimo na precipitação dessa crise, concedendo notas AAA a ativos que desde então se transformaram em  lixo tóxico’, fuzilou Krugman. 

Leia: A Standard & Poor’s endossa a mídia, que retribui – Saul Leblon: Blog das Frases – Carta Maior 07/06/2013

O que é o Prism?

:: EUA têm acesso direto aos servidores de Google, Facebook e Apple, dizem jornais – Redação: CartaCapital 06/06/2013
Um documento divulgado nesta quinta-feira 6 [de junho de 2013] pelos jornais The Washington Post e The Guardian revelou que o governo dos Estados Unidos possui um programa que dá acesso direto aos servidores de algumas das gigantes da internet, como Google, Facebook e Apple. O programa secreto, chamado de PRISM, permite que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) monitore os históricos da web e de internet de usuários e obtenha e-mails, fotos, vídeos, bate-papos, arquivos, conversas de programas como o Skype e detalhes de redes sociais.

:: Gigantes da internet foram obrigadas a ceder dados para grampos do governo dos EUA – Redação: Opera Mundi 06/06/2013
Algumas das empresas mais conhecidas e importantes da internet foram obrigadas a ceder dados de clientes para o governo dos Estados Unidos, de acordo com novo documento revelado pela imprensa internacional. Entre as companhias que tiveram seus sistemas acessados pela NSA (sigla em inglês de Agência de Segurança Nacional) estão Google, Facebook, Microsoft, Yahoo, Skype e YouTube. De acordo com documento divulgado pelo The Guardian, uma apresentação de Power Point com 41 slides, os grampos eram realizados “diretamente dos servidores” das maiores empresas dos EUA e incluíam e-mails, arquivos anexados, vídeos e conversas online.

:: Escândalo de invasão de privacidade coloca governo dos EUA sob pressão – Reuters/Terra 07/06/2013
O debate sobre se o governo dos EUA está violando a privacidade dos cidadãos ao tentar protegê-los do terrorismo atingiu um novo patamar na quinta-feira, com a revelação de que as autoridades colheram dados de milhões de usuários de telefones e exploraram os servidores de nove empresas da internet.

:: Programa dos EUA, em teoria, também poderia monitorar brasileiros – Altieres Rohr: G1 07/06/2013
Os jornais “The Guardian” e “The Washington Post” revelaram a existência de duas iniciativas secretas da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) e do FBI: o Prism e o Blarney. O que as publicações dizem sobre o monitoramento parece confirmar algumas teorias de conspiração: como o mundo inteiro utiliza serviços de internet norte-americanos, todos nós podemos ser vigiados.

:: UK gathering secret intelligence via covert NSA operation – Nick Hopkins: The Guardian 07/06/2013
UK security agency GCHQ gaining information from world’s biggest internet firms through US-run Prism programme

:: Espionagem estatal dos EUA pode ter atingido o Reino Unido, alertam ativistas – Roberto Almeida: Opera Mundi 07/06/2013
Reportagem publicada ontem (06/06) pelo jornal britânico The Guardian mostrou que o governo dos EUA, sob a administração Barack Obama, segue espionando a população do país com a justificativa da “guerra ao terror” e amparado no “Patriot Act”, controversa lei aprovada em 2001, durante o governo de George W. Bush, que suprime as liberdades civis (…) Com base na colaboração entre EUA e Reino Unido no combate ao terror, o Open Rights Group suspeita que o serviço secreto britânico possa ter se munido de informações do esquema e que dados de cidadãos britânicos possam ter sido vasculhados pela NSA (sigla em inglês para Agência de Segurança Nacional), responsável pelos grampos.

:: EUA monitoram ao menos 3 operadoras telefônicas e companhias de cartões de crédito – Redação: Opera Mundi 07/06/2013
O escândalo de grampos e investigações secretas do governo dos Estados Unidos sobre sua própria população chega ao seu terceiro episódio nesta sexta-feira (07/06): além de agentes de inteligência terem acesso irrestrito a registros de chamadas da operadora Verizon e aos dados de clientes das principais empresas de internet no mundo, eles também obtêm informações das duas maiores companhias telefônicas do país, AT&T e Sprint, e de fabricantes de cartões de crédito. De acordo com o jornal The Wall Street Journal, que cita fontes ligadas à NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA), essa divisão tem acordos com a AT&T e Sprint similares ao da Verizon, revelado nesta semana pelo jornal britânico The Guardian.

:: NSA scandal: what data is being monitored and how does it work? – Charles Arthur: The Guardian 07/06/2013
Everything you need to know about data gathering from internet companies by the US National Security Agency. NSA has direct access to Google, Facebook and Apple.

