Sobre as visões no livro do profeta Amós

O artigo

New Perspectives on Amos: The Vision Reports in 7:1–8:2 

By Göran Eidevall – Professor of Hebrew Bible – University of Uppsala, Sweden

The Bible and Interpretation – January 2018

To sum up, I contend that the vision reports in Amos 7–8 cannot be dated to the 8th century. Rather, they appear to be literary products from the post-monarchic period. But why would someone add such “pseudepigraphic” material, presented as visions seen by Amos himself? I suggest, and here I agree with Georg Steins, that the vision reports represent profound theological reflections, in an attempt to cope with the catastrophe that took place in 586 BCE.

Em síntese, sustento que as narrativas de visões em Amós 7-8 não podem ser datadas no século VIII a.C. Na verdade, elas parecem ser uma produção literária pós-monárquica. Mas por que alguém acrescentaria este material “pseudepígrafo” como sendo visões tidas pelo próprio profeta Amós? Eu sugiro, e aqui concordo com Georg Steins, que as narrativas de visão representam profundas reflexões teológicas na tentativa de lidar com a catástrofe ocorrida em 586 a.C.

O livro

EIDEVALL, G. Amos: A New Translation with Introduction and Commentary. New Haven, CT: Yale University Press, 2017, 312 p. – ISBN 9780300178784.

EIDEVALL, G. Amos: A New Translation with Introduction and Commentary. New Haven, CT: Yale University Press, 2017, 312 p.

As part of the Hebrew Bible, the Book of Amos has been studied for more than two thousand years. This much-needed new edition includes an updated English translation of the Hebrew text and an insightful commentary. While previous scholarship speculated on reconstructions of the life of Amos, Eidevall analyzes this prophetic book as a literary composition, rejecting the conventional view of the book of Amos’s origin and providing a new rationalization for the form and meaning of the text.

Göran Eidevall, Professor de Bíblia Hebraica na Universidade de Uppsala, Suécia

Em meu livro A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. [2011, download pdf] escrevi nas páginas 37-38:

Muitos especialistas acreditam que para se captar bem a mensagem de Amós devemos começar sua leitura pelas cinco visões simbólicas, narradas em Am 7,1-3; 7,4-6; 7,7-9; 8,1-3; 9,1-4. Isto porque estas visões constituiriam os sinais que o profeta percebe no cotidiano da vida e que simbolizam a situação da nação israelita. O que acaba determinando sua decisão de anunciar o castigo e a ruína do país, dizem alguns[1].

Quer dizer: de certo modo, as visões preenchem, em Amós, o mesmo papel dos textos de vocação em Isaías, Jeremias ou Ezequiel.

“Trata-se de uma trajetória vocacional. Amós percorre todo um caminho visionário. As próprias visões deixam entrever isso, com bastante nitidez. A visão dos gafanhotos (cf. 7,1-3) cabe no início do ano agrícola. A da seca (cf. 7,4-6), em pleno verão. A do cesto (cf. 8,1-3), dá-se no outono. Estas visões cobrem, no mínimo, meio ano. Talvez seja o perí­odo em que Amós é preparado, de modo incisivo, para seu ministério”, observa M. Schwantes[2].

Amós nestes episódios via, quem sabe, coisas absolutamente normais, do cotidiano – exceto o último episódio, o da queda do santuário -, mas de um ponto de vista novo, profético, tornando-as símbolo da realidade maior, mais significativa[3].

Notas:

1. Cf. SCHÖKEL, L. A. ; SICRE DIAZ, J. L. Profetas II. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002, p. 984-985. Outros autores, entretanto, afirmam que as visões aconteceram após o início de sua pregação, e tentam reconstruir cronologicamente a evolução de sua pregação e de seu pensamento. Outros, ainda, colocam as visões após a atividade profética de Amós, quando ele teria voltado para Judá.

2. SCHWANTES, M. A terra não pode suportar suas palavras (Am 7,10): reflexão e estudo sobre Amós. São Paulo: Paulinas, 2012, p. 38 [cf. também as páginas 183-203]; cf. Idem, Jacó é pequeno. Visões em Amós 7-9.  2. ed.  RIBLA, Petrópolis/São Paulo/São Leopoldo, n. 1, p. 81-92, 1990.

3. “O profeta é um vidente na medida em que ele, em todas as coisas, mediante estas e acima destas, vê Iahweh, Deus de Israel e Senhor do mundo, operando e no ato de vir”, diz FUEGLISTER, N. Arrebatados por Iahweh: anunciadores da palavra. História e estrutura do profetismo em Israel. In SCHREINER, J. (ed.) Palavra e Mensagem. São Paulo: Paulus, 1978, p. 196.  C. MESTERS observa no seu Deus, ondes estás? 5. ed. Belo Horizonte: Vega, 1976 [16. ed. Petrópolis: Vozes, 2010], p. 48, que na medida em que o profeta vive integrado na vida do povo, tudo o que ele vê o faz lembrar-se da situação de injustiça em que vive o povo. “São os fatos que começam a falar. Tudo se torna apelo. Assim, pouco a pouco, cresce uma consciência em Amós. Já MAILLOT, A. ; LELIÈVRE, A. Atualidade de Miqueias: Um grande “profeta menor”. São Paulo: Paulus, 1980, p. 26, garantem que “é este ver em profundidade, este ver, que ultrapassa o acidental e atinge o essencial, que os profetas sentiram como uma ‘visão'”.

