Dilemas dos povos indígenas brasileiros

Em busca da terra sem males: os territórios indígenas é o tema de capa da edição 257 da IHU On-Line de 12/05/2008.

Diz o editorial:

O drama que acompanhamos há algum tempo em Roraima, na reserva indígena de Raposa Serra do Sol, inspira o debate da matéria de capa dessa semana da revista IHU On-Line. Os conflitos e dilemas culturais das populações indígenas brasileiras são decorrentes de um problema primário: a terra, ou melhor, a falta dela.

O antropólogo Antonio Brand marca a importância de ser garantido aos índios o direito a ser diferente. Ideia semelhante é defendida pela professora Paula Caleffi, da Unisinos, para quem é fundamental o respeito pela diversidade cultural indígena. Para o antropólogo e jesuíta Aloir Pacini, os povos indígenas contribuem na construção da nação brasileira na sua diversidade. Já na opinião de Egon Heck, do Cimi, o sentido da vida é a primeira e grande lição dos índios. Enquanto isso, o casal Roberto Liebgott e Iara Bonin reflete sobre as lacunas culturais entre índios e brancos e sobre a necessidade de mudança no olhar sobre as populações indígenas. Para o professor Maucir Pauletti, da UCDB, os direitos dos índios são direitos de papel.

Entrevistamos também o sertanista Sydney Possuelo, para quem índio e “homem branco” representam humanidades diferentes que se encontraram em determinado tempo e espaço. O indigenista Wellington Gomes Figueiredo dá seu depoimento sobre os dilemas culturais dos povos indígenas brasileiros e afirma que só poderemos ter esperança quando alguém nutrir respeito pelo que é humano. A matéria de capa culmina com as entrevistas a Pedro Ignácio Schmitz e Jairo Rogge, que falam sobre a contribuição da arqueologia para o resgate da cultura indígena.

 

Contribuem para essa discussão:

  • Antonio Brand: A garantia do direito à diferença
  • Aloir Pacini: “Ninguém deixa de ser índio porque usa celular ou anda na cidade”
  • Egon Heck: O sentido da vida: primeira e grande lição dos índios ao homem branco
  • Roberto Liebgott e Iara Bonin: Como entender a cultura indígena e suas transformações?
  • Maucir Pauletti: “Os direitos dos índios são direitos de papel”
  • Paula Caleffi : “O índio é um sujeito que foi vitimado pelo processo colonial, o que não o inviabiliza de ser sujeito”
  • Sydney Possuelo: Índio e “homem branco”: duas humanidades diferentes que se encontraram em determinado tempo e espaço
  • Wellington Gomes Figueiredo: Esperança? Só quando alguém nutrir respeito pelo que é humano
  • Pedro Ignácio Schmitz: Lição dos índios: sobrevivência é o princípio de qualquer cultura
  • Jairo Rogge: O resgate da cultura material confirma a diversidade cultural e étnica indígena

Solidariedade do Pio Brasileiro a bispos ameaçados

Estudantes do Colégio Pio Brasileiro, em Roma, manifestam solidariedade aos três bispos da região amazônica ameaçados de morte. Os atuais estudantes residentes no Pio Brasileiro são provenientes de 67 Dioceses do Brasil, duas Congregações Religiosas, uma Diocese de Angola e seis Dioceses de cinco países latino-americanos: Chile, Colômbia, Equador, Venezuela, Panamá. São 101 estudantes, distribuídos em 11 Universidades Pontifícias em cursos de Mestrado e Doutorado.

Os estudantes manifestam sua solidariedade aos “Bispos do Regional Norte II do Brasil: Dom José Luiz Azcona, da Prelazia do Marajó; Dom Flávio Giovenale, da Diocese de Abaetetuba e Dom Erwin Kräutler, da Prelazia do Xingu, que estão sendo perseguidos e inclusive ameaçados de morte por defenderem irmãs e irmãos excluídos e por denunciarem a violação dos direitos humanos na região”.

Dizem na carta, datada de 9 de maio de 2008, que “na comunhão em Jesus Cristo, queremos estar juntos aos três profetas agredidos em sua missão. A causa que eles defendem queremos fortificá-la, pois suas denúncias também são nossas: a desapropriação das terras dos indígenas, o abandono dos pequenos agricultores, a exploração sexual de crianças e adolescentes e o tráfico de mulheres, a violência urbana e ameaças às lideranças do povo, a evasão escolar na região, a degradação do meio ambiente e a exploração ilícita de madeiras e o tráfico de drogas. Esta situação nos deixa inquietos e nos exige um testemunho cristão”.

E acrescentam: “Fomos enviados pelas nossas comunidades, bispos e provinciais à formação presbiteral continuada e especializada. A partir de nossos estudos nos sentimos cada vez mais próximos de tantas irmãs e irmãos sofridos e excluídos em nossas regiões e que esperam uma presença e testemunho profético de seus pastores. Temos também consciência das lutas travadas por tantos homens e mulheres: religiosos e religiosas, presbíteros e bispos, leigos e leigas na defesa da vida junto ao povo na grande Região Amazônica”.

Leia a carta no site da CNBB.

