Resenhas na RBL: 19.05.2014

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

William Baird
History of New Testament Research, Volume 3: From C. H. Dodd to Hans Dieter Betz
Reviewed by Benjamin A. Edsall
Reviewed by Joshua Jay Stigall

Athalya Brenner and Gale A. Yee, eds.
Joshua and Judges
Reviewed by Ginny Brewer-Boydston

John K. Goodrich
Paul as an Administrator of God in 1 Corinthians
Reviewed by Kathy Ehrensperger
Reviewed by Korinna Zamfir
Reviewed by Jason Weaver

J. Edward Owens
Deuteronomy
Reviewed by H. F. van Rooy

Peter R. Rodgers
Text and Story: Narrative Studies in New Testament Textual Criticism
Reviewed by Thomas P. Nelligan

Luise Schottroff and Marie-Theres Wacker, eds.
Feminist Biblical Interpretation: A Compendium of Critical Commentary on the Books of the Bible and Related Literature
Reviewed by Lynn R. Huber

Jens Schröter
From Jesus to the New Testament: Early Christian Theology and the Origin of the New Testament Canon
Reviewed by Lee Martin McDonald

Visite: Review of Biblical Literature Blog

FT fica nervoso com Piketty

Nisto tudo, manifesta-se uma constante que vem progredindo de modo alarmante em toda a mídia europeia. Tradicionalmente, esta mídia se mostrava sempre mais equilibrada e plural do que a nossa velha mídia oligárquica brasileira e latino-americana de um modo geral. Entretanto nos últimos tempos vem proliferando a contaminação daquela mídia por práticas comuns da nossa (Flávio Aguiar).

Se o FT ficou nervoso, então Piketty deve ser lido…

Ora, o FT. O FT? O FT!

:: ‘FT’ diz ter encontrado erros no livro de Piketty sobre desigualdade – Notícias: IHU On-Line 26/05/2014
O jornal britânico Financial Times diz ter encontrado “uma série de erros” nos cálculos que justificam as conclusões do livro Capital no Século XXI, do economista francês Thomas Piketty. O livro sustenta que houve um crescimento forte da desigualdade de renda nas últimas décadas. Fonte: O Estado de S. Paulo, 24/05/2014

:: Para Piketty, “o Financial Times se ridiculariza” – Notícias: IHU On-Line 26/05/2014
O economista francês Thomas Piketty defendeu, no sábado, as conclusões do seu último livro sobre o aumento das desigualdades econômicas no mundo, após as críticas feitas pelo Financial Times (FT). Em sua edição de sábado, o jornal britânico do mundo dos negócios apontou os erros de cálculo cometidos por Thomas Piketty em O Capital no Século XXI – que se tornou, desde a sua publicação, um fenômeno editorial –, o que teria falsificado suas conclusões. A reportagem é de Christian Losson e Iris Deroeux e está publicada no jornal francês Libération em 24/05/2014.

Leia Mais:
David Harvey: leia Piketty, mas não se esqueça de Marx – Outras Palavras: 23/05/2014 [também aqui] Uma crítica ao livro de Thomas Piketty

Francisco na Palestina

Papa manda parar o jeep e reza ante o ‘muro da vergonha’ – Jesús Bastante: Religión Digital, em IHU On-Line 25/05/2014

Foi um gesto que surpreendeu, e muito, a comitiva que acompanhava o Papa Francisco desde a sede da presidência da Autoridade Nacional Palestina até a basílica da Natividade, em Belém. Quando o jeep em que ele estava passou junto ao Muro que separa a Cisjordânia de Israel, Bergoglio ordenou que o veículo parasse e desceu.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Diigital. A tradução é da IHU On-Line.

A parada não estava prevista. Segundo os jornalistas que acompanham o Pontífice, Francisco ficou alguns minutos em oração, perto de uma torre de vigilância ocupada por um soldado de Israel, e rezou tocando a parede e apoiando a sua fronte nela.

O Papa realizou este gesto inesperado a caminho da missa pública que presidiu ante milhares de pessoas e depois de um encontro com Abas, que lhe falou do “repugnante muro que Israel construiu pela força em nossa terra”. Os cristãos da Terra Santa, em sua maioria palestinos, qualificam esta separação como “o muro da vergonha”.

O próprio Papa sofre as dificuldades do muro, pois depois da sua estadia na Palestina, terá que viajar de helicóptero até o aeroporto de Tel Aviv, ao invés de percorrer o trajeto de apenas oito quilômetros que separam a cidade em que nasceu Jesus da Cidade Santa de Jerusalém.

