Os livros sapienciais

GILBERT, M. Os livros sapienciais. São Paulo: Loyola, 2023, 160 p. – ISBN 9786555042399. Coleção “ABC da Bíblia”.

Sobre a coleção ABC da Bíblia:

Trata-se de uma verdadeira “caixa de ferramentas” que ajudará o leitor a fazer uma leitura sistemática e esclarecida dos livros da Bíblia. Cada volume desta coleção GILBERT, M. Os livros sapienciais. São Paulo: Loyola, 2023 identifica o autor, ou autores, de determinado livro bíblico ou de um conjunto de escritos, apresenta seu contexto histórico, cultural e redacional, analisa-o literariamente, mostra sua estrutura, resume-o, aborda seus grandes temas, estuda sua recepção, influência e atualidade, e fornece um léxico de lugares e pessoas, tabelas cronológicas, mapas e bibliografia.

Veja o sumário do livro em pdf aqui.

O original foi publicado em francês em 2017.

Maurice Gilbert nasceu na Bélgica em 1934. É Doutor em Ciências Bíblicas, professor emérito e ex-reitor do Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Leciona na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém.

Israel Finkelstein e Thomas Römer dialogam sobre o Pentateuco

FINKELSTEIN, I.; RÖMER, T. Às origens da Torá: novas descobertas arqueológicas, novas perspectivas. Petrópolis: Vozes, 2022, 184 p. – ISBN 9786557135419.

Esta obra demonstra como é possível chegar a hipóteses mais sólidas mediante a reunião de observações arqueológicas e exegéticas. A aproximação da arqueologia e asFINKELSTEIN, I.; RÖMER, T. Às origens da Torá: novas descobertas arqueológicas, novas perspectivas. Petrópolis: Vozes, 2022 ciências bíblicas trazem esclarecimentos mútuos sobre mitos que, por vezes, baseiam-se em contextos históricos quase “vestígios de memórias”.

Este volume é uma contribuição valiosa para as disciplinas bíblicas e arqueológicas, e para o interesse dos biblistas pelo trabalho arqueológico, bem como dos arqueólogos pela exegese dita histórico-crítica.

Vale recordar que tanto os biblistas quanto os arqueólogos se interessam pela diacronia, pelos estratos (de um sítio arqueológico ou de um texto), e por uma melhor compreensão de um passado, sem a qual é impossível compreender o presente.

O livro apresenta em seis capítulos aspectos do diálogo de vários anos entre o arqueólogo Israel Finkelstein, israelense, trabalhando em Tel-Aviv, e o biblista Thomas Römer, alemão, trabalhando em Paris. O original francês é de 2019 e reúne textos anteriormente publicados separadamente em inglês.

Os dois primeiros capítulos tratam de questões metodológicas. Israel Finkelstein aborda a arqueologia da Palestina, tanto em seu potencial quanto no mau uso que dela se faz. Thomas Römer propõe a questão dos critérios de que dispomos para tratar os textos do Pentateuco.

Os dois capítulos seguintes tratam dos patriarcas Abraão e Jacó, enquanto os dois últimos abordam as tradições do êxodo e de Moisés.

Os autores têm uma perspectiva moderada e tentam se posicionar mais ao centro no debate entre o “minimalismo” e seus críticos.

Literatura Deuteronomista 2023

Lecionar Literatura Deuteronomista é um desafio e tanto. Enquanto as questões da formação do Pentateuco são discutidas há séculos, a noção da existência de uma Obra Histórica Deuteronomista (= OHDtr) só foi formulada muito recentemente, como se pode ver aqui.

Além disso, há dois problemas com a disciplina: carga horária exígua para estudar textos de livros tão complexos como, por exemplo, Josué ou Juízes – a disciplina tem apenas 2 horas semanais durante o primeiro semestre do segundo ano de Teologia – e uma bibliografia ainda insuficiente em português. Há excelente debate acadêmico hoje, contudo está em inglês e alemão, principalmente.

Para completar, prefiro estudar o livro do Deuteronômio aqui e não no Pentateuco, também por duas razões: a disciplina Pentateuco já é por demais sobrecarregada e o Deuteronômio é a chave que abre o significado da OHDtr. Por isso, ele faz muito sentido aqui.