Literatura Pós-Exílica 2018

A Literatura Pós-Exílica é estudada no segundo semestre do segundo ano de Teologia no CEARP. Com enorme abrangência e carga horária limitada, apenas 4 horas semanais, esta disciplina aborda 4 momentos:
1. Os profetas exílicos e pós-exílicos: de Ezequiel a Joel
2. Romance, novela, conto: de Rute a Judite
3. Historiografia: a Obra Histórica do Cronista e 1 e 2 Macabeus
4. A literatura apocalíptica: Daniel e os apocalípticos apócrifos (ou pseudepígrafos).

São privilegiados, pelo minguado do tempo, os momentos 2 e 4. Os profetas são vistos mais rapidamente, pois o profetismo já foi estudado no primeiro semestre; e, infelizmente, a historiografia é apenas mencionada. Já o item 2 é fundamental para se entender o complexo universo de conflitos em que se busca uma identidade judaica – que acaba plural – e o item 4, a apocalíptica, é a porta que deve ser cuidadosamente aberta para a entrada, no semestre seguinte, em o mundo do Novo Testamento.

Dispostos cronologicamente os livros, teríamos o seguinte panorama desta enorme literatura:
1. Os profetas exílicos e pós-exílicos
Ezequiel: 593-571 a.C.
Dêutero-Isaías (Is 40-55): cerca de 550
Ageu: 29.8 a 18.12.520
Zacarias 1-8: 18.12.520 a 7.12.518
Trito-Isaías (Is 56-66): entre 520 e 510
Malaquias: entre 480 e 450
Zacarias 9-14: final séc. IV – início séc. III
Joel: séc. IV ou III

2. Romance, novela, conto
Rute: ca. 450 a.C.
Jonas: ca. 450
Ester (hebr.): ca. 350
Tobias: ca. 200
Judite: ca. 150

3. Historiografia
OHCr: 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias: séc. IV a. C.
1 e 2 Macabeus: entre 90 e 70

4. A literatura apocalíptica (seleção)
Daniel: 164 a. C.
O livro etiópico de Henoc: séc. II-63 a.C.
O livro eslavo de Henoc: séc. I d.C.
O livro dos Jubileus: 100 a.C.
Os Salmos de Salomão: 63-40 a.C.
Os Testamentos dos 12 Patriarcas: 130-63 a.C.
Os Oráculos Sibilinos: séc. I a.C.
Assunção de Moisés: 30 a.C.-30 d.C.
O Apocalipse siríaco de Baruc: 75-100 d.C.
O IV livro de Esdras: fim do séc. I d.C.

I. Ementa
Procura compreender a vivência dos judaítas no exílio, lendo os profetas Ezequiel e Dêutero-Isaías. De igual modo, no pós-exílio, através do estudo dos profetas da reconstrução, tais como Ageu, Zacarias, Trito-Isaías e outros. Aborda também os romances, novelas e contos (Rute, Jonas, Ester, Tobias, Judite), que apontam para a construção de uma identidade judaica, tanto dentro do país como na diáspora. A literatura histórica da época, através da Obra Histórica do Cronista (1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias), também é tratada. Finalmente, a significativa literatura apocalíptica, tanto canônica, como Daniel, quanto apócrifa, até Qumran. É um momento privilegiado para a preparação dos estudos neotestamentários, no contexto dos domínios persa, grego e romano sobre a Palestina. O multifacetado encontro entre o judaísmo e o helenismo é abordado em detalhes.

II. Objetivos
Possibilita ao aluno conhecer a complexidade dos vários judaísmos surgidos no pós-exílio, suas teologias e o ambiente carregado de especulações apocalípticas em que se deu a pregação de Jesus e a escrita do Novo Testamento.

III. Conteúdo Programático
1. Os profetas exílicos e pós-exílicos
:: Ezequiel
:: Dêutero-Isaías (Is 40-55)
:: Ageu
:: Zacarias 1-8
:: Trito-Isaías (Is 56-66)
:: Malaquias
:: Zacarias 9-14
:: Joel

2. Romance, novela, conto
:: Rute
:: Jonas
:: Ester
:: Tobias
:: Judite

3. Historiografia
:: A obra histórica do Cronista (1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias)
:: 1 e 2 Macabeus

4. A literatura apocalíptica
:: Daniel
:: Os apócrifos apocalípticos

IV. Bibliografia
Básica
ARANDA PÉREZ, G. et al. Literatura judaica intertestamentária. 2. ed. São Paulo: Ave-Maria, 2013, 528 p. – ISBN 8527606097.

COLLINS, J. J. A imaginação apocalíptica: Uma introdução à literatura apocalíptica judaica. São Paulo: Paulus, 2010, 480 p. – ISBN 9788534932448.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DÍAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002-2004, 1416 p. I: – ISBN 8505006992; II: – ISBN 8534919917.

Complementar
BOCCACCINI, G. Além da hipótese essênia: A separação entre Qumran e o judaísmo enóquico. São Paulo: Paulus, 2010, 280 p. – ISBN 9788534932356.

CHAPMAN, H. H. ; RODGERS, Z. (eds.) A Companion to Josephus. Chichester, West Sussex, UK: Wiley Blackwell, 2016, XVI + 466 p. – ISBN 9781444335330.