A construção do muro, que, segundo argumenta o governo de Israel, é para frear os atentados, começou a ser construído em 2002. Uma vez concluído, ele se estenderá por 712 quilômetros. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) exigiu, em julho de 2004, seu desmantelamento, ao considerar a sua construção ilegal.

 

Francesco prega in silenzio davanti al Muro di divisione – Gianni Valente: Vatican Insider 25/05/2014

Papa Francesco ha toccato il Muro della Divisione. In un clamoroso fuori programma del viaggio in Terra Santa, prima della Messa a Betlemme sulla piazza della Mangiatoia, il vescovo di Roma ha chiesto di essere portato in auto davanti a un punto della barriera di cemento che Israele sta costruendo dal 2002 e che corre in buona parte sui Territori Occupati palestinesi, contro tutte le regole di legalità internazionale. Lì Papa Bergoglio ha sostato per pochi minuti in totale silenzio, circondato da un gruppo di giovani palestinesi.

Un silenzio più eloquente di mille discorsi, davanti al muro che, come ha detto il sindaco di Betlemme Vera Baboun, separa anche il luogo della nascita di Gesù dal luogo della sua Resurrezione. Con il suo gesto silenzioso, Papa Francesco pone davanti alla coscienza del mondo la muraglia fatta erigere unilateralmente dal governo israeliano come barriera di protezione contro il terrorismo, divenuta essa stessa simbolo planetario di arbitrio e sopraffazione.

Il tracciato complessivo di oltre 700 chilometri in alcuni punti passa anche 28 chilometri al di là della “linea verde” – il confine di Israele prima della guerra del 1967 – per integrare colonie israeliane. Così si rende architettonicamente irreversibile l’occupazione di ampie aree di terra palestinese. Già nel maggio 2004 la costruzione della barriera aveva prodotto lo sradicamento di più di 100mila olivi e piante d’agrumi, la demolizione di serre, impianti d’irrigazione, magazzini e la confisca di migliaia di chilometri quadrati di terra appartenenti a famiglie arabe. Oltre alle risoluzioni Onu, anche la Corte internazionale di Giustizia dell’Aia ha definito come «contrari al diritto internazionale» la costruzione del muro e gli effetti da essa prodotti sulla vita della popolazione locale.

Il muro taglia in due la vita delle comunità, chiude l’orizzonte e soffoca la libertà di movimento, ostacola l’accesso dei contadini alle loro terre, tiene separate le famiglie. A soffrirne sono anche le comunità cristiane della zona di Beit Jala, contigua a Betlemme, che da tempo hanno intrapreso una battaglia legale davanti alle Corti israeliane per impedire che il proseguimento del muro lungo il tracciato prestabilito sventri la valle di Cremisan, tra Betlemme e Gerusalemme, prezioso “polmone verde” di tutta l’area. Se il progetto verrà portato avanti, anche i quattrocento bambini che frequentano la locale scuola delle suore salesiane si troveranno a trascorrere gli anni dell’infanzia in una sorta di prigione a cielo aperto, circondata da barriere e check-point. Tempo fa, erano state diffuse false voci su un inesistente nulla osta vaticano al proseguimento dei lavori sulle terre confiscate ai contadini palestinesi e alle comunità religiose salesiane.

Dall’ottobre 2011, i sacerdoti della parrocchia latina di Beit Jala celebrano messe e recitano rosari tra gli uliveti della valle di Cremisan, pregando che lo scempio della valle sia evitato con una revisione del tracciato del Muro. Lo scorso ottobre, uno di loro ha potuto consegnare una lettera a Papa Francesco, in cui denunciava anche il «Muro di annessione» tra gli strumenti messi in campo per «annettere la nostra terra a Israele» e spiegava che oggi l’area del Beit Jala si estende soltanto su «4 chilometri quadrati, meno di un terzo della sua dimensione originale».

Del Muro aveva parlato già Giovanni Paolo II, per ripetere che «la Terra Santa ha bisogno di ponti piuttosto che muri». Anche Papa Benedetto XVI, durante la sua visita a Betlemme, aveva dedicato parole forti al Muro «che si introduce nei vostri territori, separando i vicini e dividendo le famiglie». Ora il gesto di Papa Francesco, nella sua silenziosa nudità, abbraccia tutti e tutti interpella, a partire dal popolo d’Israele che – come ha ribadito il cardinale Pietro Parolin prima di partire per la Terra Santa, esprimendo lo sguardo della Santa Sede – deve poter vivere in pace e sicurezza nella terra che porta il suo nome.

