Gramática e léxico do grego do Novo Testamento

SWETNAM, J. ; DEJESÚS SOTO, R. Introduction to the Study of the New Testament Greek – Greek English Lexicon of New Testament. Rome: Gregorian & Biblical Press, 2019, 224 p.  – ISBN 9788876537097.

SWETNAM, J. ; DEJESÚS SOTO, R. Introduction to the Study of the New Testament Greek - Greek English Lexicon of New Testament. Rome: Gregorian & Biblical Press, 2019, 224 p.

James Swetnam’s Introduction to the Study of New Testament Greek has become a classic.  Generations of students at both the Pontifical Biblical Institute and the Pontifical Gregorian University in Rome, in addition to other institutions across the globe, have profited from  Swetnam’s text. Randy Soto’s companion lexicon will make Swetnam’s Introduction now even more accessible.  Consequently, the student of New Testament Greek owes a debt of thanks to both Swetnam and Soto. 

A gramática de grego do Swetnam, em uma versão ainda sem o léxico, foi traduzida para o português em 2002. A gramática foi lançada aqui pela Paulus, em tradução feita por Henrique Murachco, Juvino A. Maria Jr. e Paulo Bazaglia da segunda edição inglesa revista e corrigida, publicada pela editora do Pontifício Instituto Bíblico de Roma, em 1998, e que tem como título An Introduction to the Study of the New Testament Greek. A edição original é de 1992, baseada, por sua vez, em notas mimeografadas de 1981. A gramática, além do português, foi traduzida também para o italiano, espanhol, coreano e ucraniano.

Leia aqui uma apresentação.

Hebraico Bíblico 2019

O curso de Hebraico Bíblico compreende apenas 30 horas no primeiro semestre do primeiro ano de Teologia. É um tempo insuficiente mesmo para a aprendizagem elementar do hebraico bíblico. Por isso o curso se propõe apenas familiarizar o estudante de Teologia com o universo da língua hebraica e o modo semítico de pensar. No transcorrer das aulas os três itens principais – ouvir, ler e escrever – são trabalhados simultaneamente e não sequencialmente. Este curso está disponível para download ou acesso online na Ayrton’s Biblical Page > Noções de Hebraico Bíblico.

I. Ementa
Introdução elementar à língua hebraica bíblica, que parte de um texto específico, Gn 1,1-8, e trabalha com os elementos de ortoépia (pronúncia normal e correta dos sons), ortografia (escrita correta das palavras) e etimologia (formação das palavras e suas flexões) encontrados neste pequeno trecho. O método escolhido foi o de ouvir, ler e escrever a língua hebraica.

II. Objetivos
Trabalha conceitos semíticos importantes para a compreensão do texto bíblico veterotestamentário.

III. Conteúdo Programático
1. Ouvir
Ouvir repetidamente o hebraico, para se acostumar com os sons estranhos. Não há aqui a preocupação em entender. O objetivo é fixar a atenção nos sons e acompanhar o texto de cada versículo, palavra por palavra. Até começar a distinguir onde está o leitor, no caso o cantor.

2. Ler
Nesta seção o objetivo é tentar ler o hebraico. Estão disponíveis, para cada versículo de Gn 1,1-8, a pronúncia, a transliteração e a análise do texto. A pronúncia está bem simplificada, somente chamando a atenção para as tônicas, sem dizer se a vogal é breve ou longa e se o seu som é aberto ou fechado. Já a transliteração, representação dos caracteres hebraicos em caracteres latinos, é mais complexa e tem que ser detalhada.

3. Escrever
Nesta seção é possível aprender algumas regras básicas da gramática hebraica. Regras que permitirão uma escrita mínima de palavras e expressões. Mas a gramática é muito mais do que isto. Há sugestões de gramáticas e dicionários na bibliografia. E há revisões. Uma para cada versículo. As revisões ajudarão o estudante de hebraico verificar o seu nível de absorção do ouvir, do ler e do escrever. Poderão servir igualmente para as avaliações da disciplina.

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. Noções de hebraico bíblico. Revisto e atualizado em 14.01.2019. Brodowski, 2001.

BUSHELL, M. BibleWorks 10. Norfolk, VA: BibleWorks, 2015.

