Marcha para Jesus é criticada por pastor

Pastor contesta poder de transformação propagada pela Marcha para Jesus

Embora seja o maior movimento evangélico de massa, a Marcha para Jesus, que nesta época do ano leva milhares de pessoas às ruas em capitais e cidades do interior do país, também sofre contestação de protestantes, de modo especial de líderes e pastores de denominações históricas.

No sábado, 1, a Marcha para Jesus juntou o rebanho de mais de 1 milhão de pessoas em Manaus, mais um número considerável em Fortaleza e Foz do Iguaçu. No sábado anterior, 500 mil evangélicos caminharam por ruas e avenidas do Rio de Janeiro. A chuva não impediu a participação de 5 mil fiéis em Belém do Pará. No feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, 30 de maio, a capital Teresina assistiu a concentração de 200 mil pessoas e Porto Velho de outras 50 mil pessoas na Marcha. “A Marcha não celebra culto, mas show ‘gospel’. Tanta força e entusiasmo deveriam ser canalizados para a pregação do evangelho”, contestou o pastor Ageu Cirilo, da Igreja Presbiteriana de Vila Guarani, São Paulo, em artigo no jornal Brasil Presbiteriano. Ele listou dez motivos que cada cristão deveria considerar para não participar desse evento. Além da marcha ser conduzida por um líder que se autodenomina apóstolo, quando esse título foi reservado ao grupo de seguidores escolhidos por Cristo, ela se fundamenta numa Teologia Triunfalista – tudo vai dar certo na vida do crente – e na Teologia da Prosperidade, arrolou o pastor. “A marcha que Cristo ensinou à sua igreja foi outra, silenciosa e efetiva, tal qual o sal penetrado no alimento, pessoal e de relacionamento, como na Igreja primitiva”, comparou Cirilo. Outro ponto lembrado pelo pastor presbiteriano é o fato de os líderes da marcha anunciarem que ela tem o poder de “mudar o destino de uma nação”. Cirilo reportou-se, então, às pesquisas demográficas do país indicando que os evangélicos já somam um quarto da população do Brasil. No entanto, mesmo com esse percentual, “a imoralidade, a corrupção e a violência estão cada vez maiores em nosso país. Os canais de TV, os programas de rádio, bem como as marchas  não têm gerado transformação de vida em nosso povo”, apontou.

Fonte: ALC – 03/06/2013

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