Francisco na Palestina

Papa manda parar o jeep e reza ante o ‘muro da vergonha’ – Jesús Bastante: Religión Digital, em IHU On-Line 25/05/2014

Foi um gesto que surpreendeu, e muito, a comitiva que acompanhava o Papa Francisco desde a sede da presidência da Autoridade Nacional Palestina até a basílica da Natividade, em Belém. Quando o jeep em que ele estava passou junto ao Muro que separa a Cisjordânia de Israel, Bergoglio ordenou que o veículo parasse e desceu.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Diigital. A tradução é da IHU On-Line.

A parada não estava prevista. Segundo os jornalistas que acompanham o Pontífice, Francisco ficou alguns minutos em oração, perto de uma torre de vigilância ocupada por um soldado de Israel, e rezou tocando a parede e apoiando a sua fronte nela.

O Papa realizou este gesto inesperado a caminho da missa pública que presidiu ante milhares de pessoas e depois de um encontro com Abas, que lhe falou do “repugnante muro que Israel construiu pela força em nossa terra”. Os cristãos da Terra Santa, em sua maioria palestinos, qualificam esta separação como “o muro da vergonha”.

O próprio Papa sofre as dificuldades do muro, pois depois da sua estadia na Palestina, terá que viajar de helicóptero até o aeroporto de Tel Aviv, ao invés de percorrer o trajeto de apenas oito quilômetros que separam a cidade em que nasceu Jesus da Cidade Santa de Jerusalém.

A construção do muro, que, segundo argumenta o governo de Israel, é para frear os atentados, começou a ser construído em 2002. Uma vez concluído, ele se estenderá por 712 quilômetros. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) exigiu, em julho de 2004, seu desmantelamento, ao considerar a sua construção ilegal.

 

Francesco prega in silenzio davanti al Muro di divisione – Gianni Valente: Vatican Insider 25/05/2014

Papa Francesco ha toccato il Muro della Divisione. In un clamoroso fuori programma del viaggio in Terra Santa, prima della Messa a Betlemme sulla piazza della Mangiatoia, il vescovo di Roma ha chiesto di essere portato in auto davanti a un punto della barriera di cemento che Israele sta costruendo dal 2002 e che corre in buona parte sui Territori Occupati palestinesi, contro tutte le regole di legalità internazionale. Lì Papa Bergoglio ha sostato per pochi minuti in totale silenzio, circondato da un gruppo di giovani palestinesi.

Un silenzio più eloquente di mille discorsi, davanti al muro che, come ha detto il sindaco di Betlemme Vera Baboun, separa anche il luogo della nascita di Gesù dal luogo della sua Resurrezione. Con il suo gesto silenzioso, Papa Francesco pone davanti alla coscienza del mondo la muraglia fatta erigere unilateralmente dal governo israeliano come barriera di protezione contro il terrorismo, divenuta essa stessa simbolo planetario di arbitrio e sopraffazione.

Il tracciato complessivo di oltre 700 chilometri in alcuni punti passa anche 28 chilometri al di là della “linea verde” – il confine di Israele prima della guerra del 1967 – per integrare colonie israeliane. Così si rende architettonicamente irreversibile l’occupazione di ampie aree di terra palestinese. Già nel maggio 2004 la costruzione della barriera aveva prodotto lo sradicamento di più di 100mila olivi e piante d’agrumi, la demolizione di serre, impianti d’irrigazione, magazzini e la confisca di migliaia di chilometri quadrati di terra appartenenti a famiglie arabe. Oltre alle risoluzioni Onu, anche la Corte internazionale di Giustizia dell’Aia ha definito come «contrari al diritto internazionale» la costruzione del muro e gli effetti da essa prodotti sulla vita della popolazione locale.

Il muro taglia in due la vita delle comunità, chiude l’orizzonte e soffoca la libertà di movimento, ostacola l’accesso dei contadini alle loro terre, tiene separate le famiglie. A soffrirne sono anche le comunità cristiane della zona di Beit Jala, contigua a Betlemme, che da tempo hanno intrapreso una battaglia legale davanti alle Corti israeliane per impedire che il proseguimento del muro lungo il tracciato prestabilito sventri la valle di Cremisan, tra Betlemme e Gerusalemme, prezioso “polmone verde” di tutta l’area. Se il progetto verrà portato avanti, anche i quattrocento bambini che frequentano la locale scuola delle suore salesiane si troveranno a trascorrere gli anni dell’infanzia in una sorta di prigione a cielo aperto, circondata da barriere e check-point. Tempo fa, erano state diffuse false voci su un inesistente nulla osta vaticano al proseguimento dei lavori sulle terre confiscate ai contadini palestinesi e alle comunità religiose salesiane.

Dall’ottobre 2011, i sacerdoti della parrocchia latina di Beit Jala celebrano messe e recitano rosari tra gli uliveti della valle di Cremisan, pregando che lo scempio della valle sia evitato con una revisione del tracciato del Muro. Lo scorso ottobre, uno di loro ha potuto consegnare una lettera a Papa Francesco, in cui denunciava anche il «Muro di annessione» tra gli strumenti messi in campo per «annettere la nostra terra a Israele» e spiegava che oggi l’area del Beit Jala si estende soltanto su «4 chilometri quadrati, meno di un terzo della sua dimensione originale».

Del Muro aveva parlato già Giovanni Paolo II, per ripetere che «la Terra Santa ha bisogno di ponti piuttosto che muri». Anche Papa Benedetto XVI, durante la sua visita a Betlemme, aveva dedicato parole forti al Muro «che si introduce nei vostri territori, separando i vicini e dividendo le famiglie». Ora il gesto di Papa Francesco, nella sua silenziosa nudità, abbraccia tutti e tutti interpella, a partire dal popolo d’Israele che – come ha ribadito il cardinale Pietro Parolin prima di partire per la Terra Santa, esprimendo lo sguardo della Santa Sede – deve poter vivere in pace e sicurezza nella terra che porta il suo nome.

Senza proclami, senza invettive, il Papa “preso” quasi alla fine del mondo si muove intorno alle ferite aperte del conflitto arabo-israeliano con inerme libertà e senza prevenzioni cautelari. Senza curarsi dei fraintendimenti alimentati dal pregiudizio. Abbraccia il senso d’impotenza dei contadini palestinesi con lo stesso sguardo libero con cui domani deporrà fiori sul Monte Herzl, che prende il nome dal fondatore del movimento sionista. Così Papa Francesco guarda alle sofferenze, alle ingiustizie e alle piaghe del mondo: con una libertà disarmata che interroga le coscienze di tutti, e non è contro nessuno.

Um balanço provisório do primeiro ano de Francisco

“O Papa Francisco representou nesse ano um vento de renovação radical do cristianismo. Revolucionou formas e estilos do pontificado, adotando um modo de exercer o mais alto ministério hierárquico da Igreja Católica francamente inédito na história moderna.

E se a forma, nesses casos, também é substância, não se pode dizer que Bergoglio esteja se limitando a isso, como se se tratasse de uma mera operação cosmética. O sucessor de Bento XVI, de fato, começou a fazer substanciais reformas da Igreja. Algumas trarão resultados a curto prazo (o IOR e a gestão financeira); outros, a médio prazo (o Sínodo dos Bispos); e outros ainda a longo prazo (a reforma global da Cúria Romana e do governo da Igreja, a colegialidade, o papel dos leigos e da mulher…).