O Pio Brasileiro foi minha casa em Roma durante seis anos!

 

CNBB leva à Câmara dossiê sobre ameaças de morte a bispos e denúncias de exploração sexual infantil na Amazônia – Notícias UOL: 06/05/2008

Adriana Monteiro

Exploração sexual de crianças e adolescentes, tráfico de mulheres e ameaças de mortes a autores de denúncias de abusos. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) leva hoje a uma audiência na Comissão de Amazônia da Câmara dos Deputados um dossiê de aproximadamente 80 páginas em que cobra ação das autoridades para a situação que considera grave, principalmente no Estado do Pará, onde três bispos católicos foram ameaçados de morte.

A CNBB já vinha tentando, com a ajuda de órgãos internacionais ligados aos direitos humanos, chamar atenção de políticos e da Justiça brasileira para a exploração sexual de crianças e adolescentes na Ilha do Marajó e outros municípios do Pará. Desde 2006, quando a existência de uma rede de exploração de menores na região com a participação de políticos foi denunciada pelo bispo dom José Luiz Azcona, da Prelazia do Marajó, nenhum dos acusados de estupro ou aliciamento na ocasião foi indiciado judicialmente.

“Achamos até que essa audiência já foi marcada por interferência de órgãos internacionais de direitos humanos”, declarou Orlanda Rodrigues Alves, secretária-executiva da CNBB no Pará, referindo-se à audiência que acontece na Câmara.

O dossiê que será apresentado hoje na Câmara já foi recebido pela Anistia Internacional. Ele trata das ameaças de morte sofridas pelos bispos dom José Luiz Azcona, dom Erwin Kräutler (do Xingu), e dom Flavio Giovenale (de Abaetetuba). Constam do dossiê recortes de jornais (16 páginas), 16 cartas encaminhadas a órgãos públicos, entidades ligadas aos direitos humanos e à governadora do Estado, Ana Júlia Carepa, além de 20 páginas de um relatório com perfil das 14 dioceses do Pará e 10 notas de solidariedade recebidas por populares.

“Queremos que essa audiência em Brasília, pelo menos, traga alguma providência concreta para a situação em que vivem essas crianças e adolescentes”, declarou Orlanda.

Rotina de ameaças

O bispo dom José Luiz Azcona sofre ameaças constantes de morte na região. Apesar disso, tem mantido a rotina de trabalho em Soure, onde mora. “Estou nas mãos de Deus”, afirma o religioso, que se recusou a receber segurança diferenciada oferecida pelo governo do Estado. “Ele está irredutível em relação às denúncias e diz que não é o momento para pedir segurança pessoal. Ele sabe que as ameaças vêm por conta das graves denúncias que tem feito e é exatamente por isso que tem evitado falar com a imprensa. Ele confia em Deus para dar a segurança que ele precisa”, relatou Orlanda Alves.

Há duas semanas, Azcona voltou a denunciar a exploração sexual nos municípios da Ilha do Marajó e a ausência de providências do Estado, o qual acusou de “omissão e ingovernabilidade”. Desde então, passou a sofrer novas ameaças e tem evitado contatos com a imprensa. Na tentativa de entrevistá-lo, a reportagem teve de enviar documento formal à CNBB no Pará, mas o bispo só volta a se pronunciar após a audiência desta terça-feira.

Já o bispo dom Erwin Kräutler tem lutado pelos direitos dos meninos emasculados no município de Altamira (oeste do Pará), caso que levou à condenação, em outubro de 2006, o mecânico Francisco das Rodrigues de Brito, 41, a 20 anos e oito meses de prisão pelo homicídio e pela ocultação do cadáver de Jonatham Silva Vieira, 15. No julgamento, o réu teve a pena reduzida em cerca de oito anos por ter sido considerado parcialmente responsável pelos crimes e por tê-los confessado. Brito era acusado de ter matado 42 meninos, entre 1989 e 2003, na região de São Luís (MA) e em Altamira, no Pará, e retirado os órgãos sexuais da maioria deles. O caso ficou conhecido como os meninos emasculados do Maranhão e de Altamira.

Dom Erwin também sofre ameaças por sua atuação contra a forma como o governo do Estado executa a construção da Hidrelétrica de Belo Monte. Segundo ele, o empreendimento não apresentou estudos de impacto ambiental e social necessários para avaliar as condições socioeconômicas das famílias que moram no entorno do projeto. “O caso do dom Erwin é bem mais complicado. Ele tem segurança reforçada, porque sofre ameaças constantes de empresários e políticos da região sul do Estado”, disse Orlanda Alves.

Seis policiais militares se revezam na segurança dele, que é monitorado em regime de 24 horas. “Ele vive prisioneiro dentro de casa. Os policiais ficam em frente à casa, em frente à porta do quarto dele, o acompanham nas celebrações e em todo o lugar que ele anda no município de Xingu. Ele até brinca dizendo que os policiais viraram os seus coroinhas. Na missa, pede que eles abaixem a arma para que possam orar. Quando ele viaja, agentes da polícia federal o esperam no aeroporto. Tem sido bastante difícil, mas necessário”, destacou a secretária.