Complementar
DA SILVA, A. J. Recursos para aprender hebraico – Na Play Store (Android) e no YouTube. Observatório Bíblico – 29 de julho de 2018.

ELLIGER, K.; RUDOLPH, W. Biblia Hebraica Stuttgartensia. 5. ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, [1967/1977], 1997.  A BHS está disponível também online ou para download gratuito.

FARFÁN NAVARRO, E. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Loyola, 2010.

KIRST, N. et alii Dicionário Hebraico-Português e Aramaico-Português. 31. ed. São Leopoldo/Petrópolis: Sinodal/Vozes, 2016.

LAMBDIN, T. O. Gramática do Hebraico Bíblico. São Paulo: Paulus, 2003 [5. reimpressão: 2016].

MENDES, P. Noções de Hebraico Bíblico. Texto Programado. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2011.

ORTIZ, P. Dicionário do hebraico e aramaico bíblicos. São Paulo: Loyola, 2010.

SCHÖKEL, L. A. Dicionário Bíblico Hebraico-Português. São Paulo: Paulus, 1997 [6. reimpressão: 2018].

Leia Mais:
Preparando meus programas de aula de 2019
História de Israel I 2019 
História de Israel II 2019
Pentateuco 2019
Literatura Deuteronomista 2019
Literatura Profética I 2019
Literatura Profética II 2019

Recursos para aprender hebraico

Alguns recursos na Play Store (Android) e no YouTube. Testados em 07.02.2024.

Biblia Hebraica Stuttgartensia

1. Na Play Store (Android)

. Hebrew Bible Reader – Matt Robertson

Bíblia Hebraica completa. Usa a fonte SBL, que pode ser redimensionada. Traduz a palavra para o inglês quando se toca no texto.

Baseada no projeto Open Scriptures, uma plataforma para o desenvolvimento de dados escriturísticos abertos e suas aplicações. O texto do projeto é baseado no Westminster Leningrad Codex.

A reader’s edition of the Hebrew Bible / Hebrew Old Testament.

Text:
– full text of the Hebrew Bible (OHB)
– glosses: quickly displays glosses for a word by touching it.

Design:
– uses latest Android Material Design principles
– resizeable text
– uses the SBL Hebrew font
– quickly resume reading where you left off with one click from the home screen

. Alef Bet Wheel – Jewish Interactive

Alef Bet Wheel é uma ferramenta fácil de usar para aprender o alfabeto hebraico e sons de vogais hebraicas. Gire a roda e ouça todas as letras. Gire a roda interior e divirta-se misturando as letras hebraicas com as diferentes vogais hebraicas. Este aplicativo é ideal para as primeiras tentativas de leitura em hebraico.

Alef Bet Wheel is an easy-to-use tool to learn the Hebrew alphabet and Hebrew vowel sounds. Spin the wheel and hear all the letters. Turn the inside wheel (the Magen David) and have fun blending the Hebrew letters with the different Hebrew vowels. This app is ideal for early Hebrew reading skills.

. Write It! Hebrew – Jernung

Aplicativo de reconhecimento de escrita em hebraico. Ensina a escrever o alfabeto.

Write It! Hebrew is the first writing recognition app for Hebrew! Try our writing recognition and you’ll never want to go back to tracing apps.

. Nemo Hebraico – Nemo Apps

Nemo é projetado para que você comece falando as palavras mais úteis em hebraico imediatamente. Cada palavra em hebraico é pronunciada com clareza em áudio de alta qualidade por um falante nativo. Todo o áudio é baixado para seu dispositivo e fica disponível offline ou em modo avião. Domine seu sotaque com o “Estúdio de Pronúncia”. É só gravar você mesmo dizendo uma frase e depois ouvir sua voz junto com a voz do professor. Depois tente novamente. Nemo não é construído em torno de lições de tipo algum. É para ser compreendido através do dia, sempre que você tiver alguns minutos livres. Este app para aprender hebraico está disponível inteiramente em português e outros 10 idiomas. Nemo tem como alvo as palavras e frases usadas com maior frequência em conversação. Para iniciantes, preparamos as listas “Se For Aprender Só 10 Coisas”, “Se For Aprender Só 50 Coisas” e “Se For Aprender Só 100 Coisas”. Estudantes intermediários podem avançar para um curso das palavras de maior frequência necessárias para viagem. Estudantes avançados se beneficiarão mais da tecnologia do “Estúdio de Pronúncia” para corrigir seu sotaque estrangeiro.

Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português

2. No YouTube

. Basic Biblical Hebrew Vocabulary – Michal Shmuel

Vocabulário básico do hebraico bíblico em 30 vídeos – Pronúncia de vocabulário básico do hebraico bíblico com tradução em inglês e o plural dos substantivos. São 451 palavras. Veja as palavras no slide e ouça sua pronúncia. Por Michal Shmuel.

Pronunciation of basic biblical Hebrew vocabulary – 451 words and the plural forms of nouns. The arrangement of the words corresponds to eTeacher’s Biblical Hebrew Course A. See the Hebrew words on the slide and hear their pronunciation by Michal Shmuel.

. Aprenda Hebraico –  frases hebraicas básicas em inglês e hebraico – Eko Languages

Frases de hebraico moderno. Escrita sem vogais. Pronunciadas em inglês e hebraico.

As diferentes tradições do hebraico bíblico

Uma visão abrangente e sistemática dos diferentes períodos, fontes e tradições da língua hebraica bíblica.

GARR, W. R. ; FASSBERG, S. E. (eds.) A Handbook of Biblical Hebrew. Volume 1: Periods, Corpora, and Reading Traditions; Volume II: Selected Texts. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2016, 370 p. – ISBN 978-1575063713.

GARR, W. R. ; FASSBERG, S. E. (eds.) A Handbook of Biblical Hebrew. Volume 1: Periods, Corpora, and Reading Traditions; Volume II: Selected Texts. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2016, 370 p.

Biblical Hebrew is studied worldwide by university students, seminarians, and the educated public. It is also studied, almost universally, through a single prism – that of the Tiberian Masoretic tradition, which is the best attested and most widely available tradition of Biblical Hebrew. Thanks in large part to its endorsement by Maimonides, it also became the most prestigious vocalization tradition in the Middle Ages. For most, Biblical Hebrew is synonymous with Tiberian Biblical Hebrew.

There are, however, other vocalization traditions. The Babylonian tradition was widespread among Jews around the close of the first millennium CE; the tenth-century Karaite scholar al-Qirqisani reports that the Babylonian pronunciation was in use in Babylonia, Iran, the Arabian peninsula, and Yemen. And despite the fact that Yemenite Jews continued using Babylonian manuscripts without interruption from generation to generation, European scholars learned of them only toward the middle of the nineteenth century. Decades later, manuscripts pointed with the Palestinian vocalization system were rediscovered in the Cairo Genizah. Thereafter came the discovery of manuscripts written according to the Tiberian-Palestinian system and, perhaps most importantly, the texts found in caves alongside the Dead Sea.

What is still lacking, however, is a comprehensive and systematic overview of the different periods, sources, and traditions of Biblical Hebrew. This handbook provides students and the public with easily accessible, reliable, and current information in English concerning the multi-faceted nature of Biblical Hebrew. Noted scholars in each of the various fields contributed their expertise. The result is the present two-volume work. The first contains an in-depth introduction to each tradition; and the second presents sample accompanying texts that exemplify the descriptions of the parallel introductory chapters.

Outra opção interessante:

SÁENZ-BADILLOS, A. Storia della lingua ebraica. Brescia: Paideia, 2007, 384 p. – ISBN 9788839407351.

Lembrando que:

O texto hebraico já está fixado no século II d.C. Nos séculos seguintes os escribas copiam novos rolos, procurando limitar os erros de transcrição ao mínimo. Para a compreensão correta do texto eles começam a fazer anotações nas margens, assinalar palavras duvidosas etc. No século V entram em ação os chamados massoretas. O termo vem do hebraico masar = “transmitir” e os massoretas são os “transmissores” do texto. Além de fazer anotações sobre o texto, estes sábios judeus sentem a necessidade de vocalizá-lo e acentuá-lo, para se obter um texto mais uniforme e fixo. Neste processo cada escola segue um método diferente, como a oriental, sediada na Mesopotâmia e a ocidental, na Palestina. Depois de muitas peripécias, prevalece a escola de Tiberíades (Palestina) aí pelo ano 900 d.C. E em Tiberíades as famílias Ben Neftali e Ben Asher. Desta última temos dois manuscritos importantíssimos: o manuscrito massorético mais antigo, Codex do Cairo, escrito e vocalizado por Moisés ben Asher, data do ano 895, mas só contém os profetas (anteriores e posteriores). O mais precioso é, porém, o Codex de Aleppo, quase completo, escrito e vocalizado por Aarão ben Moisés ben Asher, até 930. Pertencia à sinagoga de Aleppo e é salvo da destruição em 1948, sendo levado para Israel. Um terceiro manuscrito importante é o Codex de Leningrado, baseado nos manuscritos de Aarão ben Moisés ben Asher. Este contém todo o AT e é escrito em 1008. A melhor edição crítica que possuímos hoje – que é a Bíblia Hebraica Stuttgartensia – baseia-se principalmente neste manuscrito [nota 2 de Os essênios: a racionalização da solidariedade].

Leia Mais:
O Hebraico
Lista de manuscritos do AT disponíveis online

Língua Hebraica Bíblica 2018

O curso de Língua Hebraica Bíblica compreende apenas 45 horas no segundo semestre do primeiro ano de Teologia. É um tempo insuficiente mesmo para a aprendizagem elementar do hebraico bíblico. Por isso o curso se propõe apenas familiarizar o estudante de Teologia com o universo da língua hebraica e o modo semítico de pensar. No transcorrer das aulas os três itens principais – ouvir, ler e escrever – são trabalhados simultaneamente e não sequencialmente. Este curso está disponível para download ou acesso online na Ayrton’s Biblical Page > Hebraico.

I. Ementa
Introdução elementar à língua hebraica bíblica, que parte de um texto específico, Gn 1,1-8, e trabalha com os elementos de ortoépia (pronúncia normal e correta dos sons), ortografia (escrita correta das palavras) e etimologia (formação das palavras e suas flexões) encontrados neste pequeno trecho. O método escolhido foi o de ouvir, ler e escrever a língua hebraica.

II. Objetivos
Trabalha conceitos semíticos importantes para a compreensão do texto bíblico veterotestamentário.

III. Conteúdo Programático
1. Ouvir
Ouvir repetidamente o hebraico. Até o ouvido se acostumar com os sons estranhos. Não há aqui a preocupação em entender. O objetivo é fixar a atenção nos sons e acompanhar o texto de cada versículo, palavra por palavra. Até começar a distinguir onde está o leitor, no caso o cantor.

2. Ler
Nesta seção o objetivo é tentar ler o hebraico. Estão disponíveis, para cada versículo de Gn 1,1-8, a pronúncia, a transliteração e a análise do texto. A pronúncia está bem simplificada, somente chamando a atenção para as tônicas, sem dizer se a vogal é breve ou longa e se o seu som é aberto ou fechado. Já a transliteração, representação dos caracteres hebraicos em caracteres latinos, é mais complexa e tem que ser detalhada.

3. Escrever
Nesta seção é possível aprender algumas regras básicas da gramática hebraica. Regras que permitirão uma escrita mínima de palavras e expressões. Mas a gramática é muito mais do que isto. Há sugestões de gramáticas e dicionários na bibliografia. E há revisões. Uma para cada versículo. As revisões ajudarão o estudante de hebraico verificar o seu nível de absorção do ouvir, do ler e do escrever. Poderão servir igualmente para as avaliações da disciplina.

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. Noções de hebraico bíblico. Revisto e atualizado em 23.01.2018. Brodowski, 2001.

BUSHELL, M. BibleWorks 10. Norfolk, VA: BibleWorks, 2015.

Complementar
ELLIGER, K.; RUDOLPH, W. Biblia Hebraica Stuttgartensia. 5. ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, [1967/1977], 1997, lviii + 1574 p. – ISBN 9783438052193. A BHS está disponível também online ou para download gratuito.

FARFÁN NAVARRO, E. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Loyola, 2010, 192 p. – ISBN 9788515037445.

KALTNER, J.; MCKENZIE, S. L. (eds.) Beyond Babel: A Handbook for Biblical Hebrew and Related Languages. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2002, 256 p. – ISBN 9781589830356. Disponível online.