Certamente, um ano ainda é pouco para avaliar o fôlego de um pontificado. Mas, mesmo assim, representa uma significativa reviravolta. E permite um primeiro balanço, embora provisório, mas já significativo.

Para oferecer aos leitores um quadro interpretativo e chaves de leitura, convidamos à redação alguns atentos observadores deste pontificado. Trata-se de Antonio Spadaro, jesuíta, diretor da revista La Civiltà Cattolica e autor da longa entrevista com o papa publicada em setembro passado; Maria Cristina Bartolomei, teóloga, articulista da revista Jesus e professora de filosofia da religião na Universidade Estatal de Milão; Maurilio Guasco, historiador da Igreja e do mundo católico contemporâneo, professor da Universidade do Piemonte Oriental; o teólogo valdense Paolo Ricca; e, por fim, a teóloga Serena Noceti, professora de eclesiologia e vice-presidente da ATI (Associação dos Teólogos Italianos)”.

Leia: Francisco e a Igreja que virá. A análise de especialistas

Fonte: revista Jesus, de março de 2014. Traduzido e publicado em Notícias: IHU On-Line 20/03/2014

Leia Mais:
Francisco: expectativas e desafios no segundo ano

Francisco propõe um evangelho sem censura

A percepção generalizada entre os católicos e não católicos é de que a revolução do papa argentino se move a partir de uma busca de autenticidade evangélica e fala à crise do nosso tempo com uma profundidade e uma intensidade que hoje são inatingíveis pelo “poder”. Ao contrário, elas têm a ver com o “contrapoder”, com um possível resgate do homem da “economia que mata” (expressão da Evangelii gaudium) ou do egoísmo que reduz a pessoa a indivíduo. Nem todos os comentários, porém, foram positivos. Levantaram-se críticas até mesmo de dentro da Igreja. Mas a própria manifestação, tão precoce e aguerrida, de uma oposição tradicionalista reforça a ideia de que nos encontramos em um ponto de viragem histórico. É concebível uma comunidade sem perdão, uma amizade sem gratuidade, uma fé sem caridade? O diálogo com o mundo contemporâneo, tão problemático para a Igreja no Ocidente, passa por aqui. Se há uma revolução do Papa Francisco, ela consiste acima de tudo em uma leitura do Evangelho sem mediações (sem glosas, como invocava o santo de Assis). A historicidade deste papado está em novamente chamar os cristãos – que já se tornaram minoria – à sua verdadeira origem.

Leia: As críticas reacionárias ao Papa Francisco

Fonte: Claudio Sardo, diretor do jornal L’Unità, em editorial de 18/03/2014. Traduzido e publicado, em português, por Notícias: IHU On-Line 20/03/2014.

O original, em italiano

Le critiche reazionarie a Papa Francesco – Claudio Sardo: L’Unità 18/03/2014

Tanto è stato scritto sul primo anno di pontificato di Francesco. E non certo perché la Chiesa, assediata dal mondo secolarizzato, abbia rimontato un solo centimetro del temporalismo perduto. Al contrario la percezione diffusa, tra i cattolici e non, è che la rivoluzione del Papa argentino muova da una ricerca di autenticità evangelica e parli alla crisi del nostro tempo con una profondità e un’intensità che sono oggi irraggiungibili dal «potere». Piuttosto hanno a che fare con il «contropotere», con un possibile riscatto dell’uomo dall’«economia che uccide» (espressione dell’Evangelii gaudium) o dall’egoismo che riduce la persona ad individuo.

Non tutti i commenti, però, sono stati positivi. Critiche si sono levate anche dall’interno della Chiesa. Ma la stessa manifestazione, così precoce e agguerrita, di un’opposizione tradizionalista rafforza l’idea che ci troviamo in un tornante storico. La contestazione reazionaria di matrice cattolica ha preso di mira in particolare l’impianto del Sinodo sulla famiglia. L’apertura, pur condizionata, del cardinale Kasper alla riammissione dei divorziati risposati ai sacramenti della penitenza e della comunione ha scatenato la più feroce ed emblematica delle polemiche. La purezza della dottrina è stata contrapposta all’impurità del perdono e della misericordia. La fede è stata separata dalla carità. La missione della Chiesa è stata recintata nella legge canonica e nella teologia, come se ad esse competesse il giudizio ultimo, il principio di verità. Il Sinodo sulla famiglia sarà un passaggio importante nel rapporto tra Chiesa e mondo. Non è un Concilio, non c’è un dogma in discussione. Ma per i tradizionalisti includere il vangelo della famiglia in un cammino di conversione che attraversa il nostro tempo e le sofferenze concrete delle persone è un rischio insopportabile. Vedono comunque il dogma incrinato. Non hanno fiducia nella presenza di Dio nella storia. E senza dogma non riconoscono la verità.

Non sono a confronto soltanto due idee di Chiesa. Dentro questa disputa ci sono diverse idee dell’uomo e della sua vocazione. «La dottrina è soggetta anche a uno sviluppo», ha detto Kasper suscitando scandalo. Prima del Vaticano II i divorziati erano scomunicati. Ora sono ammessi alla comunione spirituale. E una maggiore accoglienza domani potrebbe riavvicinare alla Chiesa tanti giovani, figli di coppie che si sono ricostruiti una famiglia, dopo il dolore e a volte senza colpa. Cosa fa muovere la dottrina? Non la resa allo spirito del tempo, che per i tradizionalisti è propaggine del demonio. L’epistola di Giacomo dice del demonio che anche lui crede e teme Dio, ma la differenza è che non sa amare. Il comandamento evangelico dell’amore, quello che riassume l’intera legge giudaica, può far muovere la dottrina. È concepibile una comunità senza perdono, un’amicizia senza gratuità, una fede senza carità? Il dialogo con il mondo contemporaneo, così problematico per la Chiesa in Occidente, passa da qui. Se c’è una rivoluzione di Papa Francesco, questa consiste anzitutto in una lettura del vangelo senza mediazioni (senza glosse, come invocava il santo di Assisi). La storicità di questo papato sta nel richiamare i cristiani – divenuti ormai minoranza – alla loro vera origine. Essere sale e lievito. Non giudice al posto di Dio. L’accusa di relativismo o di modernismo, rivolta al Papa, si ammanta di austerità ma è particolarmente banale.

Semmai c’è un relativismo cristiano con cui fare i conti. Un relativismo che ammette il limite umano. Non c’è legge che possa comprimere la libertà e la misericordia di Dio. La Chiesa e il Papa, per chi crede, sono posseduti dalla verità, ma non la possiedono per intero. La conoscenza della verità cresce nella relazione. Sono le sofferenze delle donne e degli uomini, le loro speranze, le loro cadute, il loro desiderio di giustizia a consentire ai credenti di progredire. In questo senso, è vero che l’azione pastorale di Francesco, alla fine, toccherà la teologia e la dottrina. Ma la conversione – compresa la riforma della Chiesa – sarà valida se coinvolgerà il popolo, se non riguarderà solo i chierici, se sarà capace di portare l’annuncio al mondo. Il kerygma cristiano (la notizia della Resurrezione) viene prima della morale cristiana. E di ogni clericalismo.

