Os grupos sociais por trás do Pentateuco

JEON, J. (ed.) The Social Groups Behind the Pentateuch. Atlanta: SBL Press 2021, 360 p. – ISBN 9781628374131.

Durante as últimas décadas estudiosos do Pentateuco sugeriram novos modelos de composição para substituir a Hipótese Documentária, mas nenhum consenso surgiu.JEON, J.  (ed.)  The Social Groups Behind the Pentateuch. Atlanta: SBL Press 2021 Os dez ensaios nesta coleção avançam na discussão, mudando o foco dos estudos da estratificação literária de diferentes camadas dos textos para as agendas sociais, econômicas, religiosas e políticas por trás deles.

Em vez de limitar o foco de seus estudos aos grupos de escribas e comunidades dentro do Yehud persa, os colaboradores olham além do Yehud para outras comunidades judaítas na diáspora, incluindo Elefantina e a comunidade samaritana, estabelecendo um contexto acadêmico adequado para definir as diversas vozes do Pentateuco como agora as entendemos.

Este volume consiste principalmente nos trabalhos apresentados na conferência “Quem escreveu o Pentateuco?” realizada na universidade de Lausanne, Suíça, em outubro de 2016, organizada por Thomas Römer e Jaeyoung Jeon.

Os ensaios incluídos nesta obra podem não fornecer as respostas definitivas à questão dos grupos sociais por trás da formação do Pentateuco. No entanto, espera-se que o volume estimule estudos mais amplos e aprofundados sobre esta importante questão.

Os colaboradores incluem Olivier Artus, Thomas B. Dozeman, Innocent Himbaza, Jürg Hutzli, Jaeyoung Jeon, Itamar Kislev, Ndikho Mtshiselwa, Dany Noquet, Katharina Pyschny, Thomas Römer e Konrad Schmid.

O livro está disponível para download gratuito no Projeto ICI da SBL.

Jaeyoung Jeon é professor na Universidade de Lausanne, Suíça.

 

During the last several decades, scholars in pentateuchal studies have suggested new compositional models to replace the Documentary Hypothesis, yet no consensus has emerged. The ten essays in this collection advance the discussion by shifting the focus of pentateuchal studies from the literary stratification of different layers of the texts to the social, economic, religious, and political agendas behind them.

Rather than limiting the focus of their studies to scribal and community groups within Persian Yehud, contributors look beyond Yehud to other Judahite communities in the diaspora, including Elephantine and the Samaritan community, establishing a proper academic context for setting the diverse voices of the Pentateuch as we now understand them.

Jaeyoung Jeon This volume consists mainly of the papers presented at the conference “Who Wrote the Pentateuch?” held at the university of Lausanne in October 2016, organized by Thomas Römer and Jaeyoung Jeon.

The ten essays included in this volume may not provide the final answers to the question of the social groups behind the formation of the Pentateuch. Nevertheless, I hope that the volume will stimulate broader and deeper studies on this significant issue.

Contributors include Olivier Artus, Thomas B. Dozeman, Innocent Himbaza, Jürg Hutzli, Jaeyoung Jeon, Itamar Kislev, Ndikho Mtshiselwa, Dany Noquet, Katharina Pyschny, Thomas Römer, and Konrad Schmid.

Jaeyoung Jeon: M.A. Hebrew Bible (The Hebrew University of Jerusalem); Ph.D. Hebrew Bible (Tel-Aviv University); since 2013, SNF Senior Researcher at University of Lausanne.

Adeus à tradição sacerdotal (P) do Pentateuco?

HARTENSTEIN, F.; SCHMID, K. (eds.) Farewell to the Priestly Writing? The Current State of the Debate. Atlanta: SBL Press, 2022, 296 p. – ISBN 9781628372656.

Nas discussões sobre a origem do Pentateuco a tradição sacerdotal (P) constitui tradicionalmente um ponto de referência indiscutível para os diferentes modelos críticosHARTENSTEIN, F.; SCHMID, K. (eds.) Farewell to the Priestly Writing? The Current State of the Debate. Atlanta: SBL Press, 2022, 296 p. das fontes, e é a única camada literária com vocabulário característico e uma concepção teológica que pode ser diferenciada de outros textos não sacerdotais.

Esta tradução em inglês de Abschied von der Priesterschrift? Zum Stand der Pentateuchdebatte (Leipzig: Evangelische Verlagsanstalt, 2015) revisita o debate acadêmico em torno da Hipótese Documentária e a posição do chamado material sacerdotal, seja como uma fonte escrita independente ou como uma redação dentro dos livros de Gênesis a Números. Os colaboradores incluem Christoph Berner, Erhard Blum, Jan Christian Gertz, Christoph Levin, Eckart Otto, Christophe Nihan e Thomas Römer.

Friedhelm Hartenstein é professor de Antigo Testamento na Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha. Konrad Schmid é professor de Bíblia Hebraica e Judaísmo Antigo na Universidade de Zurique, Suiça.

 

No Prefácio da obra os organizadores explicam que a identificação da tradição sacerdotal do Pentateuco, a conhecida fonte P, vista como um escrito independente, é um dos resultados mais significativos da pesquisa histórico-crítica.

Três características nos permitem identificar a tradição P no Pentateuco:
. Os textos duplicados, como, por exemplo, Gn 1 e 2, duas diferentes histórias da criação
. O uso de “Elohim” para falar de Deus ao longo do livro do Gênesis e na primeira parte do livro do Êxodo
. Os conceitos linguísticos e teológicos típicos do pensamento sacerdotal que permeiam vários textos.