DA SILVA, A. J. Apocalíptica: busca de um tempo sem fronteiras. Artigo na Ayrton’s Biblical Page.

DA SILVA, A. J. Flávio Josefo, homem singular em uma sociedade plural. Artigo na Ayrton’s Biblical Page.

DA SILVA, A. J. Leitura socioantropológica do Livro de Rute. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 98, p. 107-120, 2008. Disponível online.

DA SILVA, A. J. Mês da Bíblia 2010: o livro de Jonas. Observatório Bíblico, 7 de maio de 2010.

DA SILVA, A. J. Os essênios: a racionalização da solidariedade. Artigo na Ayrton’s Biblical Page.

DA SILVA, A. J. Paideia grega e Apocalíptica judaica. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 113, p. 11-22, 2012.

DA SILVA, A. J. Religião e formação de classes na antiga Judeia. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 120, p. 413-434, 2013.

DIEZ MACHO, A.; PIÑERO, A. (eds.) Apócrifos del Antiguo Testamento I-VI. Madrid: Cristiandad, 1982-2009 [Vol. VI: – ISBN 9788470575426].

JOSEFO, F. História dos Hebreus: obra completa. 5. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2007, 1568 p. – ISBN 9788526306417.

KIPPENBERG, H. G. Religião e formação de classes na antiga Judeia: estudo sociorreligioso sobre a relação entre tradição e evolução social. São Paulo: Paulus, 1997, 184 p. – ISBN 8505006798. Resumo do livro no Observatório Bíblico.

KONINGS, J.; RIBEIRO, S. H. et al. Bíblia: Teoria e Prática. Leituras de Rute. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 98, 2008.

LIM, T. H. The Dead Sea Scrolls: A Very Short Introduction. 2. ed. New York: Oxford University Press, 2017, 168 p. – ISBN 9780198779520.

REIMER, H. et al. Segundo Isaías: Is 40-55. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 89, 2006.

SICRE DÍAZ, J. L. Introdução ao profetismo bíblico. Petrópolis: Vozes, 2016, 536 p. – ISBN 9788532652416.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Daniel: reino de Deus x Imperialismo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 104 p. – ISBN 8534903131.

Leia Mais:
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Literatura Profética 2018

Literatura Profética 2018

Abordarei agora a Literatura Profética, que é estudada no primeiro semestre do segundo ano de Teologia, com carga horária semanal de 4 horas. A Literatura Profética trabalha, além de questões globais do profetismo, uma seleção de textos dos profetas pré-exílicos. O texto que orienta a maior parte do estudo é o meu livro A Voz Necessária. Os profetas do exílio e do pós-exílio são estudados na Literatura Pós-Exílica, que vem logo no semestre seguinte.

I. Ementa
A disciplina apresenta, como ponto de partida, uma discussão sobre as origens, o teor e os limites do discurso profético israelita. Busca compreender a necessidade da profecia como resultado da ruptura provocada pelo surgimento do Estado monárquico que pressiona as tradicionais estruturas tribais de solidariedade. Aborda, em seguida, os profetas pré-exílicos, de Amós a Jeremias, passando por Oseias, Isaías, Miqueias, Habacuc e outros. Cada um é tratado no seu contexto, nas características de sua atuação e textos escolhidos são lidos. Procura-se identificar em cada um deles a sua função de crítica e de oposição ao absolutismo do Estado classista, em nome da fé em Iahweh, que exige um posicionamento solidário em favor dos mais fracos.

II. Objetivos
Coloca em discussão as características e a função do discurso profético e confronta os textos dos profetas pré-exílicos com o contexto da época, possibilitando ao aluno uma leitura atualizada e crítica dos textos proféticos em confronto com a realidade contemporânea e suas exigências.

III. Conteúdo Programático
1. A origem do movimento profético em Israel
2. O teor do discurso profético
3. Os profetas pré-exílicos
:: Amós
:: Oseias
:: Isaías
:: Miqueias
:: Sofonias
:: Naum
:: Habacuc
:: Jeremias

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. São Paulo: Paulus, 1998, 144 p. – ISBN 8534910634. Versão atualizada em 2011. Disponível online.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DÍAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002-2004, 1416 p. I: – ISBN 8505006992; II: – ISBN 9788534919913.

SICRE DÍAZ, J. L. Introdução ao profetismo bíblico. Petrópolis: Vozes, 2016, 536 p. – ISBN 9788532652416.

Complementar
CROATO, J. S. et al. Os livros Proféticos: a voz dos profetas e suas releituras. RIBLA, Petrópolis, n. 35/36, 2000/1/2. Disponível online.

DA SILVA, A. J. Arrancar e destruir, construir e plantar. A vocação de Jeremias. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 15, p. 11-22, 1987.

DA SILVA, A. J. Nascido Profeta: a vocação de Jeremias. São Paulo: Paulus, 1992, 143 p. – ISBN 8505012666.

DA SILVA, A. J. O discurso de Jeremias contra o Templo. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 129, p. 85-96, 2016. Disponível online.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais frequentes sobre o profeta Amós. Texto na Ayrton’s Biblical Page.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais frequentes sobre o profeta Isaías. Texto na Ayrton’s Biblical Page.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais frequentes sobre o profeta Jeremias. Texto na Ayrton’s Biblical Page.

DA SILVA, A. J. Superando obstáculos nas leituras de Jeremias. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 107, p. 50-62, 2010.

