VAN SETERS, J. The Edited Bible: The Curious History of the Editor in Biblical Criticism. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2006, 448 p. – ISBN 9781575061122
Há uma noção geralmente aceita na pesquisa bíblica de que a Bíblia como a conhecemos hoje é o produto da edição e reedição desde seus estágios iniciais de composição até sua forma textual final, definitiva e canônica. Tão persistente tem sido essa ideia desde o surgimento da pesquisa crítica no século XVII e tão difundida se tornou em todos os aspectos dos estudos bíblicos que virtualmente não há reflexão sobre a validade dessa ideia (da Introdução).
Van Seters passa a pesquisar a história da ideia de edição, desde suas origens no mundo grego pré-helenístico, passando pelos tempos clássicos e medievais, até a era moderna. Ele discute e avalia as implicações da aceitação comum da edição e dos editores/redatores e conclui que essa vertente de pesquisa levou a sérios desvios nos tempos modernos.
There is a generally accepted notion in biblical scholarship that the Bible as we know it today is the product of editing from its earliest stages of composition through to its final, definitive and canonical textual form. So persistent has been this idea since the rise of critical study in the seventeenth century and so pervasive has it become in all aspects of biblical study that there is virtually no reflection on the validity of this idea (from the Introduction).
Van Seters proceeds to survey the history of the idea of editing, from its origins in the pre-Hellenistic Greek world, through Classical and Medieval times, into the modern era. He discusses and evaluates the implications of the common acceptance of editing and editors/redactors and concludes that this strand of scholarship has led to serious misdirection of research in modern times.
Sobre John Van Seters, leia mais na Ayrton’s Biblical Page em A História de Israel no debate atual (item 2: Van Seters reinventa o Javista)
Gostaria de saber se há alguma contribuição do Van Seters para as teorias da origem do Pentateuco. Sei que quando ele despontou nesse cenário, a hipotese documentária de Julius Wellhauser já estava em declinio, e já não era mais concenso entre os biblicistas.
Lucas, os mais importantes estudos de Van Seters são exatamente sobre a origem, datação e características do Pentateuco.
Veja o que ele propõe, olhando os textos indicados pelos links no final do post: A História de Israel no debate atual – item 2: Van Seters reinventa o Javista – e a apresentação de um interessante livro dele em O Pentateuco.
Ainda: vá até a revista The Bible and Interpretation e, na busca, digite "van seters" para acessar vários artigos que discutem suas propostas.
O fato é que temos pouca coisa em português, como sempre. Mas há o livro do Ska, Introdução à leitura do Pentateuco, que mostra também as pesquisas mais atuais, ou quase, até por volta de 2000. Este é o livro que costumo indicar para meus alunos do Primeiro Ano de Teologia, na disciplina "Pentateuco".