Deuteronômio: pistas para uma leitura libertadora

O livro escolhido para estudo no Mês da Bíblia 2020 é o Deuteronômio e o lema é “Abre a tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11).

Livro do Deuteronômio: Pistas para uma leitura libertadora, por Rafael Rodrigues

Livro do Deuteronômio – Mês da Bíblia 2020: Pistas para uma leitura sensata e libertadora, por Rafael Rodrigues, da Direção Nacional do CEBI – Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos

Videorreportagem de frei Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI, produzido na Casa de Encontros do CEBI, em Ribeirão das Neves, MG, ao final de dois dias de encontro de formação bíblica, a partir do livro do Deuteronômio, livro do Mês da Bíblia 2020.

Ribeirão das Neves, MG – 02/02/2020

Edição de Nádia Oliveira.

Literatura Grega e História Primária

Um artigo:

Greek Literature and the Primary History – By Robert Karl Gnuse – The Bible and Interpretation: June 2020

Os comentaristas observam há anos como os autores bíblicos podem ter usado textos gregos ou refletido o pensamento grego em seus escritos. Geralmente, essas observações foram relacionadas a obras bíblicas criadas após 300 a.C. Pensa-se especialmente no livro da Sabedoria, datado por volta de 50 a.C., que estava vagamente ligado à tradição filosófica platônica e frequentemente comparado aos escritos do autor judeu Fílon de Alexandria, que escreveu em grego. Os dois livros dos Macabeus foram ocasionalmente comparados com a historiografia gerada pelos gregos. Vários romances judeus foram discutidos, às vezes, em conexão com romances gregos. Qohélet foi associado ao estoicismo e epicurismo grego.

Nos últimos anos, no entanto, vários estudiosos dataram os livros bíblicos da História Primária (de Gênesis até 2 Reis) muito mais tarde. Assim, eles levantaram a possibilidade de que os autores desses livros estivessem familiarizados com textos em grego clássico até 300 a.C. e textos em grego helenístico após 300 a.C., e talvez até usassem alguns textos em grego para criar tramas nos livros da História Primária. Eles são frequentemente chamados de minimalistas e eles geralmente acreditam que a maior parte da narrativa bíblica não reflete a história real que aconteceu no período pré-exílico até 586 a.C. Esses minimalistas foram chamados também de Escola de Copenhague, porque os principais autores vêm da Universidade de Copenhague, embora algumas vezes professores da Inglaterra – incluindo a Universidade de Sheffield – estejam incluídos neles. Os minimalistas se dividem, nesta questão, em dois grupos. Alguns sugerem que Gênesis até 2 Reis surgiu principalmente no período persa (540-330 a.C.), enquanto outros apontam a era helenística, depois de 300 a.C., como a data de origem para a maior parte ou toda a História Primária.

A possibilidade de tal interface entre textos gregos e bíblicos no final do período pós-exílico foi levantada por vários autores. Trabalhos significativos foram escritos por autores que sugerem uma data bem mais recente para a literatura bíblica e a probabilidade de os textos serem narrativas ficcionais orientadas por perspectivas teológicas e a influência da literatura grega sobre os textos.

Leia o artigo completo.Robert Karl Gnuse

Sobre Robert Karl Gnuse e sobre esta proposta, leia também:

O Pentateuco e a OHDtr podem ter sido escritos na época helenística – Observatório Bíblico: 18/08/2018

 

Comentators have observed for years how biblical authors might have used Greek texts or reflected Greek thought in their writings. Generally, these observations were connected with biblical works authored after 300 BCE. One thinks especially of the Wisdom of Solomon, dated around 50 BCE, which was loosely connected to the Middle Platonic philosophical tradition and often compared to the writings of the Jewish author Philo, who wrote in Greek. The two books of Maccabees were occasionally compared with historiography generated by the Greeks. Various Jewish novels were sometimes discussed in connection with Greek novels. Koheleth was associated with Greek stoicism and epicureanism.

In recent years, however, a number of scholars have dated the biblical books in the Primary History (Genesis through 2 Kings) very late. Thus, they have raised the possibility that the authors of these books might have been very familiar with Classical Greek texts down to 300 BCE and Hellenistic Greek texts after 300 BCE, and perhaps they even used some Greek texts to craft plot-line and imagery in the books of the Primary History. They are often called “minimalists” for dating the biblical texts so late, and they usually believe that most of the biblical narrative does not reflect the actual history that happened in the pre-exilic period down to 586 BCE. These “minimalists” have been called the “Copenhagen School” because leading authors come from the University of Copenhagen, although sometimes faculty from England (including Sheffield University) are included with them. “Minimalists” also fall into two groups. Some suggest that Genesis through 2 Kings arose primarily in the Persian period (540-330 BCE), while others stress the Hellenistic era, after 300 BCE, as the time of origin for most or all of the Primary History.

The possibility for such an interface between Greek and biblical texts late in the post-exilic period was raised by several authors. Significant works have been written by authors who raise the larger questions of a later date for biblical literature: the likelihood that the texts are fictional narratives driven by theological perspectives and the influence of Greek literature upon the texts.