DA SILVA, A. J. Vale a pena ler os profetas hoje? Artigo na Ayrton’s Biblical Page.

GAMELEIRA SOARES, S. A. et al. Profetas ontem e hoje. 3. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 4, 1987.

HAUSER, A. J. (ed.) Recent Research on the Major Prophets. Sheffield: Sheffield Phoenix Press, 2008, xiv + 389 p. – ISBN 9781906055134. Disponível online.

MESTERS, C. O profeta Jeremias: um homem apaixonado. São Paulo: Paulus/CEBI, 2016, 168 p. – ISBN 9788534943048.

NISSINEN, M. Prophets and Prophecy in the Ancient Near East. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2003, 296 p. – ISBN  9781589830271. Disponível online.

SCHWANTES, M. A terra não pode suportar suas palavras“ (Am 7,10): reflexão e estudo sobre Amós. São Paulo: Paulinas, 2012, 208 p. – ISBN 8535614346.

SCHWANTES, M. et al. Profetas e profecias: novas leituras. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 73, 2002.

SICRE, J. L. Com os pobres da terra: a justiça social nos profetas de Israel. São Paulo: Academia Cristã/Paulus, 2011, 638 p. – ISBN 9788598481340.

WILSON, R. R. Profecia e Sociedade no Antigo Israel. 2. ed. revista. São Paulo: Targumim/Paulus, 2006, 392 p. – ISBN 8599459031.

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Literatura Deuteronomista 2018

Lecionar Literatura Deuteronomista é um desafio e tanto. Enquanto as questões da formação do Pentateuco são discutidas há séculos, a noção da existência de uma Obra Histórica Deuteronomista (= OHDtr) só foi formulada muito recentemente, como se pode ver aqui.

Além disso, há dois problemas com a disciplina: carga horária exígua para estudar textos de livros tão complexos como, por exemplo, Josué ou Juízes – a disciplina tem apenas 2 horas semanais durante o primeiro semestre do segundo ano de Teologia – e uma bibliografia ainda insuficiente em português. Há excelente debate acadêmico hoje, contudo está em inglês e alemão, principalmente.

Para completar, prefiro estudar o livro do Deuteronômio aqui e não no Pentateuco, também por duas razões: a disciplina Pentateuco já é por demais sobrecarregada e o Deuteronômio é a chave que abre o significado da OHDtr. Por isso, ele faz muito sentido aqui.

Por outro lado, há uma integração muito grande da Literatura Deuteronomista com três outras disciplinas bíblicas: com a História de Israel, naturalmente; com a Literatura Profética, irmã gêmea; com o Pentateuco, através do elo deuteronômico.

I. Ementa
A Obra Histórica Deuteronomista (OHDtr) tentará responder aos desafios do presente repensando o passado no final da monarquia e na situação de exílio e pós-exílio. Faz isso percorrendo toda a história da ocupação da terra, desde as vésperas da entrada em Canaã até a derrocada final da monarquia em Israel e Judá.

II. Objetivos
Pesquisar a arquitetura, as ideias basilares e a teologia da Literatura Deuteronomista como uma obra globalizante, e de cada um de seus livros, a fim de dar fundamentos para sua interpretação e atualização.

III. Conteúdo Programático
1. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista
2. O Deuteronômio
3. O livro de Josué
4. O livro dos Juízes
5. Os livros de Samuel
6. Os livros dos Reis

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista. Artigo na Ayrton’s Biblical Page, 2017.

RÖMER, T. A chamada história deuteronomista: Introdução sociológica, histórica e literária. Petrópolis: Vozes, 2008, 208 p. – ISBN 9788532637550.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco. Chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2014, 304 p. – ISBN 8515024527.

Complementar
DA SILVA, A. J. et al. Obra Histórica Deuteronomista. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 88, 2005.

DA SILVA, A. J. Bibliografia comentada sobre a OHDtr. Observatório Bíblico – 24 de fevereiro de 2007.

DA SILVA, A. J. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 88, p. 11-27, 2005.

FARIA, J. de Freitas (org.) História de Israel e as pesquisas mais recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 43-87 – ISBN 8532628281.

FINKELSTEIN, I. ; SILBERMAN, N. A. A Bíblia não tinha razão. São Paulo: A Girafa, 2003, 515 p. – ISBN 8589876187.

GONZAGA DO PRADO, J. L. A invasão/ocupação da terra em Josué: Duas leituras diferentes. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 88, p. 28-36, 2005.

JACOBS, M. R.; PERSON, R. F. Jr. (eds.) Israelite Prophecy and the Deuteronomistic History: Portrait, Reality, and the Formation of a History. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2013, 254 p. – ISBN 9781589837492. Disponível online.

PERSON, R. F. Jr. The Deuteronomic School: History, Social Setting and Literature. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2002, xviii + 306 p. – ISBN 9781589830240. Disponível online.

STORNIOLO, I. Como ler o livro do Deuteronômio: escolher a vida ou a morte. 5. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 88 p. – ISBN 8534908923.