Secretaria da Segurança

O secretário de Segurança Pública do Estado, Geraldo Araújo, não quis se pronunciar sobre a questão. A assessoria de imprensa do órgão afirmou que Araújo só vai falar sobre o caso na audiência marcada para esta terça-feira na Câmara. Informou ainda que a secretaria ofereceu segurança em níveis diferentes aos três religiosos e que apenas dom Erwin Kräutler aceitou. De acordo com a assessoria, dom Erwin e outras 12 pessoas passam por situação semelhante no Estado (ameaça de morte, mas por diferentes motivos) e recebem segurança máxima, com policiais militares disponíveis 24 horas por dia morando na casa deles.

A identidade das outras 12 pessoas é mantida em sigilo. Dom Luiz Azcona e dom Flavio Giovenale, ainda de acordo com a assessoria da Secretaria da Segurança, recusaram a segurança oferecida pelo Estado, mas, ainda assim, são monitorados por uma “segurança leve”, com rondas diárias em torno da casa deles e em outros locais onde freqüentam. “Eles recusaram a segurança, mas o Estado tem obrigação de garanti-la, como cidadãos que são”, afirmou Orlanda.

O temor da CNBB em relação à segurança dos bispos aumentou depois da morte do agricultor Emival Barbosa Machado, 50 , que foi assassinado com três tiros quando saía de casa, em Tucuruí (sul do Pará), no último dia 14 de abril. Ele estava ameaçado de morte por ter denunciado a exploração ilegal de madeira por empresários nas regiões sul e sudeste do Estado.

Participam da audiência na Câmara nesta terça o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, o secretário da Segurança do Pará, Geraldo Araújo, o secretário da Justiça e da Segurança do Amapá, Aldo Alves Ferreira, o secretário da Segurança de Roraima, Cláudio Lima de Souza, o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, além dos três bispos do Pará dom José Luís Azcona, dom Flavio Giovenale e dom Erwin Kräutler.

NASA: Arthur Clarke, Stanley Kubrick e 2001

Pessoas como Arthur C. Clarke nunca morrem. Ficam encantadas. Já dizia Guimarães Rosa.

Nasa homenageia 40 anos de “2001: Uma Odisséia no Espaço”
Nasa homenageou nesta semana o longa-metragem “2001: Uma Odisséia no Espaço”. Há 40 anos, o filme previu muitos dos avanços que agora são uma realidade na pesquisa espacial. Dirigido por Stanley Kubrick, “a obra despertou a imaginação e forneceu uma previsão realista sobre como poderia ser o nosso futuro”, afirmou a agência espacial em seu site. “Quando o filme estreou, há 40 anos, viver e trabalhar no espaço por tempo integral era ficção científica”, disse a Nasa. Atualmente, há três ocupantes na ISS (Estação Espacial Internacional), 365 dias ao ano. Eles controlam um dos projetos de engenharia mais complexos da história. No filme, baseado no conto “A Sentinela” do escritor inglês Arthur C. Clarke, o astronauta e cientista David Bowman realiza uma missão na busca de um estranho monólito encontrado na Lua…

Leia o texto completo na Folha Online: 09/05/2008

Cássio faz palestra sobre Bíblia em Campinas

Edições Loyola e Livraria Cultura convidam para uma palestra sobre um modo diferente de ler a Bíblia.

Leia a Bíblia como literatura, por Cássio Murilo Dias da Silva

A palestra será no dia 21 de maio de 2008 às 19h30.

Na Livraria Cultura, no Shopping Iguatemi, em Campinas, SP. A livraria foi inaugurada no dia 9 de abril de 2008.

Resenhas na RBL: 07.05.2008

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Paul N. Anderson
The Fourth Gospel and the Quest for Jesus: Modern Foundations Reconsidered
Reviewed by John Painter

Malcolm Choat
Belief and Cult in Fourth-Century Papyri
Reviewed by David Frankfurter

Michael Thomas Davis and Brent A. Strawn, eds.
Qumran Studies: New Approaches, New Questions
Reviewed by Heinz-Josef Fabry

April D. DeConick
The Original Gospel of Thomas in Translation: With a Commentary and New English Translation of the Complete Gospel
Reviewed by Stephan Witetschek

Seenam Kim
The Coherence of the Collections in the Book of Proverbs
Reviewed by Johann Cook
Reviewed by Jutta Krispenz

Sarah Malena and David Miano, eds.
Milk and Honey: Essays on Ancient Israel and the Bible in Appreciation of the Judaic Studies Program at the University of California, San Diego
Reviewed by Wolfgang Zwickel

Mikael C. Parsons
Body and Character in Luke and Acts: The Subversion of Physiognomy in Early Christianity
Reviewed by Pieter J. J. Botha
Reviewed by Patrick E. Spencer

Todd Penner and Caroline Vander Stichele, eds.
Moving beyond New Testament Theology? Essays in Conversation with Heikki Räisänen
Reviewed by Jan van der Watt

Richard L. Rohrbaugh
The New Testament in Cross-Cultural Perspective
Reviewed by Stephan Joubert

C. Kavin Rowe
Early Narrative Christology: The Lord in the Gospel of Luke
Reviewed by Christopher Tuckett

David T. Runia and Gregory E. Sterling, eds.
The Studia Philonica Annual: Studies in Hellenistic Judaism, Volume XVIII
Reviewed by Archie T. Wright

Naomi Seidman
Faithful Renderings: Jewish-Christian Difference and the Politics of Translation
Reviewed by Cameron Boyd-Taylor

Brad H. Young
Meet the Rabbis: Rabbinic Thought and the Teachings of Jesus
Reviewed by Verlyn D. Verbrugge

Caso Dorothy Stang

Agora mais do que nunca: Irmã Dorothy Stang – IHU: 14 fevereiro 2019

Esta semana, comemoramos o aniversário de falecimento de uma mártir e inspiração: a Irmã Dorothy Stang.