 

Um livro:

GNUSE, R. K. Hellenism and the Primary History: The Imprint of Greek Sources in Genesis – 2 Kings. Abingdon: Routledge, 2020, 216 p. – ISBN 9780367462468.

Esta coleção de ensaios procura demonstrar que muitos autores bíblicos usaram deliberadamente textos gregos clássicos e helenísticos como inspiração ao elaborar muitas das narrativas na História Primária.

Através de uma análise detalhada do texto, Gnuse sustenta que existem numerosos exemplos de clara influência da literatura clássica e helenística tardia. Colocando as obras bíblica e grega em paralelo, ele argumenta que há muitas semelhanças no tema básico, significado e detalhes, para que elas sejam explicadas por coincidência. Usando essas evidências, ele sugere que, embora grande parte do texto possa ser originária do período persa, grande parte de sua forma final provavelmente data da era helenística.

Com a ajuda de uma introdução original e um capítulo final, Gnuse reúne seus ensaios em uma coleção coerente pela primeira vez. O volume resultante oferece um recurso valioso para qualquer pessoa que trabalhe com a Bíblia Hebraica, bem como para aqueles que trabalham com o processo de helenização da Palestina.

 

This collection of essays seeks to demonstrate that many biblical authors deliberately used Classical and Hellenistic Greek texts for inspiration when crafting many of the GNUSE, R. K. Hellenism and the Primary History: The Imprint of Greek Sources in Genesis - 2 Kings. Abingdon: Routledge, 2020narratives in the Primary History.

Through detailed analysis of the text, Gnuse contends that there are numerous examples of clear influence from late classical and Hellenistic literature. Deconstructing the biblical and Greek works in parallel, he argues that there are too many similarities in basic theme, meaning, and detail, for them to be accounted for by coincidence or shared ancient tropes. Using this evidence, he suggests that although much of the text may originate from the Persian period, large parts of its final form likely date from the Hellenistic era.

With the help of an original introduction and final chapter, Gnuse pulls his essays together into a coherent collection for the first time. The resultant volume offers a valuable resource for anyone working on the dating of the Hebrew Bible, as well as those working on Hellenism in the ancient Levant more broadly.

 

Table of Contents

Introduction: An Intellectual Odyssey
1. A Hellenistic First Testament: The Views of Minimalist Scholars
2. Spilt Water: Tales of David in II Sam 23:13-17 and of Alexander the Great in Arrian, Anabasis of Alexander 6.26.1-3
3. Abducted Wives: A Hellenistic Narrative in the Book of Judges?
4. From Prison to Prestige: The Hero who helps a King in Jewish and Greek Literature
5. Divine Messengers in Genesis 18-19 and Ovid
6. Greek Connections: Genesis 1-11 and the Poetry of Hesiod
7. Genesis 1-11 and the Greek Historiographers Hecataeus of Miletus and Herodotus of Halicarnassus
8. Heed Your Steeds: Achilles’ Horses and Balaam’s Donkey
9. Samson and Heracles Revisited
10. The Sacrificed Maiden: Iphigenia and Jephthah’s Daughter
11. The Maximalist/Minimalist Debate over Historical Memory in the Primary History of the Old Testament

Quem é Baal em Oseias?

Estou estudando nestes dias, com os alunos do Segundo Ano de Teologia do CEARP – desde meados de março através de videoconferência por causa da pandemia do coronavírus -, em Literatura Profética I, o texto do livro de Oseias. Além do capítulo sobre Oseias de meu livro A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. – download aqui – vimos um texto sobre a Teoria da metáfora conceptual e estamos olhando o artigo Notas sobre a pesquisa do livro de Oseias no século XX, que recomendo como aprofundamento do que vem a seguir.

E o que vem a seguir é a apresentação de um artigo que li hoje:

HUBLER, C. ‘No longer will you call me ‘my Ba’al’’: Hosea’s polemic and the semantics of ‘Ba’al’ in 8th century B.C.E. Israel. Journal for the Study of the Old Testament 2020, Vol. 44(4), p. 610­–623.

Caitlin Hubler – Emory University, GA, USA – diz nas páginas 610-612:

Em resposta à flagrante idolatria de Israel, o profeta Oseias faz uma série de pesadas acusações contra seus maiores líderes religiosos, equiparando-os a esposas adúlteras. Oseias 2 apresenta um esmagador julgamento de Iahweh (o esposo) contra Israel (a esposa infiel), com o objetivo de despertar Israel e conduzi-lo de volta às suas origens. Aparentemente, Israel está chamando Iahweh pelo nome errado, chamando-o de Baal.Journal for the Study of the Old Testament - Volume 44.4 - June 2020

Diz Os 2,18-19, na tradução da Bíblia de Jerusalém, Paulus, 2002:

Acontecerá naquele dia,
– oráculo de Iahweh-
que me chamarás “Meu marido”,
e não mais me chamarás “Meu Baal”.
Afastarei de seus lábios os nomes dos baais,
para que não sejam mais lembrados por seus nomes.