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Pentateuco 2018

A disciplina Pentateuco é estudada no segundo semestre do primeiro ano, com carga horária de 4 horas semanais. Tempo que atualmente se tornou curto, pois há uma profunda crise nesta área de estudos, muito semelhante à crise da História de Israel. A teoria clássica das fontes JEDP do Pentateuco, elaborada no século XIX por Hupfeld, Kuenen, Reuss, Graf e, especialmente, Wellhausen, vem sofrendo, desde meados da década de 70 do século XX, sérios abalos, de forma que hoje muitos pesquisadores consideram impossível assumir, sem mais, este modelo como ponto de partida. O consenso wellhauseniano foi rompido, contudo, ainda não se conseguiu um novo consenso e muitas são as propostas hoje existentes para explicar a origem e a formação do Pentateuco.

I. Ementa
Oferece ao aluno um panorama da pesquisa exegética na área da formação e composição dos cinco primeiros livros da Bíblia e estuda os seus principais textos.

II. Objetivos
Familiariza o aluno com as tradições históricas de Israel e com as mais recentes pesquisas na área do Pentateuco para que o uso do texto na prática pastoral possa ser feito de forma consciente.

III. Conteúdo Programático
1. A redação do Pentateuco em três tempos
2. Novos paradigmas no estudo do Pentateuco
3. O Decálogo: Ex 20,1-17 e Dt 5,6-21
4. Códigos do Antigo Oriente Médio
5. O Código da Aliança: Ex 20,22-23,19
6. A criação: Gn 1,1-2,4a e Gn 2,4b-25
7. O pecado em quatro quadros: Gn 3,1-24
8. Caim e Abel: Gn 4,1-26
9. Patriarcas pré-diluvianos – de Adão a Noé: Gn 5,1-28.30-32
10. O dilúvio: Gn 6,5-9,19
11. A cidade e a torre de Babel: Gn 11,1-9
12. As tradições patriarcais: Gn 11,27-37,1
13. A história de José: Gn 37,5-50,26
14. O êxodo do Egito: Ex 1-15

IV. Bibliografia
Básica
MESTERS, C. Paraíso terrestre: saudade ou esperança? 20. ed. Petrópolis: Vozes, 2012, 176 p. – ISBN 9788532603319.

SCHWANTES, M. Projetos de esperança: meditações sobre Gênesis 1-11. São Paulo: Paulinas, 2009, 144 p. – ISBN 857311844X.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2014, 304 p. – ISBN 8515024527.

Complementar
BOUZON, E. O Código de Hammurabi. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2003, 240 p. – ISBN 8532607780.

BRANDÃO, J. L. Ele que o abismo viu: Epopeia de Gilgámesh. Belo Horizonte: Autêntica, 2017, 336 p. – ISBN 9788551302835.

CRÜSEMANN, F. A Torá. Teologia e História Social da Lei do Antigo Testamento. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2012, 599 p. – ISBN 9788532623607.

DA SILVA, A. J. Histórias de criação e dilúvio na antiga Mesopotâmia. Artigo na Ayrton’s Biblical Page, 2018.

DA SILVA, A. J. O Pentateuco e a História de Israel. In: Teologia na pós-modernidade. Abordagens epistemológica, sistemática e teórico-prática. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 173-215. – ISBN 853561110X

DA SILVA, A. J. Pequena bibliografia sobre o Livro do Êxodo, o Pentateuco e o Êxodo do Egito. Observatório Bíblico: 19 de julho de 2011.

DOZEMAN, T. B.; SCHMID, K. (eds.) A Farewell to the Yahwist? The Composition of the Pentateuch in Recent European Interpretation. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2006, viii + 198 p. – ISBN 9781589831636. Disponível online.

DOZEMAN, T. B.; RÖMER, T.; SCHMID, K. (eds.) Pentateuch, Hexateuch, or Enneateuch? Identifying Literary Works in Genesis through Kings. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2011, 324 p. – ISBN 9781589835429. Disponível online.

GARCÍA LÓPEZ, F. O Pentateuco.  2. ed. São Paulo: Ave-Maria, 2004, 328 p. – ISBN 9788527610575.

GRUEN, W. et al. Os dez mandamentos: várias leituras. 2. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 9, 1987.

MESTERS, C. Bíblia, livro da aliança. São Paulo: Paulus, 2017, 80 p. – ISBN 9788534944373.

SCHWANTES, M. et al. A memória popular do êxodo. 2. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 16, 1996.

SKA, J.-L. O canteiro do Pentateuco: problemas de composição e de interpretação/aspectos literários e teológicos. São Paulo: Paulinas, 2016, 282 p. – ISBN 9788535641486.

STORNIOLO, I. Mandamentos, ontem e hoje (Entrevista com Pe. Ivo Storniolo). Vida Pastoral, São Paulo, n. 149 , p. 27-29, nov./dez. 1989. Disponível online.

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Língua Hebraica Bíblica 2018

O curso de Língua Hebraica Bíblica compreende apenas 45 horas no segundo semestre do primeiro ano de Teologia. É um tempo insuficiente mesmo para a aprendizagem elementar do hebraico bíblico. Por isso o curso se propõe apenas familiarizar o estudante de Teologia com o universo da língua hebraica e o modo semítico de pensar. No transcorrer das aulas os três itens principais – ouvir, ler e escrever – são trabalhados simultaneamente e não sequencialmente. Este curso está disponível para download ou acesso online na Ayrton’s Biblical Page > Hebraico.