Por outro lado, há uma integração muito grande da Literatura Deuteronomista com três outras disciplinas bíblicas: com a História de Israel, naturalmente; com a Literatura Profética, irmã gêmea; com o Pentateuco, através do elo deuteronômico.

I. Ementa
O contexto da Obra Histórica Deuteronomista. O Deuteronômio: análise de textos teológicos e leitura comentada do Código Deuteronômico. O livro de Josué e o problema das origens de Israel. O livro dos Juízes. Os livros de Samuel. Os livros dos Reis.

II. Objetivos
Pesquisar a arquitetura, as ideias basilares e a teologia da Literatura Deuteronomista como uma obra globalizante, e de cada um de seus livros, a fim de dar fundamentos para sua interpretação e atualização.

III. Conteúdo Programático
1. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista
2. O Deuteronômio
3. O livro de Josué
4. O livro dos Juízes
5. Os livros de Samuel
6. Os livros dos Reis

IV. Bibliografia
Básica
FINKELSTEIN, I. ; SILBERMAN, N. A. A Bíblia desenterrada: A nova visão arqueológica do antigo Israel e das origens dos seus textos sagrados. Petrópolis: Vozes, 2018.

RÖMER, T. A chamada história deuteronomista: Introdução sociológica, histórica e literária. Petrópolis: Vozes, 2008.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2014.

Complementar
DA SILVA, A. J. O Código Deuteronômico: levantamento de dados. Post publicado no Observatório Bíblico em 25.06.2020.

DA SILVA, A. J. O contexto da Obra Histórica DeuteronomistaEstudos Bíblicos, Petrópolis, n. 88, p. 11-27, 2005. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 10.03.2022.

DA SILVA, A. J. O problema das origens de Israel e o livro de Josué. In: LOPES, J. R.; SILVANO, Z. A; VITÓRIO, J. (orgs.) Josué: “Nós serviremos ao Senhor” (Js 24,15). São Paulo: Paulinas, 2022. Capítulo disponível para download no Observatório Bíblico, 19.06.2022.

KONINGS, J. et alii Obra Histórica Deuteronomista. Estudos Bíblicos, n. 88, 2005. Disponível online no site da ABIB.

LIVERANI, M. Para além da Bíblia: história antiga de Israel. São Paulo: Loyola/Paulus, 2008.

Literatura Profética II 2023

Literatura Profética II é continuação da Literatura Profética I. A carga horária semanal é de 2 horas, no segundo semestre do segundo ano de Teologia.

Ementa
Introdução e análise dos principais textos do profeta Jeremias. Introdução e análise dos livros de profetas exílicos e pós-exílicos: Ezequiel, Dêutero-Isaías (Is 40-55), Ageu, Zacarias 1-8, e Trito-Isaías (Is 56-66).

II. Objetivos
Coloca em discussão as características e a função do discurso profético e confronta os textos dos profetas com o contexto da época, possibilitando ao aluno uma leitura atualizada e crítica dos textos proféticos em confronto com a realidade contemporânea e suas exigências.

III. Conteúdo Programático
1. Jeremias
2. Ezequiel
3. Dêutero-Isaías (Is 40-55)
4. Ageu
5. Zacarias 1-8
6. Trito-Isaías (Is 56-66)

IV. Bibliografia
Básica
MESTERS, C. O profeta Jeremias: um homem apaixonado. São Paulo: Paulus/CEBI, 2016.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DÍAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, vol. I: 2004 [3. reimpressão: 2018]; vol. II: 2002 [4. reimpressão: 2015].

SICRE DÍAZ, J. L. Introdução ao profetismo bíblico. Petrópolis: Vozes, 2016.

Complementar
DA SILVA, A. J. Perguntas mais frequentes sobre o profeta Jeremias. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 04.02.2022.

DA SILVA, A. J. Superando obstáculos nas leituras de JeremiasEstudos Bíblicos, Petrópolis, n. 107, p. 50-62, 2010. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 09.07.2022.

NAKANOSE, S. et alii Como ler o Terceiro Isaías (56-66): novo céu e nova terra. São Paulo: Paulus, 2004 [4. reimpressão: 2019].

WIÉNER, C. O profeta do novo êxodo: o Dêutero-Isaías. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

WILSON, R. R. Profecia e sociedade no antigo Israel. 2. ed. revista. São Paulo: Targumim/Paulus, 2006.