:: Empresas mudaram sistemas para serem monitoradas por EUA, diz jornal – Folha de S. Paulo  08/06/2013 – 10h53
O jornal americano “The New York Times” informou neste sábado que a maioria das empresas de internet americanas fizeram um acordo com o governo para mudar os sistemas para facilitar o monitoramento de dados de usuários pelos serviços de inteligência (…)  As companhias são obrigadas por lei a fornecer os dados dos investigados por serviços de inteligência, de acordo com o Código de Vigilância e Inteligência Estrangeira. Nesse caso, as demandas são feitas por ações judiciais de caráter confidencial. No entanto, algumas empresas fizeram acordos informais para abrir pequenas brechas nos sistemas para permitir o compartilhamento de informações de forma extraoficial. Os dados seriam trocados em salas de bate-papo secretas, hospedadas em servidores confidenciais (…)  Uma das empresas, no entanto, não aceitou o acordo e se manteve apenas no sistema legal de vigilância. O Twitter se negou a fornecer brechas em seus sistemas para permitir maiores invasões do governo. O serviço de microblog também não aparece entre as empresas que foram monitoradas pelo PRISM. Questionadas pelo “New York Times”, as companhias de internet disseram não ter conhecimento sobre o programa do governo para facilitar o acesso a seus servidores.

:: Do 11 de setembro ao PRISM: a escalada de espionagem do governo norte-americano – Charles Nisz: Opera Mundi 08/06/2013
Há exatos 64 anos, era lançado 1984, a mais famosa das obras do escritor britânico George Orwell. No livro, Orwell faz o retrato de um governo repressivo e totalitário, cujo poder está baseado no controle e na vigilância sobre os cidadãos. Muitos dos termos usados pelo autor entraram para a cultura popular – o mais famoso deles é justamente o “Grande Irmão”, responsável pela vigilância dos cidadãos no mundo criado por Orwell. O vazamento de documentos sobre a espionagem feita pelo governo norte-americano a seus cidadãos por meio do programa PRISM suscitou muitas críticas a Barack Obama. Principalmente porque o governo dos EUA obrigou operadoras de telefonia e empresas de tecnologia como a Verizon, a Apple, o Yahoo, o Google e o Facebook a fornecerem dados sigilosos sobre seus usuários. É impossível não fazer o paralelo com o “Grande Irmão”. A divulgação do PRISM em matéria do jornal britânico Guardian chocou a opinião pública mundial. Os documentos obtidos são de abril de 2013. No entanto, o PRISM não é causa, mas sim consequência de uma escalada da vigilância do governo norte-americano. Conforme os documentos vazados pelo grupo hacker Annonymous, o programa foi iniciado em 2007, ainda na administração de George W. Bush.

:: EUA dizem que empresas têm conhecimento de programa de espionagem de dados – Redação: Opera Mundi 09/06/2013
O diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, especificou na noite deste sábado (08/06), em comunicado, que a espionagem de comunicações digitais estrangeiras se realizam com o “conhecimento” das empresas de internet envolvidas. Clapper, que comanda a NSA (Agência Nacional de Inteligência), tentou novamente minimizar os vazamentos para a imprensa sobre o programa PRISM, que permite vigiar comunicações digitais de nove grandes provedores de internet nos EUA. O diretor chamou a PRISM de um simples “sistema governamental interno de computação”, destinado a supervisionar dados que podem ser recopilados por mandato judicial. Segundo o documento de três páginas, o Congresso foi informado deste programa 13 vezes desde 2009.

:: Nós somos a alta tecnologia da espionagem global – Eduardo Febbro: Carta Maior 04/08/2013
Todas as fantasias dos adeptos das teorias conspiratórias que imaginavam os EUA espionando cada canto do planeta com satélites e dispositivos ultra tecnológicos viraram fumaça em um par de dias. A alta tecnologia da espionagem global somos nós mesmos, não satélites espiões, nem raios invisíveis. Nós entregamos nossos correios, nossos segredos, as fotos e os nomes de nossos filhos e irmãos, de nossos amigos, envoltos em um papel de presente transparente. O problema com os dados reside em que se toma uma informação de um servidor informático que está aí permanentemente. Não há roubo. Pode-se operar sem que a vítima se dê conta. A força desse tipo de espionagem radica no fato de que a vítima ignora seu estatuto de vítima. Os brinquedos conhecidos que a NSA emprega para acessar nossas intimidades são três: o olho é Prisma, seus aliados são Boundless Informant e X-Keyscorey. Prisma se conecta aos servidores das redes sociais, Google, Microsoft, Apple, Twitter, Skype, Facebook e outros. Boundless Informant é um software dirigido em grande parte ao ataque extraterritorial. O dispositivo mede o nível de segurança que cada país aplica a seus sistemas ao mesmo tempo em que consolida os meta-dados das conversações telefônicas (quem fala com quem) e das comunicações informáticas, os IP. X-Keyscorey é, nesta montagem, o cérebro do chamado Big Data, ou seja, o conjunto dos dados armazenados e analisáveis. X-Keyscorey é uma espécie de “Google” interno da NSA, ou seja, um analisador de conteúdos que abre as portas de tudo: histórico de navegações de uma pessoa, buscas realizadas na internet, conteúdos dos e-mails, conversações privadas no Facebook, cruzamento de informações segundo o idioma, o país de origem e de destino dos dados e dos intercâmbios. Especialistas em tecnologias da informação concordam: é imperativo mudar nossa cultura na rede.

