Ancient Languages of Syria-Palestine and Arabia

Em 2004 foi publicada uma aclamada enciclopédia das Línguas Antigas do Mundo, The Cambridge Encyclopedia of the World’s Ancient Languages, obra dirigida por Roger D. Woodard, Professor of Classics at the State University of New York, Buffalo.

Pois vejo agora que, em maio de 2008, foram publicados alguns volumes derivados da enciclopédia, e que tratam de línguas de regiões específicas, como as Línguas Antigas da Síria-Palestina e da Arábia e as Línguas Antigas da Mesopotâmia, do Egito e de Aksum [que fica na Etiópia]. Isto facilita a aquisição! As descrições abaixo são da página da Amazon.com.

WOODARD, R. D. (ed.) The Ancient Languages of Syria-Palestine and Arabia. New York: Cambridge University Press, 2008, 282 p. – ISBN 9780521684989.

“This book, derived from the acclaimed Cambridge Encyclopedia of the World’s Ancient Languages, describes the ancient languages of Syria-Palestine and Arabia, for the convenience of students and specialists working in that area. Each chapter of the work focuses on an individual language or, in some instances, a set of closely related varieties of a language. Providing a full descriptive presentation, each of these chapters examines the writing system(s), phonology, morphology, syntax and lexicon of that language, and places the language within its proper linguistic and historical context. The volume brings together an international array of scholars, each a leading specialist in ancient language study. While designed primarily for scholars and students of linguistics, this work will prove invaluable to all whose studies take them into the realm of ancient language”. Roger D. Woodard is the Andrew V.V. Raymond Professor of Classics at the State University of New York, Buffalo.

WOODARD, R. D. (ed.) The Ancient Languages of Mesopotamia, Egypt and Aksum. New York: Cambridge University Press, 2008, 272 p. – ISBN 9780521684972.

“This book, derived from the acclaimed Cambridge Encyclopedia of the World’s Ancient Languages, describes the ancient languages of Mesopotamia, Egypt and Aksum, for the convenience of students and specialists working in that area. Each chapter of the work focuses on an individual language or, in some instances, a set of closely related varieties of a language. Providing a full descriptive presentation, each of these chapters examines the writing system(s), phonology, morphology, syntax and lexicon of that language, and places the language within its proper linguistic and historical context. The volume brings together an international array of scholars, each a leading specialist in ancient language study. While designed primarily for scholars and students of linguistics, this work will prove invaluable to all whose studies take them into the realm of ancient language”.

Enfim, a enciclopédia:

WOODARD, R. D. (ed.) The Cambridge Encyclopedia of the World’s Ancient Languages. New York: Cambridge University Press, 2004, 1182 p. – ISBN 9780521562560.

“Choice Outstanding Academic Title of 2006 The Cambridge Encyclopedia of the World’s Ancient Languages is the first comprehensive reference work treating all of the languages of antiquity. Clear and systematic in its approach, the Encyclopedia combines full linguistic coverage of all the well-documented ancient languages, representing numerous language families from around the globe. Each chapter focuses on an individual language or, in some instances, a set of closely related varieties of a language. Providing a full descriptive presentation, each of these chapters examines the writing system(s), phonology, morphology, syntax and lexicon of that language, and places the language within its proper linguistic and historical context. The Encyclopedia brings together an international array of scholars, each a leading specialist in ancient language study. While designed primarily for linguistic professionals and students, this work is invaluable to all whose studies take them into the realm of ancient language”.

A Igreja Latino-Americana de Medellín a Aparecida

De Medellín a Aparecida: marcos, trajetórias e perspectivas da Igreja Latino-Americana

Em 2008, completam-se 40 anos de realização da Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Medellín, na Colômbia de 24 de agosto a 6 de setembro de 1968. Celebrando os quarenta anos da realização deste importante evento da Igreja Latino-Americana, o Instituto Humanitas Unisinos realizará um Curso de Extensão, propondo um estudo e análise sobre as Conferências Episcopais de Medellín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida e suas contribuições para a atuação da Igreja na América Latina.

