Uma história da escrita

Acabei de ler e achei muito interessante. Pode ser uma leitura proveitosa para todos os meus atuais e ex-alunos de Língua Hebraica e de História de Israel.

ROBINSON, A. Escrita: uma breve introdução. Porto Alegre: L&PM, 2016, 176 p. – ISBN 9788525428240.ROBINSON, A. Escrita: uma breve introdução. Porto Alegre: L&PM, 2016, 176 p.

O original, em inglês, é:

ROBINSON, A. Writing and Script: A Very Short Introduction. Oxford: Oxford University Press, 2009, 157 p. – ISBN 9780199567782.

Este é o quarto livro que escrevo sobre a escrita. O primeiro foi um levantamento bastante ilustrado sobre o assunto; o segundo versou sobre escritas não decifradas e o terceiro sobre Michael Ventris, que decifrou a escrita legível mais antiga da Europa, a linear B. Também escrevi uma biografia sobre o polímata Thomas Young, uma figura essencial para que a Pedra de Roseta e os hieróglifos egípcios fossem decifrados (Trecho dos “Agradecimentos”).

Veja aqui uma lista dos livros publicados por Andrew Robinson.

A civilização não pode existir sem a língua falada, mas pode sem a comunicação escrita. A poesia grega de Homero foi primeiro transmitida de forma oral, guardada na memória, assim como os Vedas, os hinos dos antigos hindus, que durante muitos séculos não foram registrados por escrito. O império sul-americano dos incas conseguia ser administrado sem escrita. Ainda assim, quase toda sociedade complexa – antiga ou moderna – acabou precisando de um ou mais tipos de escrita. O ato de escrever, apesar de não ser fundamental como a comunicação oral, é um marco definidor da civilização. Sem a escrita, não pode haver acúmulo de conhecimento, registros históricos, ciência (apesar de tecnologias simples poderem existir) e, é claro, livros, jornais, e-mails ou internet.

A criação da escrita na Mesopotâmia (atual Iraque) e no Egito no final do quarto milênio antes de Cristo permitiu que o comando e a marca de governantes como o babilônico Hammurabi, o romano Júlio César ou o mongol Kublai Kahn se estendessem muito além do alcance da vista ou da voz e até mesmo sobrevivessem a suas mortes. Se as inscrições na Pedra de Roseta nunca tivessem sido feitas, por exemplo, o mundo praticamente desconheceria o rei greco-egípcio Ptolomeu V Epífanes, cujos sacerdotes promulgaram seus decretos na Pedra de Roseta em 196 a.C. usando três tipos de escrita: a hieroglífica sagrada, a demótica administrativa e o alfabeto grego clássico.

(…)

ROBINSON, A. Writing and Script: A Very Short Introduction. Oxford: Oxford University Press, 2009, 157 p.Este livro introduz as origens da escrita: as rotas pelas quais ela se espalhou e desenvolveu-se em centenas de tipos para algumas das milhares de línguas faladas; a maneira como os diferentes sistemas de escrita criam significado por meio de sinais fonéticos para consoantes, vogais e sílabas, combinadas com logogramas – sinais não fonéticos usados no lugar de palavras (por exemplo, @, $, &, =, ?); as ferramentas e os materiais que os escribas e outros usaram para escrever; os motivos pelos quais a escrita vem sendo utilizada pelas sociedades ao longo de cinco milênios; a extinção e a decifração da escrita.

Obviamente, nem todas as modalidades puderam ser incluídas: um livro acadêmico lançado recentemente, The World’s Writing Systems [Sistemas de escrita do mundo], chega a quase mil páginas substanciais. No entanto, todas as escritas relevantes são mencionadas. Dentre a enorme variedade de escritas, antigas e atuais, as escritas antigas extintas, como os hieróglifos egípcios, a escrita cuneiforme da Mesopotâmia e os glifos maias, têm muito em comum, tanto na estrutura quanto na função, com as escritas modernas e os nossos sistemas especializados de comunicação – sejam eles alfabetos, ideogramas chineses, mensagens de celular ou sinalização de aeroportos. Os sinais desses sistemas podem ser muito diferentes entre si, mas os princípios linguísticos por trás dos sinais são similares. As escritas antigas não são letras mortas, nem apenas curiosidades estranhas. Fundamentalmente, a maneira como os escritores escrevem no começo do terceiro milênio depois de Cristo não é diferente de como os antigos egípcios e mesopotâmicos escreviam(Trecho do Capítulo 1: “A escrrita e o seu surgimento”).

