O complexo de vira-latas – The mongrel complex

Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol (Nelson Rodrigues).


By “mongrel complex” I call the inferiority in which Brazilians put themselves, voluntarily, before the rest of the world. This happens in all areas and, especially, in soccer (Nelson Rodrigues).

Nelson Rodrigues: Brasil vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética: Manchete Esportiva, 31/5/1958.

Confira o livro Somos o Brasil – Edição bilíngue, português-inglês, ebook Kindle na Amazon e reproduzido em pdf em vários outros locais [digite no Google: Nelson Rodrigues e o complexo de vira-latas].

Tenho um amigo que é um dos tais brasileiros rubros de vergonha. Dizia-me: — “Junto da europeia, a nossa paisagem faz vergonha.” Mas ele dizia isso porque jamais olhara a nossa paisagem (Nelson Rodrigues).


I have a friend who is one of such Brazilians who are crimson with shame. He told me: — “In comparison with the European landscape, ours is a shame.” But he said that because he had never looked at our landscape (Nelson Rodrigues).

Nelson Rodrigues: Brasileiro, da cabeça aos sapatos : O Globo, 14/7/1966 – Esta crônica está no mesmo livro citado acima.

Sobre a polêmica atual gerada pelo ressuscitado complexo de vira-latas usado como arma política, confira:

Por causa da Copa, a velha mídia reforça “complexo de vira-latas” – Vermelho: 08/06/2014

Documentário: O Complexo de Vira-latas –  Dirigido por Leandro Carproni, produção da Cabrueira Filmes e Sem Cortes Filmes

Muitos blogs católicos são conservadores

Muitos blogs católicos são conservadores – Tanti blog cattolici sono conservatori

Por trás disso, também há partes da hierarquia que preferem… se expressar indiretamente em muitos blogs conservadores… — Dietro ci sono anche pezzi di gerarchia che preferiscono … esprimersi indirettamente sui tanti blog conservatori… (Marco Politi)

Isto merece um debate!

Francisco entre lobos

POLITI, M. Francesco tra i lupi: Il segreto di una rivoluzione. 2. ed.  Roma-Bari: Laterza, 2014, 260 p. – ISBN 9788858110799.

Um livro para se prestar atenção. Do experiente vaticanista Marco Politi.

A um ano da eleição, o papa ainda está bastante sozinho dentro da estrutura eclesiástica. Isso explica a sua extraordinária determinação. Ele goza de um consenso muito amplo entre os fiéis e na opinião pública agnóstica e não crente, mas na Cúria não se manifesta, por enquanto, um forte partido pró-Bergoglio. Ao contrário, há quem espere que o papa argentino seja uma exceção transitória… Um papa obtém obediência quase absoluta quando age ao longo dos trilhos da tradição. Se, ao invés, quer mudar e reformar, são infinitos os modos grandes e pequenos de lhe opor obstáculos… Os setores conservadores apontam para o desgaste do papa argentino, alavancam a fadiga que pode surgir com a repetição das suas exortações. Difundem o temor de que Francisco está construindo uma “outra Igreja”, saindo dos trilhos da tradição, da doutrina e da reta interpretação da palavra de Deus… Há quem se rebele contra a ideia de que Francisco diminui a “sacralidade da pessoa papal”. Quando Francisco condena a fofoca e a circulação de calúnias dentro dos aparatos, ele pensa nos sabotadores que falam em voz baixa… Não se deve subestimar nem mesmo a oposição inerte daqueles que na Cúria estão incertos em relação ao seu futuro e ao seu papel, e sentem que a estabilidade dos ditames tradicionais vacila… Há quem liquide com desencanto as suas palavras, especialmente sobre o tema da pobreza. Há uma rede subterrânea de interesses ramificados, que olha com suspeita e incômodo para as reformas… (do livro de Marco Politi, Francesco tra i lupi)