La teologia del popolo di Bergoglio non è una teologia politica. Una teologia politica, o forse solo un’ideologia, è quella dei conservatori che cercano nella dottrina cristiana un collante per la società capitalistica in crisi o una giustificazione estrema per il liberismo che ha aperto la strada al dominio del denaro. Ma tutto ciò sfugge definitivamente con Papa Francesco, che chiede ai cristiani di condividere le povertà. Certe critiche reazionarie al documento Kasper hanno più a che fare con la disperazione dei teocon che con la teologia morale. I tradizionalisti provano a contrapporre Ratzinger a Bergoglio. Ma non sanno spiegare le dimissioni di Benedetto XVI e la sua fiducia nella Chiesa.

Tutto ciò non lascia indifferente neppure il discorso laico, civile. Un cristianesimo che rivitalizza la radice evangelica è una risorsa di liberazione in questa società sempre più omologata. Non la sola risorsa. Ma una risorsa tanto più importante se affidata, nell’azione pubblica, alla piena responsabilità dei laici cristiani. Un’altra novità di Papa Francesco sta proprio nella rottura di molte mediazioni del passato. Nessuno può pretendere di parlare a nome della fede: chi vuole la può servire.

A oposição a Francisco e às suas propostas

Durante o século XX nenhum Papa teve tantas resistências como Francisco, e todas elas são sinal de que o Papa está mudando a Igreja. As resistências provêm daqueles que não querem ser questionados e não querem mudar. Há algumas que se manifestaram publicamente, outras foram sussurradas e outras não foram expressas e se caracterizam pelo silêncio e pelo distanciamento. Por que o silêncio equivale a uma resistência? É uma atitude, como se não tivesse acontecido nada, como se o Papa não fosse o testemunho de um modelo que é preciso seguir.

 

“Estes são aqueles que resistem a Francisco”, revela Andrea Riccardi – Notícias: IHU On-Line 18/03/2014

“Durante o século XX nenhum Papa teve tantas resistências como Francisco”, e todas elas “são sinal de que o Papa está mudando a Igreja”. São palavras fortes e em certo sentido surpreendentes. Elas foram escritas pelo professor Andrea Riccardi, historiador da Igreja, em um comentário publicado na revista Famiglia Cristiana. O Vatican Insider o entrevistou para indagar a respeito. A entrevista é de Andrea Tornielli e foi publicada em 18/03/2014.

Você escreveu que durante o último século nenhum Papa teve “tantas resistências como Francisco”. Não lhe parece exagerado?
Fiz essas afirmações como historiador. Francisco encontra-se diante de resistências internas nas estruturas eclesiásticas, nos episcopados e no clero. Enquanto é evidente a aliança que se instaurou com o povo.

E as oposições que Paulo VI enfrentou, ou as mais recentes que Bento XVI teve que enfrentar?
O único Papa que teve uma forte oposição foi, certamente, Paulo VI. Mas naquela época estava se vivendo um momento de protestos generalizados que afetaram tanto a Igreja como a sociedade. Enquanto as oposições contra Bento XVI, que você justamente recorda, eram mais da opinião pública externa e internacional. Repito, as que Francisco enfrenta são, na minha opinião, mais fortes e provêm do interior.

Poderia indicar alguns exemplos?
Há algumas que se manifestaram publicamente, outras foram sussurradas e outras não foram expressas e se caracterizam pelo silêncio e pelo distanciamento. Há alguns que não suportam a menor insistência na pregação papal sobre temas éticos. Mas também o enfoque pastoral de Francisco, que coloca em discussão a forma de governar dos bispos, aos quais as pessoas dizem: “Por que não fazem como o Papa?” Não quero generalizar indevidamente, mas estou convencido de que estas resistências existem. Além disso, Francisco, nos primeiros meses do Pontificado, disse tudo o que pensa e indicou quais são os pontos sobre os quais se deve trabalhar e mudar. Não fez como Paulo VI, que se expressava a “conta-gotas”, tratando de ser equilibrado. As resistências provêm daqueles que não querem ser questionados e não querem mudar.

Por que o silêncio, na sua opinião, equivale a uma “resistência”?
É uma atitude, como se não tivesse acontecido nada, como se o Papa não fosse o testemunho de um modelo que é preciso seguir. Há alguns que destacam que Francisco é pouco “teólogo”. Dá-me vontade de rir quando penso naqueles que diziam que Bento XVI era muito “teólogo” (isto demonstra que o “Papa bom” sempre é o de antes). Claro, não é preciso dizer que estas resistências chegam daqueles que durante anos destacavam a importância da autoridade do Papa e da obediência ao Papa. É curioso que para alguns seja válido este raciocínio: se o Papa não é como eu digo e não faz o que eu digo, é um Papa pela metade. Mas o catolicismo não é uma ideologia, é uma força dinâmica que cresce na história. Quero repetir: não se deve generalizar, porque há muitos bispos muito entusiasmados, e nos lugares em que a mensagem de Francisco chegou (nem sempre chega a todos os lugares) há uma reação muito grande e positiva na vida da Igreja em nível popular.

Algumas das críticas mais duras chegam da galáxia de sítios e blogs do chamado mundo tradicionalista, mas também (pelo menos no caso italiano) dos círculos midiáticos-intelectuais, como no caso dos artigos publicados pelo jornal Il Foglio
Sim, mas os conteúdos que você indica são, de qualquer maneira, expressão compartilhada por setores do mundo eclesial. É uma reação de uma certa visão da sociedade secularizada na qual um cristianismo minoritário combate por certos valores éticos. Francisco, ao contrário, fala de um cristianismo do povo, mais missionário.

E como vê a reação dos movimentos diante do novo Pontificado?
O cristianismo não é uma ideologia, a Igreja não muda de “linha”, como os partidos políticos, mas, como disse, cresce na história. Os católicos são fiéis ao Papa desde Pio XII até Francisco. Isto significa ser católico. Do contrário, tudo se torna ideologia. E hoje há reduções e visões ideológicas que estão pulando. Também os movimentos devem se sintonizar com a Evangelii Gaudium e não auto-reproduzir-se a si mesmos.

Durante os primeiros meses de Pontificado houve alguns que prognosticavam (e em alguns casos pareciam esperá-lo) o final da chamada “lua de mel” entre o Papa, a imprensa e as pessoas. Ao contrário, parece continuar…
A lua de mel não acabou porque não é um fenômeno midiático, mas algo que vai muito além, pois tem muita substância. Claro, o passo necessário na Igreja é acolher o que Francisco oferece como testemunho e um modelo de evangelização e de pastoral que propõe. O modelo que um Papa que nasceu, viveu e foi bispo de uma megalópole como Buenos Aires propõe está verdadeiramente à altura dos desafios da nossa época.