No entanto, os últimos quarenta anos – ou seja, a partir dos anos 80 do século XX – testemunharam reviravoltas significativas nas discussões da literatura sacerdotal no Pentateuco. Desde a obra de Frank Moore Cross e de Rolf Rendtorff, o caráter de P como fonte independente tem sido questionado, e desde a obra de Lothar Perlitt e Thomas Pola, o problema de seu final literário tornou-se cada vez mais controverso. Na pesquisa atual, não se pode mais presumir que os textos sacerdotais constituíam uma fonte anteriormente independente, nem que P se estende de Gn 1 a Nm 36.

Independentemente de como alguém avalia essas questões debatidas, continua sendo verdade que a resposta a elas afetará o modelo de composição do Pentateuco de modo significativo. Muitos julgamentos fundamentais sobre o desenvolvimento do Pentateuco, bem como a história da religião e teologia do antigo Israel e Judá, dependem de avaliações crítico-literárias do escrito P. Tanto as hipóteses documentárias mais antigas quanto as mais recentes o consideram a narrativa básica do Pentateuco. A tradição P está, portanto, no centro das mais importantes teorias histórico-literárias sobre a formação da Bíblia Hebraica.

HARTENSTEIN, F.; SCHMID, K. (eds.) Abschied von der Priesterschrift? Zum Stand der Pentateuchdebatte. Leipzig: Evangelische Verlagsanstalt, 2015, 264 p. - ISBN 9783374033614Quer alguém mantenha, abandone ou modifique a hipótese da tradição P, os ensaios neste volume oferecem observações e argumentos a favor de cada uma dessas posições, que devem informar as decisões acadêmicas em qualquer direção.

O presente volume contém os textos da conferência “Adeus ao Código Sacerdotal? O estado atual do debate sobre o Pentateuco” parte da seção Bíblia Hebraica/Antigo Testamento na Wissenschaftlichen Gesellschaft für Theologie, que aconteceu em Stuttgart-Hohenheim, Alemanha, de 17 a 19 de maio de 2012.

Agradecemos aos palestrantes Christoph Levin (Munique), Erhard Blum (Tübingen), Jan Christian Gertz (Heidelberg), Christoph Berner (Göttingen, agora Kiel), Eckart Otto (Munique), Christophe Nihan (Lausanne) e Thomas Römer (Lausanne e Paris) por suas contribuições que fornecem um panorama do estado atual das discussões sobre os textos sacerdotais no Pentateuco.

 

In discussions of the origin of the Pentateuch, the Priestly source traditionally constitutes an undisputed reference point for different source-critical models, and it is the only literary layer with concise terminology and a theological conception that can be extracted from a non-Priestly context. This English translation of Abschied von der Priesterschrift? Zum Stand der Pentateuchdebatte revisits the scholarly debate surrounding the Documentary Hypothesis and the so-called Priestly material’s position either as an independent written source or as a redaction within the books of Genesis through Deuteronomy. Contributors include Christoph Berner, Erhard Blum, Jan Christian Gertz, Christoph Levin, Eckart Otto, Christophe Nihan, and Thomas Römer.

Friedhelm Hartenstein is Professor of Old Testment at Ludwig Maximilian University of Munich. He is the author of Die bleibende Bedeutung des Alten Testaments (2016), coeditor of Psalmen und Chronik (2017), and coauthor of The Hermeneutics of the Ban on Images: Exegetical and Systematic Theological Approaches (2021).

Konrad Schmid is Professor of Hebrew Bible and Ancient Judaism at the University of Zurich. Schmid is the author of A Historical Theology of the Hebrew Bible (2019), coauthor of The Making of the Bible (2021) and coeditor of A Farewell to the Yahwist? The Composition of the Pentateuch in Recent European Interpretation (2006).

 

Foreword

Identifying the Pentateuch’s Priestly Code as an originally independent source is one of the most prominent and recognized results of historical biblical scholarship. The success of this hypothesis is due to three basic observations, which have been described and expressed many times ever since biblical criticism’s beginnings. First, there are the notable doublets of certain narrative materials. Second, the theological conception of ‫אלהים‬ is a characteristic of these writings, which, like the first feature of doublets, is essentially limited to Genesis and the first part of the book of Exodus. And third, linguistically and theologically peculiar concepts have greatly supported theFriedhelm Hartenstein identification of Priestly text segments. Particularly striking is how frequently these first two observations overlap, with traditions of doublets often using ‫אלהים‬ terminology in one of the versions.

However, the last forty years have witnessed significant developments in discussions of the Priestly literature in the Pentateuch. Since the work of Frank Moore Cross and Rolf Rendtorff, P’s character as an independent source has been questioned, and since the work of Lothar Perlitt and Thomas Pola, the problem of its literary ending has become increasingly controversial. In current research, one can no longer presume that the Priestly texts were a formerly independent source, nor that P extends from Gen 1 to Nm 34.

Regardless of how one assesses these debated questions, it remains true that the response to them will impact one’s model of the Pentateuch’s composition in fundamental ways. Many foundational judgments regarding the Pentateuch’s development, as well as ancient Israel and Judah’s history of religion and theology, depend on literary-critical assessments of the Priestly texts. Both the older and newer documentary hypotheses have considered it the Grundschrift of the Pentateuch, and some more recent approaches to the Pentateuch’s composition argue that it either inaugurates or at least propagates the canonical portrait of a transition from the ancestral to the exodus narratives. The Priestly Code is thus at the center of crucial literary-historical theories about the formation of the Hebrew Bible.

Konrad Schmid

Whether one maintains, abandons, or modifies the hypothesis of the Priestly Code, the essays in this volume offer observations and arguments in favor of each of these positions, which should inform scholarly decisions in either direction.

The present volume contains proceedings from the conference “Farewell to the Priestly Code? On the State of the Pentateuchal Debate,” part of the Hebrew Bible/Old Testament section at the Wissenschaftlichen Gesellschaft für Theologie, which took place in Stuttgart-Hohenheim on 17–19 May 2012.

