Direito à Memória e à Verdade

Brasil merece “comissão da verdade” sobre 64

A regra de que a História sempre é escrita pelos vitoriosos foi quebrada pelo livro Direito à Memória e à Verdade, obra que relata os 11 anos de trabalho da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. Pela primeira vez, um documento oficial do governo federal conta a história dos derrotados pela ditadura militar de 1964 (…) O Estado brasileiro assume a versão de que a repressão política decapitou, esquartejou, estuprou, torturou e ocultou cadáveres, entre outros atos cruéis, de opositores da ditadura que já estavam presos e que não tinham como reagir. “A maioria das mortes se deu na prisão, sob intensas torturas”, afirma o livro, que é produzido pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. A obra será divulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto (…) Em 1995, o então presidente Fernando Henrique Cardoso teve a coragem de editar uma lei que fez o Estado brasileiro assumir a responsabilidade pela morte de “causas não naturais” dos opositores da ditadura. Foi um grande avanço. Lula, que tinha feito muito menos nessa área do que o antecessor, dá agora um passo importante ao bancar um livro que diz com todas as letras como aconteceram essas mortes de “causas não naturais” (…) O livro traz um resumo sobre 475 casos. Desses, 339 foram apreciados pela comissão de mortos e desaparecidos (…) Editado com tiragem de 5.000 exemplares e 500 páginas, o documento…

Leia o texto completo escrito por Kennedy Alencar na Folha Online de 26/08/2007.

Leia Mais:
Livro relata abusos sexuais contra presos da ditadura – Folha Online: 26/08/2007 – 08h43

3 comentários em “Direito à Memória e à Verdade”

  1. A informação “A regra de que a História sempre é escrita pelos vitoriosos foi quebrada” é falsa. Afinal, os militares (a ditadura) não foi vitoriosa, pois quem está no poder? Os civis, logo a história continua sendo escrita pelos vitoriosos, ou seja quem está no poder, e, ainda bem, atualmente são os civis.

  2. O conceito de vitoriosos não se encaixa nesta história. Vitoriosos somos todos nós que estamos tendo a coragem de desmitificar, todos juntos, o conceito errôneo de divisão dos cidadãos entre os “mais brasileiros” e os “menos brasileiros”. Aos atuais comandantes das Forças Armadas Brasileiras não se pode imputar culpa sobre os erros do passado. A coragem de apresentar a verdade histórica sempre promoveu a reconcialiação de nações mais desenvolvidas. Nosso estágio de desenvolvimento democrático nos permite, hoje, encarar a verdade dos fatos e trabalharmos juntos para a superação das desigualdades sociais, estas sim, verdadeiras responsáveis pelos conflitos de interesses.
    Erros são inerentes aos seres humanos. Nossos militares golpistas foram induzidos ao erro, por ações externas, hoje conhecidas de todos, e por gananciosos empresários e políticos incompetentes e até alguns militares, com sede de poder. Tanto é, que muitos “revolucionários” de primeira hora, arrependeram-se e até foram perseguidos por seus pares mais radicais. Mas isto são águas passadas das quais temos de tirar o melhor proveito, para o desenvolvimento da Nação que queremos.
    Luiz Carlos de Carvalho
    Juiz de Fora – MG

  3. Demorou, mas conseguimos quebrar a regra que somente os vitoriosos escrevem a História. Os “vencidos” da ditadura militar agora são, finalmente, reconhecidos como aqueles que lutaram por um Brasil melhor, e não mais como terroristas.

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