Senza proclami, senza invettive, il Papa “preso” quasi alla fine del mondo si muove intorno alle ferite aperte del conflitto arabo-israeliano con inerme libertà e senza prevenzioni cautelari. Senza curarsi dei fraintendimenti alimentati dal pregiudizio. Abbraccia il senso d’impotenza dei contadini palestinesi con lo stesso sguardo libero con cui domani deporrà fiori sul Monte Herzl, che prende il nome dal fondatore del movimento sionista. Così Papa Francesco guarda alle sofferenze, alle ingiustizie e alle piaghe del mondo: con una libertà disarmata che interroga le coscienze di tutti, e non è contro nessuno.

Uma crítica ao livro de Thomas Piketty

Os chamados problemas econômicos são, na realidade, problemas políticos, e por mais que se tente silenciar, a luta de classes continua sendo, como bem disse Karl Marx, o motor da história. Como essa luta de classes se realiza, e através de quais instrumentos, é o maior desafio da análise da realidade com a finalidade de alterá-la. Thomas Piketty deu um passo nessa direção, mas seus silêncios deveriam ser preenchidos…

O porquê das desigualdades: uma crítica do livro de Thomas Piketty – Vicenç Navarro: Carta Maior 17/05/2014

Mas o fato de ser um livro que despertou enorme interesse (eu o recomendo e também utilizo em minhas aulas) não exclui a necessidade de criticá-lo – não tanto por aquilo que o livro diz, mas pelo que não diz. Na realidade, o que ele não diz limita a compreensão e, portanto, a utilidade do livro. E vou direto ao ponto. O problema do livro é que parece não perceber que não é possível entender o mundo do capital sem entender o mundo do trabalho, nem tampouco como os dois se relacionam entre si. Aí está o ponto fraco do livro. O elevado crescimento do capital está diretamente relacionado ao estancamento e à diminuição dos salários. É o que Karl Marx chamou, e com razão, de exploração de classe – exploração que existe, ainda que você, leitor, não a descobrirá lendo os maiores meios de informação e persuasão.

Leia o texto.

Leia Mais:
Sobre a desigualdade no capitalismo: Francisco e Piketty
Francisco e Piketty sobre a desigualdade

Babilônia em 3D – Babylon 3D

Visite a cidade de Babilônia, reconstruída em 3D por Byzantium 1200, entre março e maio de 2013, para a exposição Mesopotâmia do Museu Real de Ontário, Canadá. Existe uma versão em vídeo.

Reconstruction of the ancient city of Babylon was created by Byzantium 1200 between March and May of 2013 for the Mesopotamia exhibition of the Royal Ontario Museum.

Eleições no Brasil e geopolítica dos EUA

Os EUA estão deixando o Iraque e o Afeganistão em segundo plano e se preparando para enquadrar a China e também os BRICs. Neste cenário de reposicionamento, a eleição presidencial no Brasil desempenha um papel central, avalia o economista Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo. ‘O ataque à Petrobras não é só eleitoral, mas tem também um elemento de disputa comercial’, diz. 

Isso explica sua extremada agressividade contra a Rússia na questão ucraniana, entre outras e também, em parte, a enorme campanha publicitária pela mídia de direita contra o atual governo brasileiro. A direita mundial quer derrubar quantos governos insubmissos às Potências Ocidentais puder, o mais rápido possível, antes que seja tarde demais (embora já seja – na verdade – muito provavelmente – tarde demais). Nesse contexto, o Brasil que se prepare, pois deve vir muito mais chumbo grosso total contra a candidatura governista nessas próximas eleições. A direita não só brasileira, mas mundial, está jogando pelo tudo ou nada no Brasil, país chave para o controle de toda a América do Sul, inclusive a Venezuela (Victor Emanuel Giglio Ferreira).