We thank the speakers Christoph Levin (Münich), Erhard Blum (Tübingen), Jan Christian Gertz (Heidelberg), Christoph Berner (Göttingen, now Kiel), Eckart Otto (Munich), Christophe Nihan (Lausanne), and Thomas Römer (Lausanne and Paris) for their contributions that supply a picture of the current state of discussions about the Priestly texts in the Pentateuch.

Friedhelm Hartenstein and Konrad Schmid
Munich and Zurich, July 2022

Von Rad e a literatura sapiencial

SANDOVAL, T. J. ; SCHIPPER, B. U. (eds.) Gerhard von Rad and the Study of Wisdom Literature. Atlanta: SBL Press, 2022, 476 p. – ISBN 9781628374490.

O estudo de Gerhard von Rad sobre a literatura sapiencial em Weisheit in Israel (1970) é considerado como um dos mais importantes da área. Mais de cinquenta anosSANDOVAL, T. J. ; SCHIPPER, B. U. (eds.) Gerhard von Rad and the Study of Wisdom Literature. Atlanta: SBL Press, 2022 depois de sua publicação, colaboradores de “Gerhard von Rad e e o estudo da literatura sapiencial” reavaliam o significado e as deficiências do trabalho do falecido estudioso e apontam novos métodos e perspectivas para os estudos da literatura sapiencial hoje.

Os colaboradores incluem George J. Brooke, Ariel Feldman, Edward L. Greenstein, Arthur Jan Keefer, Jennifer L. Koosed, Will Kynes, Christl M. Maier, Timothy J. Sandoval, Bernd U. Schipper, Mark Sneed, Hermann Spieckermann, Anne W Stewart, Raymond C. Van Leeuwen, Stuart Weeks e Benjamin G. Wright III.

Esta coleção de ensaios é leitura essencial não apenas para especialistas no estudo da literatura sapiencial, mas também para estudiosos e estudantes avançados da Bíblia hebraica em geral.

 

Gerhard von Rad’s study of biblical wisdom literature in Weisheit in Israel (1970) is widely regarded as one of the most important studies in the field of ancient Israelite wisdom literature. More than fifty years later, contributors to Gerhard von Rad and the Study of Wisdom Literature reevaluate the significance and shortcomings of the late scholar’s work and engage new methods and directions for wisdom studies today.

VON RAD, G. Weisheit in Israel: Neu herausgegeben von Bernd Janowski. Neukirchen-Vluyn: ‎ Neukirchener Verlagsgesellschaft, 2013, 350 p. Contributors include George J. Brooke, Ariel Feldman, Edward L. Greenstein, Arthur Jan Keefer, Jennifer L. Koosed, Will Kynes, Christl M. Maier, Timothy J. Sandoval, Bernd U. Schipper, Mark Sneed, Hermann Spieckermann, Anne W. Stewart, Raymond C. Van Leeuwen, Stuart Weeks, and Benjamin G. Wright III.

This collection of essays is essential reading not only for specialists in wisdom studies but also for scholars and advanced students of the Hebrew Bible in general.

Timothy J. Sandoval is Associate Professor of Hebrew Bible at Brite Divinity School at Texas Christian University. He is the author of The Discourse of Wealth and Poverty in the Book of Proverbs (2005) and the coeditor of Petitioners, Penitents, and Poets: On Prayer and Praying in Second Temple Judaism (2020).

Bernd U. Schipper is professor of Hebrew Bible at the Faculty of Theology at the Humboldt-University of Berlin. He is the author of The Hermeneutics of Torah: Proverbs 2, Deuteronomy, and the Composition of Proverbs 1–9 (2021) and coeditor of Wisdom and Torah: The Reception of “Torah” in the Wisdom Literature of the Second Temple Period (2013).

Sobre o Mês da Bíblia 2022

Todos os links para as postagens sobre o Mês da Bíblia 2022 no Observatório Bíblico.

Apresentação do livro de Josué – 17.09.2022Livro de Josué - Live de lançamento: 3 de agosto de 2022

Semana Bíblica Paulinas 2022 – 26.08.2022

50 anos do Mês da Bíblia – 20.08.2022

Mês da Bíblia 2022 na ReBiblica – 19.08.2022

Em busca de terra livre: encontros virtuais – 08.08.2022

Em busca de terra livre: uma leitura de Josué – 08.08.2022

Mês da Bíblia 2022 na Vida Pastoral – 27.07.2022

Livro de Josué: live de lançamento – 25.07.2022

O livro de Josué – 19.06.2022

O cerco de Jericó: análise de Josué 2 e 6 – 15.06.2022

Mês da Bíblia 2022, segundo o SAB – 17.05.2022

Mês da Bíblia 2022, segundo Mesters e Orofino – 17.05.2022

Mês da Bíblia 2022: entendendo o livro de Josué – 17.05.2022

Mês da Bíblia 2022: Josué -17.05.2022

Imagem e semelhança em Gn 1,26-27

No capítulo 4 de seu livro, nas páginas 117-177, Catherine L. McDowell trabalha “O significado de Ṣelem e Dəmût em Gênesis 1, 26–27 e o conceito de ‘imagem’ em Gênesis 2,5–3,24”.

Aqui transcrevo algumas anotações de leitura deste capítulo, onde a autora trata do significado de imagem (ṣelem) e semelhança (dəmût) em Gn 1,26-27.

