A 7a. Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, SP, começou hoje, dia 28, e vai até o dia 7 de outubro.
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cultura
Desaparecimento das línguas, inclusive no Brasil
Metade das línguas do mundo corre risco de sumir, aponta estudo
Metade das cerca de 7.000 línguas faladas hoje em todo o mundo deve sumir até o final do século, em alguns casos à velocidade aproximada de uma extinção a cada 14 dias. A estimativa catastrófica é resultado de uma investigação financiada pela National Geographic Society, que apontou as cinco regiões do planeta onde há mais línguas ameaçadas de extinção. Um dos “hotspots” inclui o Estado de Rondônia.
“As línguas estão passando por uma crise global de extinção, que excede enormemente o ritmo das extinções de espécies”, declarou o lingüista David Harrison, do Instituto Línguas Vivas, na terça-feira (18).
Ele e seu colega Gregory Anderson viajaram pelo mundo inteiro ao longo de quatro anos para entrevistar e gravar os últimos falantes de algumas das línguas mais ameaçadas.
Após o levantamento eles perceberam que as regiões mais críticas são Sibéria oriental, norte da Austrália, centro da América do Sul, Oklahoma e litoral noroeste do Pacífico nos EUA e Canadá. “Estamos vendo na frente dos nossos olhos a erosão da base do conhecimento humano”, disse Harrison.
O sumiço das línguas têm ocorrido tanto por morte das pequenas populações que ainda as falam quanto pelo simples desuso das línguas. Elas não são passadas para as novas gerações, que falam apenas a língua mais comum no país, como português, no Brasil, e toda a cultura daquele povo acaba ficando restrita aos mais velhos da tribo. Quando eles morrerem, o conhecimento dessa população morrerá junto.
“Oitenta porcento das espécies do mundo ainda não foram descobertas pela ciência, mas não significa que elas sejam desconhecidas dos humanos”, lembra Harrison. Com a perda da língua, diz ele, estão sendo jogados fora séculos de descobertas feitas pela humanidade.
O país mais crítico é a Austrália. Das 231 línguas aborígenes existentes, 153 estão em risco muito alto. No norte do país os pesquisadores acharam um único falante de amurdag, língua já considerada extinta. “Esta é provavelmente uma língua que não vai voltar, mas pelo menos fizemos uma gravação dela”, conta Anderson.
Risco Brasil
Pelo levantamento feito pela National Geographic, as línguas de povos que vivem em Rondônia apresentam um nível de risco muito alto de sumir, enquanto as línguas faladas por populações indígenas do centro-sul do Brasil estão em alto risco. Lingüistas que estudam o problema no país, no entanto, acreditam que a situação aqui é bem pior que a demonstrada por Harrison e Anderson.
A dupla considera, por exemplo, que o wayoró é falado por cerca de 80 pessoas em Rondônia. Segundo Denny Moore, do Museu Emílio Goeldi, são menos de dez os falantes.
Outros povos nem chegaram a figurar entre os de língua mais ameaçada pelos americanos. Um caso é dos canauê, também de Rondônia, cuja língua é falada por oito pessoas.
Fonte: Giovana Girardi – Folha de S. Paulo: 20/09/2007
História dos idiomas mapeia Babel de hoje
HAARMANN, H. Weltgeschichte der Sprachen: Von der Frühzeit des Menschen bis zur Gegenwart. München: C.H. Beck 2016, 400 p. – ISBN 9783406694615.
“História Mundial dos Idiomas – Da Pré-História até Hoje” amplia os nossos limites geoculturais, abordando a evolução da comunicação verbal humana e a disseminação das 6.417 línguas faladas em todo o mundo.
Na verdade, o mundo não é tão pequeno assim quanto a nossa acepção de “mundo”. Essa é a impressão imediata de quem lê a História Mundial dos Idiomas, de Harald Haarmann. Em quase 400 páginas, o linguista alemão redimensiona o mapa-múndi do leitor no tempo e no espaço.