KIRST, N. et alii Dicionário Hebraico-Português e Aramaico-Português. 31. ed. São Leopoldo/Petrópolis: Sinodal/Vozes, 2016, 305 p. – ISBN 8523301305.

LAMBDIN, T. O. Gramática do Hebraico Bíblico. São Paulo: Paulus, 2003 [5. reimpressão: 2016], 398 p. – ISBN 8534920931.

LANDES, G. M. Building Your Biblical Hebrew Vocabulary: Learning Words by Frequency and Cognate. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2001, 236 p. – ISBN 9781589830035. Disponível online.

MENDES, P. Noções de Hebraico Bíblico. Texto Programado. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2011, 192 p. – ISBN 9788527504584.

ORTIZ, P. Dicionário do hebraico e aramaico bíblicos. São Paulo: Loyola, 2010, 176 p. – ISBN 9788515018970.

SCHÖKEL, L. A. Dicionário Bíblico Hebraico-Português. São Paulo: Paulus, 1997 [6. reimpressão: 2014], 798 p. – ISBN 8534910464.

Leia Mais:
Preparando meus programas de aula para 2018
História de Israel 2018
Pentateuco 2018
Literatura Deuteronomista 2018
Literatura Profética 2018
Literatura Pós-Exílica 2018

Sobre a decifração da escrita cuneiforme

A história da decifração da escrita cuneiforme, que se encontra detalhada e saborosamente contada em Bottéro, Il était une fois la Mésopotamie, tem algumas datas significativas:

a) entre 1772 e 1778, Carsten Niebuhr publica as inscrições monumentais mandadas fazer pelos reis persas Dario e Xerxes em Persépolis (no território atual do Irã), em A Inscrição de Behistun, Irãtrês línguas

b) em 1803, Georg Grotefend, comparando as três escritas, identifica nelas os nomes de reis persas escritos como Dario e Xerxes, bem como algumas fórmulas, dando os primeiros passos para a decifração

c) em 1846, Henry C. Rawlinson completa a decifração dos quarenta e dois signos da primeira escrita, mandada fazer por Dario (522-486), na rocha de Behistun, a língua que ela registra, da família indo-europeia, sendo identificada como uma modalidade antiga do persa

d) a segunda escrita é decifrada na sequência, contando com uma centena de signos, numa língua que se convencionou chamar de elamita, porque esteve durante muito tempo em uso no sudoeste do Irã, outrora chamado de Elam, território conquistado pelos soberanos aquemênidas

e) avanços na decifração da terceira escrita se processaram paulatinamente por toda a primeira metade do século, em virtude do trabalho de muitos pesquisadores, até que, em 1857, a Royal Asiatic Society, de Londres, enviou o mesmo texto a quatro assiriólogos, Rawlinson, Hincks, Talbot e Oppert, pedindo que cada qual o traduzisse isoladamente e, como as traduções coincidiam, entendeu-se que as bases para a decifração eram consistentes, essa terceira língua, da família semítica, tendo sido chamada de acádio a partir do nome da capital do império de Sargão (2334-2279 a. C.), a cidade de Akkad (o texto da prova de 1857 era uma inscrição do rei assírio Teglatphalassar, que reinou entre 1114-1076 a. C.)

Escrita cuneiformef) finalmente, uma outra língua seria ainda identificada nas inscrições cuneiformes espalhadas por toda parte, o sumério, que não tem relação com nenhuma outra língua conhecida, as datas principais sendo as da publicação de duas obras, Les inscriptions de Sumer et de Accad, de François Thureau-Dangin, em 1905, e Grundzüge der sumerischen Grammatik, de Arno Poebel, em 1923. Desde então, decifrado o cuneiforme, constatou-se que ele foi usado também para escrever um total de onze línguas de diferentes famílias sumério, acádio, eblaíta, elamita, persa, hurrita, hitita, palaíta, luvita, urartiano e ugarítico, usadas em todo o Oriente Médio e na Ásia Menor, da atual Turquia até o Egito.

Texto da nota 20 da Introdução de BRANDÃO, J. L. Ele que o abismo viu: Epopeia de Gilgámesh. Belo Horizonte: Autêntica, 2017, 336 p. – ISBN 9788551302835.