Literatura Profética I 2023

Abordarei agora a Literatura Profética I, que é estudada no primeiro semestre do segundo ano de Teologia, com carga horária semanal de 2 horas. A Literatura Profética I trabalha, além de questões globais do profetismo, uma seleção de textos dos profetas do século VIII a.C. O texto que orienta a maior parte do estudo é o meu livro A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. Os profetas dos séculos seguintes são estudados na Literatura Profética II, que vem logo no semestre seguinte.

I. Ementa
A origem do movimento profético em Israel. O teor do discurso profético: a denúncia da idolatria e a função do discurso profético. Introdução e análise dos livros dos profetas do século VIII a.C.: Amós, Oseias, Isaías 1-39 e Miqueias.

II. Objetivos
Coloca em discussão as características e a função do discurso profético e confronta os textos dos profetas do século VIII a.C. com o contexto da época, possibilitando ao aluno uma leitura atualizada e crítica dos textos proféticos em confronto com a realidade contemporânea e suas exigências.

III. Conteúdo Programático
1. A origem do movimento profético em Israel
2. O teor do discurso profético
3. Os profetas do século VIII a.C.
3.1. Amós
3.2. Oseias
3.3. Isaías 1-39
3.4. Miqueias

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. São Paulo: Paulus, 1998. Atualizado em 2011 e disponível para download na Ayrton’s Biblical Page.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DÍAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, vol. I: 2004 [3. reimpressão: 2018]; vol. II: 2002 [4. reimpressão: 2015].

SICRE DÍAZ, J. L. Introdução ao profetismo bíblico. Petrópolis: Vozes, 2016.

Complementar
DA SILVA, A. J. Notas sobre a pesquisa do livro de Oseias no século XX. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 03.12.2020.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais frequentes sobre o profeta Amós. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 31.07.2019.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais frequentes sobre o profeta Isaías. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 24.12.2019.

SCHWANTES, M. A terra não pode suportar suas palavras“ (Am 7,10): reflexão e estudo sobre Amós. São Paulo: Paulinas, 2012.

SICRE, J. L. Com os pobres da terra: a justiça social nos profetas de Israel. São Paulo: Academia Cristã/Paulus, 2015.

Pentateuco 2023

A disciplina Pentateuco é estudada no segundo semestre do primeiro ano, com carga horária de 4 horas semanais. Há uma profunda crise nesta área de estudos, muito semelhante à crise da História de Israel. A teoria clássica das fontes JEDP do Pentateuco, elaborada no século XIX por Hupfeld, Kuenen, Reuss, Graf e, especialmente, Wellhausen, vem sofrendo, desde meados da década de 70 do século XX, sérios abalos, de forma que hoje muitos pesquisadores consideram impossível assumir, sem mais, este modelo como ponto de partida. O consenso wellhauseniano foi rompido, contudo, ainda não se conseguiu um novo consenso e muitas são as propostas hoje existentes para explicar a origem e a formação do Pentateuco.

I. Ementa
Novos paradigmas no estudo do Pentateuco. O Decálogo: Ex 20,1-17 e Dt 5,6-21. A criação: Gn 1,1-2,4a e Gn 2,4b-25. O pecado em quatro quadros: Gn 3,1-24. O dilúvio: Gn 6,5-9,19. A cidade e a torre de Babel: Gn 11,1-9. As tradições patriarcais: Gn 11,27-37,1. O êxodo do Egito: Ex 1-15.

II. Objetivos
Familiariza o aluno com as tradições históricas de Israel e com as mais recentes pesquisas na área do Pentateuco para que o uso do texto na prática pastoral possa ser feito de forma consciente.

III. Conteúdo Programático
1. Novos paradigmas no estudo do Pentateuco

2. O Decálogo: Ex 20,1-17 e Dt 5,6-21

3. A criação: Gn 1,1-2,4a e Gn 2,4b-25

4. O pecado em quatro quadros: Gn 3,1-24

5. O dilúvio: Gn 6,5-9,19

6. A cidade e a torre de Babel: Gn 11,1-9

7. As tradições patriarcais: Gn 11,27-37,1

8. O êxodo do Egito: Ex 1-15

IV. Bibliografia
Básica
MESTERS, C. Paraíso terrestre: saudade ou esperança? 20. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2014.

VOGELS, W. Abraão e sua lenda: Gn 12,1-25,11. São Paulo: Loyola, 2000.