Ao estudar Oseias, estudiosos da Bíblia tentam reconstruir a situação do Israel Norte do século VIII a.C. que teria motivado uma crítica profética tão veemente. A resposta oferecida até agora tem sido bastante direta: o culto a Baal, uma divindade conhecida no Antigo Oriente Médio, intimamente ligada à fertilidade, à agricultura e à criação de gado. Sugerem muitos estudiosos que os israelitas do norte capitularam às pressões da cultura cananeia circundante e, em vez de Iahweh, seguiram Baal. Variações dessa proposta foram feitas de acordo com a compreensão do estudioso da fluidez divina no Antigo Oriente Médio e sua aplicação a Baal. Indica a depreciação de Baal uma polêmica genérica contra todas as formas de adoração de ídolos? Existe uma divindade chamada ‘Baal’ com manifestações específicas em cada localidade? Seja qual for a formulação, o consenso geral é de que Oseias ficou indignado com o fato de uma grande parcela da população israelita ter deixado de seguir Iahweh e, em vez disso, passar a seguir Baal. Frequentemente essa interpretação rotula Oseias como um profeta que teme todo tipo de influência dos povos estrangeiros, sejam influências culturais ou religiosas. Este Oseias é quase xenófobo: seu maior desejo é manter a pureza ideológica da nação israelita.

Tal entendimento busca sustentação no livro de Oseias. De fato, Oseias deixa bem claro que ele está indignado pelo fato de os israelitas terem, em certo sentido, negligenciado seguir Iahweh corretamente. No entanto, há um questionamento sobre a natureza exata dessa situação. Podem existir muitas outras razões para Oseias duvidar do compromisso de Israel com Iahweh. Os oráculos de Oseias preservam apenas um lado de uma conversa multifacetada no século VIII a.C. sobre teologia e a identidade israelitas. Informações de outras fontes podem ser úteis em nossa tentativa de reconstruir uma imagem precisa das crenças israelitas desta época. Mais especificamente, evidências epigráficas e onomásticas nos ajudam a descobrir possibilidades alternativas para interpretar a situação de Israel no século VIII a.C. Ao longo deste artigo, com o apoio de tais evidências, sustentarei que a polêmica de Oseias contra Baal mira israelitas que sinceramente acreditavam estar seguindo fielmente a Iahweh. Na mente deles, não havia nada de errado em se referir a Iahweh como Baal.

O conflito que aparece em Oseias, portanto, é primariamente interno. Um debate sobre a integridade do próprio javismo. Tão aquecido quanto os debates inter-religiosos podem ser, controvérsias intrarreligiosas podem ser muito mais ferozes. No desacordo inter-religioso, os limites entre uma religião e outra são bastante nítidos. A dinâmica do poder se torna mais complexa quando o debate é interno por natureza. Quando a pergunta não é ‘Como defenderemos a causa dos israelitas contra a do grupo X?’, mas sim ‘O que significa ser um israelita?’, muitas perguntas podem ser feitas:

Qual é a natureza da aliança javista?
Quais são os estatutos e as normas que devemos seguir em nossa sociedade?
Quem tem o poder – político, religioso ou outro – de decidir como seguir Iahweh corretamente?

O estudo das respostas de Oseias a essas perguntas pode nos levar a uma maior compreensão da situação interna da religião israelita no século VIII a.C.

 

Caitlin Hubler defende que Baal em Oseias não é uma referência à divindade que leva esse nome, mas deve ser entendido como um título que se usa com diferentes divindades, portanto, também com Iahweh. Baal significa “senhor” ou “mestre”.

Ela diz na página 615:

Spencer L. Allen (The Splintered Divine: A Study of Istar, Baal, and Yahweh Divine Names and Divine Multiplicity in the Ancient Near East. Berlin: De Gruyter, 2015, p. 94) argumenta que vários nomes de divindades em acádico e nas línguas semíticas do noroeste [o hebraico é uma língua semítica do noroeste] são melhor interpretados não como nomes próprios, mas como títulos que mascaram os nomes reais das divindades. Ele lista Baal (‘mestre’ ou ‘senhor’) e Ishtar (‘deusa’) como exemplos: “Como Baal pode ser interpretado como um substantivo comum que serve como título e não como nome próprio, muitos estudiosos aceitam que havia divindades independentes e distintas de Baal que não deveriam ser identificadas nem com o deus da tempestade da Mesopotâmia, Adad [Baal-Adad], e nem com o deus da tempestade Hadad [Baal-Hadad], cultuado no Levante”. Se Allen estiver correto, e Baal fosse entendido como um título em vez de um nome próprio no Israel do século VIII a.C., então certamente os israelitas não teriam visto nenhuma contradição em chamar Iahweh de ‘meu Baal’. Longe de ser uma atitude idolátrica, isso pode ter sido visto como um elogio a Iahweh como o senhor todo-poderoso. Muitas evidências de fontes bíblicas e extrabíblicas sugerem que Baal nem sempre se referia ao culto de ídolos ao longo da história de Israel. O termo geralmente significa simplesmente “senhor” ou “mestre”.