 

Leia, abaixo, o original, em italiano

Riccardi: “Ecco chi resiste a Papa Francesco” – Andrea Tornielli: Vatican Insider 18/03/2014

«Nel Novecento un Papa non ha mai avuto tante resistenze come Francesco» e «le tante resistenze sono il segno che il Papa sta cambiando la Chiesa». Sono le parole forti e per certi versi sorprendenti che il professor Andrea Riccardi, storico della Chiesa, ha usato nell’ultimo editoriale su «Famiglia Cristiana». Vatican Insider l’ha intervistato per approfondire quelle osservazioni.

Lei ha scritto che nell’ultimo secolo nessun Papa ha avuto «tante resistenze come Francesco». Non le sembra di esagerare?
«Ho fatto quelle affermazioni da storico. Francesco si trova di fronte a resistenze interne alle strutture ecclesiastiche, agli episcopati e al clero. Mentre è evidente l’alleanza che si è instaurata con il popolo».

E le opposizioni a Paolo VI o quelle, più recenti e ben note, a Benedetto XVI?
«L’unico Papa che aveva avuto un’opposizione forte era stato, è vero, Paolo VI. Ma allora si viveva in una stagione di contestazioni generalizzate che attraversavano la Chiesa e al tempo stesso la società. Mentre per quanto riguarda le opposizioni a Benedetto XVI, che giustamente ha ricordato, erano espresse più dall’opinione pubblica esterna e internazionale. Ripeto, quelle verso Francesco sono a mi avviso più forti e sono soprattutto interne».

Può fare degli esempi di queste resistenze?
«Ci sono alcune resistenze che si sono manifestate pubblicamente, altre mugugnate, altre inespresse e caratterizzate dal silenzio e dal distacco. C’è chi non sopporta la minore insistenza della predicazione papale sui temi etici. Ma c’è anche l’approccio pastorale di Francesco che mette in discussione il modo di governare dei vescovi, che si sentono dire dalla gente: “Perché non fai come il Papa?”. Non voglio fare indebite generalizzazioni, ma sono convinto del fatto che queste resistenze ci sono. Del resto Francesco nei primi sei mesi di pontificato ha detto tutto quello che pensa, i punti sui cui lavorare e cambiare. Non ha fatto come Paolo VI, che si esprimeva col contagocce, cercando di assestare sempre un colpo al cerchio e uno alla botte. Le resistenze vengono da chi non vuol mettersi in discussione e non vuole cambiare».

Perché anche il silenzio per lei equivale a una «resistenza»?
«È un modo di fare come se nulla fosse accaduto, come se il Papa non testimoniasse un modello da seguire. C’è chi sottolinea che Francesco è poco “teologo”. Mi fa sorridere, se penso che prima si diceva che Benedetto XVI era “troppo teologo”, a dimostrazione del fatto che il Papa “buono” è sempre quello che c’era prima. Certo, bisognerà pure far notare che oggi queste resistenze arrivano da coloro che per anni hanno sottolineato l’importanza dell’autorità del Papa e dell’obbedienza al Papa. È curioso che per alcuni valga questo ragionamento: se il Papa non è come dico io e non fa quello che dico io, è un Papa a metà. Ma il cattolicesimo non è un’ideologia, è una forza dinamica che cresce nella storia. Voglio ripeterlo: non bisogna generalizzare, perché ci sono anche tanti vescovi entusiasti e là dove il messaggio di Francesco arriva (ricordiamo che non arriva sempre e dappertutto) c’è una grande reazione positiva e una ripresa di vita nella Chiesa a livello popolare».

Alcune delle critiche più accese al Papa arrivano dalla galassia di siti e blog del cosiddetto mondo tradizionalista, ma anche – è il caso italiano – da circoli mediatico-intellettuali, come nel caso degli articoli del quotidiano «Il Foglio»…
«Sì, però quei contenuti che lei cita sono comunque espressione condivisa da settori del mondo ecclesiale. È una reazione al venir meno di una certa visione della società secolarizzata nella quale un cristianesimo minoritario combatte per certi valori etici. Francesco invece parla di un cristianesimo di popolo, missionario».

E come giudica invece la reazione dei movimenti al nuovo pontificato?
«Il cristianesimo non è un’ideologia, la Chiesa non cambia linea come cambiava linea il PCUS, ma come ho detto, cresce nella storia. I cattolici sono fedeli al Papa da Pio XII a Francesco. Questo significa essere cattolici. Altrimenti si è ideologici. E oggi ci sono riduzioni e visioni ideologiche che stanno saltando. Anche i movimenti si devono sintonizzare con “Evangelii gaudium” e non auto-riprodurre se stessi».

Nei primi mesi di pontificato c’era chi prevedeva – e in qualche caso sembrava anche auspicare – la fine della cosiddetta “luna di miele” del Papa con i media e con la gente. Invece sembra continuare…
«La luna di miele non è finita perché non è un fenomeno mediatico ma qualcosa di ben più sostanzioso. Certo, il passo necessario nella Chiesa è recepire ciò che Francesco testimonia e un modello di evangelizzazione e di pastorale che propone. È un modello davvero all’altezza delle sfide dei nostri tempi proposto da un Papa che è nato, vissuto e ha fatto il vescovo in una megalopoli come Buenos Aires».

 

O texto  de Andrea Riccardi, na Famiglia Cristiana, em italiano

Chi resiste a papa Francesco – Andrea Riccardi: 17/03/2014

Non nascondiamolo: c’è chi cerca di ignorare il Papa e chi non vuole il cambiamento. Dentro e fuori la Chiesa.

La simpatia della gente per il Papa non si attenua dopo un anno. Francesco guida i cristiani alla riscoperta del Vangelo (domenica scorsa ha chiesto a tutti di leggerlo). Vuole che si esca dagli spazi abituali, dalle chiese, dai luoghi comuni, per comunicare la fede, incontrare la gente, soprattutto i poveri. Parla a tutti: vescovi, preti, comunità cristiane, laici, credenti in difficoltà, religiosi, suore… Nessuno escluso, anche se le storie e le responsabilità sono diverse.

La proposta è “uscire” con fede, come dice nell’Evangelii gaudium, suo vero programma. Trovo entusiasmante partecipare a questa “primavera”. Eppure, ci sono resistenze dentro la Chiesa. Perché? È contraddittorio che cristiani non gioiscano di questa stagione felice. Soprattutto è strano che taluni, dopo aver tanto parlato dell’autorità del Papa, non prestino attenzione a Francesco.

Taluni ignorano il Papa. Ci sono le resistenze di chi non vuole cambiare, non vuole vivere in maniera impegnata o semplicemente lavorare di più. Sembrano quelle del figlio maggiore della parabola del padre misericordioso: perché tanta attenzione al figliol prodigo? Perché aprire tanto alla gente?

Ma ci sono resistenze più strutturate. Si sottovaluta il discorso del Papa, troppo semplice, e lo si contrappone a quello di Benedetto XVI, più alto e dotto (così si va contro il sentire profondo del Papa emerito). Per una visione ideologica del cristianesimo, la Chiesa non cresce e si blocca in un modello o in una formula. Forse, non ci si rende conto delle gravi sfide in varie parti del mondo rivolte al cristianesimo.

