Congresso da SBL 2007

É só dar uma passada pelos biblioblogs. Na maioria deles, há, nestes dias, dados sobre o próximo Congresso Anual da SBL, que acontecerá em San Diego, CA, de 17 a 20 de novembro de 2007.

O Congresso Anual da Society of Biblical Literature (SBL) é a maior reunião de biblistas do mundo. Contam-se aos milhares.

Passe pala página e veja o programa, disponível online. Tem tudo o que você possa imaginar, e mais um pouco, sobre estudos bíblicos.

Print Friendly, PDF & Email

1 comentário em “Congresso da SBL 2007”

  1. Possivelmente o congresso Anual da SBL não geraria em mim um espanto diferente ao qual estou acostumado com vários biblistas que tomei conhecimento, felizmente, pelas páginas do Airton: quase todos primam pelo perfil saduceístico.

    E não poderia ser diferente, pois todos ainda aplicam leitura do estágio carnal, quando, em realidade, a composição é de ordem espiritual, na distinção feita pelo apóstolo Paulo. Por espiritual entenda-se compreensão mística.

    Uma das leituras carnais é aquela que distingue a Bíblia composta por Antigo e Novo Testamento. Mesmo aqueles que alcançam estágio de espiritual são logrados pela estilo bíblico e dogmas culturais que se consolidaram nestes últimos milênios.

    A erronia da leitura bíblica pela classe sacerdotal/teologal é documentada pelos escritos proféticos, como o de Jeremias, em 2:8 “Os sacerdotes não perguntaram: ‘Onde está Iahweh?’ Os depositários da Lei não me conheceram,…” (Biblia de Jerusalém)

    A mesma crítica se repete em Lucas, 11:52 “Ai de vós, intérpretes da Lei! Porque tomastes a chave da ciência; contudo, vós mesmos não entrastes e impedistes os que estavam entrando [refere-se à entrada no reino dos céus].” (João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada); “Oïe, vós, instrutores da torá, porque tomastes a chave do conhecimento! Não entrais nele; e aqueles que entram, vós o impedis!” (André Chouraqui)

    O Alcorão mesmo aponta a importância da Torá/Pentateuco, o que faziam antes as escrituras do alcunhado “Novo testamento”. Temos exemplo na sura 3, “A Tribo de Omran”: “E Deus ensinar-lhe-á as Escrituras e a sabedoria e a Torá e o Evangelho” (3:48); “E confirmarei o que foi revelado antes de mim na Torá e tornarei lícitas coisas que vos eram proibidas. Venho a vós com um sinal de vosso Senhor. Temei-O e obedecei-me. (3:50)(Tradução de Mansour Challita)

    O místico que escreveu o Evangelho de Mateus, além de outros, reforça a Torá como evangelho por excelência, fazendo dela a inspiração para sua composição, como nesta passagem (18:8): “Se a tua mão ou teu pé te escandalizam, corta-os e atira-os para longe de ti. Melhor é que entres mutilado ou manco para a Vida do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres atirado no fogo eterno.”

    Essa figuração de tornar-se manco e encontrar a Vida é dada em Jacó, no livro de Gênesis, 32:22-31 “Levantou-se naquela mesma noite, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos e transpôs o vau de Jaboque. Tomou-os e fê-los passar o ribeiro; fez passar tudo o que lhe pertencia, ficando ele só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia. Vendo este que não podia com ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na luta com o homem. Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir se me não abençoares. Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó. Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste. Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou ali. Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva. Nasceu-lhe o sol, quando ele atravessava Peniel; e manquejava de uma coxa.

    As escrituras de textura semítica são muito interessantes pelo seu estilo e pelo hermetismo que só os olhos místicos conseguem romper, quando conseguem. Pena que os poetas místicos não previram que o adulto não antecede a criança, e que estas se assenhorariam definitivamente das escrituras, erigindo religiões várias, que não são Religião, conforme o Alcorão ressalta, mas seitas, não poucas vezes curtidas de violência e despotismo, justificando-se a tirania e conveniência aos mais baixos dogmas, conforme registra a história.

    Flávio T. Santos

Os comentários estão encerrados.