O curso começa em 13 de junho e termina em 17 de outubro de 2008.

Entre os conferencistas estão: Prof. Dr. Inácio Neutzling – Unisinos; Prof. Dr. Joseph Comblin – Instituto Teológico do Recife; Prof. Dr. João Batista Libânio – FAJE/BH; Prof. Dr. Paulo Suess – CIMI; Prof. Dr. Benedito Ferraro – PUC-Campinas; Prof. Dr. Alfredo Santiago Culleton – Unisinos; Prof. MS. Vanildo Luis Zugno – ESTEF; Profa. Dra. Ana Maria de Azeredo Lopes Tepedino – PUC-Rio; Ir. Antônio Cechin e Prof. Dr. Ivo Lesbaupin – ISER/RJ.

 

Medellín e a Igreja na América Latina

A teóloga italiana Silvia Scatena repercute a herança desta grande conferência episcopal, considerando a passagem do seu 40º aniversário

“Medellín não teria sido possível – no modo em que se realizou concretamente – sem esta ‘força tarefa’, constituída por bispos que, em muitos casos, são figuras relativamente isoladas no interior das respectivas hierarquias nacionais.” A afirmação é da teóloga italiana Silvia Scatena, em entrevista concedida por e-mail para a IHU On-Line. Em suas respostas, ela fala sobre a importância da Conferência de Medellín para a Igreja Latino-Americana e constata que a grandeza da referida conferência foi “a capacidade de confrontar-se com a realidade histórica, na qual também se individualiza, além disso, a única condição de uma autêntica comunhão com a igreja universal”. A Prof.ª Dr.ª Silvia Scatena é professora no Instituto per le Scienze Religiose (ISR), com sede em Bolonha (Itália). Confira a entrevista.

IHU On-Line – Que traços sociológicos e eclesiais tornaram possível a realização da Conferência Episcopal de Medellín em 1968?
Silvia Scatena – A conferência de Medellín é, em muitos aspectos, o fruto do encontro entre as transformações da sociedade latino-americana no decurso dos anos 1960 e a renovação teológica realizada e veiculada pelo Concílio Vaticano II. A conferência de 1968 não pode ser compreendida sem considerarmos, contextualmente, estes dois “movimentos” complexos: a modernização (ou atualização) conciliar, por um lado, e, por outro, os processos políticos e socioeconômicos em ação, embora de modo diverso, diante das diferentes latitudes do continente latino-americano. Aqui me refiro, por exemplo, às migrações internas e ao fenômeno do crescimento irrompente da urbanização, na afirmação de uma “internacional militar”, na crise dos projetos desenvolvimentistas. Permanecendo no terreno eclesial, é preciso, por outro lado, considerar um elemento decisivo e inédito: a condução do organismo continental do episcopado da parte de um grupo de bispos habituados ao trabalho de “esquadra” da visão continental e da capacidade profética, que fazem da recepção das novidades conciliares no concreto da situação latino-americana sua prioridade pastoral, preocupando-se, já no decurso do próprio Vaticano II, com as modalidades e os percursos para uma atualização em escala continental (penso em Câmara e Larrain , mas também em Leônidas Proaño no Equador, Cândido Padin no Brasil – o bispo beneditino recentemente falecido –, McGrath no Panamá, Valencia Cano na Colômbia, Dammert Belido no Peru…). Medellín não teria sido possível – no modo em que se realizou concretamente – sem esta “força tarefa”, constituída por bispos que, em muitos casos, são figuras relativamente isoladas no interior das respectivas hierarquias nacionais.