William Andrew Coulthard Robinson é um autor britânico e ex-editor de jornal. Ele é autor de muitos livros e artigos. Até 2006, foi o editor literário do Times Higher Education Supplement. Também foi pesquisador visitante no Wolfson College, Cambridge. Mora em Londres.

William Andrew Coulthard Robinson
This is the fourth book I have written on writing and scripts. The first was a highly illustrated survey of the subject, the second was on undeciphered scripts, and the third was a biography of Michael Ventris, who deciphered Europe’s earliest readable writing, Linear B. I have also written a biography of the polymath Thomas Young, a key figure in the decipherment of the Rosetta Stone and Egyptian hieroglyphic.

This book introduces the origins of writing; the routes via which writing spread and developed into hundreds of scripts for some of the world’s thousands of spoken languages; the ways in which different writing systems convey meaning through phonetic signs for consonants, vowels, and syllables, combined with logograms – non-phonetic signs standing for words (for instance, @, $, &, 1⁄4, ?); the tools and materials that scribes and others have used for writing; the purposes to which writing has been put by societies over five millennia; and the extinction and decipherment of scripts.

Uma gramática de ugarítico

SCRENOCK, J. with Vladimir Olivero A Grammar of Ugaritic. Atlanta: SBL Press, 2022, 236 p. – ISBN 9781628374513.

Quando eu, John Screnock, comecei a lecionar em Oxford em 2015, usei uma abordagem comumente empregada em aulas de ugarítico: começamos a ler textos desde oSCRENOCK, J. with Vladimir Olivero A Grammar of Ugaritic. Atlanta: SBL Press, 2022, 236 p. primeiro dia, aprendendo a gramática indutivamente. Apenas os experientes hebraístas e assiriólogos sobreviveram até o final do primeiro período de oito semanas.

Percebi logo no primeiro semestre que meus alunos precisavam de um recurso melhor para seu primeiro contato com o idioma – uma gramática do primeiro ano do ugarítico adequada para um público mais amplo.

Nos anos seguintes, desenvolvi a gramática atual, com o objetivo de reter todos os alunos de Oxford que desejassem aprender o ugarítico – graduados e graduandos, egiptólogos, classicistas, arqueólogos, linguistas, arabistas, hebraístas, assiriólogos, teólogos e até mesmo estudantes que estudam disciplinas como filosofia e economia.

Vladimir Olivero foi aluno da turma onde experimentei os capítulos iniciais; ele logo se tornou um coprofessor e colaborador de confiança, que ajudou a aprimorar as lições e os exercícios.

Para ser claro, nossa gramática não deve ser fácil. Destina-se a estudantes que levam a sério o estudo de idiomas no contexto da educação universitária. No entanto, a gramática é acessível. Fazemos todos os esforços para não presumir conhecimentos e conceitos básicos do semítico, hebraico, acádico ou árabe — nenhum dos quais deve ser presumido em uma gramática elementar.

Em nossa experiência de ensino do ugarítico, vimos grandes melhorias como resultado do uso dessa gramática. Os alunos terminam o curso e aprendem bem a gramática. Após oito aulas, os alunos são capazes de ler tabuinhas e textos em cuneiforme. Muitos deles aprendem o ugarítico com maior profundidade – inclusive questionando a reconstrução do ugarítico aqui apresentada.

Resumindo, se você é um estudante ou está ensinando alunos que ainda não sabem acádico, hebraico ou árabe, este é o lugar certo para começar. Mesmo que você já tenha um desses idiomas, aprenderá melhor o ugarítico lendo nossa gramática completa.

Em nossa experiência, apenas os alunos com uma forte compreensão do semítico comparativo estarão melhor começando com um resumo gramatical e passando direto para os textos.