Complementar
DA SILVA, A. J. Histórias de criação e dilúvio na antiga MesopotâmiaEstudos Bíblicos, Petrópolis, n. 140, p. 397-424, 2018. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 25.07.2022.

DA SILVA, A. J. Leis de vida e leis de morte: os dez mandamentos e seu contexto socialEstudos Bíblicos, Petrópolis, n. 9, p. 38-51, 1986. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 17.08.2022.

DA SILVA, A. J. Novos paradigmas no estudo do Pentateuco. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 26.07.2021.

FINKELSTEIN, I.; RÖMER, T. Às origens da Torá: novas descobertas arqueológicas, novas perspectivas. Petrópolis: Vozes, 2022.

SKA, J.-L. O canteiro do Pentateuco: problemas de composição e de interpretação/aspectos literários e teológicos. São Paulo: Paulinas, 2016.

Os grupos sociais por trás do Pentateuco

JEON, J. (ed.) The Social Groups Behind the Pentateuch. Atlanta: SBL Press 2021, 360 p. – ISBN 9781628374131.

Durante as últimas décadas estudiosos do Pentateuco sugeriram novos modelos de composição para substituir a Hipótese Documentária, mas nenhum consenso surgiu.JEON, J.  (ed.)  The Social Groups Behind the Pentateuch. Atlanta: SBL Press 2021 Os dez ensaios nesta coleção avançam na discussão, mudando o foco dos estudos da estratificação literária de diferentes camadas dos textos para as agendas sociais, econômicas, religiosas e políticas por trás deles.

Em vez de limitar o foco de seus estudos aos grupos de escribas e comunidades dentro do Yehud persa, os colaboradores olham além do Yehud para outras comunidades judaítas na diáspora, incluindo Elefantina e a comunidade samaritana, estabelecendo um contexto acadêmico adequado para definir as diversas vozes do Pentateuco como agora as entendemos.

Este volume consiste principalmente nos trabalhos apresentados na conferência “Quem escreveu o Pentateuco?” realizada na universidade de Lausanne, Suíça, em outubro de 2016, organizada por Thomas Römer e Jaeyoung Jeon.

Os ensaios incluídos nesta obra podem não fornecer as respostas definitivas à questão dos grupos sociais por trás da formação do Pentateuco. No entanto, espera-se que o volume estimule estudos mais amplos e aprofundados sobre esta importante questão.

Os colaboradores incluem Olivier Artus, Thomas B. Dozeman, Innocent Himbaza, Jürg Hutzli, Jaeyoung Jeon, Itamar Kislev, Ndikho Mtshiselwa, Dany Noquet, Katharina Pyschny, Thomas Römer e Konrad Schmid.

O livro está disponível para download gratuito no Projeto ICI da SBL.

Jaeyoung Jeon é professor na Universidade de Lausanne, Suíça.

 

During the last several decades, scholars in pentateuchal studies have suggested new compositional models to replace the Documentary Hypothesis, yet no consensus has emerged. The ten essays in this collection advance the discussion by shifting the focus of pentateuchal studies from the literary stratification of different layers of the texts to the social, economic, religious, and political agendas behind them.

Rather than limiting the focus of their studies to scribal and community groups within Persian Yehud, contributors look beyond Yehud to other Judahite communities in the diaspora, including Elephantine and the Samaritan community, establishing a proper academic context for setting the diverse voices of the Pentateuch as we now understand them.

Jaeyoung Jeon This volume consists mainly of the papers presented at the conference “Who Wrote the Pentateuch?” held at the university of Lausanne in October 2016, organized by Thomas Römer and Jaeyoung Jeon.

The ten essays included in this volume may not provide the final answers to the question of the social groups behind the formation of the Pentateuch. Nevertheless, I hope that the volume will stimulate broader and deeper studies on this significant issue.

Contributors include Olivier Artus, Thomas B. Dozeman, Innocent Himbaza, Jürg Hutzli, Jaeyoung Jeon, Itamar Kislev, Ndikho Mtshiselwa, Dany Noquet, Katharina Pyschny, Thomas Römer, and Konrad Schmid.

Jaeyoung Jeon: M.A. Hebrew Bible (The Hebrew University of Jerusalem); Ph.D. Hebrew Bible (Tel-Aviv University); since 2013, SNF Senior Researcher at University of Lausanne.

Adeus à tradição sacerdotal (P) do Pentateuco?

