Chegamos a um momento de extrema gravidade: temos que solicitar o fim da violência, diz secretário-geral da ONU

Folha Online: 30/07/2006 – 18h25

Annan pede resposta firme da ONU a ataque de Israel

Em uma reunião urgente com o Conselho de Segurança da ONU (Organzaiçao das Nações Unidas), o secretário-geral da entidade, Kofi Annan, reiterou seu pedido por cessar-fogo urgente entre Israel e o grupo terrorista libanês Hizbollah, que se enfrentam há 19 dias. Annan reconheceu o direito isralense de defesa, mas condenou o bombardeio deste domingo, que matou dezenas de civis. Ele também pediu que a ONU reprima da forma mais forte possível a ação. “Estou profundamente consternado”, afirmou. Annan afirmou que o conselho tem responsabilidade para solicitar um fim da violência. “Nós chegamos a um momento de extrema gravidade, primeiro e sobretudo com o povo do Oriente Médio mas também pela autoridade desta organização e especialmente deste conselho”, disse. “Uma ação é necessária agora antes que mais crianças, mulheres e homens se transformem em vítimas do conflito que eles não têm controle.” Em um discurso incomum, Annan manifestou o risco que o conselho corre de minar sua autoridade se não tomar uma atitude. “O povo notou sua falência em agir firmemente e rápido durante a crise”, disse em referência à depredação da sede da ONU em Beirute neste domingo (cont.)


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Enfurecidas com o bombardeio de Israel à vila de Qana, autoridades libanesas cancelaram hoje a visita que a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, faria ao país. Rice resolveu, então, retornar a Washington segunda-feira, mais cedo do que o previsto.

“Estou profundamente triste com a terrível perda de vidas inocentes”, afirmou ela. “Queremos um cessar-fogo o mais rápido possível.”

Ela negou, entretanto, que o primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora, tenha suspendido a sua visita. “Quero que vocês entendam uma coisa também: eu entrei em contato com ele e disse que não iria, porque sinto fortemente que meu trabalho por um cessar-fogo é realmente aqui, hoje”, afirmou a jornalistas. Um oficial americano contou, depois, que ela havia decidido voltar para casa e trabalhar por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Horas após os mísseis israelenses matarem pelo menos 50 pessoas em Qana, Siniora descartou a possibilidade de qualquer negociação com Israel, pediu uma trégua imediata e incondicional, uma investigação internacional sobre o “massacre” e uma reunião de emergência do Conselho de Segurança.

No entanto, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse que o país não vai conceder um cessar-fogo até atingir seu objetivo de destruir o grupo terrorista libanês Hizbollah.

Reunião

Ontem, Rice se encontrou com Olmert. Ela afirmou, então, esperar que um projeto de acordo com as principais condições para um cessar-fogo entre Israel e o Hizbollah comece a ser negociado na próxima quarta-feira.

No sábado, Israel recusou uma trégua de três dias proposta pela ONU para facilitar a chegada de ajuda humanitária à região e o Hizbollah ameaçou intensificar os ataques contra cidades centrais do país.

Rice, que também conversou com a ministra israelense de Relações Exteriores, Tzipi Livni, disse a jornalistas que “as negociações serão duras”, mas que ambos os lados devem ceder para conseguir alcançar seus objetivos. “Eu presumo e tenho motivos para acreditar que os líderes dos dois lados que enfrentam a crise gostariam de ver o fim dela”, comentou.

O plano de Rice para findar os ataques contempla a atuação de uma força multinacional de paz no sul do Líbano, com tropas de entre 10 mil e 30 mil homens, uma trégua do Hizbollah, a libertação dos soldados israelenses seqüestrados –o estopim do conflito foi o seqüestro de dois soldados levado a cabo pelo Hizbollah, no último dia 12–, a devolução ao Líbano de uma área ocupada por Israel e a reconstrução do Líbano. As informações são de segundo um funcionário da diplomacia americana que falou sob a condição de manter-se no anonimato.

Para hoje, estava programada uma conversa de Rice com o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, e o chefe das forças armadas, Dan Halutz.

Fonte: Folha Online – 30/07/2006

 

Ataque de Israel mata 54 civis no Líbano

Num violento ataque israelense neste domingo, mais de 54 pessoas foram mortas na cidade de Qana, no sul do Líbano. Pelo menos 34 das vítimas são crianças.