I. Ementa
Introdução elementar à língua hebraica bíblica, que parte de um texto específico, Gn 1,1-8, e trabalha com os elementos de ortoépia (pronúncia normal e correta dos sons), ortografia (escrita correta das palavras) e etimologia (formação das palavras e suas flexões) encontrados neste pequeno trecho. O método escolhido foi o de ouvir, ler e escrever a língua hebraica.

II. Objetivos
Trabalha conceitos semíticos importantes para a compreensão do texto bíblico veterotestamentário.

III. Conteúdo Programático
1. Ouvir
Ouvir repetidamente o hebraico. Até o ouvido se acostumar com os sons estranhos. Não há aqui a preocupação em entender. O objetivo é fixar a atenção nos sons e acompanhar o texto de cada versículo, palavra por palavra. Até começar a distinguir onde está o leitor, no caso o cantor.

2. Ler
Nesta seção o objetivo é tentar ler o hebraico. Estão disponíveis, para cada versículo de Gn 1,1-8, a pronúncia, a transliteração e a análise do texto. A pronúncia está bem simplificada, somente chamando a atenção para as tônicas, sem dizer se a vogal é breve ou longa e se o seu som é aberto ou fechado. Já a transliteração, representação dos caracteres hebraicos em caracteres latinos, é mais complexa e tem que ser detalhada.

3. Escrever
Nesta seção é possível aprender algumas regras básicas da gramática hebraica. Regras que permitirão uma escrita mínima de palavras e expressões. Mas a gramática é muito mais do que isto. Há sugestões de gramáticas e dicionários na bibliografia. E há revisões. Uma para cada versículo. As revisões ajudarão o estudante de hebraico verificar o seu nível de absorção do ouvir, do ler e do escrever. Poderão servir igualmente para as avaliações da disciplina.

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. Noções de hebraico bíblico. Revisto e atualizado em 23.01.2018. Brodowski, 2001.

BUSHELL, M. BibleWorks 10. Norfolk, VA: BibleWorks, 2015.

Complementar
ELLIGER, K.; RUDOLPH, W. Biblia Hebraica Stuttgartensia. 5. ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, [1967/1977], 1997, lviii + 1574 p. – ISBN 9783438052193. A BHS está disponível também online ou para download gratuito.

FARFÁN NAVARRO, E. Gramática do hebraico bíblico. São Paulo: Loyola, 2010, 192 p. – ISBN 9788515037445.

KALTNER, J.; MCKENZIE, S. L. (eds.) Beyond Babel: A Handbook for Biblical Hebrew and Related Languages. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2002, 256 p. – ISBN 9781589830356. Disponível online.

KIRST, N. et alii Dicionário Hebraico-Português e Aramaico-Português. 31. ed. São Leopoldo/Petrópolis: Sinodal/Vozes, 2016, 305 p. – ISBN 8523301305.

LAMBDIN, T. O. Gramática do Hebraico Bíblico. São Paulo: Paulus, 2003 [5. reimpressão: 2016], 398 p. – ISBN 8534920931.

LANDES, G. M. Building Your Biblical Hebrew Vocabulary: Learning Words by Frequency and Cognate. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2001, 236 p. – ISBN 9781589830035. Disponível online.

MENDES, P. Noções de Hebraico Bíblico. Texto Programado. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2011, 192 p. – ISBN 9788527504584.

ORTIZ, P. Dicionário do hebraico e aramaico bíblicos. São Paulo: Loyola, 2010, 176 p. – ISBN 9788515018970.

SCHÖKEL, L. A. Dicionário Bíblico Hebraico-Português. São Paulo: Paulus, 1997 [6. reimpressão: 2014], 798 p. – ISBN 8534910464.

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História de Israel 2018

Este curso de História de Israel compreende 4 horas semanais, com duração de um semestre, o primeiro dos oito semestres do curso de Teologia. Os alunos recebem os roteiros de todas as minhas disciplinas do ano em curso nos formatos pdf e html. Os sistemas de avaliação e aprendizagem seguem as normas da Faculdade e são, dentro do espaço permitido, combinados com os alunos no começo do curso.

I. Ementa
Discute com o aluno os elementos necessários para uma compreensão global e essencial da história econômica, política e social do povo israelita, como base para um aprofundamento maior da história teológica desse povo. Possibilita ao aluno uma reflexão séria sobre o processo histórico de Israel desde suas origens até o século I d.C.

II. Objetivos
Oferece ao aluno um quadro coerente da História de Israel e discute as tendências atuais da pesquisa na área. Constrói uma base de conhecimentos histórico-sociais necessários ao aluno para que possa situar no seu contexto a literatura bíblica veterotestamentária produzida no período.

III. Conteúdo Programático
1. Noções de geografia do Antigo Oriente Médio

2. As origens de Israel

3. Os governos de Saul, Davi e Salomão

4. O reino de Israel

5. O reino de Judá

6. A época persa e as conquistas de Alexandre

7. Os Ptolomeus governam a Palestina

8. Os Selêucidas: a helenização da Palestina

9. Os Macabeus I: a resistência

10. Os Macabeus II: a independência

11. O domínio romano

IV. Bibliografia
Básica
FINKELSTEIN, I.; SILBERMAN, N. A. A Bíblia não tinha razão. São Paulo: A Girafa, 2003, 515 p. – ISBN 8589876187.

LIVERANI, M. Para além da Bíblia: história antiga de Israel. São Paulo: Loyola/Paulus, 2008, 544 p. – ISBN 9788515035557.