Gn 1,26-27:

  1,26 וַיֹּאמֶר אֱלֹהִים נַעֲשֶׂה אָדָם בְּצַלְמֵנוּ כִּדְמוּתֵנוּ וְיִרְדּוּ בִדְגַת הַיָּם וּבְעֹוף הַשָּׁמַיִם וּבַבְּהֵמָה וּבְכָל־הָאָרֶץ וּבְכָל־הָרֶמֶשׂ הָרֹמֵשׂ עַל־הָאָרֶץ׃

  1,27  וַיִּבְרָא אֱלֹהִים אֶת־הָאָדָם בְּצַלְמֹו בְּצֶלֶם אֱלֹהִים בָּרָא אֹתֹו זָכָר וּנְקֵבָה בָּרָא אֹתָם׃

Ṣelem

Na Bíblia Hebraica, o termo ṣelem aparece 17 vezes e geralmente se refere a uma estátua, figura ou réplica (Gn 1,26.27 (2×); 5,3; 9,6; Nm 33,52; 1Sm 6,5 (2×).11;MCDOWELL, C. L. The Image of God in the Garden of Eden: The Creation of Humankind in Genesis 2:5–3:24 in Light of the mīs pî pīt pî and wpt-r Rituals of Mesopotamia and Ancient Egypt. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2015 2Rs 11,18; 2Cr 23,17; Sl 39,7; 73,20; Ez 7,20; 16,17; 23,14; Am 5,26).

Especificamente, em 1Sm 6,5.11 designa modelos dourados de furúnculos e ratos. No Sl 39,7 denota uma imagem humana fugaz, enquanto no Sl 73,20 descreve a forma física dos inimigos do salmista. Ezequiel aplica o termo a representações da realeza babilônica esculpidas em relevo de pedra e decoradas com tinta vermelha. Cinco vezes, ṣelem denota imagens fundidas, imagens antropomórficas de metal e imagens de Baal, Sikkuth e Kiyyun. Em Gn 5,3, porém, ṣelem se refere a um ser humano, Set, que foi criado à imagem (ṣelem) e semelhança (dəmût) de seu pai, Adão.

Os cognatos (= palavras que têm etimologicamente a mesma origem) aramaicos, ṣəlēm, ṣelem e ṣalm’ aparecem 17 vezes no livro de Daniel. Em todos os casos, com exceção de ṣəlēm em Dn 3,19, o termo denota uma estátua antropomórfica.

Concluímos, portanto, que dentro da Bíblia tanto o hebraico ṣelem quanto o aramaico ṣəlēm, ṣelem e ṣalmʾ normalmente se referem a um objeto concreto feito de metal, pedra pintada ou carne humana, que é uma representação, semelhança ou cópia de um original.

 

Ṣalmu

O cognato acádico ṣalmu é melhor traduzido como “imagem”, que pode assumir a forma de uma estátua, relevo, desenho, constelação, estatueta, forma corporal, estatura ou semelhança.

Os verbos usados ​​em conjunto com ṣalmu demonstram que pode ser um objeto tridimensional que é feito ou fabricado (banû, epēšu), erigido (kunnu [D], zaqāpu), ou montado (šuzuzzu [Š]), ou um objeto bidimensional que é desenhado (esēqu, eṣēru) ou inscrito (šaṭāru). Também pode se referir a sacerdotes ou reis que são descritos como a imagem de um deus.

Em suma, seu alcance semântico é semelhante aos seus cognatos hebraico e aramaico. Refere-se a imagens na forma de estátuas tridimensionais, relevos esculpidos, imagens desenhadas ou pintadas e seres humanos selecionados, especificamente sacerdotes ou reis.

No entanto, ṣalmu não se limita à representação. Nos textos de lavagem da boca e abertura da boca, a estátua divina é referida durante todo o ritual como alam/ṣalmu, mesmo depois de ter sido trazida à vida. Isso sugere que quando aplicado a uma estátua divina, ṣalmu pode se referir a uma manifestação divina, ou seja, uma teofania.

 

Dəmût

O substantivo dəmût, derivado do verbo dmh, “ser semelhante, ser parecido”, aparece 25 vezes na Bíblia Hebraica. Expressa semelhança ou correspondência de um item com outro, seja semelhança literal, como a de um modelo de altar ao seu original, como em 2Rs 16,10, ou semelhança metafórica, como no Sl 58,5, onde a fala dos ímpios é comparada ao veneno de uma serpente.

Na LXX é traduzida com mais frequência por homoíōma, “semelhança, forma, aparência”, ou homoíōsis, “semelhança”. No entanto, em Gn 5 dəmût é traduzido com eikōn (5,1) “imagem, semelhança” e idéa, “aparência, forma” (5,3).

Quase dois terços de suas aparições estão concentradas no livro de Ezequiel, onde o profeta usa dəmût para descrever o conteúdo de suas visões (…). Ele usa o termo para relacionar o desconhecido com o familiar, para colocar em palavras o que desafia a descrição. Ele não viu um humano, mas algo como um humano. Ele não viu um trono, mas algo parecido com um trono. O que Ezequiel observou correspondia e se assemelhava a coisas que lhe eram familiares, mas os próprios referentes eram estranhos. Assim, dəmût refere-se a correspondência e semelhança, mas não parece indicar uma cópia ou fac-símile, como ṣelem. Em suma, enquanto os intervalos semânticos de dəmût e ṣelem se sobrepõem, especialmente na área de representação, esses termos nem sempre são sinônimos.

 

Dəmût e ṣelem em Gn 5,1-3

No entanto, Gn 5,3 pode ser um exemplo onde os termos são, mais ou menos, intercambiáveis. Aqui, dəmût e ṣelem expressam a correspondência entre filhos e pais, especificamente a correspondência da humanidade com Deus e a semelhança de Set com seu pai Adão, mas não sugerem cópia exata, fac-símile ou réplica. Set é de alguma forma semelhante a seu pai, mas não é Adão, assim como Adão e Eva se assemelham a Deus, mas não são Deus. Nenhuma explicação do que constitui a semelhança é dada. Pelo contrário, parece que o filho se assemelha ao pai e, por analogia, os humanos correspondem a Deus, simplesmente porque foram criados por seu pai.