Os alunos aprenderão uma reconstrução do ugarítico que podem usar para ler textos com fluência. Esta não é uma nova reconstrução do ugarítico, mas segue os estudos atuais – em particular, Dennis Pardee e John Huehnergard, cujas reconstruções do ugarítico são semelhantes entre si. Essa gramática prepara os alunos para usar recursos de nível intermediário, como A Manual of Ugaritic, de Pierre Bordreuil e Dennis Pardee e An Introduction to Ugaritic, de John Huehnergard (da Introdução).

Leia sobre Ugarit clicando aqui.

 

When I began to teach at Oxford in 2015, I used an approach commonly employed in Ugaritic classes: we started reading texts from the first day, learning the grammar inductively. Only the seasoned Hebraists and Assyriologists survived to the end of the first eight-week term. I realized early on during that first term that my students needed a better resource for their first engagement with the language—a first-year grammar of Ugaritic suitable for a wider audience. Over the following years, I developed the present grammar, with the aim of retaining all of the students at Oxford who wanted to learn Ugaritic—graduates and undergraduates, Egyptologists, classicists, archaeologists, linguists, Arabists, Hebraists, Assyriologists, theologians, and even students studying subjects like philosophy and economics. Vladimir Olivero was a student in the class where I trialed the initial chapters; he soon became a trusted coteacher and collaborator, who helped hone the lessons and exercises.

John ScrenockTo be clear, our grammar is not meant to be easy. It is intended for students who are serious about studying language in the context of university education. However, the grammar is accessible. We make every effort not to assume background knowledge and concepts from northwest Semitic, Hebrew, Akkadian, or Arabic—none of which should be assumed in an elementary grammar. In our experience of teaching Ugaritic, we have seen massive improvements as a result of using this grammar. Students finish the course and learn the grammar well. After eight lessons, students are able to read tablets and texts in cuneiform. Many of them go on to learn Ugaritic in greater depth—including questioning the reconstruction of Ugaritic presented here.

In short, if you are a student or are teaching students who do not already know Akkadian, Hebrew, or Arabic, then this is the right place to start. Even if you already have one of these languages, you will learn Ugaritic better by going through our full grammar. In our experience, only students with a strong understanding of comparative Semitics will be better off starting with a grammatical précis and moving straight into texts.

Students will learn a reconstruction of Ugaritic that they can use to read texts with fluency. This is not a new reconstruction of Ugaritic, but rather follows current scholarship—in particular, Dennis Pardee and John Huehnergard, whose reconstructions of Ugaritic are similar to one another. This grammar prepares students to use intermediate-level resources such as Pierre Bordreuil and Dennis Pardee’s A Manual of Ugaritic and John Huehnergard’s An Introduction to Ugaritic (From Introduction).

John Screnock is Tutor in Old Testament at Wycliffe Hall in the University of Oxford. Vladimir Olivero is Postdoctoral researcher at the Università per Stranieri di Siena and Research Assistant in Assyriology at the Faculty of Oriental Studies at the University of Oxford.

Hebraico Bíblico 2023

O curso de Hebraico Bíblico compreende apenas 30 horas no primeiro semestre do primeiro ano de Teologia. É um tempo insuficiente mesmo para a aprendizagem elementar do hebraico bíblico. Por isso o curso se propõe apenas familiarizar o estudante de Teologia com o universo da língua hebraica e o modo semítico de pensar. No transcorrer das aulas os três itens principais – ouvir, ler e escrever – são trabalhados simultaneamente e não sequencialmente. Este curso está disponível para download ou acesso online na Ayrton’s Biblical Page > Noções de Hebraico Bíblico.

I. Ementa
Texto-base: Gn 1,1-8. O alfabeto hebraico. A pronúncia, a transliteração e a análise morfológica de Gn 1,1-8. As sílabas, o shevá e o dâghēsh. O vav conjuntivo, o artigo e as preposições. O substantivo, o adjetivo e os numerais. O verbo, forte e fraco, e o vav consecutivo.

II. Objetivos
Trabalha conceitos semíticos importantes para a compreensão do texto bíblico veterotestamentário.

III. Conteúdo Programático
1. Ouvir
Ouvir repetidamente o hebraico, para se acostumar com os sons estranhos. Não há aqui a preocupação em entender. O objetivo é fixar a atenção nos sons e acompanhar o texto de cada versículo, palavra por palavra. Até começar a distinguir onde está o leitor, no caso, o cantor.

