Resenhas na RBL: 20.06.2014

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Vita Daphna Arbel
Forming Femininity in Antiquity: Eve, Gender, and Ideologies in the Greek Life of Adam and Eve
Reviewed by F. Scott Spencer

Walter A. Elwell and Robert W. Yarbrough
Encountering the New Testament: A Historical and Theological Survey
Reviewed by Abson Joseph

Peter W. Flint
The Dead Sea Scrolls
Reviewed by George J. Brooke

William Goodman
Yearning for You: Psalms and the Song of Songs in Conversation with Rock and Worship Songs
Reviewed by T. Michael W. Halcomb

David Weiss Halivni
The Formation of the Babylonian Talmud
Reviewed by Joshua Ezra Burns

Robin M. Jensen
Baptismal Imagery in Early Christianity: Ritual, Visual, and Theological Dimensions
Reviewed by Denis Fortin

Isaac Kalimi, ed.
Jewish Bible Theology: Perspectives and Case Studies
Reviewed by Ginny Brewer-Boydston

William Loader
Making Sense of Sex: Attitudes Towards Sexuality in Early Jewish and Christian Literature
Reviewed by Michael Rosenberg

Víctor Morla
Los manuscritos hebreos de Ben Sira: Traducción y notas
Reviewed by Nuria Calduch-Benages

James Carleton Paget and Joachim Schaper, eds.
The New Cambridge History of the Bible: From the Beginnings to 600
Reviewed by J. Christopher Edwards

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RAMPART-A

:: Documentos mostram como a NSA grampeia o planeta – Jon Queally, Common Dreams: Carta Maior 21/06/2014
Novo relatório feito pelo The Intercept e um jornal dinamarquês associado revela que a Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês), além de seu conhecido programa de espionagem conhecido como Five Eyes, também possui acordos de vigilância extensos e até agora desconhecidos com outras nações, o que permite um acesso sem precedentes ao sistema de comunicação global e à informação privada de cidadãos do mundo todo que o utilizam. Baseado em documentos fornecidos por Edward Snowden, o relatório detalha um programa chamado RAMPART-A, que usa “pontos de congestionamento” espalhados pelo mundo e permite que a agência “intercepte o conteúdo de chamadas telefônicas, faxes, e-mails, chats de internet, dados de redes privadas e chamadas de softwares como o Skype”.

Leia…

:: ‘Politically Explosive’ Docs Show How NSA Wiretaps Earth – Jon Queally:  Common Dreams – June 19, 2014
New reporting by The Intercept and a partner newspaper in Denmark reveals that the National Security Agency, beyond its well-documented close-ties to the so-called Five Eyes nations, has extensive and previously unknown surveillance agreements with other nations that allow it unsurpassed access to global communication systems and the private information of the world’s citizens that travel through them. Based on documents provided by NSA whistleblower Edward Snowden, the new reporting details a program called RAMPART-A which uses digital “congestion points” located across the world and allows the agency to “intercept the content of phone calls, faxes, e-mails, internet chats, data from virtual private networks, and calls made using Voice over IP software like Skype.”

Leia Mais:
Espionagem

Mais Copa do Mundo 2014 no Brasil

:: Copa: o Brasil ganhou, a mídia perdeu – Luis Nassif: GGN 24/06/2014
Já se tem o resultado parcial da Copa: reconhecimento geral – da imprensa nacional e internacional – que é uma Copa bem organizada… Agora, voltem algumas semanas atrás, pouco antes do início da Copa. A imagem disseminada pela imprensa nacional – era a de um fracasso retumbante… Um dos jornais chegou a afirmar que haveria atentados na Copa, fruto de uma fantasiosa parceria entre os black blocks e o PCC. Outro informou sobre supostas epidemias de dengue em locais de jogo da Copa… O episódio é exemplar para se mostrar a perda de rumo do jornalismo nacional, a incapacidade de separar a disputa política da noção de interesse nacional. E a falta de consideração para com seu principal produto: a notícia.