O mérito dessa abordagem da pluralidade linguística não é apenas servir como obra de referência sobre as línguas faladas hoje em todo o mundo. O enfoque historiográfico faz pensar no curioso fato de que a capacidade de se comunicar oralmente através de uma estrutura complexa de signos, como a que conhecemos hoje das línguas modernas, é relativamente recente entre os hominídeos.
Infância das línguas
Os estágios hipotéticos de evolução linguística da humanidade apontam para fases de organização verbal análogas à aquisição natural do idioma materno por uma criança. A comunicação através de sinais e interjeições, a nomeação do ambiente à volta, a fala elementar sobre coisas e eventos e, por fim, o desenvolvimento de estruturas linguísticas complexas representam as quatro fases da evolução das línguas até o homem moderno.
Mas essa obra historiográfica não amplia somente o horizonte temporal em que costumamos conceber o “mundo”. Os limites geoculturais em que nos movemos também começam a nos parecer bastante restritos durante a leitura. E talvez seja justamente o contato com culturas de regiões distantes que nos torne novamente presente o quanto a nossa língua é limitada por nosso espaço de vida e atuação.
Se as expressões alemãs para alguns tipos de neve já sobrecarregam qualquer tradutor do português, qual não seria a dificuldade de traduzir para qualquer outra língua as 21 denominações de neve existentes em inari-saami, uma língua falada na Finlândia? Um exemplo do grau de diferenciação é o termo “ceeyvi”, que significa “neve que surge sob ventos fortes e se endurece tanto a ponto de uma rena não conseguir mais procurar comida por baixo”.
Babel das correntes migratórias
Essa História Mundial do Idiomas não é, no entanto, tão anedótica como poderia ser, mas serve como base de consulta prática. Quem quiser recapitular como o latim vulgar se ramificou nos diversos idiomas românicos encontra aqui um panorama sucinto. E quem quiser, para ir mais longe, entender as ramificações do indo-europeu pode se aprofundar nas correntes migratórias ocorridas na Eurásia há 9 mil anos.
Haarmann também descreve, quando oportuno, o desenvolvimento das investigações e descobertas arqueológicas, paleográficas e linguísticas que estão por trás do atual estágio de conhecimento sobre a evolução das línguas. O caso da reconstrução do indo-europeu, uma língua hipotética deduzida da semelhança lexical entre determinados idiomas, é especialmente elucidativo dos procedimentos científicos da lingüística diacrônica.
Diversidade linguística em números
O aparato de dados numéricos e estatísticos tornam esse livro ainda mais útil. Teoricamente, temos uma vaga noção da distribuição dos idiomas em todo o mundo, mas os números também podem corrigir algumas imagens equivocadas.
O fato de as línguas faladas na Europa terem alcance mundial e delimitarem o nosso universo cultural geralmente nos faz esquecer do quanto essa aparente hegemonia é relativa. Pelo menos numericamente, a Europa – com todas sua diversidade linguística – é o continente com o menor número de idiomas nativos (apenas 143, em comparação com 1.906 na Ásia, 1.821 na África, 1.268 no Pacífico, e 1.013 nas Américas).
O número de línguas registradas no Brasil (236) supera de longe, portanto, a quantidade de idiomas falados na Europa. E talvez também não seja de conhecimento geral, por exemplo, que o português é a oitava língua mais falada do mundo, depois do chinês, inglês, híndi, espanhol, russo, árabe e bengali. Apenas algumas entre inúmeras informações a serem conferidas nesse livro.
Fonte: Simone de Mello – DW: 16.09.2007
Le Monde Diplomatique Brasil nas bancas
Leia esta ótima notícia sobre a edição em português do Le Monde Diplomatique em:
Le Monde Diplomatique no Brasil
Saiu, finalmente, no Brasil, a edição impressa do Le Monde Diplomatique, a melhor publicação de política internacional do mundo. Fundado há 50 anos por Claude Julien, o Diplô como é conhecido se afirmou como o mais importante veículo de política internacional sob a direção de Ignacio Ramonet seu editor e de Bernard Cassen.