2. Ler
Nesta seção o objetivo é tentar ler o hebraico. Estão disponíveis, para cada versículo de Gn 1,1-8, a pronúncia, a transliteração e a análise do texto. A pronúncia está bem simplificada, somente chamando a atenção para as tônicas, sem dizer se a vogal é breve ou longa e se o seu som é aberto ou fechado. Já a transliteração, representação dos caracteres hebraicos em caracteres latinos, é mais complexa e tem que ser detalhada.

3. Escrever
Nesta seção é possível aprender algumas regras básicas da gramática hebraica. Regras que permitirão uma escrita mínima de palavras e expressões. Mas a gramática é muito mais do que isto. Há sugestões de gramáticas e dicionários na bibliografia. E há revisões. Uma para cada versículo. As revisões ajudarão o estudante de hebraico verificar o seu nível de absorção do ouvir, do ler e do escrever. Poderão servir igualmente para as avaliações da disciplina.

IV. Bibliografia
Básica
FARFÁN NAVARRO, E. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Loyola, 2010.

LAMBDIN, T. O. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Paulus, 2003 [5. reimpressão: 2020].

MENDES, P. Noções de hebraico bíblico: texto programado. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2011.

Complementar
DA SILVA, A. J. Noções de hebraico bíblico. Brodowski, 2001. Disponível para leitura online e download na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 06.12.2022.

DA SILVA, A. J. Recursos para aprender hebraico – Na Play Store (Android) e no YouTube. Observatório Bíblico – 29 de julho de 2018.

ELLIGER, K.; RUDOLPH, W. Biblia Hebraica Stuttgartensia. 5. ed. [1997]. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011. A BHS está disponível também online ou para download gratuito.

KIRST, N. et alii Dicionário hebraico-português e aramaico-português. 33. ed. São Leopoldo/Petrópolis: Sinodal/Vozes, 2018.

ORTIZ, P. Dicionário do hebraico e aramaico bíblicos. São Paulo: Loyola, 2010.

Escrevendo em hebraico e grego com Unicode

Hebraico, aramaico, grego, siríaco, copta…Unicode

J. David Stark, em Typing Biblical Languages in Unicode [Digitando línguas bíblicas em Unicode] explica:

Se você lida com estudos bíblicos, você precisa ser capaz de digitar línguas bíblicas. A transliteração pode funcionar em alguns casos, mas você não pode e nem sempre deve usar transliterações ao escrever.

(…)

Digitar em Unicode significa que você pode fazer a mesma coisa com grego, hebraico ou aramaico usando fontes como Times New Roman, Arial ou qualquer outra fonte compatível com Unicode. O texto permanecerá o mesmo quando você alterar as fontes ou enviar um arquivo para outra pessoa. Se essa pessoa não tiver a sua fonte, o computador dela pode substituí-la por uma fonte diferente, mas não vai exibir garatujas.

(…)

Claro, se você quiser que seu computador seja capaz de diferenciar quando você pressiona a tecla “v” e significa que ele usa “v” e quando você pressiona a tecla “v” e significa que ele usa “ς ” (sigma, em grego) ou “ו” (vav, em hebraico), você precisa de algum software para ajudar.

Aqui entra o software de teclado de línguas bíblicas. Você pode encontrá-lo disponível gratuitamente online ou, talvez com funcionalidade mais limitada, como recurso em seu sistema operacional (continue).

Bicentenário da decifração dos hieróglifos egípcios

Comemorando 200 anos da criação da egiptologia

O Egito está comemorando o bicentenário da decifração dos antigos hieróglifos egípcios e a criação da egiptologia com uma série de eventos e divulgação através deThe Rosetta Stone - British Museum EA24 - From Fort St Julien, el-Rashid (Rosetta), Egypt - Ptolemaic Period, 196 BC mídias sociais.

Para marcar um dos momentos mais importantes em nossa compreensão da história antiga, a decifração dos antigos hieróglifos egípcios e a criação da egiptologia há 200 anos, uma série de eventos está sendo organizada para explorar a antiga civilização egípcia e mostrar como a decodificação dos hieróglifos foi fundamental para o nosso conhecimento.