Dorothy nasceu nos Estados Unidos, mas se mudou para uma região rural do Brasil para viver com os pobres. Lá, ela testemunhou em primeira mão pecuaristas e madeireiros explorando agricultores e povos indígenas, roubando terras, derrubando florestas e assassinando aqueles que contestassem.

A reportagem foi publicada por Movimento Católico Global pelo Clima, 13-02-2019.

A Irmã Dorothy contestou com coragem. Durante várias décadas, exigiu a proteção dos pobres da região rural do Brasil, em especial daqueles que viviam na Amazônia. Por causa de seu trabalho em favor da justiça, ela entrou para uma lista negra e acabou sendo assassinada.

É assim que suas irmãs contam a história: “no dia 12 de fevereiro de 2005, numa estrada de chão do acampamento de Boa Esperança, em uma zona rural do Pará, dois matadores de aluguel dispararam seis tiros e mataram a Irmã Dorothy… Quando os atiradores se aproximaram da Irmã Dorothy, ela tirou sua Bíblia da bolsa e começou a ler as Bem-aventuranças: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça .”

A Irmã Dorothy disse que “apenas uma profunda mudança em nosso modo de vida – nossos valores e atitudes – pode trazer uma nova vida ao nosso mundo”.

Em outubro, bispos de todas as partes do mundo se reunirão no Vaticano para um diálogo com duração de um mês sobre a proteção da Amazônia e seus povos. Ao longo deste ano, nós do Movimento Católico Global pelo Clima incluiremos o cuidado pela Amazônia em nossos programas. Marque no seu calendário os momentos importantes das próximas semanas:

Para a Quaresma, nós o convidamos a incluir refeições vegetarianas na sua dieta. Por incrível que pareça, a pecuária é a maior causa de desmatamento no Brasil, e uma porção média de carne acarreta 60 vezes mais emissões de gases de efeito estufa do que uma porção de frutas, legumes, verduras e cereais. Fazer refeições vegetarianas é uma forma de honrar nossa tradição de simplicidade na Quaresma e de mostrarmos solidariedade aos nossos irmãos e irmãs. Aguarde os recursos para a Quaresma na próxima semana.
Para o Dia da Terra, nós o convidamos a plantar uma árvore em sua comunidade para simbolizar seu compromisso de proteger a Amazônia e seus povos. Comece a planejar! Em breve, compartilharemos um guia de planejamento completo para o Dia da Terra.

A Irmã Dorothy Stang disse: “nós passamos poucas décadas aqui na terra. Use cada dia para levar alegria, não ganância, à nossa terra exaurida, tão cheia de angústia”.

Nossas escolhas e ações importam. Damos graças pelo testemunho da Irmã Dorothy e rezamos para que seu espírito de justiça ilumine nosso caminho este ano.

 

 

“Irmã Dorothy Ajudou-me a entender como se vive na prática o Evangelho”, afirma padre José Amaro – IHU: 14 fevereiro 2019

O assassinato da Irmã Dorothy completa neste 12 de fevereiro 14 anos. Sua morte ocorre num cenário de grande disputa por terras, destruição ambiental e violação de direitos dos povos ribeirinhos e indígenas. Essa disputa, na qual a irmã Dorothy foi mais uma vítima é antiga no Brasil e a justiça anda distante desse processo. Dorothy lutava bravamente em defesa dos mais empobrecidos, pela reforma agrária e foi esse o motivo que a fez ser vítima brutal dos interesses dos grileiros e fazendeiros do Norte do Brasil.

A história de violência contra Dorothy Stang percorreu o mundo e chocou as pessoas pela forma covarde com que tentaram calar a idosa de 73 anos. Mas o efeito foi ao contrário: o assassinato ecoou ainda mais a luta entre os desiguais desse país.

Ao lado da Irmã Dorothy, esteve por anos promovendo também o trabalho pastoral, o Padre José Amaro, hoje com 52 anos. Ameaçado de morte e perseguido pelos mesmo grupos poderosos que mandaram matar Dorothy Stang, foi preso com acusações infundadas em 27 de março de 2017. Passou 92 dias no Centro de Recuperação de Altamira-Pará, e como ele mesmo afirma: “Se eu fiz alguma coisa de errado, foi ajudar a garantir um pedacinho de terra na mão de trabalhadores e trabalhadoras para dar o sustento do pão de cada dia a sua família”.