Le tante resistenze sono il segno che il Papa sta cambiando la Chiesa. Lo storico sa, però, che nel Novecento un Papa non ha mai avuto tante resistenze come Francesco. Ci fu la forte critica post-conciliare a Paolo VI. Ma allora c’era una contestazione generale verso tutti. Si critica Bergoglio perché trascurerebbe i valori etici. Lui insiste che il suo problema è comunicare soprattutto il cuore del Vangelo. L’atteggiamento del Papa, non proclive al clericalismo, aprirebbe la strada alla critica (indisciplinata) dei fedeli verso i vescovi e i preti.

In realtà, la gente recepisce l’esempio del Papa come stimolo per tutti. Non è positivo creare un movimento di interesse alla Chiesa e alla fede? La verità è che il Papa, con i suoi interventi, ha aperto il cuore, ha rivelato pensieri, preoccupazioni e priorità. Non si è comportato in maniera politica con la Chiesa. La sua è una sensibilità pastorale. Chiede di condividerla in una rinnovata missione. Una proposta franca ed evangelica mette tutti di fronte alle proprie responsabilità. Così nascono le resistenze. Ma soprattutto un vasto popolo di Dio si è messo in movimento: verso un ascolto nuovo del Vangelo e verso la gente. Come non esserne contenti?

Este foi meu post de número 3000. Observatório Bíblico está online desde 7 de dezembro de 2005.

Francisco: expectativas e desafios no segundo ano

:: O que seria da Igreja se Francisco fracassasse – Notícias: IHU On-Line 15/03/2014
E se o Papa Francisco fracassasse? Não há dúvida de que, por trás das aberturas reformistas do cardeal Kasper e de outros cardeais, esteja justamente o papa, mas o que aconteceria se as reformas desejadas não chegassem ao seu fim e as expectativas de uma nova primavera se revelassem apenas ilusões?  A análise é do teólogo italiano Vito Mancuso, ex-professor da Università Vita-Salute San Raffaele, de Milão, em artigo publicado no jornal La Repubblica, 14/03/2014 [Che ne sarebbe della Chiesa se fallisse Francesco].

:: Em seu segundo ano, Papa defronta-se com expectativas de que mudanças virão – Notícias: IHU On-Line 15/03/2014
O Papa Francisco marcou o primeiro aniversário de seu papado na quinta-feira (13/03/2014), período que o deixou tão célebre em todo o mundo que recentemente se sentiu obrigado a deflacionar-se da aura de “super-homem”. É um astro das capas de revista e das mídias sociais, louvado por sua personalidade acolhedora e não julgadora e por seu abraço aos pobres, bem como por sua determinação em reformar a burocracia ossificada do Vaticano. No entanto, este segundo ano provavelmente se mostrará mais desafiador, em parte por causa do próprio sucesso do pontífice. Ele levantou expectativas de que poderá trazer mudanças importantes à Igreja Católica de Roma – mesmo se as opiniões divergirem sobre quais mudanças são necessárias e quais Francisco realmente apoia. A reportagem é de Jim Yardleymarch, publicada pelo jornal New York Times, 12/03/2014.

:: Após um conclave que demandou reformas, um ano de “ar fresco” – Notícias: IHU On-Line 12/03/2014
“Um ano depois, as reformas de Bergoglio estão sendo muito mais profundas e amplas do que a maioria, se não todos, de seus eleitores poderia antecipar. O cardeal da Inglaterra Cormac Murphy-O’Connor assim diz: ‘Todos queríamos mudanças e reformas, mas não acho que algum de nós esperava tanto ar fresco!'”, escreve Gerard O’Connell, jornalista, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 08/03/2014.

:: O meu primeiro ano como papa. Entrevista com o Papa Francisco – Notícias: IHU On-Line 05/03/2014
Um ano se passou desde aquele simples “boa noite” que comoveu o mundo. O arco de 12 meses, assim entendidos – não só para a vida da Igreja – custa para conter a grande quantidade de novidades e os muitos sinais profundos da inovação pastoral de Francisco. Estamos em uma salinha de Santa Marta. Uma única janela dá para um pequeno pátio interno que descerra um minúsculo canto de céu azul. O dia está belíssimo, primaveril, quente. O papa sai de repente, quase de súbito, de uma porta, e tem um rosto relaxado, sorridente. Olha divertido para os muitos gravadores que a ansiedade senil de um jornalista colocou sobre uma mesa. “Funcionam? Sim? Bom”. A reportagem é de Ferruccio de Bortoli, publicada no jornal Corriere della Sera, 05/03/2014 [“Benedetto XVI non è una statua. Partecipa alla vita della Chiesa”].

:: Leonardo Boff: Francisco combina ternura e vigor – Observatório Bíblico 16/12/2013
Leonardo Boff analisa primeiro ano do Papa Francisco – Eduardo Febbro: Carta Maior 12/12/2013 – Nesta entrevista Leonardo Boff faz um lúcido balanço das esperanças suscitadas por Francisco, das perspectivas de transformação que se levantam no horizonte, dos atos já cumpridos e dos que virão. O teólogo brasileiro está convencido de que, com Francisco, chegou muito mais que um homem vindo de longe: com ele chegou ao Vaticano outra filosofia de vida, de política, outra prática pastoral, outra sociologia e outro cristianismo inspirados nas raízes do continente.

:: Como é ter o Papa Francisco como seu chefe? Depende de onde você trabalha – Notícias: IHU On-Line 15/03/2014
Como é vir para o trabalho todos os dias quando seu chefe é o papa? No momento em que se marca um ano desde a eleição do Papa Francisco, a resposta provavelmente depende de se você for um trabalhador experiente ou novato, e se concorda com as reformas da burocracia vaticana ou se fica saudoso das velhas práticas. A reportagem é de David Gibson, publicada pelo Religion News Service, 13/03/2014.

:: Papa Francisco: populista ou Teologia do Povo? – Notícias: IHU On-Line 15/03/2014
A um ano da chegada ao papado de Jorge Mario Bergoglio, em Roma e em outras partes do mundo, discute-se ainda qual é a corrente teológica que inspira Francisco. Para compreender de onde surgem os gestos e as ações do Papa é necessário escavar em seu passado. Ali se encontram pistas na chamada “Teologia do Povo”, cujos máximos expoentes o pontífice conheceu e apreciou. Em entrevista ao Vatican Insider o padre Antonio Grande, reitor do Colégio Sacerdotal Argentino de Roma, explicou as implicações desse pensamento. A entrevista é de Andrés Beltramo Álvarez e publicada no sítio Vatican Insider, 14/03/2014 [Papa Francisco: ¿teología del pueblo o populista?].

:: O conclave visto de perto – Notícias: IHU On-Line 13/03/2014
“Eu estava sentado ao lado dele, ele estava à minha direita, e trocávamos algumas pequenas meditações, em voz baixa, ao pé do ouvido…”. Assim começa, como uma filmagem ao vivo, o relato de outro protagonista do conclave que elegeu o primeiro papa latino-americano da história, um cardeal também desta parte do mundo, Cláudio Hummes, arcebispo emérito da diocese de São Paulo, Brasil. Um ao lado do outro, como já ocorria há muito tempo, no conclave de 2005, nos sínodos da última década, nas liturgias solenes, unidos por aquele critério inexorável que é a idade. A reportagem é de Alver Metalli, publicada no sítio Vatican Insider, 09/03/2014 [Bergoglio visto da vicino].