A eleição de 2014 no Brasil e o reposicionamento geopolítico dos EUA  – Marco Aurélio Weissheimer: Carta Maior 14/05/2014

A avaliação é do economista Marcio Pochmann, ex-presidente do IPEA e atual presidente da Fundação Perseu Abramo (…) Ao contextualizar o cenário internacional no qual se dará a disputa eleitoral este ano Brasil, Pochmann destacou como tema central o reposicionamento dos Estados Unidos. “Desde 2008, os Estados Unidos estão com um problema sério e olham para a China cada vez com mais atenção. Os EUA estão deixando o Iraque e o Afeganistão em segundo plano e se preparando para enquadrar a China  e também os BRICs. Além disso, estão enfrentando a crise energética apostando no xisto e ganharam em competitividade com a redução do custo de sua mão-de-obra nacional. Hoje, os EUA querem se livrar do Iraque e do Afeganistão e se concentrar na China”. Neste cenário, acrescentou Pochmann, a eleição de 2014 no Brasil é chave para os Estados Unidos. Não é pouca coisa que está em jogo no futuro político do país. “O ataque que a Petrobras vem sofrendo não é só eleitoral, mas tem também um elemento de disputa comercial dramático. O Brasil precisa ter grandes empresas, públicas e privadas, para assumir uma posição menos periférica em um mundo onde as grandes corporações econômicas são responsáveis por dois terços dos investimentos em novas tecnologias. Além isso, precisa também construir um grande bloco de investimentos, como tivemos com Getúlio e JK, com capacidade de coordenar o investimento privado no país”.

Leia o texto completo.

Recomendo ainda o comentário do leitor Victor Emanuel Giglio Ferreira em 15/05/2014:

Realmente, a próxima eleição no Brasil deverá ser uma das mais acirradas e importantes de sua história, visto a presente situação de forças geopolíticas internacional. A ascensão da China (já primeira potência econômica mundial a partir de 2014 – PIB – PPP), da Índia (3a. potência), Rússia (6a. potência) e Brasil (7a. potência), todos não alinhados política e economicamente às antigas potências ocidentais, vem criando um progressivo novo balanço de forças no cenário mundial, com crescente perda de poder e influência desse Ocidente capitalista e neoliberal. Vem cada vez mais transparecendo um certo pânico dessas antigas potências, inclusive dos EUA, visto que dentro de uns 10 anos, a continuarem as coisas no presente rumo, esses países não alinhados ao Ocidente, e liderados pela China, já estarão em situação econômica francamente superior às antigas potências e passarão a dar as cartas no planeta. Washington demonstra cada vez mais inquietação e pressa em tentar reverter esse quadro futuro, que parece cada vez mais próximo e inexorável. Isso explica sua extremada agressividade contra a Rússia na questão Ucraniana, entre outras e também, em parte, a enorme campanha publicitária pela mídia de direita contra o atual governo brasileiro. A direita mundial quer derrubar quantos governos insubmissos às Potências Ocidentais puder, o mais rápido possível, antes que seja tarde demais (embora já seja – na verdade – muito provavelmente – tarde demais). Nesse contexto, o Brasil que se prepare, pois deve vir muito mais chumbo grosso total contra a candidatura governista nessas próximas eleições. A direita não só brasileira, mas mundial, está jogando pelo tudo ou nada no Brasil, país chave para o controle de toda a América do Sul (inclusive Venezuela). Se passarem mais quatro anos de governo insubmisso a eles no Brasil, o quadro mundial provavelmente tornará um retrocesso ao passado de neocolonialismo impossível. Esse é o desespero da oposição nacional e internacional contra o partido governista no Brasil.

Leia Mais:
Pedradas contra o Brasil
Vai ter Copa: resposta à grande aliança

Top 50 Discussion Groups for the Bible

Peter Kirby mostra, neste post de 09.05.2014, a situação atual das listas de discussão sobre Bíblia e estudos bíblicos.

Em resumo:

  • A partir de 1999 as listas de discussão acadêmicas sobre Bíblia cresciam, ocupando o espaço do protocolo Usenet
  • A partir de 2004 os blogs de Bíblia, os biblioblogs, passaram a ocupar o espaço das listas de discussão
  • E agora, em 2014?

In 2014, nearly all of the e-mail lists have died off or slowed to a crawl. The “Web 2.0″ revolution is now the old guard, and people are most comfortable with using the web protocol for everything. Yahoo! Groups has gone the way of Pluto: still there but not what it used to be. If Facebook is now the size of Jupiter, the blogosphere is Saturn with its rings, and Reddit is the red planet Mars. Several large web forums exist, but the Bible is only a sideshow for the big ones.

Quer dizer: as listas ainda existem e resistem. Mas hoje elas povoam mais o Facebook do que qualquer outro espaço da Internet…

Em seguida, ele lista os Top 50 Discussion Groups for the Bible.

Here are the top 50 discussion groups where you can talk about the Bible online…


Vale a pena examinar!