:: Guerra da informação: ‘EUA detêm um poder avassalador’ – Eduardo Febbro: Carta Maior 21/08/2013
A proteção dos dados pessoais e a democracia não são bons aliados. O caso de Edward Snowden, o agenda da NSA norte-americana que revelou a espionagem dos Estados Unidos e a colaboração de atores privados do porte de Google, Microsoft ou Facebook, segue expandindo suas verdades e mostrando os limites dos sistemas democráticos. Espionagem global dos indivíduos por meio do sistema Prisma, detenção, em Londres, do companheiro do jornalista do Guardian que revelou os documentos de Snowden, Glenn Greenwald, destruição forçada dos discos rígidos do Guardian por parte dos serviços secretos britânicos, intimidações, ameaças, em suma, as democracias tiraram do armário seus melhores dispositivos legais para justificar a espionagem ou impedir a difusão de informações suplementares. Em entrevista à Carta Maior, Nicolas Arpagian analisa os mecanismos desta espionagem globalizada, seus instrumentos legais, características modernas, seus meandros tecnológicos, o conceito de guerra moderna e, sobretudo, a supremacia absoluta dos Estados Unidos no campo das tecnologias da informação. Arpagian é professor no Instituto de Altos Estudos de Segurança e Justiça (INHESJ), e na Universidade de Paris 10, especialista reconhecido em temas de cyber-segurança e segurança militar moderna.

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13ª Feira do Livro de Ribeirão Preto

A 13ª edição da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto terá início em 06 de junho de 2013 e término em 16 de junho e contará com uma programação cultural com mais de 600 atrações e eventos em todas as áreas artísticas e para todas as idades.

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Marcha para Jesus é criticada por pastor

Pastor contesta poder de transformação propagada pela Marcha para Jesus

Embora seja o maior movimento evangélico de massa, a Marcha para Jesus, que nesta época do ano leva milhares de pessoas às ruas em capitais e cidades do interior do país, também sofre contestação de protestantes, de modo especial de líderes e pastores de denominações históricas.

No sábado, 1, a Marcha para Jesus juntou o rebanho de mais de 1 milhão de pessoas em Manaus, mais um número considerável em Fortaleza e Foz do Iguaçu. No sábado anterior, 500 mil evangélicos caminharam por ruas e avenidas do Rio de Janeiro. A chuva não impediu a participação de 5 mil fiéis em Belém do Pará. No feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, 30 de maio, a capital Teresina assistiu a concentração de 200 mil pessoas e Porto Velho de outras 50 mil pessoas na Marcha. “A Marcha não celebra culto, mas show ‘gospel’. Tanta força e entusiasmo deveriam ser canalizados para a pregação do evangelho”, contestou o pastor Ageu Cirilo, da Igreja Presbiteriana de Vila Guarani, São Paulo, em artigo no jornal Brasil Presbiteriano. Ele listou dez motivos que cada cristão deveria considerar para não participar desse evento. Além da marcha ser conduzida por um líder que se autodenomina apóstolo, quando esse título foi reservado ao grupo de seguidores escolhidos por Cristo, ela se fundamenta numa Teologia Triunfalista – tudo vai dar certo na vida do crente – e na Teologia da Prosperidade, arrolou o pastor. “A marcha que Cristo ensinou à sua igreja foi outra, silenciosa e efetiva, tal qual o sal penetrado no alimento, pessoal e de relacionamento, como na Igreja primitiva”, comparou Cirilo. Outro ponto lembrado pelo pastor presbiteriano é o fato de os líderes da marcha anunciarem que ela tem o poder de “mudar o destino de uma nação”. Cirilo reportou-se, então, às pesquisas demográficas do país indicando que os evangélicos já somam um quarto da população do Brasil. No entanto, mesmo com esse percentual, “a imoralidade, a corrupção e a violência estão cada vez maiores em nosso país. Os canais de TV, os programas de rádio, bem como as marchas  não têm gerado transformação de vida em nosso povo”, apontou.

Fonte: ALC – 03/06/2013

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