:: E o Brasil não bebeu água em meia cuia de queijo Palmira – Saul Leblon: Carta Maior 24/06/2014
Os caosnáticos que durante meses anunciaram o apocalipse para os 32 dias em que o país sediaria a Copa do Mundo devem estar duplamente arrependidos. Vencido 1/3 do torneio a apreensão cedeu lugar à agradável sensação de que, afinal, com todas as deficiências sabidas, esse lugar não é a montanha desordenada de incompetência, corrupção e conflagração anunciada – incentivada – por seus vocalizadores desinteressados. O cenário de terra arrasada, que faria a autoestima nacional beber água num pé da mesa, em meia cuia de queijo Palmira, passa ao largo do que se vê, se ouve e se vive dentro e fora dos estádios. Sobretudo, porém, o maior gol contra foi a aposta de que o fracasso da Copa serviria como credenciamento antecipado para  o conservadorismo ‘consertar o Brasil corroído pelo PT’. A menos que um acontecimento inesperado inverta o quadro em curso, a verdade é que estamos diante de um efeito bumerangue em espiral ascendente. Nem mesmo uma eventual eliminação brasileira do torneio poderá modificá-lo. O revés não é café pequeno. Ele desqualifica de forma importante o discurso derrotista da turma do Brasil aos cacos. O caos na Copa era (atenção: ‘é’) acalentado como um precioso passaporte emocional para garantir o livre trânsito do discurso conservador no imaginário brasileiro na disputa presidencial de outubro.

Leia os textos completos.

Leia Mais:
Mídia desembarca da teoria do caos na Copa – Brasil 24/7: 22/06/2014
Os 10 maiores micos da Copa do Mundo do Brasil – Najla Passos: Carta Maior 20/06/2014

Copa do Mundo 2014 no Brasil

Os arautos do caos e do desconcerto na velha mídia nacional e internacional perderam o pé e estão naufragando. Mas nem por isso vão perder a esperança, na expectativa de que ainda haja alguma catástrofe dentro dos campos ou fora dele. Afinal, velha mídia é velha mídia, e tem uma reputação a manter.

5 falácias e 5 verdades sobre a Copa no Brasil – Flávio Aguiar: Carta Maior 22/06/2014

Com base na cobertura da velha mídia nacional e internacional podemos afirmar sem medo de que eram e são falácias:

1. Acreditar que o Brasil não tem condição para organizar eventos deste porte, porque é um país onde grassam apenas  a corrupção, a violência e a incompetência. Quem acreditou nisto perdeu a aposta…

2. O Brasil é e será um país de eternos pobretões, miseráveis e favelados para sempre. O Brasil está se superando e deixando outras nações a ver poeira em matéria de combate à pobreza…

3. A população brasileira tornou-se contrária à realização da Copa no país. Esta é a oração mais repetida da ladainha contra o nosso país. Não é verdade. Sucessivas reportagens de outros países atestam o entusiasmo de nossa população com a Copa, além de depoimentos oriundos do Brasil também…

4. O Brasil não deveria aplicar em estádios o dinheiro que deveria aplicar em educação e saúde. Não só isto não é verdade  – os investimentos motivados pela Copa, inclusive nos estádios, são pequenos em relação ao que o país investe em educação e saúde –  como revela má fé ou ignorância por parte de quem os manipula ou repete. Quem faz isto ou oculta ou ignora a complexidade econômica, social e cultural de um país como o Brasil…

5. As vaias e os insultos do setor VIP no Itaquerão e as manifestações “Não vai ter Copa” são representativas do sentimento e mal estar geral da população. Não são. As vaias e xingamentos provocaram mais repúdio do que aplauso, inclusive por parte de gente do setor conservador e/ou que por qualquer razão não votou nem votaria na presidenta em outubro. As manifestações minguaram em frequência e em número de manifestantes e só ganham espaço na mídia devido à busca de sensacionalismo…

Vamos agora às verdades:

1. Esta pode não ser a Copa das Copas em matéria de futebol, mas decididamente é a melhor Copa nestes termos nos últimos tempos…