:: O conclave que mudou a Igreja – Notícias: IHU On-Line 15/03/2014
São as 17h34min do dia 12 de março de 2013 quando o mestre de cerimônias litúrgicas Guido Marini, com os movimentos medidos, legado dos ensinamentos do cardeal genovês Giuseppe Siri, anuncia com voz tímida “extra omnes“, “todos para fora” da Capela Sistina. Além dos 115 cardeais eleitores, do mais jovem (o indiano Isaac Cleemis Thottunkal, então com 53 anos) ao mais idoso (o cardeal alemão Walter Kasper, que completou 80 anos pouco depois do dia final do pontificado de Bento XVI, 28 de fevereiro), continuam na Capela Sistina apenas Marini e o cardeal maltês Prospero Grech, com mais de 80 anos, encarregado de iluminar os eleitores com uma última meditação. A reportagem é de Marco Ansaldo e Paolo Rodari, publicada no jornal La Repubblica, 12/03/2014.

:: O conclave de Bergoglio – Notícias: IHU On-Line 15/03/2014
O que aconteceu na Sistina, entre os dias 12 à tarde e 13 de março de 2013, foi consequência dos intensos e francos debates que os cardeais (eleitores e não eleitores) tiveram uma semana antes do Conclave. Muitos, muitíssimos dos discursos cardinalícios enfatizavam a necessidade de uma clara mudança de direção na gestão de uma Cúria que parecia muito atingida pelas lutas internas e alguns grupos de poder. Inclusive, talvez, os meios de comunicação traçaram um panorama muito obscuro, porém os que de dentro do Vaticano se obstinavam a culpar os jornalistas (aqueles que viam somente o dedo que apontava o sol) tiveram uma desagradável surpresa nesse dia. Os purpurados de todo o mundo chegaram bem informados e com as ideias muito claras em relação às mudanças necessárias. A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 13/03/2014 [Il conclave di Bergoglio].

:: Primeiro ano do Papa Francisco reflete expectativas de mais mudanças – Dermi Azevedo: Carta Maior 14/03/2014
O primeiro ano de governo do papa Francisco reflete-se em um balanço positivo de sua atuação, com amplas expectativas de que mais mudanças sejam implementadas na Igreja Católica Romana. Que a tornem coerentes com  as conclusões do Concílio Vaticano II. O primeiro ano do papa Francisco é tema de análise na mídia de todo o mundo. Mas, o que mudou realmente com o papa argentino? A primeira mudança é de caráter teológico e político…

Em carta a Küng, Bento XVI manifesta apoio a Francisco

”A Igreja está distante demais dos fiéis, mas os inovadores são maioria”. Entrevista com Hans Küng

“Agora, o Papa Francisco pode apelar à resposta da maioria dos fiéis sobre questões tão importantes no debate com os reacionários da Cúria. O Papa Emérito Bento XVI Hans Küng: 1928-2021escreveu há pouco para mim, eterno rebelde, uma carta afetuosa em que se compromete a apoiar Francisco, esperando em cada sucesso seu”. Eis a voz de Hans Küng, máximo teólogo católico crítico vivo, sobre a pesquisa chocante publicada nesse domingo no jornal La Repubblica e sobre o seu efeito na Igreja.

Professor Küng, como você avalia a sondagem sobre os cristãos no mundo?
Tomados conjuntamente e analisados, esses dados revelam a extraordinária discrepância entre os ensinamentos da Igreja sobre questões fundamentais, como a família, e, ao contrário, a visão real dos católicos no mundo.

Para você, entre os muitos resultados da sondagem, quais são os mais importantes?
Para mim, o mais importante é a imensa maioria de consensos para o Papa Francisco: 87% dos católicos entrevistados em todo o mundo e 99% dos italianos estão de acordo com ele. É uma enorme manifestação de confiança para o Sumo Pontífice. Para mim, é um pequeno milagre, depois dos anos da crise de confiança que tinha investido contra a Igreja nos anos do Papa Bento XVI. Agora, em menos de um ano, o Papa Francisco conseguiu inverter a tendência dos sentimentos dos fiéis de todo o mundo.

E o Papa Emérito Bento XVI, a seu ver, ficará feliz ou triste com a resposta da sondagem?
Naturalmente, ver esses resultados irá lhe entristecer, especialmente repensando hoje nos últimos meses vividos por ele como pontífice, no seu mandato. Mas, seguramente, ele irá se alegrar com o fato de que agora se segue em frente, e ele, a meu ver, pensa mais no destino da Igreja do que naquilo que diz respeito a ele mesmo.

É só uma suposição sua ou você pode provar sobre o que você diz sobre os sentimentos de Joseph Ratzinger neste momento?
Eu acredito que explicarei melhor o pensamento de Bento XVI citando frases da sua recentíssima carta para mim.

Bento XVI lhe escreveu depois de anos de conflitos? E o que lhe escreveu?
Bem, espere só um momento, deixe-me pegar aqui na minha escrivaninha lotada esse manuscrito com a carta da Santa Sé endereçada por ele, pessoalmente, da sua residência de papa emérito. Data: 24 de janeiro de 2014. Remetente: “Pontifex emeritus Benedictus XVI“. “Sou grato por poder estar ligado por uma grande identidade de pontos de vista e por uma amizade de coração ao Papa Francisco. Hoje, vejo como minha única e última tarefa é apoiar o seu Pontificado na oração.” Acredito que são palavras muito belas. Certamente, escritas antes da publicação da sondagem. Essa escolha de inclinação do Papa Emérito Bento XVI me convence ainda mais.

E o que significa a sondagem para os bispos e, em geral, para a hierarquia eclesiástica?
Eu gostaria de distinguir três categorias de prelados. Para os bispos prontos para as reformas, e eles existem em todo o mundo, os resultados da sondagem significam um grande encorajamento: eles deverão se comprometer abertamente com as suas convicções e não ficar tímidos demais. Segundo, para os conservadores que têm as suas reservas: eles deveriam refletir sobre as suas reservas e deveriam ouvir os argumentos dos reformadores. Terceiro, para os bispos reacionários, presentes não só no Vaticano, mas em todo o mundo, eles deveriam abandonar a sua resistência obstinada e escolher a razoabilidade.

Leia o texto completo.

Fonte: Notícias: IHU On-Line 11/02/2014

 

Küng: “Chiesa e fedeli troppo distanti ora Francesco deve cambiarla”: Andrea Tarquini: La Reppublica  – 10 febbraio 2014

Ratzinger mi ha scritto che il Papa va sostenuto

“Adesso papa Francesco può appellarsi al responso della maggioranza dei fedeli su temi così importanti, nel confronto con i reazionari della Curia. Il Papa emerito Benedetto XVI mi ha da poco scritto, a me eterno ribelle, una missiva affettuosa in cui s’impegna a sostenere Francesco sperando in ogni suo successo”.  Ecco la voce di Hans Küng, massimo teologo cattolico critico vivente, sul sondaggio-shock pubblicato ieri su Repubblica e il suo effetto nella Chiesa.