Conclui-se que dəmût e ṣelem em Gn 5,1-3 são, ao que parece, aproximadamente sinônimos. Ambos os termos referem-se a correspondência, similaridade e semelhança. O que Gn 5,3 sugere ainda é que nos humanos, essas qualidades, sejam quais forem, são transmitidas biologicamente por meios reprodutivos.

 

História da interpretação de ṣelem e dəmût em Gn 1,26–27

Apesar do considerável interesse em ṣelem e dəmût em Gn 1,26-27 e da vasta literatura publicada sobre esses versículos, a maioria das interpretações geralmente se enquadra em uma das quatro categorias principais, a saber, imagem e semelhança referem-se à:

1. Semelhança espiritual com Deus – por exemplo: Fílon de Alexandria; Padres da Igreja, entre eles Santo Agostinho; Lutero; exegetas alemães dos séculos XIX e XX
2. Semelhança física da humanidade com a forma corpórea de Deus – forte na teologia rabínica e presente em exegetas alemães como H. Gunkel e B. Duhm
3. Capacidade única da humanidade de se relacionar com Deus – Karl Barth, T. C. Vriezen, C. Westermann
4. Status da humanidade como representante real de Deus na terra – J. Hehn, G. von Rad, H. Wildberger, W. H. Schmidt

 

Resumo e avaliação

Cada uma dessas interpretações tem seus méritos.

Certamente, a capacidade da humanidade de pensar e raciocinar em Gn 2,5-3,24 os distingue dos animais, como Fílon, Lutero e outros afirmaram, assim como o relacionamento divino-humano único retratado em Gn 2,5-3,24, como Barth, Vriezen e Westermann concluíram.

Catherine L. McDowellAlém disso, a noção de que os humanos se assemelham a Deus em sua forma corpórea enfatiza corretamente que ṣelem e dəmût em Gn 1,26-27 devem ser entendidos à luz de Gn 5,1-3. No entanto, essa teoria interpreta os termos de forma muito restrita, pois limita a correspondência à semelhança física e não inclui semelhança funcional, que ṣelem e dəmût implicam.

A comparação de Gn 1,26-27 com a ideologia real mesopotâmica e egípcia foi certamente um avanço interpretativo, e agora é amplamente aceito que ṣelem e dəmût em Gn 1,26-27 se referem ao status real da humanidade.

Em cada caso, no entanto, as habilidades intelectuais da humanidade, seu relacionamento único com Deus e até mesmo seu status como administradores divinamente designados sobre a criação parecem ser o resultado de serem criados à imagem de Deus, e não uma definição do que significa ser feito bəṣelem ‘ĕlōhîm.

Assim, apesar dos méritos de cada interpretação, ṣelem e dəmût no contexto de Gn 1,26-27 permanecem amplamente indefinidos. A pergunta desconcertante sobre o que o autor pretendia comunicar sobre a humanidade e a relação divino-humana ao descrever a humanidade como feita à imagem e de acordo com a semelhança de Deus não foi respondida completa ou satisfatoriamente.

Parece, no entanto, como outros argumentaram, que ṣelem e dəmût em Gn 1,26-27 devem ser entendidos à luz desses mesmos termos em Gn 5,1-3, onde descrevem a relação pai-filho entre Adão e Set.

Que a humanidade é, em algum nível, descrita como o “filho real” de Deus parece muito mais próximo do sentido de ṣelem e dəmût em Gn 1,26-27. Como Vriezen e outros sugeriram, e como Gn 5,1-3 indica, ṣelem e dəmût não são apenas termos reais, mas podem ser usados para indicar um relacionamento filial.

 

Interpretação de ṣelem e dəmût em Gn 1,26–27

A evidência cumulativa de Gn 5,1–3; 9,5–6; 1,11–27, dos vários textos que identificam Iahweh como o pai de Israel e o rei israelita, e dos exemplos extrabíblicos seletivos de Tukulti Ninurta, Enuma Elish e a “Instrução dirigida ao rei Merikare” demonstram que a terminologia de imagem e semelhança era de fato usada no antigo Oriente Médio para definir a relação entre um deus e sua descendência como sendo de filiação. Além disso, o hino do épico Tukulti Ninurta e a “Instrução dirigida ao rei  Merikare” mostram que os termos podem ser usados ​​como duplos sentidos nos quais a relação entre deus e rei (no caso de Tukulti Ninurta), ou deus-criador e humanidade (no caso de Merikare), foi enquadrado como imagem/estátua e filho/criança.

Sugiro, portanto, que é assim que esses termos funcionam em Gn 1. Ou seja, a natureza do relacionamento divino-humano como é apresentado em Gn 1 tem três componentes principais que estão intimamente relacionados entre si: parentesco, realeza e culto.

Em algum nível os humanos parecem ser membros da espécie divina, o que implica “relacionamento biológico”, metaforicamente falando, com Deus e, especificamente, filiação. Gn 1 usa os termos ṣelem e dəmût para expressar esse relacionamento íntimo e filial, semelhante ao modo como são usados ​​em Gn 5,1-3, onde Adão gera um filho, Set, “à sua semelhança e conforme sua imagem”. Mas claramente, ʿāḏām não é um ser divino, como indicado pelas preposições e em Gn 1,26-27.