HARTENSTEIN, F.; SCHMID, K. (eds.) Farewell to the Priestly Writing? The Current State of the Debate. Atlanta: SBL Press, 2022, 296 p. – ISBN 9781628372656.

Nas discussões sobre a origem do Pentateuco a tradição sacerdotal (P) constitui tradicionalmente um ponto de referência indiscutível para os diferentes modelos críticosHARTENSTEIN, F.; SCHMID, K. (eds.) Farewell to the Priestly Writing? The Current State of the Debate. Atlanta: SBL Press, 2022, 296 p. das fontes, e é a única camada literária com vocabulário característico e uma concepção teológica que pode ser diferenciada de outros textos não sacerdotais.

Esta tradução em inglês de Abschied von der Priesterschrift? Zum Stand der Pentateuchdebatte (Leipzig: Evangelische Verlagsanstalt, 2015) revisita o debate acadêmico em torno da Hipótese Documentária e a posição do chamado material sacerdotal, seja como uma fonte escrita independente ou como uma redação dentro dos livros de Gênesis a Números. Os colaboradores incluem Christoph Berner, Erhard Blum, Jan Christian Gertz, Christoph Levin, Eckart Otto, Christophe Nihan e Thomas Römer.

Friedhelm Hartenstein é professor de Antigo Testamento na Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha. Konrad Schmid é professor de Bíblia Hebraica e Judaísmo Antigo na Universidade de Zurique, Suiça.

 

No Prefácio da obra os organizadores explicam que a identificação da tradição sacerdotal do Pentateuco, a conhecida fonte P, vista como um escrito independente, é um dos resultados mais significativos da pesquisa histórico-crítica.

Três características nos permitem identificar a tradição P no Pentateuco:
. Os textos duplicados, como, por exemplo, Gn 1 e 2, duas diferentes histórias da criação
. O uso de “Elohim” para falar de Deus ao longo do livro do Gênesis e na primeira parte do livro do Êxodo
. Os conceitos linguísticos e teológicos típicos do pensamento sacerdotal que permeiam vários textos.

No entanto, os últimos quarenta anos – ou seja, a partir dos anos 80 do século XX – testemunharam reviravoltas significativas nas discussões da literatura sacerdotal no Pentateuco. Desde a obra de Frank Moore Cross e de Rolf Rendtorff, o caráter de P como fonte independente tem sido questionado, e desde a obra de Lothar Perlitt e Thomas Pola, o problema de seu final literário tornou-se cada vez mais controverso. Na pesquisa atual, não se pode mais presumir que os textos sacerdotais constituíam uma fonte anteriormente independente, nem que P se estende de Gn 1 a Nm 36.

Independentemente de como alguém avalia essas questões debatidas, continua sendo verdade que a resposta a elas afetará o modelo de composição do Pentateuco de modo significativo. Muitos julgamentos fundamentais sobre o desenvolvimento do Pentateuco, bem como a história da religião e teologia do antigo Israel e Judá, dependem de avaliações crítico-literárias do escrito P. Tanto as hipóteses documentárias mais antigas quanto as mais recentes o consideram a narrativa básica do Pentateuco. A tradição P está, portanto, no centro das mais importantes teorias histórico-literárias sobre a formação da Bíblia Hebraica.

HARTENSTEIN, F.; SCHMID, K. (eds.) Abschied von der Priesterschrift? Zum Stand der Pentateuchdebatte. Leipzig: Evangelische Verlagsanstalt, 2015, 264 p. - ISBN 9783374033614Quer alguém mantenha, abandone ou modifique a hipótese da tradição P, os ensaios neste volume oferecem observações e argumentos a favor de cada uma dessas posições, que devem informar as decisões acadêmicas em qualquer direção.

O presente volume contém os textos da conferência “Adeus ao Código Sacerdotal? O estado atual do debate sobre o Pentateuco” parte da seção Bíblia Hebraica/Antigo Testamento na Wissenschaftlichen Gesellschaft für Theologie, que aconteceu em Stuttgart-Hohenheim, Alemanha, de 17 a 19 de maio de 2012.

Agradecemos aos palestrantes Christoph Levin (Munique), Erhard Blum (Tübingen), Jan Christian Gertz (Heidelberg), Christoph Berner (Göttingen, agora Kiel), Eckart Otto (Munique), Christophe Nihan (Lausanne) e Thomas Römer (Lausanne e Paris) por suas contribuições que fornecem um panorama do estado atual das discussões sobre os textos sacerdotais no Pentateuco.