A edição brasileira, publicada graças a um enorme esforço de entidades civis em que a Polis teve um papel central, sob a direção de Silvio Caccia Bava chega às bancas com uma tiragem de 40 mil exemplares, na contramão da grande mídia oligárquica que, como se poderia esperar, trata de desconhecer o lançamento do Diplô no Brasil, ao invés de saudá-lo.
Na contramão porque se lança corajosamente na rua, quando a imprensa tradicional diminui de tamanho em tiragem, em prestígio e no plano ético -, porque sabe que se soma à imprensa alternativa no Brasil, recentemente consagrada por pesquisa insuspeita da revista Imprensa em particular Carta Capital, Carta Maior e o blog de Luis Nassif. Porque teve sensibilidade do vazio que existe nas análises de um mundo sobre o qual informa tão mal e de maneira tão deformada a mídia tradicional.
Uma vez perguntei ao editor-chefe de um dos jornais mais conhecidos da imprensa tradicional ele também filho do seu pai, proprietário do jornal por que a cobertura internacional do jornal era tão ruim. Ele respondeu que era porque a demanda dos leitores não valorizava a cobertura internacional. Argumentei que era um raciocínio circular, que a péssima cobertura não alimentava a demanda. Ele mesmo não havia lido o que eu considerava a notícia mais importante que o seu próprio jornal havia publicado com certo destaque naquela semana a maquiagem dos danos causados numa das guerra imperiais, que os militares dos EUA confessavam terem feito, para influenciarem o governo e a opinião pública, para passarem a ideia de que estavam ganhando a guerra e poderem seguir adiante.
E, no entanto, a direita incluído esse jornal usam a política internacional como exemplos seletivos do que seriam exemplos de suas teses conservadoras. Para tanto tem que informar mal ao público, tem que omitir informações, tem que ser totalmente parciais em temas como a globalização neoliberal, a China, os EUA, a Venezuela, Cuba, Bolívia, a Argentina, a Coreia do Sul, a Índia, o Equador, entre tantos outros.
O Diplô chega na contramão também porque se situa inequivocamente na onda da construção do mundo alternativo. Não por acaso, o editorial de Ramonet denunciando o pensamento único ¿ publicado há dez anos e convocando à construção de um pensamento crítico e alternativo, faz parte da história da luta antineoliberal. Não por acaso, Bernard Cassen foi o grande idealizador do projeto do Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Não por acaso, o Diplô conta atualmente com com dezenas de edições nacionais pelo mundo afora, que somam várias centenas de milhares de exemplares, incluindo edições na Argentina e no Chile, às quais se soma agora a do Brasil. Publica, além disso, o caderno Maneiras de Ver, a cada dois meses, um indispensável dossiê sobre temas fundamentais do mundo contemporâneo.
A edição brasileira, que deve ser saudada, lida, assinada e propagandeada por todos os que lutam por um outro mundo possível procurem nas bancas ou em assinaturas@diplomatique.org.br tem os artigos essenciais da edição mensal francesa e textos produzidos no Brasil. Neste primeiro número, em particular, entrevista con Chomsky sobre a América rebelde; artigo de Cassen contra a globalização do idioma inglês; dossiê de Regis Debray sobre a Palestina; dossiê sobre o conflito entre muçulmanos; artigo sobre o genoma e a biologia como armas de guerra; artigo sobre a segurança alimentar e os direitos humanos; um balanço da esquerda francesa depois das eleições; um artigo sobre a nova América Latina, que a imprensa oligárquica não consegue captar; um artigo sobre o resgate da memória histórica, por John Berger; um debate sobre o etanol; um artigo sobre Sade e o espírito do capitalismo; um sobre a Amazônia e a busca do desenvolvimento responsável; um sobre a redescoberta da literatura indiana; um sobre os intelectuais e a rede mundial do saber, por Pierre Lévy; um artigo de Armand Mattelart sobre a batalha das palavras; um de Leo Ferrez sobre o nosso rosto da periferia.