Em memória aos 14 anos da morte da Irmã Dorothy, o Portal das CEBs entrevistou Padre José Amaro Lopes de Souza, 52 anos. Ele fala da atual situação dos conflitos na região do Pará e chama atenção para tantas mortes ocorridas nesses 14 anos. Lamenta a injustiça do caso da Irmã Dorothy e sua missão de continuar o trabalho mesmo diante de tantas ameaças.

Padre Amaro nasceu em Itapecuru Mirim – MA. Trabalhou por 20 anos na Paróquia Santa Luzia de Anapu e coordenou Comissão Pastoral da Terra. Graduado em Filosofia e Teologia, atua incansavelmente na defesa da vida e dos direitos do trabalhador e da trabalhadora do campo.

A entrevista por Portal das Ceb’s, 11-02-2019.

 

A entrevista

Qual atual realidade de Anapu referente os conflitos de terra?

No momento atual é muito preocupante quando o governo se posiciona ou há comentários de ameaças a criminalizar os movimentos sociais, e explicitamente criticou o trabalho dos organismos e comissões pastorais da Igreja (CIMI, CPT).

A realidade atual apresenta invasões nas reservas dos Planos de Desenvolvimento Sustentável (PDSs) em Anapu, esses idealizados por Ir Dorothy Stang.

De que forma o trabalho pastoral com Ir Dorothy Stang marcou sua vida?

Ajudou-me a entender como se vive na prática o Evangelho. Defendendo os pequenos e pequenas em qualquer situação que ameaça a sua integridade física e de sobrevivência. Para mim foi uma mãe.

Após 14 anos de sua morte, como está à situação e o andamento do processo e da punição dos assassinos?

Muito lento, um dos mandantes continua respondendo em liberdade, os outros envolvidos estão soltos. E o consócio de morte continua agindo.

Em sua opinião qual o legado do trabalho da Ir. Dorothy para o Anapu e para CEBs do Brasil?

O legado de conscientização do povo da luta por seus direitos, independentemente de credo religioso, e que as grandes conquistas começam nas pequenas comunidades.

Em 27 de março de 2018 o senhor foi preso de forma injusta e arbitrária. Como está o seu processo e qual o apoio que o senhor recebeu ao longo desse tempo?

O processo está na fase de ouvir as testemunhas de acusação e defesa; ouvir em precatórias. A minha audiência, quando o juiz irá me interrogar, será no dia 13 de março.

Recebi o apoio da família, dos bispos da prelazia em que atuo, da Comissão Pastoral da Terra, da Sociedade Paraense de Direitos Humanos, dos movimentos sociais e populares de todo país, de instituições internacionais, da igreja católica com seus organismos e pastorais; Igrejas evangélicas, religiões de raízes afrobrasileiras, orientais, movimento de mulheres, Consciência negra, LGBTs e todos e todas que defendem a vida e aos quais sou muito grato pelo carinho, orações e presença nesse momento de sofrimento. Seu apoio ajudou-me muito!!!

Qual a importância da Igreja na defesa da Casa Comum e dos Povos da Floresta?

Uma Igreja missionária, comunitária, orante, participativa, presente e ativa junto ao povo de Deus e, principalmente, profética que está sempre ao lado dos pequenos e pequenas, presente e apoiando a luta por organização das bases, defendendo a vida, o meio ambiente e os povos originários e tradicionais que tenham seus direitos violados para que todos tenham vida, e vida plena.

Algo a mais que o senhor queira acrescentar?

Trabalhei com a Ir Dorothy Stang e demais irmãs Notre Dame de Namur e aprendi a viver com o povo na humildade e simplicidade. Depois do assassinato da Ir Dorothy vários trabalhadores foram perseguidos, ameaçados e assassinados, e isso tudo continua na impunidade. Fui preso, passei 92 dias no Centro de Recuperação de Altamira-Pará, e fiz a seguinte reflexão: Se eu fiz alguma coisa de errado, foi ajudar a garantir um pedacinho de terra na mão de trabalhadores e trabalhadoras para dar o sustento do pão de cada dia a sua família.

Profissão Teólogo: Entrevista com Márcio Fabri

A diferença entre pastor e teólogo. Uma reflexão sobre a profissionalização do teólogo. Entrevista especial com Márcio Fabri dos Anjos

“A confusão entre os papéis do teólogo e do pastor me parece inadequada, em especial por estas funções exigirem habilitações bem diferenciadas.” Esta é a opinião do teólogo Márcio Fabri dos Anjos. Em entrevista concedida à IHU On-Line, por e-mail, o professor falou sobre a presença da Teologia na sociedade contemporânea, sobre a possibilidade de reconhecimento dos cursos de Teologia por parte do MEC e das propostas de profissionalização do teólogo e as características sociais da proposta. Para ele, “as perguntas éticas da humanidade devam ser sempre assumidas pela Teologia”.

Márcio Fabri dos Anjos é doutor em Teologia, licenciado em Filosofia. É docente e pesquisador do PPG em bioética do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo; professor de Teologia do Instituto São Paulo de Estudos Superiores; e da Faculdade de Teologia N. Sra. Assunção. De 1991 a 1998, foi presidente da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (SOTER).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Para o senhor, qual é o papel da Teologia na sociedade contemporânea?