Do livro, diz a editora, em italiano:
È il leader più influente del pianeta. Si è prefisso un’impresa gigantesca: riformare la curia e rinnovare la Chiesa. Ma dietro le quinte la lotta è sempre più aspra. Il tempo è poco. La posta in gioco è la fisionomia del cattolicesimo di domani. Ha spezzato l’immagine di una Chiesa matrigna, ha rifiutato la pompa imperiale, non conosce barriere tra credenti e non credenti, nessun pontefice europeo ha vissuto come lui la miseria degli emarginati, è vicino alle angosce di uomini e donne di ogni credo. È immerso nella modernità, pratica la tenerezza e la compassione. Ma in Vaticano crescono le resistenze ai suoi audaci programmi di rifondazione della Chiesa come la partecipazione dei vescovi al governo ecclesiale, l’inserimento di donne ai vertici decisionali, l’approccio nuovo a divorziati e omosessuali. Ripulire lo Ior e le finanze vaticane è una fatica immane. L’episcopato italiano è un problema per il papa argentino. La rivoluzione è agli inizi: l’esito è incerto e il tempo non è molto. “Francesco tra i lupi” è la storia, mai raccontata prima, delle sfide nascoste alla rivoluzione di Bergoglio e dell’opposizione al papa più popolare dei nostri tempi, con particolari inediti sulla sua elezione. 

:: Os lobos de Francisco. Entrevista com Marco Politi – Notícias: IHU On-Line 08/06/2014
Uma ampla conversa com o vaticanista Marco Politi, autor de Francesco tra i lupi: Il segreto di una rivoluzione. Consensos verdadeiros, consensos da boca para fora, oposições amplas e latentes. Muitos blogs católicos são conservadores. O papa está consciente das resistências dentro do mundo católico. Uma estratégia inclusiva. Os meios de comunicação como instrumento para provocar o debate. O afastamento dos jovens, especialmente das garotas, com previsíveis dificuldades graves na transmissão da fé. A reportagem é de Giuseppe Rusconi, publicada no sítio Rosso Porpora em 04/06/2014 (link para o original italiano logo abaixo).

:: Marco Politi: I lupi di Francesco? Non vengono da Gubbio – Giuseppe Rusconi: Rosso Porpora – 4 Giugno 2014
Ad ampio colloquio con il vaticanista Marco Politi, autore di “Francesco tra i lupi. Il segreto di una rivoluzione”. Consensi veri, consensi a fior di labbra, opposizioni latenti ed estese. Tanti blog cattolici sono conservatori. Il Papa è consapevole delle resistenze all’interno del mondo cattolico. Una strategia inclusiva. I media come strumento per lanciare il dibattito. L’allontanarsi dei giovani, in particolare delle ragazze, con prevedibili difficoltà gravi nella trasmissione della fede.

Leia Mais:
Francisco

Biblistas Mineiros publicam a Estudos Bíblicos 120

Acabo de receber o n. 120 da revista Estudos Bíblicos, de out/dez de 2013, produzida pelos Biblistas Mineiros, grupo do qual faço parte. São 10 artigos que ocupam quase 200 páginas.

Seu título: A volta de Babel: a Bíblia e os megaprojetos

Escreve Telmo José Amaral de Figueiredo no editorial: “As contribuições de nossos colegas biblistas, neste número de Estudos Bíblicos, procuram mostrar como a Bíblia é crítica em relação aos projetos imperialistas ou governativos que não visam o benefício do povo, mas o aumento e perpetuação do poder, da riqueza e da fama dos que comandam a sociedade”.

O que dizem os artigos desta Estudos Bíblicos?

:: Grandes projetos na Bíblia e a resistência do povo – Gilvander Luís Moreira
Gilvander nos apresenta um amplo leque de grandes e impopulares projetos descritos em perspectiva crítica pela Bíblia, como a construção da torre de Babel, o bezerro de ouro, o gigante de pés de barro do livro de Daniel, o mercado no entorno do Templo de Jerusalém, o comércio ao redor da deusa Ártemis em Éfeso e o dragão do Apocalipse. O comum a todos estes textos é, justamente, a resistência popular aos megaprojetos idolátricos que visam não o bem das populações camponesas, da periferia dos grandes centros urbanos e das nações submetidas ao poder imperial.