Um resultado de ser o “filho” de Elohim é que a humanidade também é rei governando a mando de Deus como seu representante. Em Gn 1 isso é expresso mais claramente pelo mandato de Deus ao primeiro casal humano em Gn 1,28 para encher (mlʾ) a terra e subjugar (kbš) e governar (rdh) a criação. Também está implícito no fato de que ser criado à imagem de Deus traz consigo a responsabilidade de representar Deus e seus padrões no âmbito da lei e da justiça, como em Gn 9,6.

Não podemos ignorar, no entanto, que ṣelem também pode designar uma estátua de culto. Dado o contexto de Gn 1,1–2, – a criação do macrotemplo de Deus (o mundo), que inclui a criação da humanidade – ṣelem em Gn 1,26–27 pode ter sido concebido com um duplo sentido referindo-se tanto à filiação e à humanidade quanto uma “estatueta” real de Deus destinada a manifestar sua presença no mundo. Se assim for, Gn 1 democratiza a designação real-divina de ṣelem para toda a āḏām (humanidade).

A imagem de Deus no jardim do Éden

Estou estudando nestes dias, com os alunos do Primeiro Ano de Teologia do CEARP, na disciplina Pentateuco, os textos da criação em Gn 1 e 2.

Em Gn 1,26-27 lemos que Deus criou o homem e a mulher à sua imagem (ṣelem) e semelhança (dəmût).

Em Gn 2,4b-3,24 vemos homem e mulher criados por Iahweh Deus e instalados em um jardim, em Éden, e, na sequência, dele expulsos.

Gn 1,26-27:

  1,26 וַיֹּאמֶר אֱלֹהִים נַעֲשֶׂה אָדָם בְּצַלְמֵנוּ כִּדְמוּתֵנוּ וְיִרְדּוּ בִדְגַת הַיָּם וּבְעֹוף הַשָּׁמַיִם וּבַבְּהֵמָה וּבְכָל־הָאָרֶץ וּבְכָל־הָרֶמֶשׂ הָרֹמֵשׂ עַל־הָאָרֶץ׃

  1,27  וַיִּבְרָא אֱלֹהִים אֶת־הָאָדָם בְּצַלְמֹו בְּצֶלֶם אֱלֹהִים בָּרָא אֹתֹו זָכָר וּנְקֵבָה בָּרָא אֹתָם׃

O que isto quer dizer?

Por outro lado, na antiga Mesopotâmia, a criação, animação e instalação de uma estátua divina em seu templo era uma tarefa complexa que exigia um conjunto habilidoso de artesãos e sacerdotes. Os materiais usados para fabricar a imagem e os espaços rituais em que a atividade criativa se desenrolava tinham que ser preparados e purificados de acordo com diretrizes rígidas e confidenciais.

Depois que a imagem era criada, ela tinha que ser “trazida à vida” por meio de encantamentos e rituais apropriados, vestida, adornada com as insígnias apropriadas, instalada em seu templo e alimentada com sua primeira refeição antes que pudesse ser eficaz.

Os rituais que descrevem esses procedimentos e os encantamentos que os acompanham são conhecidos coletivamente pelos títulos babilônicos de mīs pî (“lavagem da boca”) e de pīt pî (“abertura da boca”).

O ‘lavar a boca’ era essencialmente um rito de purificação que preparava o objeto/pessoa para o contato com o divino. Ele lavou as impurezas. O mīs pî era realizado não apenas em estátuas divinas, mas também no rei e sua insígnia real, estátuas reais, sacerdotes, humanos individuais e vários animais e objetos sagrados.

Em contraste, o rito de abertura da boca (pīt pî) era aparentemente reservado para objetos inanimados, como estatuetas e imagens divinas maiores com seus adornos. Era realizado para consagrar, ativar e/ou animar o objeto em preparação para uso cultual.

Quando aplicado a uma estátua divina, a abertura da boca era realizada para animar os órgãos sensoriais e membros da estátua, permitindo que ela consuma oferendas, cheire incenso e se mova livremente. Concluída a lavagem da boca e a abertura, a estátua era considerada uma manifestação viva e em pleno funcionamento do divino.

E no Egito?

A cerimônia de abertura da boca era um dos mais significativos e complexos de todos os rituais egípcios antigos. Abundantes referências textuais e representações artísticas do rito atestam sua proeminência duradoura na vida cultual egípcia desde o Reino Antigo.

O título completo da cerimônia era Realizando a Abertura da Boca na Oficina para a Estátua (tut) de N, mas também era conhecido por duas designações mais curtas, “Abertura da Boca” (wpt-r e wn-r), e “Abertura da Boca e dos Olhos”.

Em sua longa história o ritual foi usado não apenas para “animar” estátuas divinas, mas para animar uma variedade de objetos inanimados, incluindo estátuasMCDOWELL, C. L. The Image of God in the Garden of Eden: The Creation of Humankind in Genesis 2:5–3:24 in Light of the mīs pî pīt pî and wpt-r Rituals of Mesopotamia and Ancient Egypt. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2015. de mortos, múmias, sarcófagos antropoides, estatuetas etc. Em cada caso, o objetivo do ritual era tornar o objeto apto para uso cultual.

Quando aplicado especificamente a estátuas e múmias, o wpt-r era realizado para (re)animar o destinatário, permitindo-lhe ver, ouvir, cheirar, respirar, mover-se e consumir oferendas de comida e bebida.

Existe uma relação entre estes rituais e os textos que falam da criação da humanidade em Gn 1 e 2?

Estou lendo um livro interessante que trata deste assunto.

MCDOWELL, C. L. The Image of God in the Garden of Eden: The Creation of Humankind in Genesis 2:5–3:24 in Light of the mīs pî pīt pî and wpt-r Rituals of Mesopotamia and Ancient Egypt. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2015, 256 p. – ISBN 9781575063485.

Nas páginas 20-21 da Introdução a autora apresenta a proposta de seu estudo.