Cuneiforme

Quantas tabuinhas cuneiformes da antiga Mesopotâmia os museus possuem? Onde estão?

Não há uma contagem oficial do número de tabuinhas cuneiformes da antiga Mesopotâmia mantidas por museus do mundo todo, mas os especialistas concordam que há cerca de meio milhão.

O maior acervo, de longe, está em poder do British Museum, em Londres, que possui aproximadamente 130 mil tabuinhas cuneiformes.

Em seguida, em ordem aproximadamente decrescente, estão o Museu Vorderasiatisches de Berlim, o Louvre em Paris, o Museu do Antigo Oriente em Istambul, o Museu de Bagdá e a Coleção Babilônica da Universidade de Yale, que, com 40.000 tabuinhas, tem o maior acervo nos Estados Unidos. Em segundo lugar, nos Estados Unidos, está o Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade da Pensilvânia.

There is no official tally of the number of ancient Mesopotamian cuneiform tablets held by the world’s museums, but experts agree that there are roughly half a million. The largest collection by far is in the possession of the British Museum, in London, which has approximately 130,000 of them. Next, in roughly descending order, are Berlin’s Vorderasiatisches Museum, the Louvre in Paris, the Museum of Ancient Orient in Istanbul, the Baghdad Museum and Yale University’s Babylonian Collection, which, with 40,000 tablets, has the largest holding in the United States. A close second is the University of Pennsylvania’s Museum of Archaeology and Anthropology.

Tabuinha com escrita protocuneiforme de Uruk IV, ca. 3200 a.C.

:: A Short History of Proto-Cuneiform
The earliest true script in man’s history emerged at the end of the fourth millennium B.C. in ancient Babylonia, the southern part of today’s Iraq… The most prominent archaeological site of the Late Uruk period is the ancient city of Uruk.

:: The Origins of Writing
Recent archaeological research indicates that the origin and spread of writing may be more complex than previously thought. Complex state systems with proto-cuneiform writing on clay and wood may have existed in Syria and Turkey as early as the mid-fourth millennium B.C. If further excavations in these areas confirm this assumption, then writing on clay tablets found at Uruk would constitute only a single phase of the early development of writing. The Uruk archives may reflect a later period when writing “took off” as the need for more permanent accounting practices became evident with the rapid growth of large cities with mixed populations at the end of the fourth millennium B.C. Clay became the preferred medium for recording bureaucratic items as it was abundant, cheap, and durable in comparison to other mediums. Initially, a reed or stick was used to draw pictographs and abstract signs into moistened clay. Some of the earliest pictographs are easily recognizable and decipherable, but most are of an abstract nature and cannot be identified with any known object. Over time, pictographic representation was replaced with wedge-shaped signs, formed by impressing the tip of a reed or wood stylus into the surface of a clay tablet. Modern (nineteenth-century) scholars called this type of writing cuneiform after the Latin term for wedge, cuneus.

:: Cuneiform Collections
Since their discovery some 150 years ago cuneiform tablets have been discovered in both controlled and un-controlled excavations, and have been dispersed across the globe.

:: Cunéiforme
L’écriture cunéiforme est un système d’écriture mis au point en Basse Mésopotamie entre 3400 et 3200 av. J.-C., qui s’est par la suite répandu dans tout le Proche-Orient ancien, avant de disparaître dans les premiers siècles de l’ère chrétienne.

:: Proto-Cuneiform – Earliest Form of Writing on Planet Earth
The earliest proto-cuneiform comes from the earliest layers at the temple of Eanna in Uruk, dated to the Uruk IV period, about 3200 BC.

:: List of museums of ancient Near Eastern art
This is a list of museums with major art collections from the Ancient Near East. British Museum, London, UK. 290,000 objects; Vorderasiatisches Museum, Berlin, Germany. 250,000 objects…

:: A cultura cuneiforme
RADNER, K. ; ROBSON, E. (eds.) The Oxford Handbook of Cuneiform Culture. Oxford: Oxford University Press, 2011, 805 p. – ISBN 9780199557301.

Leia Mais:
Histórias do Antigo Oriente Médio: uma bibliografia