2. Nosso povo está dando um show de bola em matéria de alegria, hospitalidade e esportividade…

3. O nosso povo pensa com a cabeça e o coração e ama o nosso país…

4. A realização da Copa está contribuindo para construir uma imagem muito positiva do Brasil e disseminando-a pelo mundo afora. Aos poucos populações de todo o mundo vão pulando por cima dos noticiários preconceituosos e exclusivamente negativos e percebendo por trás deles ou mesmo nas entrelinhas o entusiasmo com que o nosso povo recebe a Copa e seus benefícios. Comentários de leitores indignados com notícias ou artigos que torcem tudo para mostrar apenas o que é ruim – ou o que deveria  ser ruim – se multiplicam.

5. Os arautos do caos e do desconcerto na velha mídia nacional e internacional perderam o pé e estão naufragando. Mas nem por isso vão perder a esperança, na expectativa de que ainda haja alguma catástrofe dentro dos campos (por exemplo, uma possível eliminação precoce do Brasil) ou fora dele: aqui serve qualquer coisa, de inundação a desastre. Afinal, velha mídia é velha mídia, e tem uma reputação a manter.

Leia o texto completo.

Resenhas na RBL: 13.06.2014

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Marielle Frigge
Beginning Biblical Studies
Reviewed by Markus Lang

Jenny R. Labendz
Socratic Torah: Non-Jews in Rabbinic Intellectual Culture
Reviewed by Joshua Schwartz

Bruce W. Longenecker
Hearing the Silence: Jesus on the Edge and God in the Gap -— Luke 4 in Narrative Perspective
Reviewed by Dieter T. Roth

Jill Middlemas, David J. A. Clines, and Else K. Holt, eds.
The Centre and the Periphery: A European Tribute to Walter Brueggemann
Reviewed by Chadwick Eggleston

Timothy Milinovich
Beyond What Is Written: The Performative Structure of 1 Corinthians
Reviewed by Matthew R. Malcolm

Joel B. Green and Lee Martin McDonald, eds.
The World of the New Testament: Cultural, Social, and Historical Contexts
Reviewed by John J. Pilch

Eileen M. Schuller and Carol A. Newsom
The Hodayot (Thanksgiving Psalms): A Study Edition of 1QHa
Reviewed by Philippus J. Botha

Ekkehard W. Stegemann; Christina Tuor and Peter Wick, eds.
Der Römerbrief: Brennpunkte der Rezeption
Reviewed by Oda Wischmeyer

Thomas L. Thompson
Biblical Narrative and Palestine’s History: Changing Perspectives 2
Reviewed by Ralph K. Hawkins

Caroline Vander Stichele and Hugh S. Pyper, eds.
Text, Image, and Otherness in Children’s Bibles: What Is in the Picture?
Reviewed by David R. Jackson

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Descompasso

Tolerância a ofensa prejudica candidatos

“Aécio Neves e Eduardo Campos quiseram explorar politicamente os xingamentos a Dilma Rousseff na abertura da Copa. Podem ter começado aí a perder a eleição.

(…) O grave, agora, não são tanto os insultos: é que dois candidatos presidenciais não percebam que a minoria de ofensores representa o atraso. Deste, nada sairá”.

Leia o texto completo.

Fonte: Renato Janine Ribeiro no jornal Valor em 16/06/2014, reproduzido em Notícias: IHU On-Line 17/06/2014.

Leia Mais:
Dez teses sobre a ascensão da extrema direita europeia. O novo fascismo espreita o Velho Continente – Michael Löwy
Um país mais igualitário, sim – Sergei Soares

Linchamento verbal

Quando as pessoas partem para o xingamento verbal ou virtual, demonstram completa ausência de argumentos para rechaçar as ideias com as quais não concordam. Não sabendo como argumentar, xingam.

Confira aqui, aquiaqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

Como disse Kant (1724-1804), quando questionado sobre o significado da Aufklärung – O que são as Luzes [ou Esclarecimento]:

Sapere aude [Ouse saber]! Tenha a coragem de te servir de teu próprio entendimento. Eis a divisa das Luzes.