Professor Küng, come giudica il sondaggio sui cristiani nel mondo?
«Presi insieme e analizzati, questi dati rivelano la straordinaria discrepanza tra gli insegnamenti della Chiesa sui temi fondamentali, come la famiglia, e invece la visione reale dei cattolici nel mondo».

Per lei tra i molti risultati del sondaggio quali sono i più importanti?
«Per me la cosa più importante è comunque la stragrande maggioranza di consensi per papa Francesco: l’87 per cento dei cattolici interrogati in tutto il mondo e il 99 per cento degli italiani sono d’accordo con lui. È un’enorme manifestazione di fiducia per il Sommo Pontefice Francesco. Per me è un piccolo miracolo, dopo gli anni della crisi di fiducia che aveva investito la Chiesa negli anni di papa Benedetto. Adesso in meno d’un anno papa Francesco è riuscito nell’inversione di tendenza dei sentimenti dei fedeli di tutto il mondo».

E il papa emerito Benedetto secondo lei sarà felice o triste del responso del sondaggio?
«Naturalmente lo rattristerà vedere questi risultati, specie ripensando oggi agli ultimi mesi vissuti da lui come Pontefice, nel suo mandato. Però sicuramente si rallegrerà del fatto che adesso si va avanti, e lui secondo me pensa più al destino della Chiesa che non di quanto riguardi se stesso».

È solo una sua supposizione o può provare quanto dice sui sentimenti di Joseph Ratzinger in questo momento?
«Io credo che spiegherò al meglio il pensiero di Benedetto citandole frasi della sua recentissima lettera a me».

Benedetto le ha scritto, dopo anni di contrasti? E che cosa le ha scritto?
«Ecco, attenda solo un momento, mi lasci prendere qui sulla mia scrivania affollata quel manoscritto con la carta della Santa Sede intestata a lui personalmente dalla sua residenza di Papa emerito. Data, 24 gennaio 2014. Intestazione, “Pontifex emeritus Benedictus XVI”. “Io sono grato di poter essere legato da una grande identità di vedute e da un’amicizia di cuore a Papa Francesco. Io oggi vedo come mio unico e ultimo compito sostenere il suo Pontificato nella preghiera». Credo siano parole molto belle. Certo, scritte prima della pubblicazione del sondaggio. Tanto più questa scelta di schieramento del Papa emerito Benedetto mi convince».

E che cosa significa il sondaggio per i vescovi, e in generale per le gerarchie ecclesiastiche?
«Io vorrei distinguere tra tre categorie di prelati. Per i vescovi pronti alle riforme, e ne esistono in tutto il mondo, i risultati del sondaggio significano un grande incoraggiamento: dovranno impegnarsi apertamente per le loro convinzioni, e non restare troppo timidi. Secondo, per i conservatori che hanno le loro riserve: dovrebbero riflettere sulle loro riserve, e dovrebbero ascoltare gli argomenti dei rinnovatori. Terzo, per i vescovi reazionari, presenti non solo in Vaticano ma in tutto il mondo, dovrebbero abbandonare la loro resistenza caparbia e scegliere la ragionevolezza » (continua)

O apelo de Francisco aos religiosos

As grandes mudanças da história foram realizadas quando a realidade é vista não do centro, mas da periferia. É uma questão hermenêutica, compreende-se a realidade somente se se a vê desde a periferia e não se o nosso olhar está focado num centro equidistante de tudo… Fundamental é vivenciar a realidade, dedicar um tempo para andar na periferia e conhecer a vida do povo. Se isto não acontece, corremos o risco de sermos ideólogos abstratos ou fundamentalistas, e isto não é sadio

:: “Formem o coração! Caso contrário formarão pequenos monstros”. Os seminários segundo o Papa  – Notícias: IHU On-Line 04/01/2014
Pelo amor de Deus, recordem “que a formação é uma obra artesanal, não policialesca. Devemos formar o coração. Caso contrário formamos pequenos monstros, e depois estes pequenos monstros formarão o povo de Deus”. O papa pronunciou acentuando as palavras quando as disse para a plateia da União Geral dos Superiores dos Institutos religiosos masculinos, recebidos no Vaticano no final de novembro. Um longo colóquio (três horas, depois o Papa teve que cumprir o “compromisso com o dentista”) feito de perguntas e respostas. Um diálogo ‘franco e livre’, que a revista Civiltà Cattolica publicou na tarde de ontem, dia 03/01/2014. A reportagem é de Matteo Matzuzzi e publicada pelo jornal Il Foglio, 04/01/2014.

:: “Despertem o mundo!”. O apelo do Papa Francisco aos religiosos – Notícias: IHU On-Line 04/01/2014
Coragem, profecia, clericalismo, conflitos: Bergoglio dialoga abertamente com os religiosos de todo o mundo e explica a Igreja que quer. “É preciso formar o coração. Caso contrário, formamos pequenos monstros. E depois estes pequenos monstros formam o povo de Deus”. Esta é uma das passagens mais fortes da conversação entre o Papa Francisco e os 120 superiores religiosos de todo mundo. O encontro, de três horas, aconteceu no dia 29 de novembro de 2013, no Vaticano, e no dia 03/01/2014, a revista Civiltà Cattolica, publicou o conteúdo redigido pelo diretor, padre Antonio Spadaro. A reportagem é de Ignazio Ingrao e publicada pela revista italiana Panorama, 03/01/2014.

:: “Svegliate il mondo!”: l’appello di Papa Francesco ai religiosi – Ignazio Ingrao: Panorama 03/01/2014
Coraggio, profezia, clericalismo, conflitti: Bergoglio dialoga a tutto campo con i religiosi di tutto il mondo e spiega la Chiesa che vorrebbe.  “Bisogna formare il cuore. Altrimenti formiamo piccoli mostri. E poi questi piccoli mostri formano il popolo di Dio. Questo mi fa venire davvero la pelle d’oca”. Questo è uno dei passaggi più forti della conversazione tra Papa Francesco e 120 superiori dei religiosi di tutto il mondo. L’incontro, durato tre ore, si è svolto il 29 novembre scorso in Vaticano, e oggi, la Civiltà Cattolica, in esclusiva, ne riferisce il contenuto raccolto dal direttore, padre Antonio Spadaro.

Leia Mais:
Despierten al mundo: Diálogo del Papa Francisco sobre la vida religiosa – Texto integral, em espanhol, da reportagem sobre a Conversa do Papa Francisco com os Superiores Religiosos
“Não ao tráfico de noviças”. O apelo do Papa às religiosas
Papa Francisco abole o título de Monsenhor para os padres com menos de 65 anos

Leonardo Boff: Francisco combina ternura e vigor

Leonardo Boff analisa primeiro ano do Papa Francisco – Eduardo Febbro: Carta Maior 12/12/2013

Nesta entrevista Leonardo Boff faz um lúcido balanço das esperanças suscitadas por Francisco, das perspectivas de transformação que se levantam no horizonte, dos atos já cumpridos e dos que virão. O teólogo brasileiro está convencido de que, com Francisco, chegou muito mais que um homem vindo de longe: com ele chegou ao Vaticano outra filosofia de vida, de política, outra prática pastoral, outra sociologia e outro cristianismo inspirados nas raízes do continente.