Márcio Fabri dos Anjos – Vejo a Teologia com dois papéis fundamentais: dentro das comunidades de fé e na sociedade plural. Em ambas lhe cabe uma função de estudar e explicar os fundamentos e conteúdos da fé. Dentro das comunidades, este serviço é desenvolvido e utilizado com condições de exercício que variam entre os diferentes grupos confessionais, especialmente no que diz respeito à habilitação teórica e à liberdade de expressão. Na sociedade plural, a Teologia tem uma importante tarefa de expor as percepções e as razões da fé através das quais se cultivam sentidos e valores na condução da vida individual e comunitária, social e ambiental.

A Teologia ganha particular relevância quando se percebe a estreita relação entre fé e processos históricos, fé e transformações culturais. Isto ficou claro com a Teologia do Político na Europa e a Teologia da Libertação na América Latina; e não menos claro nas contribuições da Teologia em grandes temas da atualidade como os fundamentalismos, questões de ética social, de ecologia e bioética. A Teologia é capaz de apontar razões para além da simples razão instrumental dominante em nosso momento cultural, o que me parece fundamental.

IHU On-Line – Como as mudanças propostas pelo MEC e pelo Congresso Nacional afetam a Teologia praticada e ensinada hoje?

Márcio Fabri dos Anjos – Há dois assuntos diferentes nesta questão. A possibilidade de reconhecimento civil da Teologia, monitorado pelo MEC, foi a meu ver um importante avanço para colocar a Teologia como forma de conhecimento em sociedade. Além disso, ao monitorá-la pelo viés da cientificidade, provoca uma gradativa abertura do pensar teológico para além das fronteiras confessionais em que ela se dá. Assim, o reconhecimento civil da Teologia é um processo que ainda não acabou; supõe outros passos, alguns bem complexos, mas todos necessários.

Quanto ao que tramita no Congresso Nacional, refere-se a projetos sobre a profissionalização do “teólogo/a”. Envolve questões como as características sociais deste profissional, exigências sobre sua habilitação e seus direitos. Há que se perguntar também que interesses estão subjacentes a estes projetos. Em 1994, coordenei um estudo publicado dois anos depois com o título “Teologia: profissão” [1]. Mas na época o interesse básico era o reconhecimento civil que veio alguns anos depois.

IHU On-Line – Os proponentes dos projetos em tramitação no Congresso Nacional estariam fazendo prevalecer suas trajetórias de pastores com prejuízo para a exigência de formação acadêmica superior em Teologia?

Márcio Fabri dos Anjos – Os dois projetos têm diferenças, mas em ambos é preciso olhar a questão da profissionalização com uma metódica suspeita, como observou o professor Ricardo Willy Rieth [2]. Aparece ali uma convergência para um cadastramento dos profissionais da área, permitindo a suspeita de interesses econômicos subjacentes. Isto se soma a um alargamento do profissional “teólogo” para incluir também quem exerce funções de “pastor/a” e alargar assim o grupo de associados.

Mesmo que não se verifique tal suspeita, a confusão entre os papéis do teólogo e do pastor me parece inadequada, em especial por estas funções exigirem habilitações bem diferenciadas. Se as comunidades confessionais exigem ou não uma formação e atualização teológica de seus pastores/as, esta é uma questão interna à comunidade. Em sociedade, a habilitação do teólogo/a está sendo monitorada e reconhecida através de exigências acadêmicas, que devem ser melhoradas, mas que já estabelecem passos em vista do serviço da Teologia em sociedade.

IHU On-Line – Como o senhor analisa o ensino da Teologia no Brasil, hoje?

Márcio Fabri dos Anjos – Bem anterior ao MEC, o ensino da Teologia tem uma tradição robusta na Igreja Católica romana e Igrejas Evangélicas históricas, com exigências curriculares bem definidas. Instituições católicas romanas têm inclusive há quase um século, um sistema conveniado com o Vaticano para conferir títulos acadêmicos de graduação e pós-graduação, e por sinal, bastante exigente: a graduação supõe no mínimo um biênio de filosofia e um triênio de Teologia, portanto cinco anos de faculdade.

Outras tradições religiosas com exigências acadêmicas menores comprometem naturalmente a qualidade. As exigências do MEC para o reconhecimento civil da Teologia provocam a organização acadêmica da Teologia, o que beneficia as diferentes tradições de ensino e estimulam as que quase nada tinham. Mas, no ponto em que estamos, isto não leva a superar perceptíveis diferenças na qualidade atual do ensino teológico.

IHU On-Line – Quais são os novos paradigmas que o ensino e a prática da Teologia vislumbram hoje?

Márcio Fabri dos Anjos – A “grande transformação”, com que Polanyi [3] caracteriza a atual mudança de época, incide também sobre a Teologia em seu conjunto, particularmente nos pressupostos de sua fundamentação, nos sujeitos de sua interlocução e nas suas preocupações temáticas, e consequentemente no seu método de gerar conhecimento e em sua organização didática. Isto se dá num processo gradativo. As teologias pensam a partir de suas confessionalidades, se abrem para o pensar de outros contextos e identidades religiosas, interagem com outras formas de conhecimento, e assumem uma participação social na busca de soluções aos desafios que temos em comum na vida. É um grande programa que se vislumbra. Muitos sinais desta mudança já aparecem.