:: Gn 11,1-9: Contramito torre de Babel ao mito da fundação de Babilônia – Jacir de Freitas Faria
Jacir propõe-nos o “contramito” de Gn 11,1-9, a torre de Babel, como crítica ao poderio babilônico. O destino dos impérios assassinos e opressores está nas mãos de Deus. A “confusão” e o conflito são subjacentes aos projetos que deixam o povo de fora e tentam impor a visão e a interpretação dos poderosos.

:: A sabedoria do pobre salva a cidade. Leituras de Eclesiastes 9,14-16 – Wolfgang Gruen
Gruen nos mostra que, como antídoto contra a megalomania  dos poderosos, a Bíblia em Ecl 9,14-16 nos apresenta a sabedoria do pobre, a qual difere totalmente daquela dos que planejam a “cidade” (a sociedade) sem levar em conta o seu povo. A sabedoria, diz Gruen, “é mais que acumulação de saberes, sabenças. É um saber depurado: prioriza o que importa e, nele, seu sentido e relevância”. O pobre possui aquela desconfiança sábia que lhe faz ter a prudência necessária perante os grandes e ricos projetos. O sábio pobre tem como enxergar a situação, e dar passos para furar o cerco, cultivando a utopia e a esperança.

:: Jeremias, profeta crítico do poder imperial. A hegemonia e a grandeza babilônica, numa leitura profética da história, à luz da fé – Jaldemir Vitório
Vitório nos ajuda a compreender a atitude do profeta Jeremias diante da dominação babilônica e as tentações de pactos equivocados com outros poderes, neste caso, o Egito. Diante das ameaças e perigos de dois grandes impérios, como agir, qual critério adotar? Jeremias propõe não se encantar nem se amedrontar por demais diante dos impérios. Eles não são eternos, seus projetos não duram para sempre. Quanto maior for a tirania deles, maior será sua queda. No entanto, ele não defende uma atitude inconsequente e suicida contra a Babilônia. Nesse caso, a prudência cheia de esperança é a alternativa.

:: Religião e formação de classes na antiga Judeia – Airton José da Silva
Existem, quer concordemos ou não, classes em nossa sociedade. Airton resume e comenta o livro de H. G. Kippenberg, Religião e formação de classes na antiga Judeia: estudo sociorreligioso sobre a relação entre tradição e evolução social. Os sistemas persa, grego e romano, ao imporem leis em conflito com as tradições familiares de Israel, são geradores de escravidão, favorecendo a concentração de terras, a expropriação e o empobrecimento da maioria da população rural na antiga Judeia. Kippenberg nos mostra como, face a tal situação, a tradição religiosa judaica se uniu a duas tendências antagônicas: a tendência à formação de classes, por um lado, e, por outro lado, a tendência à solidariedade, formando, assim, dois complexos divergentes de tradição que fundamentam os conteúdos religiosos dos movimentos judaicos de resistência contra o domínio imperial estrangeiro.

:: Resistindo à globalização: os Macabeus – Neuza Silveira de Souza e Maria de Lourdes Augusta
Neusa e Maria de Lourdes, por sua vez, nos apresentam a revolta dos Macabeus como símbolo da reação anti-imperial. O modo de vida e a organização social promovidos pelo helenismo são o foco da atenção dos livros dos Macabeus, nos quais se mostra que nem todos os projetos de progresso e desenvolvimento político e econômico se traduzem em reais melhorias para a vida das pessoas, especialmente dos pobres. A fidelidade à aliança e às tradições alimentará e definirá a resistência a esses projetos autoritários.