Os problemas com os quais este estudo se preocupa centram-se na criação da humanidade em Gn 1,26-27 e 2,5-3,24.

O que significa dizer que os seres humanos foram criados à imagem (ṣelem) e semelhança (dəmût) de Elohim? O que constitui a imagem de Deus, e de que maneira os humanos são semelhantes a ela?

Esta noção está presente em Gn 2,5–3,24, ou era, como comumente se supõe, uma ideia única dentro do corpus bíblico do escritor sacerdotal (Gn 1)? Além disso, qual é a relação entre essas duas narrativas? Gn 2,5–3,24 é uma continuação e comentário de Gn 1,26–27, ou Gn 1,26–27 é uma declaração posterior na qual as sutilezas em Gn 2,5–3,24 são explicitadas?

Para responder a essas perguntas, começarei com um estudo da própria história do Éden (capítulo 2). Onde a narrativa realmente começa, quais são seus limites e como ela é estruturada?

O capítulo seguinte (capítulo 3) apresentará os textos comparativos, os rituais de Lavar a Boca (mīs pî) e Abertura da Boca (pīt pî) da Mesopotâmia, e a contrapartida egípcia, a Abertura da Boca (wpt-r). Após um levantamento de fontes primárias, referências históricas e estudos anteriores, resumirei e analisarei esses textos em seus próprios termos, a fim de estabelecer como, de acordo com essas tradições, uma imagem divina foi criada, animada e instalada ritualmente. Também vou comparar o mīs pî pīt pî e o wpt-r para determinar se as semelhanças entre eles se devem a uma conexão histórica ou se são melhor explicadas tipologicamente.

O quarto capítulo discutirá o significado de ṣelem e dəmût e a presença do conceito de imago Dei em Gn 2,5–3,24. Necessariamente começará com Gn 1,26-27, onde aparecem ṣelem e dəmût, mas também incluirá um estudo desses termos na Bíblia Hebraica em geral e no livro de Gênesis especificamente.

Em seguida, considerarei o desenvolvimento desses conceitos na história do Éden, concentrando-me especificamente em aspectos selecionados de Gn 2,5–3,24 que podem refletir uma consciência das cerimônias de lavagem e/ou abertura da boca.

Estes incluem o papel do jardim como templo de Iahweh, a alimentação e possível instalação (nwḥ em Gn 2,15) do homem no templo-jardim de Iahweh, a afirmação no Sl 8,6 de que Adão e Eva foram coroados com a glória de Deus (wəkābôd wəhādār təʿaṭtərēhû), e a abertura dos olhos (wattippākaḥnāh ʿênê s̆ənêhem) em Gn 3,5.7.22, como um meio de se tornar como Elohim (kēʾlōhîm) conhecendo o “bem e o mal” (yōdə ʿê ṭôb wārāʾ).

Catherine L. McDowell Discutirei também a relação entre Gn 2,5–3,24 e as fontes comparativas, bem como a questão de porque o autor de Gn 2,5–3,24 teria aproveitado esses topoi para (re)definir sua noção de ṣelem e o relacionamento divino-humano.

Os resultados dessas duas indagações – primeiro, o significado de ṣelem e dəmût em Gn 1,26-27 e, segundo, a presença do conceito imago Dei em Gn 2,5–3,24 – exigirão uma reavaliação da relação entre esses dois textos. Este será o assunto do capítulo 5, que incluirá uma breve revisão da história crítica das fontes de ambos os relatos da criação e uma discussão de suas datas de composição, autoria e relacionamento entre si.

No sexto e último capítulo, resumirei as descobertas e discutirei as implicações de nosso estudo para o significado de ṣelem e dəmût em Gn 1,26-27 e para a compreensão geral de Gn 2,5-3,24. Também comentarei sobre a natureza das relações entre Gn 2,5–3,24, o mīs pî pīt pî e o wpt-r e como este estudo contribuiu de forma mais ampla para duas áreas significativas de investigação nos estudos bíblicos: a relevância do material antigo do Oriente Médio para a interpretação bíblica e como se aborda a tarefa comparativa.

Concluirei com sugestões para futuras linhas de pesquisa.

Catherine L. McDowell é Professora de Antigo Testamento no Seminário Teológico Gordon-Conwell em Charlotte, Carolina do Norte, EUA. Este livro é uma versão revisada de sua tese de doutorado na Universidade de Harvard, defendida em 2009.

Apresentação do livro de Josué

No dia 13 passado fiz uma apresentação de meu capítulo no Livro de Josué: “Nós serviremos ao Senhor”. São Paulo: Paulinas, 2022 durante a Semana Bíblica Paulinas 2022.

Fiz uma série de slides para acompanhar a apresentação.VITÓRIO, J.; LOPES, J. R.; SILVANO, Z. A. (orgs.) Livro de Josué: “Nós serviremos ao Senhor”. São Paulo: Paulinas, 2022

Os slides estão aqui para download.

O meu capítulo também está disponível para download aqui, em pdf.

Mês da Bíblia 2022 na ReBiblica

Revista Brasileira de Interpretação Bíblica – ReBiblica – v. 3 n. 5 (2022): O Livro de Josué

É com satisfação que apresentamos aos leitores mais uma edição de nossa ReBiblica. O primeiro volume de cada ano tem como tema do dossiê o livro proposto para oRevista Brasileira de Interpretação Bíblica - ReBiblica mês da Bíblia da CNBB. O intuito é oferecer uma contribuição mais aprofundada para tantas pessoas que se dedicam com afinco ao estudo, à pastoral e a leitura do texto sagrado.