IHU On-Line – Pensar a Teologia como profissão pode vir a ser um desacato à experiência religiosa pressuposta no fazer teológico?

Márcio Fabri dos Anjos – A Teologia da Libertação ressaltou a estreita relação que existe entre teoria e prática. O modo de gerar conhecimento hoje também privilegia a aproximação com a experiência e a particularidade. A profissionalização da Teologia pode ser então um desacato à experiência religiosa, e também ao método teológico, na medida em que dela se distanciar, tornando-se como que uma burocracia teórica, ou uma teologia de gabinete. Por outro lado a profissionalização coloca uma pergunta interessante sobre a aplicabilidade da Teologia.

Os grupos religiosos em geral vinham destinando o estudo teológico para a formação de seus líderes religiosos, padres e pastores. O termo “leigo” chegou a entrar no vocabulário como sinônimo de “estar por fora”. Em países como a Alemanha, o estudo da Teologia tem, de longa data, outros endereços. No Brasil, esta destinação do estudo teológico está mudando, e traz perguntas sobre sua programação curricular. Acredito que o momento atual seja muito imaturo para a profissionalização da Teologia, mas julgo necessário trazer para os currículos as perguntas sobre a destinação do estudo teológico.

IHU On-Line – Que desafios éticos a Teologia precisa enfrentar hoje?

Márcio Fabri dos Anjos – Entendo que as perguntas éticas da humanidade devam ser sempre assumidas pela Teologia. Teólogos como Leonardo Boff [4] e Hans Küng [5] têm demonstrado tal preocupação e contribuem para envolver as teologias na busca de solução para os grandes desafios mundiais. Creio que hoje um desafio particular à Teologia seja contribuir para que nosso momento civilizatório se liberte da monolinguagem da razão eficiente e instrumental e possa se encontrar com a transcendência sem negar a razão, mas dando um passo para a realização plena do humano. Juan Luis Segundo [6] lembrava que para isto é necessário que a própria Teologia se liberte das peias condicionadoras do seu discurso a interesses institucionais e particulares.

IHU On-Line – A possibilidade de criação de um Conselho Nacional de Teólogos muda, de que forma, a relação entre a Igreja e o Estado?

Márcio Fabri dos Anjos – A relação entre Igrejas e Estado deve estar precedida pelo compromisso de ambos para com a sociedade, pelo dever de ambos em contribuírem para o bem social. Houve tempo de privilégios nesta relação, que hoje devem ser superados, mas não substituídos por relações distanciadas ou até hostis. As igrejas são, de algum modo, expressões da sociedade e a enriquecem com o conhecimento religioso.

Do Estado democrático se espera o reconhecimento destes valores e a gestão dos seus aspectos que incidem na vida social. Assim, deve-se perguntar se a criação de um Conselho Nacional de Teólogos corresponde, e de que forma, a uma demanda do bem comum, social. Além de desnecessário na atual conjuntura, acredito que um conselho com o perfil desenhado nos mencionados projetos esvazia e desqualifica o saber teológico, cuja boa qualidade me parece indispensável para a sociedade.

IHU On-Line – Há necessidade de o poder público estabelecer diretrizes curriculares que uniformizassem o ensino da Teologia no país? De que forma essas diretrizes devem ser estabelecidas se houver necessidade?

Márcio Fabri dos Anjos – O estabelecimento de diretrizes curriculares me parece oportuno em vista da boa qualidade da Teologia no Brasil. Isto não significa obviamente engessar os diferentes grupos e instituições que pensam a Teologia. Um passo indispensável para elaborar tais diretrizes está em consultar as instituições que têm desenvolvido com seriedade o ensino teológico até agora.

Notas:
[1] ANJOS, Márcio Fabri dos (org.). Teologia: profissão. São Paulo: Loyola 1996. (Nota do entrevistado)

[2] Ricardo Willy Rieth é teólogo e sociólogo. É doutor em Teologia, pela Universidade de Leipzig, na Alemanha, onde também obteve o título de pós-doutor. Atualmente, é professor da Universidade Luterana do Brasil – Ulbra e da Escola Superior de Teologia – EST. É autor do livro Martim Lutero: discípulo, testemunha, reformador (São Leopoldo, RS: Editora Sinodal, 2007).

[3] POLANYI, Karl. A grande transformação. As origens da nossa época. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. (Nota do entrevistado)

[4] Renomado teólogo brasileiro, Leonardo Boff foi um dos criadores da Teologia da Libertação e, em 1984, em razão de suas teses a ela ligadas e apresentadas no livro Igreja: carisma e poder – ensaios de eclesiologia militante (Petrópolis: Vozes, 1982) foi condenado pela Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano. Deixou, então, a Ordem dos Freis Franciscanos e desde 1993, é professor de Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. É autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, espiritualidade, Filosofia, Antropologia e mística.