A celebração começa em 1º de setembro e dura até o dia 27 e contará com grandes eventos no Museu Egípcio na Praça Tahrir, no Cairo, para marcar o dia em que o pioneiro egiptólogo francês Jean-François Champollion conseguiu decifrar a escrita egípcia antiga no início do século XIX e para celebrar o Dia Mundial do Turismo…

Fonte: Celebrating 200 years of Egyptology – By Nevine El-Aref – ahramonline: 1 Sep 2022

Celebrando Champollion

Jean-François Champollion (1790 -1832)Uma nova exposição em Paris celebra Jean-François Champollion, o decifrador francês dos antigos hieróglifos egípcios no início do século XIX e uma das figuras fundadoras da egiptologia moderna.

Fonte: Celebrating Champollion – By David Tresilian – ahramonline: 30 Apr 2022

A BNF celebra a decifração dos hieróglifos

Duzentos anos após a decifração da antiga língua egípcia, Paris celebra o ano de Champollion.

Fonte: The BNF celebrates the decryption of hieroglyphs – KAWA – 13.04.22

Hebraico Bíblico 2022

O curso de Hebraico Bíblico compreende apenas 30 horas no primeiro semestre do primeiro ano de Teologia. É um tempo insuficiente mesmo para a aprendizagem elementar do hebraico bíblico. Por isso o curso se propõe apenas familiarizar o estudante de Teologia com o universo da língua hebraica e o modo semítico de pensar. No transcorrer das aulas os três itens principais – ouvir, ler e escrever – são trabalhados simultaneamente e não sequencialmente. Este curso está disponível para download ou acesso online na Ayrton’s Biblical Page > Noções de Hebraico Bíblico.

I. Ementa
Texto-base: Gn 1,1-8. O alfabeto hebraico. A pronúncia, a transliteração e a análise morfológica de Gn 1,1-8. As sílabas, o shevá e o dâghēsh. O vav conjuntivo, o artigo e as preposições. O substantivo, o adjetivo e os numerais. O verbo, forte e fraco, e o vav consecutivo.

II. Objetivos
Trabalha conceitos semíticos importantes para a compreensão do texto bíblico veterotestamentário.

III. Conteúdo Programático
1. Ouvir
Ouvir repetidamente o hebraico, para se acostumar com os sons estranhos. Não há aqui a preocupação em entender. O objetivo é fixar a atenção nos sons e acompanhar o texto de cada versículo, palavra por palavra. Até começar a distinguir onde está o leitor, no caso, o cantor.

2. Ler
Nesta seção o objetivo é tentar ler o hebraico. Estão disponíveis, para cada versículo de Gn 1,1-8, a pronúncia, a transliteração e a análise do texto. A pronúncia está bem simplificada, somente chamando a atenção para as tônicas, sem dizer se a vogal é breve ou longa e se o seu som é aberto ou fechado. Já a transliteração, representação dos caracteres hebraicos em caracteres latinos, é mais complexa e tem que ser detalhada.

3. Escrever
Nesta seção é possível aprender algumas regras básicas da gramática hebraica. Regras que permitirão uma escrita mínima de palavras e expressões. Mas a gramática é muito mais do que isto. Há sugestões de gramáticas e dicionários na bibliografia. E há revisões. Uma para cada versículo. As revisões ajudarão o estudante de hebraico verificar o seu nível de absorção do ouvir, do ler e do escrever. Poderão servir igualmente para as avaliações da disciplina.

IV. Bibliografia
Básica
FARFÁN NAVARRO, E. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Loyola, 2010.

LAMBDIN, T. O. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Paulus, 2003 [5. reimpressão: 2020].

MENDES, P. Noções de hebraico bíblico: texto programado. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2011.

Complementar
DA SILVA, A. J. Noções de hebraico bíblico. Brodowski, 2001. Disponível para leitura online e download na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização:29.05.2021.

DA SILVA, A. J. Recursos para aprender hebraico – Na Play Store (Android) e no YouTube. Observatório Bíblico – 29 de julho de 2018.