J. Andrew Dearman (Interpreting the Religious Polemics against Baal and the Baalim in the Book of Hosea. Old Testament Essays 14/1, 2001, p. 9-25) sugere que inscrições extrabíblicas da Idade do Ferro, particularmente textos fenícios e púnicos, devam ter prioridade metodológica ao avaliar a semântica de Baal em Oseias. Ele mostra que “essas inscrições demonstram uma pluralidade de divindades, masculinas e femininas, que são chamadas com o apelativo Baal”.

E assim prossegue Caitlin Hubler citando fontes arqueológicas e literárias, bíblicas e extrabíblicas, e os autores que as interpretam.

Para concluir na página 621:

O que Oseias condenou não foi o culto idolátrico de Baal, mas a vivência incorreta do javismo. Ele não colocou frente a frente baalismo e javismo como duas religiões diferentes que disputavam os corações e as mentes dos israelitas, mas chamou Israel de volta a uma prática coerente da aliança. Viver de tal maneira que prejudicasse o significado da aliança era, para Oseias, perder completamente a identidade israelita. Era agir como uma esposa adúltera.

O que vemos no livro de Oseias é um profeta que pede desesperadamente que Israel viva com coerência sua identidade de povo escolhido de Iahweh.

 

Termino com Os 6,6:

Porque é solidariedade (hesedh) que eu quero e não sacrifício,
conhecimento de Deus [= prática do javismo] mais do que holocaustos.

 

In response to Israel’s flagrant idolatry, the prophet Hosea makes a series of shocking accusations against her greatest religious leaders, equating them to adulterous wives. In one oracle, Hosea delivers a crushing judgment from the mouth of YHWH designed to wake Israel up and call her back to her true roots. Apparently, she has been calling YHWH by the wrong name:

On that day, says the L ord , you will call me, ‘My husband’, and no longer will you call me, ‘My Ba’al’. For I will remove the names of the Ba’als from her mouth, and they shall be mentioned by name no more.

In studying Hosea, biblical scholars have attempted to reconstruct the situation in 8th-century Israel that would have precipitated such vehement prophetic critique. The answer offered thus far has been rather straightforward: worship of Ba’al-Hadad, a well-known deity in the ancient Near East, closely connected with fertility, field, and cattle. As the argument goes, the Israelites in the North had capitulated to the pressures of the surrounding Canaanite culture, and rather than holding to the uniqueness of their one God, YHWH, they worshipped Ba’al instead. Varieties of this response have been offered according to the particular scholar’s understanding of divine fluidity in the Ancient Near East and its application to Ba’al. Does denigration of Ba’al indicate a generic polemic against all forms of idol-worship? Is there one deity named ‘Ba’al’ with many location-specific manifestations? Whatever the formulation, the general consensus is that Hosea was incensed that large swaths of Israelites had ceased worshipping YHWH and had started to worship Ba’al instead. Often, this interpretation casts Hosea as a prophet who fears every sort of influence from foreign peoples: cultural and religious alike. This Hosea is nearly xenophobic: his greatest desire is to maintain the ideological purity of the nation of Israel.

Such an understanding is not without warrant from the text. Indeed, Hosea makes it abundantly clear that he is enraged by the fact that the Israelites have, in some sense, neglected to worship YHWH rightly. Questions remain, however, as to the exact nature of this failure. There could be many reasons for Hosea to doubt Israel’s commitment to YHWH. Hosea’s words preserve one side of a multifaceted conversation in the 8th century regarding Israelite theology and identity. Insights from elsewhere may be useful in our attempt to reconstruct an accurate picture of Israelite worship in this time period. Specifically, epigraphic and onomastic evidence assist us in discovering alternative possibilities for interpreting the situation of 8th-century Israel. Throughout this article, with the support of such evidence, I will maintain that Hosea’s polemics against Ba’al target Israelites who sincerely believed themselves to be faithfully worshipping YHWH. In their minds, there was nothing adulterous about referring to YHWH as Ba’al.

The conflict reflected in Hosea, therefore, is primarily an internal one: a debate about the integrity of YHWHism itself. As heated as interreligious debates can get, intra-religious debates can be far more contentious. In interreligious disagreement, boundaries between one religion and another are drawn fairly rigidly. Power dynamics become more complex when the debate is internal in nature. When the question is not ‘How will we advance the cause of the Israelites against that of group X?’ but is instead ‘What does it mean to be an Israelite?’ all sorts of questions are necessarily on the line: What is the nature of YHWH’s covenant? How will we insist on conformity to societal standards? Who has the power (political, religious, or otherwise) to decide how to worship YHWH rightly? Studying Hosea’s answers to these questions can bring us to a greater understanding of the internal coherence of Israelite religion in the 8th century BCE.