 

In discussions of the origin of the Pentateuch, the Priestly source traditionally constitutes an undisputed reference point for different source-critical models, and it is the only literary layer with concise terminology and a theological conception that can be extracted from a non-Priestly context. This English translation of Abschied von der Priesterschrift? Zum Stand der Pentateuchdebatte revisits the scholarly debate surrounding the Documentary Hypothesis and the so-called Priestly material’s position either as an independent written source or as a redaction within the books of Genesis through Deuteronomy. Contributors include Christoph Berner, Erhard Blum, Jan Christian Gertz, Christoph Levin, Eckart Otto, Christophe Nihan, and Thomas Römer.

Friedhelm Hartenstein is Professor of Old Testment at Ludwig Maximilian University of Munich. He is the author of Die bleibende Bedeutung des Alten Testaments (2016), coeditor of Psalmen und Chronik (2017), and coauthor of The Hermeneutics of the Ban on Images: Exegetical and Systematic Theological Approaches (2021).

Konrad Schmid is Professor of Hebrew Bible and Ancient Judaism at the University of Zurich. Schmid is the author of A Historical Theology of the Hebrew Bible (2019), coauthor of The Making of the Bible (2021) and coeditor of A Farewell to the Yahwist? The Composition of the Pentateuch in Recent European Interpretation (2006).

 

Foreword

Identifying the Pentateuch’s Priestly Code as an originally independent source is one of the most prominent and recognized results of historical biblical scholarship. The success of this hypothesis is due to three basic observations, which have been described and expressed many times ever since biblical criticism’s beginnings. First, there are the notable doublets of certain narrative materials. Second, the theological conception of ‫אלהים‬ is a characteristic of these writings, which, like the first feature of doublets, is essentially limited to Genesis and the first part of the book of Exodus. And third, linguistically and theologically peculiar concepts have greatly supported theFriedhelm Hartenstein identification of Priestly text segments. Particularly striking is how frequently these first two observations overlap, with traditions of doublets often using ‫אלהים‬ terminology in one of the versions.

However, the last forty years have witnessed significant developments in discussions of the Priestly literature in the Pentateuch. Since the work of Frank Moore Cross and Rolf Rendtorff, P’s character as an independent source has been questioned, and since the work of Lothar Perlitt and Thomas Pola, the problem of its literary ending has become increasingly controversial. In current research, one can no longer presume that the Priestly texts were a formerly independent source, nor that P extends from Gen 1 to Nm 34.

Regardless of how one assesses these debated questions, it remains true that the response to them will impact one’s model of the Pentateuch’s composition in fundamental ways. Many foundational judgments regarding the Pentateuch’s development, as well as ancient Israel and Judah’s history of religion and theology, depend on literary-critical assessments of the Priestly texts. Both the older and newer documentary hypotheses have considered it the Grundschrift of the Pentateuch, and some more recent approaches to the Pentateuch’s composition argue that it either inaugurates or at least propagates the canonical portrait of a transition from the ancestral to the exodus narratives. The Priestly Code is thus at the center of crucial literary-historical theories about the formation of the Hebrew Bible.

Konrad Schmid

Whether one maintains, abandons, or modifies the hypothesis of the Priestly Code, the essays in this volume offer observations and arguments in favor of each of these positions, which should inform scholarly decisions in either direction.

The present volume contains proceedings from the conference “Farewell to the Priestly Code? On the State of the Pentateuchal Debate,” part of the Hebrew Bible/Old Testament section at the Wissenschaftlichen Gesellschaft für Theologie, which took place in Stuttgart-Hohenheim on 17–19 May 2012.

We thank the speakers Christoph Levin (Münich), Erhard Blum (Tübingen), Jan Christian Gertz (Heidelberg), Christoph Berner (Göttingen, now Kiel), Eckart Otto (Munich), Christophe Nihan (Lausanne), and Thomas Römer (Lausanne and Paris) for their contributions that supply a picture of the current state of discussions about the Priestly texts in the Pentateuch.