Neste ano de 2022 o texto indicado no mês de setembro será o Livro de Josué. Essa obra é, ao mesmo tempo, ponto de chegada e de partida do povo de Israel: chegada, porque nele se realizam as promessas feitas por Deus aos patriarcas de conceder-lhes a posse de uma terra onde mana leite e mel. E partida porque, no momento em que o povo se instala na terra, começa uma nova aventura marcada por infidelidades e acertos, quedas e recomeços, mas tudo isso vivido sob o olhar amoroso de Deus.

Nosso dossiê conta com oito textos sobre o tema proposto:

Prof. Antônio Carlos Frizzo escreve sobre “Canaã, Raab e sua importância na posse da terra (Js 2–6)”.

Profa. Márcia Eloi Rodrigues propõe um artigo sobre “A fidelidade à Torá como garantia da posse da terra: uma releitura nomista de Josué em contexto pós-exílico”.

Prof. Heitor Utrini fala acerca de “Raab, a meretriz: desdobramentos e releituras do texto de Js 2,1-21; 6,22-25”.

Prof. Leonardo Agostini Fernandes oferece o artigo “A função dos ossos de José: Análise de Gn 50,25; Ex 13,19; Js 24,32”.

Prof. Joel Theodoro da Fonseca Júnior escreve sobre “Guerra santa e interdito em Josué”.

Prof. Mariosan de Sousa Marques reflete sobre “O Livro de Josué no cânon e na pesquisa bíblica: a finalidade do livro e sua interpretação”.

Prof. Basílio da Silva propõe o tema “O uso do termo em Mt 22,34-40 à luz de Js 22,5 (LXX)”.

Prof. Dimas Solda fala sobre “O bom ladrão, Jesus e Josué: Cristologia e tipologia em Lc 23,42”.

Em busca de terra livre: encontros virtuais

De 8 a 29 de agosto de 2022, nas segundas-feiras, às 20h00.Em busca de terra livre: uma leitura do Livro de Josué - encontros virtuais

O CEBI promoveu um grande estudo sobre o livro de Josué que se tornou o avulso Em busca de terra livre: uma leitura do Livro de Josué.

Neste mês de agosto de 2022, em preparação para o mês da Bíblia, acontecerão 4 encontros virtuais com as pessoas autoras do livro avulso, tratando dos seus respectivos temas.

Acompanhe a programação.

📌 Rafael Silva
📆 08 de agosto
⏰ 20 horas
Temas:
1 – Composição e questões redacionais
2 – Relendo a ocupação de terra – Js 1 a 12
Link: https://www.instagram.com/cebi_nacional/

📌 Ir. Mercedes Lopes
📆 15 de agosto
⏰ 20 horas
Temas:
1 – As memórias das tradições
2 – A luta para viver na terra
Link: https://youtu.be/jQX6hK-ybBk

📌 Ildo Bohn Gass
📆 22 de agosto
⏰ 20 horas
Temas:
1 – Contradições nos livros de Josué e de Juízes
2 – A partilha da terra – Js 13 a 22
Link: https://youtu.be/JNmjX6JQW8g

📌 Adriana Amorim
📆 29 de agosto
⏰ 20 horas
Temas:
1 – A “Guerra Santa”
2 – A aliança dos pobres – Js 23 e 24
Link: https://youtu.be/7cOAkPq-7F0

📖 Caso você ainda não tenha adquirido o livro “Em busca de terra livre: uma leitura do Livro de Josué”, pode fazer isso pelo link abaixo ou através do WhatsApp do CEBI: 51 99734-4518

📌 https://cebi.org.br/produto/em-busca-de-terra-livre-uma-leitura-do-livro-de-josue/

Em busca de terra livre: uma leitura de Josué

FERNANDES, A. A. et alii Em busca de terra livre: uma leitura do Livro de Josué. São Leopoldo: CEBI, 2022, 117 p.

O CEBI lançou o desafio de construir coletivamente um comentário de um livro não tão fácil de ler e comentar.FERNANDES, A. A. et alii Em busca de terra livre: uma leitura do Livro de Josué. São Leopoldo: CEBI, 2022

Adriana de Amorim Fernandes, Ildo Bohn Gass, Mercedes Lopes e Rafael Rodrigues da Silva, aceitaram este desafio de leitura comunitária para ajudar outras pessoas queridas da caminhada a ler o Livro de Josué com outros olhares, outras perspectivas e outras abordagens. Foram várias trocas e percepções para enfrentar as dificuldades que rondam a interpretação de um livro cheio de ameaças.

As páginas deste comentário vêm carregadas de reflexões para o serviço da leitura popular, libertadora e comunitária da Vida e da Bíblia.

Autoria

Adriana de Amorim Fernandes é graduada em administração, com formação em Teologia e Espiritualidade Bíblica e Teologia Catequética. Participa do CEBI-Bahia e atua junto a organizações sociais na defesa e garantia dos direitos. Mora em Salvador.

Ildo Bohn Gass é ministro da Palavra leigo, de tradição católica. Com formação em teologia, é especialista em Bíblia. Organizou a coleção “Uma Introdução à Bíblia”, publicada por CEBI/Paulus. Participa do CEBI e colabora em Movimentos Populares. Mora em São Leopoldo/RS.

Mercedes Lopes é Missionária de Jesus Crucificado, é licenciada em Teologia e Bíblia, diplomada em Espiritualidade, mestra e doutora em Ciências da Religião na área bíblica. É assessora do CEBI, CEBs e Congregações Religiosas. Autora de vários livros e artigos.

Rafael Rodrigues da Silva possui graduação em Filosofia e Teologia, mestrado em Ciências da Religião e em Teologia da Missão, doutorado em Comunicação e Semiótica. É autor de vários livros, colaborador do CEBI, de quem é atualmente o diretor. É professor adjunto da Universidade Federal de Alagoas, no campus Arapiraca.