Spencer L. Allen argues that various Akkadian and Northwest Semitic deities’ first names are best interpreted not as proper names, but as categorical labels that mask the deities’ real first names. He lists Ba’al (‘master’ or ‘lord’) and Ishtar (‘goddess’) as examples: ‘Because Ba’al can be interpreted as a common noun that serves as a title rather than a name, many scholars accept that there were independent and distinct Ba’al deities who should not be identified with either the Mesopotamian storm-god Adad or the Levantine storm-god Hadad’. If Allen is correct, and ‘ba’al’ was understood as a categorical label rather than a personal name in 8th-century Israel, then surely the Israelites would have seen no contradiction in calling YHWH ‘my Ba’al’. Far from idolatry, this could have been seen as praise of the uniquely all-powerful YHWH. Plentiful evidence from both biblical and extra-biblical sources suggests that ‘ba’al’ did not always refer to idol worship throughout the history of Israel. The term often simply means ‘lord’ or ‘master’. J. Andrew Dearman suggests that extra-biblical Iron Age inscriptions, particularly Phonecian and Punic texts, should be given methodological priority when assessing the semantics of ‘ba’al’ in Hosea. He finds that ‘These inscriptions demonstrate a plurality of deities, both male and female, who are addressed with the appellative Baal’ (p. 615).

What Hosea condemned was not idolatrous worship of Ba’al Hadad of Ugarit, but incorrect worship of YHWH. He did not pit Baalism against YHWHism as two different religions vying for Israelite loyalty, but called Israel back to a greater appreciation for the covenantal aspect of her own religion. He was no mere social agitator, but a prophet. To worship in such a way that maligned the significance of the covenant for Israelite religion was, for Hosea, to forfeit Israelite identity altogether. It was no better than acting as an adulterous wife. What we see in Hosea 2.16-17 is a prophet desperately pleading for his people to live and worship in congruency with their professed identity as the chosen and covenanted people of God (p. 621).

Notas sobre a pesquisa do livro de Oseias no século XX

Brad E. Kelle, da Point Loma Nazarene University, San Diego, Califórnia, publicou, em 2009 e 2010, na revista Currents in Biblical Research, dois importantes artigos sobre a pesquisa de Oseias no século XX e primeira década do século XXI: O casamento de Oseias na pesquisa do século XX e Oseias 4-14 na pesquisa do século XX. Os artigos estão disponíveis online. São:

KELLE, B. E. Hosea 1–3 in Twentieth-Century Scholarship. Currents in Biblical Research, 7.2, p. 179-216, 2009.

KELLE, B. E. Hosea 4–14 in Twentieth-Century Scholarship. Currents in Biblical Research, 8.3, p. 314-375, 2010.

Resumi os pontos principais destes dois artigos, na maior parte das vezes apenas traduzindo livremente alguns trechos ou organizando em outra ordem as palavras do autor.

Nos meses de maio e junho de 2019 publiquei este resumo em 11 postagens no Observatório Bíblico. Agora organizei tudo em um só texto e publiquei na seção de artigos da Ayrton’s Biblical Page.

Confira as postagens sobre Oseias no Observatório Bíblico aqui. E o artigo “Notas sobre a pesquisa do livro de Oseias no século XX” aqui.

Publicações recentes sobre o livro do Gênesis

SCHNEIDER, T. J. In the Beginning and Still Today: Recent Publications on Genesis. Currents in Biblical Research, 18.2, p. 142-159, 2020.

São comentadas neste artigo 58 obras sobre o livro do Gênesis publicadas entre 2015 e 2018.

O artigo divide as publicações em categorias:

. Histórias da interpretação e transmissão do texto: 19 volumes
. Volumes religiosos, principalmente cristãos: 11 volumes
. Abordagens diacrônicas/histórico-críticas: 10 volumes
. Análises literárias: 12 volumes
. Estudos do Antigo Oriente Médio: 3 volumes
. Identidades múltiplas: 3 volumes

 

The focus of this survey is monographs about the book of Genesis published between 2015 and 2018. I have created descriptive categories, restricting each work to a single category, even though many of the volumes could easily fall into multiple groupings. I work as a Humanist and not a scientist, so the goal was not numeric accuracy but a general idea of what patterns, if any, exist among the topics on which Genesis scholars are working and how research is moving. I did not investigate whether the data for 2015–2018 is any different than for the previous three-year period. Finally, the categories used here vary between groupings based on a methodological approach and those based on the content of the volume.

The fifty-eight volumes considered include scholarly studies, as well as volumes that have a religious, usually Christian, focus but are still in a scholarly vein. For example, many commentary series serve a religious audience but are written by well-regarded scholars in biblical studies. Teaching volumes are also included if they appear to be aimed at a college audience, religious or otherwise. The survey does not include unpublished dissertations.

The categories, with the number of volumes in each, are as follows: Histories of Interpretation and Textual Transmission (19), Religious (Primarily Christian) Volumes (11), Diachronic/Historical-Critical Approaches (10), Literary Analyses (12), Ancient Near Eastern Studies (3), and Multiple Identities (3).

 

Tammi J. Schneider is a professor of religion at Claremont Graduate University. Her research draws together the varied fields of archaeology, Assyriology, and biblical studies in an effort to understand the ancient Near East, especially the interactions among various peoples. She teaches ancient Near Eastern History, literature, archaeology and religion, and women in the Hebrew Bible.

Ensaios em homenagem a Thomas L. Thompson

Thomas L. Thompson está comemorando hoje 81 anos de vida.