:: O cego Bartimeu e a pastoral do espetáculo – José Luiz Gonzaga do Prado
José do Prado analisa a cena do cego Bartimeu em Mc 10,46-52.  Numa sociedade do espetáculo, dos projetos faraônicos e do consumismo, os indivíduos acabam por assumir essa ideologia em suas próprias vidas. Ele destaca que o nome desse cego pode significar “filho da honra/glória”. Portanto, alguém fanático pelo prestígio, pelo aplauso, pela vontade de brilhar, colocar-se em evidência. Ele é cego “porque não vê o outro, não enxerga outra coisa que não a própria glória; é mendigo porque vive mendigando aplausos; está sentado porque não anda, não dá um passo, nada faz que não sirva para a própria glória; e está à beira do caminho, porque fica à margem da história”. Esse cego seria uma projeção dos discípulos de Jesus, que estão sujeitos às tentações propostas por essa sociedade. A libertação das pessoas é passar a “ver”, a enxergar o Messias que está diante delas.

:: Paulo, os jogos e a linguagem esportiva – Zuleica Aparecida Silvano
O esporte representa, sem dúvida, um dos principais componentes do mundo do espetáculo em todos os tempos e era muito valorizado no mundo helênico. Zuleica nos mostra como Paulo soube utilizar com maestria a terminologia esportiva em suas cartas. Ela constata que o “uso da linguagem e imagens desportivas, em Paulo, é semelhante ao uso simbólico-metafórico que verificamos no livro da Sabedoria, mormente pra ilustrar elementos do agir cristão”. Paulo faz uso da linguagem que apela para a luta, a conquista, a competição, a fim de descrever a atitude que deve mover o cristão em sua missão evangelizadora.

:: Espetáculos de derrota no século XXI – Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa
Tereza Virgínia, por sua vez, trabalha com a noção de “o caminho dos frágeis” presente no pensamento paulino. Seu propósito é contradizer a lógica da competição que há no mundo atual, a qual privilegia o campeão, o vencedor, mostrando que na fraqueza encontra-se algo da excelência humana, isto é, sua vulnerabilidade. Ela conclui que “somos responsáveis uns pelos outros, e as nossas fragilidades podem ser nossa fortaleza”.

:: A Prostituta Babilônia – Leitura de Apocalipse 17 e 18 – Johan Konings
Konings, no último artigo da revista, faz uma leitura dos capítulos 17 e 18 do Apocalipse no contexto do atual domínio exercido pelo mercado sobre a sociedade mundial, de modo especial na América Latina, considerando igualmente o contexto que originou estas páginas. Estes dois capítulos celebram a condenação de “Babilônia”: o 17 a associa ao nunca nomeado império romano, enquanto o 18 insere a derrota do império na tradição profética de denúncia das grandes cidades dominadoras. Segundo Konings, o “Apocalipse nos ensina a ver a figura idolátrica por detrás do sistema do comércio mundial, e não precisamos de muita imaginação para ver a mesma coisa hoje”.

Leitura ecológica de Gn 1: faça o download do texto

Proposta de uma leitura ecológica do relato sacerdotal da criação (Gn 1,1-2,4a):  esta é a monografia de conclusão do Curso de Teologia de Sebastião de Magalhães Viana Junior, estudante da FARP – Faculdade de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Ribeirão Preto. No ano passado, 2013, fui o orientador de Sebastião na elaboração deste estudo e José Luiz Gonzaga do Prado foi o leitor. Insisti com Sebastião, atualmente cursando o quarto e último ano de Teologia, para que o publicasse, pois sua leitura pode ser interessante para muita gente.

Observe sua perspectiva.

Ele diz, na Introdução da monografia, que “não é admissível que um teólogo pense Deus sem pensar o mundo. A criação é um episódio teologicamente importante, e é por isso que nós procuramos apresentar algumas palavras sobre ela neste nosso trabalho.

Duas perguntas nos motivaram e o texto bíblico de Gn 1,1–2,4a, o relato sacerdotal da criação, ofereceu-nos base para respondê-las sem fugir do conteúdo bíblico-teológico. Em primeiro lugar nos perguntamos: se Deus criou o mundo, ‘e viu que era bom’, por que há uma realidade que sofre e faz sofrer? Referimo-nos à crise ecológica. A habitabilidade do mundo em que vivemos está ameaçada e isso representa uma interpelação à qual a fé não pode se furtar. Como já antecipamos, o nosso não será um discurso autônomo sobre o em-si do cosmos. Isso não é de competência da teologia. Mas o que a teologia bíblica pode dizer a esse respeito, isso nós procuramos apresentar aqui. A base da nossa reflexão é o que diz a Tradição cristã. Justamente porque não é possível fazer teologia sobre o mundo dando as costas à gravidade do problema ecológico, nós não pudemos nos conformar, ficando de braços cruzados.