No original alemão: Sapere aude! Habe Mut, dich deines eigenen Verstandes zu bedienen! ist also der Wahlspruch der Aufklärung.

Citando o texto mais ampliado:

Esclarecimento (Aufklärung) significa a saída do homem de sua menoridade, pela qual ele próprio é responsável. A menoridade é a incapacidade de se servir de seu próprio entendimento sem a tutela de um outro. É a si próprio que se deve atribuir essa menoridade, uma vez que ela não resulta da falta de entendimento, mas da falta de resolução e de coragem necessárias para utilizar seu entendimento sem a tutela de outro. Sapere aude! Tenha a coragem de te servir de teu próprio entendimento, tal é portanto a divisa do Esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma parte tão grande dos homens, libertos há muito pela natureza de toda tutela alheia (naturaliter maiorennes), comprazem-se em permanecer por toda sua vida menores; e é por isso que é tão fácil a outros instituírem-se seus tutores. É tão cômodo ser menor (Immanuel Kant, Resposta à pergunta: O que é o Esclarecimento?  Traduzido por Luiz Paulo Rouanet). O texto continua…

Aufklärung ist der Ausgang des Menschen aus seiner selbstverschuldeten Unmündigkeit. Unmündigkeit ist das Unvermögen, sich seines Verstandes ohne Leitung eines anderen zu bedienen. Selbstverschuldet ist diese Unmündigkeit, wenn die Ursache derselben nicht am Mangel des Verstandes, sondern der Entschließung und des Mutes liegt, sich seiner ohne Leitung eines andern zu bedienen. Sapere aude! Habe Mut, dich deines eigenen Verstandes zu bedienen! ist also der Wahlspruch der Aufklärung. Faulheit und Feigheit sind die Ursachen, warum ein so großer Teil der Menschen, nachdem sie die Natur längst von fremder Leitung freigesprochen (naturaliter maiorennes), dennoch gerne zeitlebens unmündig bleiben; und warum es anderen so leicht wird, sich zu deren Vormündern aufzuwerfen. Es ist so bequem, unmündig zu sein.

Para quem quiser ler o original em alemão:

Immanuel Kant, Beantwortung der Frage: Was ist Aufklärung? (eBook gratuito para Kindle na amazon.com.br)

Ou em português:

KANT, I. Immanuel Kant: textos seletos. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2012, 112 p. – ISBN 9788532631923.

Para entender o contexto da afirmação de Kant, dê uma olhada em meu texto O discurso socioantropológico: origem e desenvolvimento.

Um dos tantos comentários interessantes que encontrei na web:

O Esclarecimento Kantiano – Anderson Rodrigo de Oliveira

Toda a presente dissertação do filósofo moderno Immanuel Kant gira em volta da resposta à pergunta sobre o esclarecimento (Aufklärung). Kant começa pelo próprio termo esclarecimento, que «é a saída do homem de sua menoridade». O que produz tal menoridade é o próprio homem, que não consegue sair de sua condição medíocre e tomar coragem de servir-se de si mesmo sem necessitar da ajuda de alheios. A menoridade do homem o afeta em todos os campos: na política, na sociedade, no trabalho etc. O processo para se sair desse estado de menoridade está no autocontrole e na liberdade que cada indivíduo deve cultivar. Somos convidados a não nos acomodar, a sair em busca do saber, por isso usa o termo latino: Sapere aude! (Ouse saber). Somente através dessa ousadia é que podemos sair de nossa condição. Essa ousadia implica a «coragem de fazer uso de teu próprio entendimento», o que é como que o slogan do esclarecimento. As principais causas que impedem o esclarecimento estão no comodismo, na preguiça e na covardia. Com tais causas, o homem permanecerá sempre em sua menoridade. Para as pessoas acostumadas a ‘receberem as coisas nas mãos’ (Kant enumera alguns: ter um livro que faz as vezes de nosso entendimento; um diretor espiritual que tem consciência em nosso lugar; um método que decide a nossa dieta etc.), torna-se difícil e perigoso renunciar sua menoridade (o texto continua).