PIXLEY, J. A História de Israel a partir dos pobres. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 2013, 136 p. – ISBN 9788532602824.

Complementar
CURTIS, A. Oxford Bible Atlas. 4. ed. New York: Oxford University Press, 2007, 224 p. – ISBN 9780191001581.

DA SILVA, A. J. A História Antiga de Israel no Brasil: três opiniões.  Observatório Bíblico – 17 de outubro de 2013.

DA SILVA, A. J. A história de Israel na pesquisa atual. In: História de Israel e as pesquisas mais recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 43-87 – ISBN 8532628281.

DA SILVA, A. J. A história de Israel na pesquisa atual. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 71, p. 62-74, 2001.

DA SILVA, A. J. A história de Israel no debate atual. Artigo na Ayrton’s Biblical Page.

DA SILVA, A. J. A origem dos antigos Estados israelitas. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 78, p. 18-31, 2003.

DA SILVA, A. J. História de Israel. Texto na Ayrton’s Biblical Page.

DA SILVA, A. J. O Pentateuco e a História de Israel. In: Teologia na pós-modernidade. Abordagens epistemológica, sistemática e teórico-prática. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 173-215. – ISBN 853561110X

DA SILVA. A. J. Os essênios: a racionalização da solidariedade. Artigo na Ayrton’s Biblical Page.

DA SILVA, A. J. Pode uma ‘história de Israel’ ser escrita? Observando o debate atual sobre a história de Israel. Artigo na Ayrton’s Biblical Page.

DA SILVA, A. J. Religião e formação de classes na antiga Judeia. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 120, p. 413-434, 2013.

DA SILVA, A. J. The History of Israel in the Current Research. Journal of Biblical Studies 1:2, Apr.-Jun. 2001.

DAVIES, P. R. In Search of ‘Ancient Israel’. 2. ed. London: Bloomsbury T & T Clark, [1992] 2015, 166 p. – ISBN 9781850757375.

DONNER, H. História de Israel e dos povos vizinhos. 2v. 6. ed. São Leopoldo: Sinodal/EST, 2014, 540 p. Vol 1: ISBN 9788562865244; Vol. 2: ISBN 9788562865411.

FINKELSTEIN, I. O reino esquecido: arqueologia e história de Israel Norte. São Paulo: Paulus, 2015, 232 p. – ISBN 9788534942393.

FINKELSTEIN, I. The Forgotten Kingdom: The Archaeology and History of Northern Israel. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2013, 210 p. – ISBN 9781589839106. Disponível online.

FINKELSTEIN, I.; MAZAR, A. The Quest for the Historical Israel: Debating Archaeology and the History of Early Israel. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2007, 220 p. – ISBN 9781589832770. Disponível online.

FINKELSTEIN, I.; SILBERMAN, N. A. David and Solomon: In Search of the Bible’s Sacred Kings and the Roots of the Western Tradition. New York: The Free Press, 2007, 352 p. – ISBN 9780743243636.

GERSTENBERGER, E. S. Israel in the Persian Period: The Fifth and Fourth Centuries B.C.E. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2011, 594 p. – ISBN 9781589832657. Disponível online.

GERSTENBERGER, E. S. Israel no tempo dos persas: Séculos V e IV antes de Cristo. São Paulo: Loyola, 2014, 552 p. – ISBN 9788515040759.

GOTTWALD, N. K. As Tribos de Iahweh: Uma Sociologia da Religião de Israel Liberto, 1250-1050 a.C. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2004, 939 p. – ISBN 8534922330.

HORSLEY, R. A. Arqueologia, história e sociedade na Galileia: o contexto social de Jesus e dos Rabis. São Paulo: Paulus, 2000 [reimpressão: 2012], 196 p. – ISBN 8534915679.

HORSLEY, R. A. Jesus e a espiral da violência: Resistência judaica popular na Palestina Romana. São Paulo: Paulus, 2010, 304 p. – ISBN 9788534926355.

KAEFER, J. A. A Bíblia, a arqueologia e a história de Israel e Judá. São Paulo: Paulus, 2015, 112 p. – ISBN 9788534941549.

KAEFER, J. A. Arqueologia das terras da Bíblia. São Paulo: Paulus, 2012, 96 p. – ISBN 9788534933773.

KAEFER, J. A. Arqueologia das terras da Bíblia II. São Paulo: Paulus, 2016, 136 p. – ISBN 9788534943109.

KESSLER, R. História social do antigo Israel. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 2010, 304 p. – ISBN 9788535625295.

KIPPENBERG, H. G. Religião e formação de classes na antiga Judeia: estudo sociorreligioso sobre a relação entre tradição e evolução social. São Paulo: Paulus, 1997, 184 p. – ISBN 8505006798.

LOWERY, R. H. Os reis reformadores: culto e sociedade no Judá do Primeiro Templo. São Paulo: Paulinas, 2012, 351 p. – ISBN 8535612912.

MAZAR, A. Arqueologia na terra da Bíblia: 10.000 – 586 a.C. São Paulo: Paulinas, 2012, 558 p. – ISBN 8535610316.

MORGENZTERN, I.; RAGOBERT, T. A Bíblia e seu tempo – um olhar arqueológico sobre o Antigo Testamento. 2 DVDs. Documentário baseado no livro The Bible Unearthed [A Bíblia não tinha razão], de Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman. São Paulo: História Viva – Duetto Editorial, 2007.