NIESIOLOWSKI-SPANÒ, L. ; PFOH, E. (eds.) Biblical Narratives, Archaeology and Historicity: Essays In Honour of Thomas L. Thompson. London: Bloomsbury T&T Clark, 2019, 328 p. – ISBN 9780567686565.

This volume collects essays from an international body of leading scholars in Old Testament studies, focused upon the key concepts of the question of historicity of biblicalNIESIOLOWSKI-SPANÒ, L. ; PFOH, E. (eds.) Biblical Narratives, Archaeology and Historicity: Essays In Honour of Thomas L. Thompson. London: Bloomsbury T&T Clark, 2019 stories, the archaeology of Israel/Palestine during the Bronze and Iron Ages, and the nature of biblical narratives and related literature.

As a celebration of the extensive body of Thomas L. Thompson’s work, these essays enable a threefold perspective on biblical narratives. Beginning with ‘method’, the contributors discuss archaeology, cultural memory, epistemology, and sociology of knowledge, before moving to ‘history, historiography and archaeology’ and close analysis of the Qumran Writings, Josephus and biblical rewritings. Finally the argument turn to the narratives themselves, exploring topics including the possibility of invented myth, the genre of Judges and the depiction of Moses in the Qu’ran. Presenting an interdisciplinary analysis of the historical issues concerning ancient Israel/Palestine, this volume creates an updated body of reference to fifty years’ worth of scholarship.

Lukasz Niesiolowski-Spanò is Associate Professor in the Institute of History at the University of Warsaw, Poland.

Emanuel Pfoh is Assistant Professor at the National University of La Plata, Argentina.

Table of contents

List of Figures
List of Contributors
List of Abbreviations
Introduction, Lukasz Niesiolowski-Spanò and Emanuel Pfoh
The Publications of Thomas L. Thompson

PART 1: METHOD
Chapter 1. The City of David as a Palimpsest – Margreet L. Steiner, Independent Scholar, the Netherlands
Chapter 2. Living in the Past? Keeping Up-To-Date in Ancient Near Eastern Studies – Raz Kletter, University of Helsinki, Finland
Chapter 3. What People Want to Believe: Or Fighting Against ‘Cultural Memory’ – Niels Peter Lemche, University of Copenhagen, Denmark
Chapter 4. The Need for a Comprehensive Sociology of Knowledge of Biblical and Archaeological Studies of the Southern Levant – Emanuel Pfoh, National University of La Plata, Argentina

PART 2: HISTORY, HISTORIOGRAPHY AND ARCHAEOLOGY
Chapter 5. The Abraham and Esau-Jacob Stories in the Context of the Maccabean Period – Lukasz Niesiolowski-Spanò, University of Warsaw, Poland
Chapter 6. Tell Balata (Shechem): An Archaeological and Historical Reassessment – Hamdan Taha, former Deputy of the Ministry of Tourism and Antiquities, Palestine, and Gerrit van der Kooij, University of Leiden, the Netherlands
Chapter 7. ‘Solomon’ (Shalmaneser III) and the Emergence of Judah as an Independent Kingdom – Russell Gmirkin, Independent Scholar, USA
Chapter 8. On the Pre-Exilic Gap between Israel and Judah – Étienne Nodet, École biblique et archéologique française de Jerusalem, Israel
Chapter 9. Perceptions of Israel’s Past in Qumran Writings: Between Myth and Historiography – Jesper Høgenhaven, University of Copenhagen, Denmark
Chapter 10. Is Josephus’s John the Baptist Passage a Chronologically Dislocated Story of the Death of Hyrcanus II? – Greg Doudna, Independant Scholar, USA
Chapter 11. Thompson’s Jesus: Staring Down the Wishing Well – Jim West, Ming Hua Theological College, Hong Kong
Chapter 12. The Qur’an as Biblical Rewriting – Mogens Müller, University of Copenhagen, Denmark

PART 3: BIBLICAL NARRATIVES
Chapter 13. The Food of Life and the Food of Death in Texts from the Old Testament and the Ancient Near East – Ingrid Hjelm, University of Copenhagen, Denmark
Chapter 14. A Gate in Gaza: An Essay on the Reception of Tall Tales – Jack M. Sasson, Vanderbilt University, USA
Chapter 15. Deborah’s Topical Song: Remarks on the Gattung of Judges 5 – Bob Becking, Utrecht University, the Netherlands
Chapter 16. How Jerusalem’s Temple Was Aligned to Moses’ Tabernacle: About the Historical Power of an Invented Myth – Rainer Albertz, University of Münster, Germany
Chapter 17. Can the Book of Nehemiah Be Used as an Historical Source, and If So, of What? – Lisbeth S. Fried, University of Michigan, USA
Chapter 18. Chronicles’ Reshaping of Memories of Ancestors Populating Genesis – Ehud Ben Zvi, University of Alberta, Canada
Chapter 19. The Book of Proverbs and Hesiod’s Works and Days – Philippe Wajdenbaum, Independent Scholar, the Netherlands
Chapter 20. The Villain ‘Samaritan’: The Samiri as the Other Moses in Qur’anic Exegesis – Joshua Sabih, University of Copenhagen

Index of References
Index of Authors

Literatura Deuteronomista 2020

Lecionar Literatura Deuteronomista é um desafio e tanto. Enquanto as questões da formação do Pentateuco são discutidas há séculos, a noção da existência de uma Obra Histórica Deuteronomista (= OHDtr) só foi formulada muito recentemente, como se pode ver aqui.