ELLIGER, K.; RUDOLPH, W. Biblia Hebraica Stuttgartensia. 5. ed. [1997]. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011. A BHS está disponível também online ou para download gratuito.

KIRST, N. et alii Dicionário hebraico-português e aramaico-português. 33. ed. São Leopoldo/Petrópolis: Sinodal/Vozes, 2018.

ORTIZ, P. Dicionário do hebraico e aramaico bíblicos. São Paulo: Loyola, 2010.

Uma história do aramaico

GZELLA, H. Aramaic: A History of the First World Language. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2021, 371 p. – ISBN 9780802877482GZELLA, H. Aramaic: A History of the First World Language. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2021

Neste volume – a primeira história completa do aramaico desde suas origens até os dias atuais – Holger Gzella fornece uma visão geral acessível da língua, talvez mais conhecida por ter sido falada por Jesus de Nazaré. Gzella, um dos maiores especialistas em aramaico do mundo, começa com as primeiras evidências do aramaico em inscrições do início do primeiro milênio a.C., depois traça seu surgimento como a primeira língua mundial quando se tornou a língua administrativa dos grandes impérios do Antigo Oriente Médio. Ele também dedica a devida atenção ao papel sagrado do aramaico no judaísmo, seu lugar no mundo islâmico e seu contato com outras línguas regionais, antes de concluir com um vislumbre dos usos modernos do aramaico.

Embora o aramaico nunca tenha tido um contexto político ou cultural unificado no qual ganhar força, ele floresceu no Oriente Médio por um longo período, permitindo um amplo intercâmbio cultural entre diversos grupos de pessoas. Ao traçar o fio histórico da língua aramaica, os leitores também podem obter uma compreensão mais forte da ascensão e queda de civilizações, religiões e culturas naquela região ao longo de três milênios.

Aramaico: uma história da primeira língua mundial – original holandês, 2017 – é complementado visualmente por mapas, gráficos e outras imagens para uma experiência de leitura imersiva, fornecendo aos estudiosos e leitores casuais uma visão geral envolvente de uma das línguas mundiais mais importantes da história.

Holger Gzella é um acadêmico que se interessa pela linguística do hebraico e pelos estudos bíblicos, mas é conhecido principalmente como um grande especialista em aramaico.

 

In this volume—the first complete history of Aramaic from its origins to the present day—Holger Gzella provides an accessible overview of the language perhaps most well known for being spoken by Jesus of Nazareth. Gzella, one of the world’s foremost Aramaicists, begins with the earliest evidence of Aramaic in inscriptions from the beginning of the first millennium BCE, then traces its emergence as the first world language when it became the administrative tongue of the great ancient Near Eastern empires. He also pays due diligence to the sacred role of Aramaic within Judaism, its place in the Islamic world, and its contact with other regional languages, before concluding with a glimpse into modern uses of Aramaic.

Although Aramaic never had a unified political or cultural context in which to gain traction, it nevertheless flourished in the Middle East for an extensive period, allowing for widespread cultural exchange between diverse groups of people. In tracing the historical thread of the Aramaic language, readers can also gain a stronger understanding of the rise and fall of civilizations, religions, and cultures in that region over the course of three millennia.

Aramaic: A History of the First World Language is visually supplemented by maps, charts, and other images for an immersive reading experience, providing scholars and casual readers alike with an engaging overview of one of the most consequential world languages in history.

Holger GzellaHolger Gzella is a multifaceted and productive scholar. He is interested in the linguistics of Hebrew and in Bible Studies, but he is mainly known as a world-class specialist in Aramaic. His magnificent A Cultural History of Aramaic (2015) analyses the entire history and cultural and historical significance of what was the main language (after Akkadian) of the Near and Middle East until the rise of Islam. In his most recent work, Aramäische Wörterbuch (2016), he places the vocabulary of older forms of Aramaic in a broader context.