Para provocar uma reflexão, partimos do texto genesíaco sacerdotal sobre a Criação e do que a Tradição guardou a seu respeito. Isso porque este texto bíblico foi muito utilizado como fonte legitimadora da  ‘dominação’, do consumo e da exploração predatória dos recursos naturais. Sendo assim – e aqui está nossa outra pergunta motivadora –, como podemos perceber que o texto, em vez de autorizar tal destruição, oferece uma mensagem de esperança e de salvação para nós hoje?

Graças a essas perguntas, o desenho do nosso trabalho se fez”.

Clique no link abaixo e faça o download de

Proposta de uma leitura ecológica do relato sacerdotal da criação (Gn 1,1-2,4a)

São 58 páginas em formato pdf e o arquivo tem 627 KB.

A luta pela justiça no Antigo Testamento

Como analisar a denúncia profética da opressão? Como contextuar a súplica do justo oprimido pelo ímpio? Como compreender o dever do rei e/ou do Estado de proteger o oprimido? Como situar a proposta profética de construção de uma comunidade solidária? Como interpretar as leis da Torá preocupadas com a proteção dos pobres endividados e com a restauração de um campesinato independente? Como entender as afirmações da necessidade da justiça divina?

Uma proposta hermenêutica para a análise de tais textos bíblicos deveria considerar, pelo menos, quatro elementos:

  1. tentar identificar as situações sociais reais em que os textos bíblicos foram produzidos
  2. observar os textos bíblicos como propostas que visam proteger os oprimidos a partir de um lugar social determinado
  3. analisar os textos bíblicos como a definição de valores éticos socialmente reconhecidos
  4. atualizar os textos bíblicos em seu persistente potencial de denúncia e anúncio

Confira uma proposta deste tipo em:

HOUSTON, W. J. Contending for Justice: Ideologies and Theologies of Social Justice in the Old Testament. London: Bloomsbury T & T Clark, 2008, 304 p. – ISBN 9780567033543.

Sobre o livro:

Contending for Justice analyses texts on social justice in the Old Testament and argues that despite their ideological character they may still assist in shaping a Christian theological approach to social and global injustice. The book argues on the one hand that a class interest is involved in all texts on the subject of social justice, and on the other that, that the very interest demands that they should appeal to the broadest possible public by using generally accepted ethical and theological ideas. Four elements are set out in a hermeneutical proposal: texts should be understood as rhetoric in real social situations, as ideology protecting a social position, as defining recognized ethical values, and theologically as having a critical and constructive potential for the interpreter’s own situation. A second chapter attempts to sketch the social conditions in which such texts were formed. The hermeneutical scheme is then applied, but not rigidly, to a wide range of texts: prophetic denunciations of oppression, texts in a variety of genres defining the characteristics of the just individual, texts in the Psalms and Isaiah defining the duty of the king to protect the poor, visions of a just community in the prophets, words of Torah aimed at protecting the indebted poor and restoring an independent peasantry, and assertions of the justice of God. The book concludes with brief reflections on the value of the Old Testament as a resource in the struggle for justice.

Moralismo e política

Quando as dimensões concretas da sociedade não são levadas em conta, as questões políticas sofrem uma redução de seu conteúdo, perdendo sua autonomia. São consideradas de maneira abstrata, conduzidas ao espaço da ética, restritivamente, e resolvidas no moralismo.

Pela clínica psicanalítica, sabemos que aquilo que atacamos de modo implacável no outro não deixa de ter relação com aquilo que não suportaríamos reconhecer em nós mesmos (Mario Fleig, psicanalista).