Leituras sobre futebol

A Copa do Mundo 2014 no Brasil é uma ótima desculpa para estudar a fundo a estrela da ocasião: o futebol. 

Nós, brasileiros, temos uma relação especial com esse esporte, gostando dele ou não. A bola rolando em solo nacional revela, historicamente e socialmente, um contexto de afinidade entre técnica, arte e superação. Compreendê-lo dá outras dimensões ao tema, e para atingi-las há uma série de livros imperdíveis, já lançados ou quase, à disposição, diz Camila Moraes: Opera Mundi – 31/05/2014, em

Leituras para a (e apesar da) Copa

E recomenda:

:: São raros os títulos de ficção envolvendo futebol que realmente toquem o leitor mais exigente. Mas um livro lançado no ano passado pela Companhia das Letras mudou esse paradigma. O Drible, de Sergio Rodrigues, conta uma história de reaproximação entre pai e filho: o primeiro é Murilo Filho, um cronista de futebol aposentado e à beira da morte, e o segundo, Neto, é um revisor de livros de autoajuda solitário, que coleciona quinquilharias dos anos 70 e relações amorosas descartáveis – e que sempre se sentiu preterido pelo pai famoso. Entremeado com esse relato está o livro que Murilo Filho escreve sobre um extraordinário jogador dos anos 60, que teria sido “maior que Pelé”, se seu final não tivesse sido trágico. De uma maneira envolvente e inclusive carregada de suspense, o autor constrói vários universos ao mesmo tempo – o familiar, o pessoal, o futebolístico –, chegando a retratar a época de ouro do futebol brasileiro com uma riqueza imaginativa que só a ficção poderia garantir.

:: Na seara da não ficção, por outro lado, os horizontes são mais amplos e incluem paradas obrigatórias. Para começar, ninguém jamais será capaz de entender como nasce o futebol-arte no Brasil sem se debruçar sobre o clássico O Negro no Futebol Brasileiro, de Mario Filho. Reeditado recentemente pela editora Mauad (agora também em inglês, com vistas à chegada de jornalistas estrangeiros e turistas leitores), ele é pioneiro ao ressaltar a importância dos africanos para a originalidade do esporte mais popular do país. Foi publicado em 1947 com prefácio de Gilberto Freyre, que se declarou admirador do trabalho de Mario – cronista de O Globo por muitos anos.

:: Em uma linha parecida, está Veneno Remédio – O Futebol e o Brasil, de José Miguel Wisnik, pela Companhia das Letras. O livro aborda as questões políticas, sociais, econômicas e comportamentais em torno do futebol sem deixar de lado o jogo em si, que é o que finalmente cativa com tanta força as pessoas, seja no Brasil ou onde for.

:: Para provar que os brasileiros não estão sozinhos quando o assunto é a devoção ao futebol, especialmente na América Latina, Eduardo Galeano contribui à discussão com Futebol ao Sol e à Sombra, editado aqui pela L&PM. O escritor uruguaio é fã de futebol e acredita que, com a bola rolando, exacerbam-se conflitos e paixões. Por isso, o compara com o teatro e a guerra em histórias contadas com maestria.

:: Há ainda, no cenário dos grandes escritores, alguns títulos essenciais: A pátria de chuteiras, de Nelson Rodrigues, lançado no final de 2013 pela Ediouro com 40 textos do grande dramaturgo (e cronista de futebol também, contemporâneo de Mario Filho), escritos entre 1950 e 1970 [ver também de Nelson Rodrigues, Somos o Brasil]. Ebooks gratuitos na amazon.com.br.

::  Quando é dia de futebol, com escritos de Carlos Drummond de Andrade sobre futebol em suas múltiplas variantes, publicados em sua maioria nos jornais Correio da Manhã e Jornal do Brasil e reunidos em livro agora pela Companhia das Letras.