Table of Contents

1. Introduction
2. The Oldest Aramaic and Its Cultural Context
3. Aramaic as a World Language
4. Aramaic in the Bible and Early Judaism
5. Aramaic between the Classical and Parthian Worlds
6. Syriac and the End of Paganism
7. The Second Sacred Language: Aramaic in Rabbinic Judaism
8. Not Just Jews and Christians: Samaritans, Mandeans, and Others
9. Aramaic in Arabia and the Islamic World
10. Modern Aramaic from a Historical Perspective

Uma gramática de copta

ALLEN, J. P. Coptic: A Grammar of Its Six Major Dialects. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2020, 144 p. – ISBN 9781646020645

O copta é o estágio final da antiga língua egípcia, escrito em um alfabeto derivado principalmente do grego, em vez de hieróglifos. Ele incorpora um pouco do vocabulário ALLEN, J. P. Coptic: A Grammar of Its Six Major Dialects. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2020do grego antigo e era usado principalmente para escrever escrituras e tratados cristãos. Não existe uma linguagem copta uniforme, mas sim seis dialetos principais.

Ao contrário das gramáticas anteriores, que se concentram em apenas dois dos dialetos coptas, este volume, escrito pelo egiptólogo James P. Allen, descreve a gramática da língua de cada um dos seis dialetos principais. Também inclui exercícios com gabarito, crestomatia e um dicionário, podendo ser utilizada sem o acompanhamento de um professor.

James P. Allen, especialista em língua e religião egípcias, é Professor de Egiptologia na Universidade Brown, Providence, Rhode Island, USA.

Coptic is the final stage of the ancient Egyptian language, written in an alphabet derived primarily from Greek instead of hieroglyphs. It borrows some vocabulary from ancient Greek, and it was used primarily for writing Christian scriptures and treatises. There is no uniform Coptic language, but rather six major dialects.

Unlike previous grammars that focus on just two of the Coptic dialects, this volume, written by senior Egyptologist James P. Allen, describes the grammar of the language in each of the six major dialects. It also includes exercises with an answer key, a chrestomathy, and an accompanying dictionary, making it suitable for teaching or self-guided learning as well as general reference.

 

James P. Allen is Charles Edwin Wilbour Professor of Egyptology at Brown University. His research focuses on ancient Egyptian religion and on the grammar and literature of the ancient Egyptian language.

Hebraico Bíblico 2021

O curso de Hebraico Bíblico compreende apenas 30 horas no primeiro semestre do primeiro ano de Teologia. É um tempo insuficiente mesmo para a aprendizagem elementar do hebraico bíblico. Por isso o curso se propõe apenas familiarizar o estudante de Teologia com o universo da língua hebraica e o modo semítico de pensar. No transcorrer das aulas os três itens principais – ouvir, ler e escrever – são trabalhados simultaneamente e não sequencialmente. Este curso está disponível para download ou acesso online na Ayrton’s Biblical Page > Noções de Hebraico Bíblico.

I. Ementa
Introdução elementar à língua hebraica bíblica, que parte de um texto específico, Gn 1,1-8, e trabalha com os elementos de ortoépia (pronúncia normal e correta dos sons), ortografia (escrita correta das palavras) e etimologia (formação das palavras e suas flexões) encontrados neste pequeno trecho. O método escolhido foi o de ouvir, ler e escrever a língua hebraica.

II. Objetivos
Trabalha conceitos semíticos importantes para a compreensão do texto bíblico veterotestamentário.

III. Conteúdo Programático
1. Ouvir
Ouvir repetidamente o hebraico, para se acostumar com os sons estranhos. Não há aqui a preocupação em entender. O objetivo é fixar a atenção nos sons e acompanhar o texto de cada versículo, palavra por palavra. Até começar a distinguir onde está o leitor, no caso, o cantor.

2. Ler
Nesta seção o objetivo é tentar ler o hebraico. Estão disponíveis, para cada versículo de Gn 1,1-8, a pronúncia, a transliteração e a análise do texto. A pronúncia está bem simplificada, somente chamando a atenção para as tônicas, sem dizer se a vogal é breve ou longa e se o seu som é aberto ou fechado. Já a transliteração, representação dos caracteres hebraicos em caracteres latinos, é mais complexa e tem que ser detalhada.