Friedhelm Hartenstein and Konrad Schmid
Munich and Zurich, July 2022

Von Rad e a literatura sapiencial

SANDOVAL, T. J. ; SCHIPPER, B. U. (eds.) Gerhard von Rad and the Study of Wisdom Literature. Atlanta: SBL Press, 2022, 476 p. – ISBN 9781628374490.

O estudo de Gerhard von Rad sobre a literatura sapiencial em Weisheit in Israel (1970) é considerado como um dos mais importantes da área. Mais de cinquenta anosSANDOVAL, T. J. ; SCHIPPER, B. U. (eds.) Gerhard von Rad and the Study of Wisdom Literature. Atlanta: SBL Press, 2022 depois de sua publicação, colaboradores de “Gerhard von Rad e e o estudo da literatura sapiencial” reavaliam o significado e as deficiências do trabalho do falecido estudioso e apontam novos métodos e perspectivas para os estudos da literatura sapiencial hoje.

Os colaboradores incluem George J. Brooke, Ariel Feldman, Edward L. Greenstein, Arthur Jan Keefer, Jennifer L. Koosed, Will Kynes, Christl M. Maier, Timothy J. Sandoval, Bernd U. Schipper, Mark Sneed, Hermann Spieckermann, Anne W Stewart, Raymond C. Van Leeuwen, Stuart Weeks e Benjamin G. Wright III.

Esta coleção de ensaios é leitura essencial não apenas para especialistas no estudo da literatura sapiencial, mas também para estudiosos e estudantes avançados da Bíblia hebraica em geral.

 

Gerhard von Rad’s study of biblical wisdom literature in Weisheit in Israel (1970) is widely regarded as one of the most important studies in the field of ancient Israelite wisdom literature. More than fifty years later, contributors to Gerhard von Rad and the Study of Wisdom Literature reevaluate the significance and shortcomings of the late scholar’s work and engage new methods and directions for wisdom studies today.

VON RAD, G. Weisheit in Israel: Neu herausgegeben von Bernd Janowski. Neukirchen-Vluyn: ‎ Neukirchener Verlagsgesellschaft, 2013, 350 p. Contributors include George J. Brooke, Ariel Feldman, Edward L. Greenstein, Arthur Jan Keefer, Jennifer L. Koosed, Will Kynes, Christl M. Maier, Timothy J. Sandoval, Bernd U. Schipper, Mark Sneed, Hermann Spieckermann, Anne W. Stewart, Raymond C. Van Leeuwen, Stuart Weeks, and Benjamin G. Wright III.

This collection of essays is essential reading not only for specialists in wisdom studies but also for scholars and advanced students of the Hebrew Bible in general.

Timothy J. Sandoval is Associate Professor of Hebrew Bible at Brite Divinity School at Texas Christian University. He is the author of The Discourse of Wealth and Poverty in the Book of Proverbs (2005) and the coeditor of Petitioners, Penitents, and Poets: On Prayer and Praying in Second Temple Judaism (2020).

Bernd U. Schipper is professor of Hebrew Bible at the Faculty of Theology at the Humboldt-University of Berlin. He is the author of The Hermeneutics of Torah: Proverbs 2, Deuteronomy, and the Composition of Proverbs 1–9 (2021) and coeditor of Wisdom and Torah: The Reception of “Torah” in the Wisdom Literature of the Second Temple Period (2013).

Sobre o Mês da Bíblia 2022

Todos os links para as postagens sobre o Mês da Bíblia 2022 no Observatório Bíblico.

Apresentação do livro de Josué – 17.09.2022Livro de Josué - Live de lançamento: 3 de agosto de 2022

Semana Bíblica Paulinas 2022 – 26.08.2022

50 anos do Mês da Bíblia – 20.08.2022

Mês da Bíblia 2022 na ReBiblica – 19.08.2022

Em busca de terra livre: encontros virtuais – 08.08.2022

Em busca de terra livre: uma leitura de Josué – 08.08.2022

Mês da Bíblia 2022 na Vida Pastoral – 27.07.2022

Livro de Josué: live de lançamento – 25.07.2022

O livro de Josué – 19.06.2022

O cerco de Jericó: análise de Josué 2 e 6 – 15.06.2022

Mês da Bíblia 2022, segundo o SAB – 17.05.2022

Mês da Bíblia 2022, segundo Mesters e Orofino – 17.05.2022

Mês da Bíblia 2022: entendendo o livro de Josué – 17.05.2022

Mês da Bíblia 2022: Josué -17.05.2022