A atuação da grande mídia na política

Chega às livrarias livro que analisa criticamente a atuação da grande mídia na política:

DE ALENCAR, J. F.  A ditadura continuada: Fatos, factoides e partidarismo da imprensa na eleição de Dilma Rousseff. São Paulo: Paulus, 2012, 272 p. – ISBN 9788534934138.

Diz a editora:

“Que a imprensa exerce grande poder na sociedade todos já sabem. Mas até que ponto pode chegar a falta de imparcialidade, de objetividade, de pluralidade e de compromisso com a democracia, elementos básicos para a imprensa livre?

Em  A ditadura continuada o leitor é convidado a refletir sobre alguns episódios do período da eleição presidencial de 2010 com foco na atuação da grande mídia, sobretudo na do jornal Folha de São Paulo.

Segundo o autor, a ideia de produzir o livro surgiu depois de anos de estudo e observação dos enviesamentos políticos da imprensa brasileira, distorcendo a realidade para promover as linhas políticas mais conservadoras e prejudicar os movimentos e partidos que questionem ou promovam mudanças positivas no país. ‘O gancho principal para o início do trabalho foi a publicação neste grande jornal de uma ficha policial falsa, apresentando como resgate da história e como pesquisa em arquivos do Deops [Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo] um documento fraudulento construído digitalmente. Embora se possa alegar que foi um simples erro jornalístico, os contornos do episódio, seus desdobramentos e a recusa do jornal em esclarecê-lo demonstram o contrário’, explica.

A obra relembra que o golpe militar e a maior parte do regime tiveram o apoio da mídia, mostrando que a continuidade dos laços da imprensa com o autoritarismo apareceu de maneira clara quando Dilma Rousseff, uma ex-militante da resistência à ditadura, concorreu à presidência do país. Com esse viés, o título analisa, além do caso da ficha falsa e seus desdobramentos, a pré-campanha e a operação segundo turno daquelas eleições.

Além do olhar crítico em relação à postura da grande mídia, o livro destaca a atuação positiva de muitos blogues que fizeram contrapontos e derrubaram versões produzidas pela mídia politicamente conservadora, enfraquecendo a forma autoritária de cobertura da eleição.

‘A contribuição para a qualificação da comunicação social que vem sendo feita por esses blogues e seus leitores e comentadores é imensa, tem diversificado as possibilidades de comunicação e envolvido muita gente. Pois se antes deles tínhamos a informação e a comunicação concentradas nas mãos de meia dúzia de famílias ou grupos que dominam a mídia no país, agora temos outras versões, outros canais de comunicação questionando e derrubando as versões enviesadas e politicamente comprometidas da velha mídia. Por exemplo, o caso da ficha falsa só foi esclarecido para a sociedade graças aos blogues’, conclui o autor.

Contando três capítulos e um resumo ao final de cada um deles, A ditadura continuada – Fatos, factoides e partidarismo da imprensa na eleição de Dilma Rousseff tem linguagem fluente e estrutura simples, tornando-se excelente instrumento de reflexão para estudantes, professores e todos os interessados em obter maior esclarecimento a respeito da mídia brasileira e de sua constante atuação, sobretudo no que diz respeito à política e à democracia”.

Quem é Jakson Ferreira de Alencar?
Jornalista, mestre pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde também cursa doutorado na mesma área. Editor da revista Vida Pastoral.

Leia Mais:
A inquestionável partidarização da imprensa – Venício Lima: Carta Maior – 25.01.2013

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1 comentário em “A atuação da grande mídia na política”

  1. "Se o leitor (a) ainda precisa de alguma comprovação sobre o comportamento partidário dos jornalões brasileiros, sobretudo nos períodos eleitorais, recomendo a leitura do excelente 'A Ditadura Continuada – Fatos, Factoides e Partidarismo da Imprensa na Eleição de Dilma Rousseff', resultado de uma cuidadosa pesquisa realizada por Jakson Ferreira de Alencar, recentemente publicado pela editora Paulus", diz, em artigo na Carta Maior, de 25.01.2013, Venício Lima. Leia A inquestionável partidarização da imprensa.

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