STEGEMANN, W. Jesus e seu tempo. São Leopoldo: Sinodal/EST, 2013, 576 p. – ISBN 9788562865886.

VAN SETERS, J. Em Busca da História: Historiografia no Mundo Antigo e as Origens da História Bíblica. São Paulo: EDUSP, 2008, 400 p. – ISBN 8531411017.

ZABATIERO, J. P. T. Uma história cultural de Israel. São Paulo: Paulus, 2013, 296 p. – ISBN 9788534937597.

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Preparando meus programas de aula para 2018

Estou, nestes dias, preparando meus programas de aula de Bíblia para 2018. Começo a publicá-los no Observatório Bíblico. A intenção é de que possam servir, para além de meus alunos, a outras pessoas que, eventualmente, queiram ter uma noção de como se estuda a Bíblia em determinadas Faculdades de Teologia. Ou, pelo menos, parte da Bíblia, porque posso expor apenas os programas das disciplinas que leciono. Tomo aqui como referência o currículo do CEARP, onde trabalho. Já fiz isso em 2006, 2009, 2011, 2013, 2015 e 2017, mas a bibliografia vai mudando: livros novos, livros esgotados, links quebrados…

Quatro elementos serão levados em conta, em uma leitura da Bíblia que eu chamaria de sócio-histórica-redacional:

:: contextos da época bíblica
:: produção dos textos bíblicos
:: contextos atuais
:: leitores atuais dos textos

O sentido da Escritura, segundo este modelo, não está nem no nível dos contextos da época bíblica e/ou dos contextos atuais, nem no nível dos textos bíblicos ou da vivência dos leitores, mas na articulação que se forma entre a relação dos textos bíblicos com os seus contextos, por um lado, e entre os leitores atuais e seus contextos específicos.

Ou seja: “Da Escritura não se esperam fórmulas a ‘copiar’, ou técnicas a ‘aplicar’. O que ela pode nos oferecer é antes algo como orientações, modelos, tipos, diretivas, princípios, inspirações, enfim, elementos que nos permitam adquirir, por nós mesmos, uma ‘competência hermenêutica’, dando-nos a possibilidade de julgar por nós mesmos, ‘segundo o senso do Cristo’, ou ‘de acordo com o Espírito’, das situações novas e imprevistas com as quais somos continuamente confrontados. As Escrituras cristãs não nos oferecem um was [que], mas um wie [como]: uma maneira, um estilo, um espírito. Tal comportamento hermenêutico se situa a igual distância tanto da metafísica do sentido (positivismo) quanto da pletora das significações (biscateação). Ele nos dá a chance de jogar a sério o círculo hermenêutico, pois que é somente neste e por este jogo que o sentido pode despertar” explica BOFF, C. Teologia e Prática: Teologia do Político e suas mediações. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1993, p. 266-267.

As disciplinas de Bíblia no curso de graduação em Teologia podem, segundo este modelo, ser classificadas em três áreas:

1. Disciplinas Contextuais:
:: História de Israel (alternativa: História da época do Antigo Testamento e História da época do Novo Testamento)

2. Disciplinas Instrumentais:
:: Introdução à S. Escritura (alternativa: Métodos de leitura dos textos bíblicos)
:: Língua Hebraica Bíblica
:: Língua Grega Bíblica

3. Disciplinas Exegéticas:
:: Pentateuco
:: Literatura Profética
:: Literatura Deuteronomista
:: Literatura Sapiencial
:: Literatura Pós-Exílica
:: Literatura Sinótica e Atos
:: Literatura Paulina
:: Literatura Joanina
:: Apocalipse

—————————————-
Destas disciplinas, leciono:

No primeiro semestre:
:: História de Israel: 4 hs/sem.
:: Literatura Profética: 4 hs/sem.
:: Literatura Deuteronomista: 2 hs/sem.

No segundo semestre:
:: Língua Hebraica Bíblica: 3 hs/sem.
:: Pentateuco: 4 hs/sem.
:: Literatura Pós-Exílica: 4 hs/sem.

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Nos 94 anos de papai, coisas da roça

A gostosura do queijo mineiro, a carne de lata que a minha irmã Sônia faz, o pão de queijo especial, as pamonhas… coisas da roça, mas, desse jeito, só em Minas Gerais.

Agora, dessa  vez eu vi uma coisa diferente no dia 19: lá na fazenda da Sônia e do Valdemar as seriemas são tratadas a pão de queijo!

E elas vêm pegar na porta de casa.

Seriema tratada a pão de queijo lá na Sônia
Seriema tratada a pão de queijo lá na Sônia

Seriema levando seu pão de queijo
Seriema levando seu pão de queijo
Será que vai?
Será que vai?

Até parece...
Até parece…

Cães na casa da Sônia e Valdemar
Cães na casa da Sônia e Valdemar

Cão akita, raça japonesa - casa da Sônia
Cão akita, raça japonesa – casa da Sônia

Queijo que a Sônia faz
Queijo que a Sônia faz

Comprando queijo na Feira Livre
Comprando queijo na Feira Livre

Geraldo e Rita merendando na casa de papai
Geraldo e Rita merendando na casa de papai
Merenda na fazenda do papai em 18.01.2018
Merenda na fazenda do papai em 18.01.2018

Na casa do papai em 18.01.2018
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Casa da Sônia em 19.01.2018
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