::  Os Garotos do Brasil – Viagem à identidade secreta dos nossos craques, de Ruy Castro, que delineia, segundo o autor “o lado humano de atletas como Belini, Pelé, Garrincha, Zico, Ronaldo ‘Fenômeno’ e o goleiro Julio Cesar” – e que deverá sair em breve.

:: Como, no Brasil, falar desse esporte tão grande e de seus grandes craques é impossível sem citar Pelé, dois lançamentos do Rei do Futebol devem entrar pra lista. O primeiro é A importância do futebol, de título bem didático, que Pelé escreveu com o jornalista Brian Winter.

:: O outro, As joias do rei Pelé, reúne fotos de objetos que marcaram sua carreira estelar, como troféus, cetros e coroas, mas também um velho rádio e uma rudimentar caixa de engraxate. Ambos são editados no Brasil pela Realejo Livros, uma editora de Santos que também é livraria, onde futebol é assunto tratado com toda o conhecimento e dedicação que merece [só para os “corajosos”… livro caro demais!].

:: Finalmente, mas não por último, as crianças podem se divertir com outro título de ficção que merece entrar pra biblioteca da família. La cancha de los deseos, do maior escritor mexicano da atualidade, Juan Villoro, chegará ao Brasil por essas épocas (provavelmente como “O estádio dos desejos”) em edição da Terceiro Nome. O livro fala de Arturo, um menino que adora futebol, sonha em ser jogador, vai ao estádio com o pai e é feliz. Para ser ainda mais feliz, ele se dedica – junto ao pai cientista – a descobrir uma fórmula que faça o time de seu país ganhar, já que ele vivia perdendo.

Leia o texto completo.

Oriente Médio: sinais emblemáticos de Francisco

Na diplomacia, você vive de sinais emblemáticos (Lejeune Mirhan)

O encontro promovido pelo papa Francisco entre os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, no Vaticano, para falar sobre a paz, e a visita papal à Terra Santa no final do mês passado são emblemáticos, avalia o sociólogo, professor, escritor e arabista Lejeune Mirhan, em entrevista a Opera Mundi. Para ele, Francisco “avançou mais do que qualquer outro líder do Vaticano” para fomentar o diálogo entre israelenses e palestinos. O fato de Francisco ter quebrado o protocolo ao descer do papamóvel e rezar pedindo paz no muro da Cisjordânia, conhecido como “Muro da Vergonha”, que separa Israel da Palestina, durante sua visita à região, “carrega muito significado. Esta atitude vale por dez anos de intifada”, disse Lejeune, referindo-se ao tipo de protesto comum na Palestina, em que pessoas atiram pedras contra o muro.

Leia: Visita do papa a ‘Muro da Vergonha’ vale por dez anos de intifada palestina, diz especialista

Fonte: Vanessa Martina Silva: Opera Mundi – 10/06/2014

Resenhas na RBL: 04.06.2014

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Elie Assis
The Book of Joel: A Prophet between Calamity and Hope
Reviewed by Stephen Breck Reid

John Granger Cook
Roman Attitudes toward the Christians: From Claudius to Hadrian
Reviewed by Warren Carter

Jason von Ehrenkrook
Sculpting Idolatry in Flavian Rome: (An)Iconic Rhetoric in the Writings of Flavius Josephus
Reviewed by Jeff Jay

John C. Endres
First and Second Chronicles
Reviewed by Michael Avioz

Jack R. Lundbom
Deuteronomy: A Commentary
Reviewed by Glen A. Taylor
Reviewed by Timothy M. Willis

Lukasz Niesiolowski-Spanò
The Origin Myths of Holy Places in the Old Testament: A Study of Aetiological Narratives
Reviewed by Ralph K. Hawkins

Peter R. Rodgers
Exploring the Old Testament in the New
Reviewed by Michael Labahn

Beth M. Sheppard
The Craft of History and the Study of the New Testament
Reviewed by Ken Olson
Reviewed by Joseph E. Sanzo

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