Além disso, há dois problemas com a disciplina: carga horária exígua para estudar textos de livros tão complexos como, por exemplo, Josué ou Juízes – a disciplina tem apenas 2 horas semanais durante o primeiro semestre do segundo ano de Teologia – e uma bibliografia ainda insuficiente em português. Há excelente debate acadêmico hoje, contudo está em inglês e alemão, principalmente.

Para completar, prefiro estudar o livro do Deuteronômio aqui e não no Pentateuco, também por duas razões: a disciplina Pentateuco já é por demais sobrecarregada e o Deuteronômio é a chave que abre o significado da OHDtr. Por isso, ele faz muito sentido aqui.

Por outro lado, há uma integração muito grande da Literatura Deuteronomista com três outras disciplinas bíblicas: com a História de Israel, naturalmente; com a Literatura Profética, irmã gêmea; com o Pentateuco, através do elo deuteronômico.

I. Ementa
A Obra Histórica Deuteronomista (OHDtr) tentará responder aos desafios do presente repensando o passado no final da monarquia e na situação de exílio e pós-exílio. Faz isso percorrendo toda a história da ocupação da terra, desde as vésperas da entrada em Canaã até a derrocada final da monarquia em Israel e Judá.

II. Objetivos
Pesquisar a arquitetura, as ideias basilares e a teologia da Literatura Deuteronomista como uma obra globalizante, e de cada um de seus livros, a fim de dar fundamentos para sua interpretação e atualização.

III. Conteúdo Programático
1. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista
2. O Deuteronômio
3. O livro de Josué
4. O livro dos Juízes
5. Os livros de Samuel
6. Os livros dos Reis

IV. Bibliografia
Básica
FINKELSTEIN, I. ; SILBERMAN, N. A. A Bíblia desenterrada: A nova visão arqueológica do antigo Israel e das origens dos seus textos sagrados. Petrópolis: Vozes, 2018.

RÖMER, T.  A chamada história deuteronomista: Introdução sociológica, histórica e literária. Petrópolis: Vozes, 2008.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2014.

Complementar
DA SILVA, A. J. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 88, p. 11-27, 2005. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 14.01.2019.

FARIA, J. de Freitas (org.) História de Israel e as pesquisas mais recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

GONZAGA DO PRADO, J. L. A invasão/ocupação da terra em Josué: duas leituras diferentes. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 88, p. 28-36, 2005.

LIVERANI, M. Para além da Bíblia: história antiga de Israel. São Paulo: Loyola/Paulus, 2008.

STORNIOLO, I. Como ler o livro do Deuteronômio: escolher a vida ou a morte. 5. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

Literatura Profética II 2020

A Literatura Profética II é continuação da Literatura Profética I. A carga horária semanal é de 2 horas, no segundo semestre do segundo ano de Teologia.

Ementa
A disciplina aborda os profetas mais significativos de Israel desde o final do reino de Judá até a reconstrução pós-exílica na época persa. Cada um é tratado no seu contexto, nas características de sua atuação e textos escolhidos são lidos.

II. Objetivos
Coloca em discussão as características e a função do discurso profético e confronta os textos dos profetas com o contexto da época, possibilitando ao aluno uma leitura atualizada e crítica dos textos proféticos em confronto com a realidade contemporânea e suas exigências.

III. Conteúdo Programático
1. Jeremias
2. Ezequiel
3. Dêutero-Isaías (Is 40-55)
4. Ageu
5. Zacarias 1-8
6. Trito-Isaías (Is 56-66)

IV. Bibliografia
Básica
MESTERS, C. O profeta Jeremias: um homem apaixonado. São Paulo: Paulus/CEBI, 2016.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DÍAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, vol. I: 2004 [3. reimpressão: 2018]; vol. II: 2002 [4. reimpressão: 2015].

SICRE DÍAZ, J. L. Introdução ao profetismo bíblico. Petrópolis: Vozes, 2016.

Complementar
DA SILVA, A. J. Perguntas mais frequentes sobre o profeta Jeremias. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 14.08.2018.

DA SILVA, A. J. Superando obstáculos nas leituras de Jeremias. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 107, p. 50-62, 2010.

NAKANOSE, S. et alii Como ler o Terceiro Isaías (56-66): novo céu e nova terra. São Paulo: Paulus, 2004 [4. reimpressão: 2019].

WIÉNER, C. O profeta do novo êxodo: o Dêutero-Isaías. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

WILSON, R. R. Profecia e sociedade no antigo Israel. 2. ed. revista. São Paulo: Targumim/Paulus, 2006.