3. Escrever
Nesta seção é possível aprender algumas regras básicas da gramática hebraica. Regras que permitirão uma escrita mínima de palavras e expressões. Mas a gramática é muito mais do que isto. Há sugestões de gramáticas e dicionários na bibliografia. E há revisões. Uma para cada versículo. As revisões ajudarão o estudante de hebraico verificar o seu nível de absorção do ouvir, do ler e do escrever. Poderão servir igualmente para as avaliações da disciplina.

IV. Bibliografia
Básica
FARFÁN NAVARRO, E. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Loyola, 2010.

LAMBDIN, T. O. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Paulus, 2003 [5. reimpressão: 2020].

MENDES, P. Noções de hebraico bíblico: texto programado. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2011.

Complementar
DA SILVA, A. J. Noções de hebraico bíblico. Brodowski, 2001. Disponível para leitura online e download na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização:18.10.2020.

DA SILVA, A. J. Recursos para aprender hebraico – Na Play Store (Android) e no YouTube. Observatório Bíblico – 29 de julho de 2018.

ELLIGER, K.; RUDOLPH, W. Biblia Hebraica Stuttgartensia. 5. ed. [1997]. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011. A BHS está disponível também online ou para download gratuito.

KIRST, N. et alii Dicionário hebraico-português e aramaico-português. 33. ed. São Leopoldo/Petrópolis: Sinodal/Vozes, 2018.

ORTIZ, P. Dicionário do hebraico e aramaico bíblicos. São Paulo: Loyola, 2010.

Uma introdução à gramática do grego bíblico

HARRIS, D. M. An Introduction to Biblical Greek Grammar: Elementary Syntax and Linguistics. Grand Rapids, MI: Zondervan Academic, 2020, 608 p. – ISBN 9780310108573.HARRIS, D. M. An Introduction to Biblical Greek Grammar: Elementary Syntax and Linguistics. Grand Rapids, MI: Zondervan Academic, 2020

Uma introdução à gramática do grego bíblico enfoca os elementos linguísticos e sintáticos do grego koiné. Aproveitando vinte anos de experiência de ensino de grego e os mais recentes desenvolvimentos em linguística e sintaxe, Dana M. Harris apresenta aos alunos conceitos linguísticos básicos e categorias necessárias para compreender o grego de maneira clara e intuitiva. O livro de exercícios e as aulas em vídeo reforçam os conceitos-chave por meio do contato adicional com o material de cada capítulo da gramática. Todos os exercícios do livro foram tirados do Novo Testamento grego e da Septuaginta e incluem extensas notas sintáticas e exegéticas para ajudar os alunos.

An Introduction to Biblical Greek Grammar focuses on the linguistic and syntactic elements of Koine Greek to equip learners for accurate interpretation. Drawing upon twenty years of Greek teaching experience and the latest developments in linguistics and syntax, Harris introduces students to basic linguistic concepts and categories necessary for grasping Greek in ways that are clear and intuitive. This solid HARRIS, D. M. ; WONG, C.-Y An Introduction to Biblical Greek Workbook: Elementary Syntax and Linguistics. Grand Rapids, MI: Zondervan Academic, 2020.foundation enables students first to internalize key concepts, then to apply and build upon them as more complex ideas are introduced.

Several features are specifically designed to aid student’s learning:
. Key concepts are graphically coded to offer visual reinforcement of explanations and to facilitate learning forms and identifying their functions
. Key concepts are followed by numerous examples from the Greek New Testament
. Students learn how to mark Greek texts so that they can begin to “see” the syntax, identify the boundaries of syntactic units, and construct syntactic outlines as part of their preaching or teaching preparation
. Four integrative chapters, roughly corresponding to the midterms and final exams of a two-semester sequence, summarize material to date and reinforce key concepts. Here students are also introduced to exegetical and interpretive concepts and practices that they will need for subsequent Greek studies and beyond
. “Going Deeper” and “For the Curious” offer supplemental information for students interested in learning more or in moving to advanced language study

The accompanying workbook and video lectures (both sold separately) reinforce key concepts through additional contact with the material from each chapter of the grammar. All exercises in the workbook are taken from the Greek New Testament and the Septuagint and include extensive syntactical and exegetical notes to aid students.

Dana M. Harris is associate professor of New Testament at Trinity Evangelical Divinity School in Deerfield, Illinois, USA.