[5] Hans Küng é padre católico desde 1954. Foi consultor teológico do Concílio Vaticano II e destacou-se por ter questionado as doutrinas tradicionais e a infabilidade do Papa. O Vaticano proibiu-o de atuar como teólogo em 1979. Atualmente, mantém boas relações com a Igreja e é presidente da Fundação de Ética Global, em Tübingen, na Alemanha. Dedica-se ao estudo das grandes religiões, sendo autor de obras, como Por que ainda ser cristão hoje (Campinas: Verus Editora, 2004), Projecto para uma ética mundial (Lisboa: Instituto Piaget, 1997), Uma ética global para política e economia mundiais (Petrópolis: Vozes, 1999) e, recentemente, Freud e a questão da Religião (Campinas: Verus Editora, 2006).

[6] Juan Luis Segundo foi um dos grandes representantes da Teologia da Libertação. É considerado o maior teólogo Latino Americano. Era dedicado à pesquisa e à participação em grupos de reflexão com leigos. Segundo considerava os tratados da Teologia nas Universidades as coisas mais destruidoras de pensamento que existem. Para ele, a Teologia, sistematizada e dividida pelos tratados, precisaria ser algo vivo, para a vida.

Fonte: IHU – 07/05/2008

SOTER 2008

 

O Congresso 2008 da SOTER será realizado em Belo Horizonte, MG, de 7 a 10 de julho de 2008. Este é o 21º Congresso Nacional da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião, fundada em julho de 1985.

Tema: Sustentabilidade da Vida e Espiritualidade

Objetivo: Nosso objetivo é reunir pesquisadores que forneçam dados e categorias de análise para, num debate interdisciplinar, do ponto de vista teológico e das ciências sociais da religião, repropor de forma ampla a questão da sustentabilidade integral da vida no planeta e suas implicações nas culturas e religiões de nossos povos. O tema é grave e urgente e pretendemos abordá-lo de maneira ecológica e plural, acolhendo contribuições do âmbito das religiões, da política, das ciências da vida e da saúde, numa discussão atenta à complexidade que o assunto comporta. Tudo isso nos permite prever um Congresso extremamente rico e proveitoso. Um livro com as contribuições dos conferencistas está sendo preparado, e deverá ser publicado com antecedência pelas Paulinas, a fim de ajudar nas reflexões que pretendemos desenvolver ao longo do evento.

Programação

Segunda-feira, 7 de julho
15h00: Reunião da Diretoria
16h00. Reunião da Diretoria e os Conselheiros Regionais

Noite – Abertura do Congregsso
20h00: Palavras de Dom Walmor
Palestra de abertura: A geopolítica do desenvolvimento sustentável – Panorama Mundial
Profª. Drª Maria Adélia Aparecida de Souza (USP e PUC-Campinas)

Confraternização

Terça-feira, 8 de julho
8h30: Brasil sustentável: desafios das políticas governamentais
Ministra do Meio Ambiente Marina Silva
10h30: Paradigma ecológico: gestão e educação ambientais
Prof. Dr. Afonso Murad (FAJE)

14h00: GTs/Comunicações:
1. Ecofeminismo e sustentabilidade (Coord.: Profª. Drª. Anete Roese, FAJE e PUC-Minas)
2. Ecologia, trabalho e economia sócio–solidária (Coord.: Prof. Dr. Pedro de Oliveira, UFJF e PUC-Minas)
3. Bíblia e Ecologia
4. Filosofia da Religião (Coord.: Prof. Dr. Flávio Senra, PUC-Minas)

16h30: Reuniões das Regionais

19h30: Painel “Povos Indígenas e Afro-americanos alternativas de sustentabilidade”
1. Indígenas – CIMI
2. Afros – Centro Atabaque

21h00: Lançamento de livros – Coquetel

Quarta-feira, 9 de julho
8h30: Sustentabilidade nas cosmovisões religiosas: uma visão panorâmica
Prof. Dr. Marcial Maçaneiro (Fac. Dehoniana)

10h30: Mesas de Trabalho
14h00: Mesas de Trabalho

16h30: GTs/Comunicações
1. Sustentabilidade da vida na cidade (Coord.: Prof. Dr. José Comblin)
2. Pastoral da ecologia (Coord.: Prof. Dr. Manuel Godoy, PUC-Minas)
3. Religiões e defesa da vida
4. Ensino Religioso (Coord.: Prof. Dr. Afonso Soares, PUC-SP)

18h00: Assembléia da SOTER

19h30: Espiritualidade e Confraternização

Quinta-feira, 10 de julho
8h30: Novos céus e nova terra, vida no campo a na cidade
Prof. Dr. Carlos Mesters
10h30: Por uma Teologia da Sustentabilidade
Prof. Dr. Luiz Carlos Susin (PUC-RS)
14h00: Espiritualidade e Sustentabilidade
Prof. Dr. Leonardo Boff (UERJ)

16h00: Encerramento

A Direção da SOTER para o triênio julho de 2007-julho de 2010 é a seguinte:
Presidente: Afonso Maria Ligório Soares (SP)
Vice-Presidente: Benedito Ferraro (SP)
Primeiro-Secretário: Ivanete Dal Farra (SP)
Segundo-Secretário: Luiz Carlos da Silva (SP)
Tesoureiro: João Décio Passos (SP)