 

Literatura Profética I 2020

Abordarei agora a Literatura Profética I, que é estudada no primeiro semestre do segundo ano de Teologia, com carga horária semanal de 2 horas. A Literatura Profética I trabalha, além de questões globais do profetismo, uma seleção de textos dos profetas do século VIII a.C. O texto que orienta a maior parte do estudo é o meu livro A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. Os profetas dos séculos seguintes são estudados na Literatura Profética II, que vem logo no semestre seguinte.

I. Ementa
A disciplina apresenta, como ponto de partida, uma discussão sobre as origens, o teor e os limites do discurso profético israelita. Busca compreender a necessidade da profecia como resultado da ruptura provocada pelo surgimento do Estado monárquico que pressiona as tradicionais estruturas tribais de solidariedade. Aborda, em seguida, os profetas do século VIII a.C.: Amós, Oseias, Isaías 1-39 e Miqueias. Cada um é tratado no seu contexto, nas características de sua atuação e textos escolhidos são lidos. Procura-se identificar em cada um deles a sua função de crítica e de oposição ao absolutismo do Estado classista, em nome da fé em Iahweh, que exige um posicionamento solidário em favor dos mais fracos.

II. Objetivos
Coloca em discussão as características e a função do discurso profético e confronta os textos dos profetas do século VIII a.C. com o contexto da época, possibilitando ao aluno uma leitura atualizada e crítica dos textos proféticos em confronto com a realidade contemporânea e suas exigências.

III. Conteúdo Programático
1. A origem do movimento profético em Israel
2. O teor do discurso profético
3. Os profetas do século VIII a.C.
3.1. Amós
3.2. Oseias
3.3. Isaías 1-39
3.4. Miqueias

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. São Paulo: Paulus, 1998. Atualizado em 2011 e disponível para download na Ayrton’s Biblical Page.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DÍAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, vol. I: 2004 [3. reimpressão: 2018]; vol. II: 2002 [4. reimpressão: 2015].

SICRE DÍAZ, J. L. Introdução ao profetismo bíblico. Petrópolis: Vozes, 2016.

Complementar
DA SILVA, A. J. O livro de Oseias na pesquisa do século XX. Observatório Bíblico – 26 de maio de 2019.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais frequentes sobre o profeta Amós. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 23.01.2017.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais frequentes sobre o profeta Isaías. Disponível a Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 19.11.2019.

SCHWANTES, M. A terra não pode suportar suas palavras“ (Am 7,10): reflexão e estudo sobre Amós. São Paulo: Paulinas, 2012.

SICRE, J. L. Com os pobres da terra: a justiça social nos profetas de Israel. São Paulo: Academia Cristã/Paulus, 2011.

Pentateuco 2020

A disciplina Pentateuco é estudada no segundo semestre do primeiro ano, com carga horária de 4 horas semanais. Há uma profunda crise nesta área de estudos, muito semelhante à crise da História de Israel. A teoria clássica das fontes JEDP do Pentateuco, elaborada no século XIX por Hupfeld, Kuenen, Reuss, Graf e, especialmente, Wellhausen, vem sofrendo, desde meados da década de 70 do século XX, sérios abalos, de forma que hoje muitos pesquisadores consideram impossível assumir, sem mais, este modelo como ponto de partida. O consenso wellhauseniano foi rompido, contudo, ainda não se conseguiu um novo consenso e muitas são as propostas hoje existentes para explicar a origem e a formação do Pentateuco.

I. Ementa
Oferece ao aluno um panorama da pesquisa exegética na área da formação e composição dos cinco primeiros livros da Bíblia e estuda os seus principais textos.

II. Objetivos
Familiariza o aluno com as tradições históricas de Israel e com as mais recentes pesquisas na área do Pentateuco para que o uso do texto na prática pastoral possa ser feito de forma consciente.

III. Conteúdo Programático
1. Novos paradigmas no estudo do Pentateuco

2. O Decálogo: Ex 20,1-17 e Dt 5,6-21

3. A criação: Gn 1,1-2,4a e Gn 2,4b-25

4. O pecado em quatro quadros: Gn 3,1-24

5. O dilúvio: Gn 6,5-9,19

6. A cidade e a torre de Babel: Gn 11,1-9

7. As tradições patriarcais: Gn 11,27-37,1

8. O êxodo do Egito: Ex 1-15

IV. Bibliografia
Básica
MESTERS, C. Paraíso terrestre: saudade ou esperança? 20. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2014.

VOGELS, W. Abraão e sua lenda: Gn 12,1-25,11. São Paulo: Loyola, 2000.

Complementar
DA SILVA, A. J. Histórias de criação e dilúvio na antiga Mesopotâmia. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 10.01.2018.

GARCÍA LÓPEZ, F. O Pentateuco. São Paulo: Ave-Maria, 2015.

GRUEN, W. et al. Os dez mandamentos: várias leituras. 2. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 9, 1987.

SCHWANTES, M. et al. A memória popular do êxodo. 2. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 16, 1996.

SKA, J.-L. O canteiro do Pentateuco: problemas de composição e de interpretação/aspectos literários e teológicos. São Paulo: Paulinas, 2016.