Famílias de desabrigados estavam se refugiando no porão de um prédio de três andares que foi destruído no bombardeio. Dezenas de pessoas podem estar presas nos escombros.

O Exército de Israel afirmou que a milícia xiita Hezbollah usava a área para lançar mísseis e que havia avisado que civis deviam deixar a região.

Mas o correspondente da BBC no sul do Líbano Jim Muir afirma que muitas pessoas tinham medo de deixar o local por causa dos ataques nas estradas, enquanto outros não tinham condições de fazer a viagem.

O Hezbollah respondeu ao ataque lançando mais foguetes contra o norte de Israel neste domingo.

A cidade de Kiryat Shemona foi a mais atingida e teve vários residentes feridos no que foi descrito como o pior dia até agora na região.

Protestos

Soldados libaneses estão protegendo a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Beirute, depois que mais de mil manifestantes se reuniram diante do prédio para protestar contra o ataque a Qana.

A multidão, que chegou ao local de diferentes partes da cidade, invadiu as dependências do prédio da ONU, derrubou cercas e portas e queimou bandeiras de Israel e dos Estados Unidos.

Os manifestantes gritavam palavras de ordem pró-Hezbollah e anti-Israel, além de afirmar que queriam “Beirute livre”.

Antecedentes

A cidade libanesa de Qana ficou tristemente famosa em 1996 depois que Israel atacou uma base da força de paz da ONU. Mais de 100 civis que se abrigavam na base foram mortos,

A operação militar “Vinhas da Ira”, uma blitz de 16 dias contra o Líbano, visava encerrar bombardeios do Hezbollah no norte de Israel.

A repercussão internacional foi grande e Israel suspendeu a operação, trazendo um acordo que originou um cessar-fogo que baniu ataques a civis.

Fronteira

Outro ataque aéreo israelense no sábado fechou o principal posto de fronteira entre o Líbano e a Síria.

As bombas teriam destruído a estrada – do lado libanês – entre os prédios da imigração dos dois países.

Israel acusa a Síria, ao lado do Irã, de apoiar a milícia do Hezbollah, que no dia 12 deste mês capturou dois soldados israelenses em uma ação que deixou outros oito soldados mortos e iniciou o conflito que já dura 19 dias.

O ataque aéreo foi um entre dezenas de bombardeios que ocorreram no fim de semana. No mais violento, uma mulher e seis crianças morreram no vilarejo de Nmeiriya, no sul do Líbano.

De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, mais de 750 pessoas – em sua maioria civis – morreram em ataques de Israel desde o início dos confrontos. Do lado isralense, morreram pelo menos 51 pessoas, sendo 18 civis.

Segundo as Nações Unidas, ao menos 30% dos mortos no Líbano são crianças.

Retirada

O Exército de Israel disse, no sábado, ter saído da cidade libanesa de Bint Jbeil, cena da pior batalha desde o início da ofensiva contra o Hezbollah.

Os israelenses tentaram dominar o local por vários dias e perderam oito soldados em um único combate com os militantes xiitas.

A cidade continua sob bombardeios aéreos e ataques de artilharia, e o Exército israelense diz que pode voltar ao local a qualquer momento.

Israel tem afirmado – e reforçou a mensagem neste sábado – que já provocou grandes perdas de armas e homens da milícia radical, dizendo ter matado 26 militantes em combates recentes e mais de 250 militantes ao todo – o grupo admite a morte de cerca de 30 homens.

Em entrevista a redes de TV árabes, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que Israel sofreu sérias derrotas no sul do Líbano e que havia ficado claro que os israelenses não conseguiriam alcançar uma vitória militar.

Nasrallah disse ainda que a secretária de Estado americana, Condoleeza Rice, estava voltando à região para impor condições ao Líbano e servir Israel.

Fonte: BBC Brasil – 30/07/2006

 

Mundo condena pior ataque de Israel no Líbano; ONU faz reunião de emergência

A comunidade internacional condenou o ataque mais violento desde o início da guerra não declarada entre o Hizbollah e Israel. Ao menos 56 pessoas morreram nos bombardeios contra o vilarejo de Qana na madrugada deste domingo. Dentre as vítimas, 37 eram crianças, segundo fontes da polícia libanesa e das equipes de resgate.