IHU On-Line – Segundo sua visão de historiadora, que importância teve a Conferência de Medellín para a consolidação de uma identidade da Igreja Latino-Americana?
Silvia Scatena – A importância de Medellín na consolidação de uma identidade continental das igrejas da América Latina foi decisiva. No entanto, é preciso considerar a conferência de 1968 no interior de um processo mais amplo, que envolveu as igrejas da América Latina já nos anos do Concílio, quando, graças principalmente ao trabalho do Celam – o organismo permanente do episcopado latino-americano, criado em 1955 na conferência do Rio de Janeiro, sem igual nos outros continentes –, os bispos adquirem a consciência crescente de uma pertença comum continental. Nos anos do imediato período pós-conciliar, entre 1966 e 68, o Celam promoveu um regular “exercício colegial”, fundamental para o compartilhamento de novas estratégias pastorais e para o decolar de inovações, de linhas comuns de ação. Isto representa o húmus de Medellín, que significará, neste sentido, a “confirmação” da investigação, amplamente compartilhada por muitos setores eclesiais latino-americanos, de uma nova imagem de igreja continental: uma imagem que, segundo as palavras do documento sobre a juventude, será essencialmente aquela de uma igreja de fisionomia pobre, missionária e pascal.

IHU On-Line – Quais são os principais marcos da relação Igreja e sociedade no contexto da realização da Conferência de Medellín? E, na sua avaliação, quais as principais transformações dessa relação desde então até os dias de hoje?
Silvia Scatena – Em síntese, o que me parece importante sublinhar é que, em Medellín, a Igreja Latino-Americana recupera o aspecto de uma instância histórica chamada a reinterpretar o evangelho aos homens e aos povos do continente na “situação anormal” e “inquietante” da América Latina no final dos anos 1960 – assim se exprimia o arcebispo de Lima, Landàzuri Ricketts, no discurso inaugural da assembléia. E recupera este aspecto profético no momento em que decide “olhar na face” o novo mundo latino-americano antes do que a si mesma, na “comunhão com uma história cuja profundidade específica reside numa convergência de circunstâncias proféticas”: são sempre as palavras de Landàzuri Ricketts, desta vez no discurso conclusivo, que, por sua vez, cita Paulo VI. Aqui está, a meu ver, a grandeza de Medellín: a capacidade de confrontar-se com a realidade histórica, na qual também se individualiza, além disso, a única condição de uma autêntica comunhão com a igreja universal. Por isso, o momento de máxima reflexão interna da Igreja Latino-Americana foi também aquele de sua maior contribuição e de sua maior capacidade falante à Igreja universal. Por isso, agora, as precoces tentativas de redimensionamento, ou de domesticação de alguns dos conteúdos mais inovadores da conferência de 1968 – penso, acima de tudo, no nó vertebral da opção pelos pobres –, jamais conseguiram corroer o amplo consenso que se coagulou em torno de Medellín e de suas opções caracterizadoras, substancialmente confirmadas pela conferência de Puebla. Também a subseqüente discussão do caráter vinculante do documento final da conferência de 68 não conseguiu destemperar a consciência difusa da existência de um “antes” e um “depois” de Medellín ou a credibilidade das suas conclusões, cujo testemunho mais convincente era dado pela própria recepção no seio das igrejas às quais as conclusões eram destinadas. Medellín soube, de fato, sugerir empenhos e abrir caminhos em nível pessoal e comunitário, e inspirar ou consolidar práticas. Com respeito àquela estação, muitos caminhos se interromperam ou restringiram sucessivamente e o contexto é profundamente modificado pelas grandes mudanças intervindas no plano político, social e eclesial e no mais vasto cenário internacional. Mas, na transição que parece atravessar a América Latina neste primeiro período do século XXI, algumas intuições centrais de Medellín parecem ter ainda, a quarenta anos de distância, a capacidade de interpelar os cristãos do continente. Os disciplinamentos do centralismo romano, as vicissitudes da Teologia da Libertação, o fim da Guerra Fria, o diversificar-se dos desafios pastorais em igrejas de histórias e situações desiguais, de fato não redimensionaram uma inquietude endêmica exasperada da falência das receitas neoliberais do novo cenário globalizado, assim como não desautorizaram uma instância fundamental de Medellín: a afirmação do nexo irrenunciável entre a escolha preferencial pelos pobres e a essencialidade da pobreza no mistério do Cristo.

Fonte: IHU Online – edição 259 – 26 Maio 2008