Creio que Francisco combina duas coisas: a ternura de Francisco e o rigor do jesuíta. É franciscano na forma humilde de viver, popular, mas é um jesuíta da racionalidade moderna, analisa os fenômenos, identifica a causa principal e, quando descobre, intervém com muita determinação. Creio que o papa é uma feliz combinação entre ternura e vigor. É disso que precisamos hoje na igreja. Para fora é um pastor, para dentro é muito rigoroso.

“Llegó la primavera con sus frutos”: Entrevista al teologo tercermundista y ecologista brasileño Leonardo Boff – Eduardo Febbro: Página/12 – 15/12/2013

Boff está convencido de que, con el papa Francisco, llegó mucho más que un hombre que viene de lejos: en su visión, con él llegaron al Vaticano otra filosofía de la vida, de la política, otra práctica pastoral, otra sociología y otro cristianismo.

Creo que Francisco combina dos cosas: la ternura de Francisco y el rigor del jesuita. Es franciscano en la forma de vivir humilde, popular, pero es un jesuita de la racionalidad moderna: analiza los fenómenos, identifica la causa principal y, cuando descubre, interviene con mucha determinación. Creo que el Papa es una combinación feliz entre ternura y vigor. Eso es lo que necesitamos en la Iglesia. Hacia afuera es un pastor, hacia adentro es muy riguroso.

Evangelii Gaudium: Francisco e o capitalismo

Pero sería un error que las fuerzas progresistas ignoraran los cambios en el Vaticano – Mas seria um erro que as forças progressistas ignorassem as mudanças no Vaticano

Assim como o mandamento “não matar” põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer “não a uma economia da exclusão e da desigualdade social”. Esta economia mata (53).

Enquanto não forem radicalmente solucionados os problemas dos pobres, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas estruturais da desigualdade social, não se resolverão os problemas do mundo e, em definitivo, problema algum [sublinhado meu]. A desigualdade é a raiz dos males sociais (202).

Alguns defendem ainda as teorias da “recaída favorável” [trickle-down] que pressupõem que todo o crescimento econômico, favorecido pelo livre mercado, consegue por si mesmo produzir maior equidade e inclusão social no mundo. Esta opinião, que nunca foi confirmada pelos fatos, exprime uma confiança vaga e ingênua na bondade daqueles que detêm o poder econômico e nos mecanismos sacralizados do sistema econômico reinante. Entretanto, os excluídos continuam a esperar. Para se poder apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo entusiasmar-se com este ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da indiferença (54) [trechos da Evangelii Gaudium].

Recomendo a leitura de: O Papa Francisco e o capitalismo – Vicenç Navarro: Carta Maior 08/12/2013.


O que é novo no Vaticano é que no documento que o Papa Francisco acaba de publicar sobre a pobreza e a Igreja, parece haver um vislumbre de que este Papa queira ir um passo além, pois sua crítica não se limita aos excessos do capitalismo, mas ao capitalismo em si. Seria um erro que as forças progressistas ignorassem as mudanças no Vaticano.

Leia o original, em espanhol, no site do autor: El Papa Francisco y el capitalismo : Vicenç Navarro 06/12/2013. Ver artículo en PDF.


Este artículo analiza el último escrito del Papa Francisco sobre la pobreza y la Iglesia, subrayando que mientras que la Iglesia históricamente siempre ha publicado documentos que criticaban los excesos del capitalismo, el último documento producido por este Papa parece ir un paso más allá, criticando el capitalismo en sí como generador de desigualdades y pobreza. Sería un error que las fuerzas progresistas ignoraran los cambios en el Vaticano. 


Aquest article analitza l’últim escrit del Papa Francesc sobre la pobresa i l’Església, subratllant que mentre que l’Església històricament sempre ha publicat documents que criticaven els excessos del capitalisme, l’últim document produït per aquest Papa sembla anar un pas més enllà, criticant el capitalisme en si com a generador de desigualtats i pobresa.

Quem é Vicenç Navarro?

Leituras da Evangelii Gaudium

:: Um guia para a Evangelii Gaudium – Aldo Maria Valli: Notícias: IHU On-Line 28/11/2013
“A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”: assim começa a Evangelii Gaudium, com a qual o Papa Francisco aborda o tema do anúncio do Evangelho no mundo de hoje. É um apelo a todos os batizados, sem distinções de papel, para que levem aos outros o amor de Jesus em um “estado permanente de missão” (25), vencendo “o grande risco do mundo atual”, o de cair em “uma tristeza individualista” (2). A reportagem é de Aldo Maria Valli, publicada no site Vino Nuovo em 26/11/2013.

:: Francisco e o vento contrário da Cúria – Hans Küng: Notícias: IHU On-Line 28/11/2013
O Papa Francisco dispõe das necessárias qualidades para liderar como capitão o navio da Igreja através das tempestades destes tempos: a confiança dos fiéis lhe servirá de apoio. Ele terá contra ele o vento da Cúria e, muitas vezes, deverá avançar em ziguezague. A Evangelii Gaudium é uma etapa importante nesse sentido, mas certamente não é o ponto de chegada. A opinião é do teólogo suíço-alemão Hans Küng, em artigo publicado pelo jornal Corriere della Sera em 27/11/2013 [confira também em El País de 28/11/2013].

:: A ”encíclica transversal” de Francisco – Massimo Faggioli: Notícias: IHU On-Line 28/11/2013
“O título representa bem as duas fontes às que se refere o programa da nova evangelização (termo, aliás, raramente usado no documento). Trata-se da constituição pastoral do Vaticano II, Gaudium et Spes (1965), e a Evangelii Nuntiandi, de Paulo VI (1975). É a reabilitação pública de um magistério conciliar e pós-conciliar particularmente negligenciado durante o pontificado de Bento XVI e na teologia que fez carreira eclesiástica nos últimos anos”. A opinião é do historiador italiano Massimo Faggioli, professor de história do cristianismo da University of St. Thomas, em Saint Paul, nos EUA. O artigo foi publicado no jornal Europa em 27/11/2013.

::  O “I have a dream” do Papa Francisco – John L. Allen Jr.: Notícias: IHU On-Line 28/11/2013
Francisco aponta para uma reforma em diversas áreas, incluindo uma chamada imediata por “conversão do papado” em direção a uma “sensata descentralização”. O que inclui, ao menos, uma inversão aparentemente clara da política anterior: atribuir a autoridade para o ensino às conferências dos bispos, em contrariedade a uma decisão, de 1998, do Papa João Paulo II negando-lhes precisamente tal papel. O comentário é de John L. Allen Jr. e foi publicado pelo National Catholic Reporter em 27/11/2013.

:: A alegria do Evangelho, uma revolução no Vaticano – Matthias Drobinski: Notícias: IHU On-Line 28/11/2013
“Saiam!” é a essência da mensagem que ele envia a bispos, padres, membros da comunidade. Saiam para fora das suas cômodas estruturas eclesiais burguesas e do caloroso círculo dos convencidos – anunciem o Evangelho às periferias das cidades, aos marginalizados pela sociedade, aos pobres, aos abandonados, aos que duvidam. A reportagem é de Matthias Drobinski, publicada no jornal Süddeutsche Zeitung em 26/11/2013.