 

Na véspera:

:: Ilhado no meio jurídico, Barbosa traça saída – Brasil 24/7: 28/05/2014
“Num feito inédito para um presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa conseguiu: está completamente ilhado em relação a seus colegas do Poder Judiciário. Do Procurador Geral da República ao presidente da Ordem dos Advogados, passando pelo plenário do Superior Tribunal de Justiça e todas as principais associações de magistrados, além do Conselho Nacional de Justiça, não há instância na qual Barbosa consiga angariar admiração. Quanto mais apoio ou compreensão… Pelas reações do meio jurídico aos seus posicionamentos, Barbosa é o primeiro a saber que lhe falta clima para prosseguir no cargo”.

No dia:

:: Os órfãos de Joaquim Barbosa – Saul Leblon: Carta Maior 29/05/2014
“Joaquim Barbosa deixa a cena política como um farrapo do personagem desfrutável que se ofereceu um dia ao conservadorismo brasileiro. Na verdade, não era  mais funcional ter a legenda política associada a ele. Sua permanência à frente do STF tornara-se insustentável. Vinte e quatro horas antes de comunicar a aposentadoria, já era identificado pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, como um fator de insegurança jurídica para o país. A OAB o rechaçava. O mundo jurídico manifestava constrangimento diante da incontinência autoritária. A colérica desenvoltura com que transgredia  a fronteira que separa o sentimento de  vingança e ódio da ideia de justiça, inquietava os grandes nomes do Direito… [assumindo], crescentemente, contornos de um coronel Kurtz, o personagem de Marlon Brando, em Apocalypse Now, que se desgarrou do exército americano no Vietnã para criar  a sua própria guerra dentro da guerra. Na guerra pelo poder, Barbosa lutava a batalha do dia anterior”.

No dia seguinte:

:: Adversários de Dilma já disputam apoio de Barbosa – Brasil 24/7: 30/05/2014
“Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) se precipitam para conquistar filiação de Joaquim Barbosa, que antecipou sua aposentadoria do STF; ainda que o juiz tenha perdido o prazo para uma candidatura em 2014, ele é visto como uma importante arma da oposição contra a reeleição da presidente Dilma Roussef”.

Resenhas na RBL: 27.05.2014

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

William P. Atkinson
Baptism in the Spirit: Luke-Acts and the Dunn Debate
Reviewed by Lars Kierspel

Edward Ball ad Margaret Barker, eds.
The Unconquered Land’ and Other Old Testament Essays: Selected Studies by Rudolf Smend
Reviewed by David J. Reimer

Carol J. Dempsey and Elayne J. Shapiro
Reading the Bible, Transforming Conflict
Reviewed by Joel Stephen Williams

Desiderius Erasmus; Andrew J. Brown, ed.
VI-4 Ordinis sexti tomus quartus: Novum Testamentum ab Erasmo Recognitum, IV, Epistolae Apostolicae (secunda pars) et Apocalypsis Iohannis
Reviewed by Jerome A. Lund

Shimon Gesundheit
Three Times a Year: Studies on Festival Legislation in the Pentateuch
Reviewed by William A. Tooman

Francisco Lozada Jr. and Greg Carey, eds.
Soundings in Cultural Criticism: Perspectives and Methods in Culture, Power, and Identity in the New Testament
Reviewed by Earl Kellett

Matthew R. Malcolm
The World of 1 Corinthians: An Exegetical Source Book of Literary and Visual Backgrounds
Reviewed by Bradley J. Bitner

John Oleson
Humayma Excavation Project, I: Resources, History and the Water-Supply System
Reviewed by Anne Lykke

Kathleen M. Rochester
Prophetic Ministry in Jeremiah and Ezekiel
Reviewed by Georg Fischer

Karlheinz Schüssler
Das koptisch-sahidische Johannesvangelium sa 506 aus dem Jeremia-Kloster von Sakkara: mit Textvarianten der Handschriften in Barcelona, Cairo, Dublin, Naqlun, New York
Reviewed by Johanna Brankaer

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