A pedido de Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para as 11h em Nova York (12h de Brasília) na qual será discutida a situação do Líbano.

O primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora, telefonou hoje a Annan solicitando uma investigação internacional do ataque e um reunião urgente do Conselho. Horas antes, a ONU criticou o ataque, reforçando a necessidade de um “cessar-fogo imediato”.

“Os civis pagam o preço mais duro desta guerra e lembro os pedidos do secretário-geral de respeito às leis humanitárias internacionais e a preservar as vidas humanas”, afirma um comunicado da ONU divulgado em Beirute.

Líderes

Líderes da França, Espanha, Alemanha, Egito, Jordânia e outros países também condenaram os ataques, pedindo cessar-fogo imediato. “A França condena essa ação injustificável, que mostra mas que nunca a necessidade de um cessar-fogo”, disse um comunicado do presidente francês Jacques Chirac.

O representante das Relações Exteriores da União Européia, Javier Solana, afirmou em um comunicado que “nada pode justificar” a morte de civis inocentes.

O presidente do Egito, Hosni Mubarak, classificou como “irresponsável” o bombardeio. Na nota, o presidente egípcio voltou a pedir um imediato cessar-fogo na guerra não declarada entre Israel e o Hizzbolah.

O presidente palestino Mahmud Abbas acusou Israel de ter cometido um crime em Qana, no sul do Líbano, e pediu à ONU que instaure um cessar-fogo imediato.

Nesta manhã, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, afirmou estar “profundamente triste com a terrível perda de vidas inocentes”. “Queremos um cessar-fogo o mais rápido possível”, afirmou Rice, que teve sua visita ao Líbano cancelada.

Fonte: Folha Online – 30/07/2006

Por que Israel massacra civis libaneses com o consenso de Bush? O alvo é o Irã

Ataque de Israel mata ao menos 50 no Líbano; Hizbollah faz nova ameaça

“Pelo menos 50 pessoas, das quais cerca de 20 crianças, morreram neste domingo nos bombardeios de Israel contra o vilarejo de Qana, sul do Líbano. O ataque, de madrugada, destruiu dezenas de edifícios. ‘Não quero que me perguntem sobre números. Todos sabem que servimos de cobaias para as armas deles, as bombas de implosão. É a única coisa que se vê’, declarou, entre lágrimas, Naim Rakka, um dos coordenadores da equipe de emergência da Defesa Civil libanesa, com os corpos de duas crianças nos braços (…) ‘Esse massacre bárbaro, que representa uma mudança grave e perigosa no curso da guerra, pode levar a reações contra o mundo mudo e cúmplice, que deve assumir suas responsabilidades, porque esse massacre horrível, como outros, não permanecerá impune’, ameaçou o Hizbollah em comunicado. Pouco depois do ataque, o primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora, descartou a possibilidade de qualquer negociação, pediu uma investigação internacional sobre o bombardeio e exigiu um cessar-fogo imediato e incondicional” (cont.) – Folha Online: 30/07/2006 – 09h34


Vaticano pede para mundo não ser “indiferente à violência”

“O jornal vaticano ‘Osservatore Romano’ dedicou novamente especial atenção ao sofrimento de civis no conflito entre Israel e o grupo terrorista libanês Hizbollah e afirmou que esta ‘escalada cotidiana de violência e mortes não pode e não deve tornar as pessoas indiferentes'” (cont.) – Folha Online: 30/07/2006 – 05h49


“Verdadeiro alvo dos EUA é o Irã na crise atual”, dizem analistas

“O verdadeiro alvo da ofensiva israelense no Líbano e do silêncio da Casa Branca não é apenas o Hizbollah, mas também o Irã, segundo analistas políticos. Eles dizem que os Estados Unidos buscam ‘cortar as asas’ de Teerã. O governo do presidente George W. Bush se cala e não pede um cessar-fogo imediato porque na realidade ‘simpatiza com o objetivo israelense de destruir o Hizbollah e quer dar tempo para que isso seja alcançado’, disse hoje Robert Dreyfuss, analista político do centro de estudos liberal ‘Institute for Public Accuracy’. Dessa forma, dá um passo a mais para sua verdadeira meta, que prevê que todos os olhares estejam voltados para o Irã como ‘o cérebro de tudo o que está acontecendo’, assegurou Dreyfuss” (cont.) – Folha Online: 29/07/2006 – 20h56