Tudo isso numa bela edição, mais bonita que todas as outras que conheço do velho e cada vez mais novo Diplô, agora, para alegria nossa, também no Brasil. Comprem, leiam, aproveitem, opinem, recomendem, critiquem, debatam, gozem, mas não relaxem, nunca.
Benvindo ao Diplô no Brasil.
Fonte: Emir Sader – Carta Maior: 10/08/2007
Mark Goodacre e seu “personal blog”
Você já soube do Mark Goodacre’s Personal Blog?
Novinho em folha, começou dia 28.
Comece lendo o post Why I am experimenting with a personal blog.
Como classificá-lo? Blog pessoal? Penso que, inventado pelo guru dos biblioblogueiros, cai melhor em cultura.
Um triunfo de marketing turístico meio bobo
:: A Unesco afirma que a lista é muito limitada. A sua própria relação de patrimônios mundiais inclui 660 pontos culturais e 166 naturais.
:: Unesco argues that the list is very limited. Its own World Heritage List numbers sites including 660 cultural and 166 natural.
Cristo está entre as sete maravilhas do mundo
BBC Brasil – 07/07/2007
O Cristo Redentor, um dos símbolos do Rio de Janeiro, é oficialmente uma das novas sete maravilhas do mundo, de acordo com o anúncio feito diante de mais de 40 mil pessoas em uma cerimônia no Estádio da Luz, em Lisboa, neste sábado.
Numa votação, realizada pela internet e por mensagens de celular, a estátua do Corcovado ficou junto com alguns dos mais importantes monumentos do mundo, como a Muralha da China e Petra, na Jordânia.
A lista representa os votos de mais de 100 milhões de pessoas. Inicialmente, qualquer local podia ser indicado como um das novas sete maravilhas.
No fim de 2005, a lista que contava com 200 monumentos foi reduzida aos 77 mais votados.
A partir daí, um grupo de arquitetos, sob a coordenação do ex-diretor geral da Unesco Federico Mayor, escolheu os 19 finalistas, com base nos critérios de beleza, complexidade, valor histórico, relevância cultural e significado arquitetônico.
Os votos definitivos passaram a ser computados a partir de janeiro deste ano. Na última contagem, divulgada há três semanas, o Cristo Redentor estava entre os dez mais votados – mas o número de votos de cada monumento não foi divulgado.
Os dois países que mais se envolveram na campanha foram o Brasil e a Índia. No Brasil, a campanha foi bancada pelo grupo Bradesco e incluiu mensagens de várias personalidades da política, do futebol e dos espetáculos, incluindo o presidente.
‘Vote Cristo’
Tudo sob o lema “Vote Cristo”. Na avaliação do Ministério do Turismo, a eleição para as sete maravilhas pode gerar até 250 mil empregos no setor do turismo, para atender um possível aumento no fluxo de visitantes ao Brasil.
Na Índia, a votação pelo Taj Mahal movimentou a indústria cinematográfica do país, conhecida como Bollywood. A Índia é o país que mais produz filmes anualmente no mundo, com mais de 650 produções.
Um dos países em que foi registrada menor participação foram os Estados Unidos. Acredita-se que por isso mesmo, a Estátua da Liberdade tenha ficado entre os menos votados.
A votação das sete maravilhas foi uma ideia do milionário suíço Bernard Weber. Segundo a assessoria dele, em 1999 uma amiga professora dava aulas sobre as sete maravilhas da Antiguidade e comentou o fato com ele.
No entanto, das sete maravilhas antigas, apenas as pirâmides de Gizé ainda existem.
Antiguidade
As sete maravilhas da Antiguidade, uma lista elaborada por Filon de Bizâncio em 200 antes de Cristo, incluíam os Jardins Suspensos da Babilônia, a Estátua de Zeus, o Templo de Ártemis, o Mausoléu de Helicarnassus, o Colosso de Rodes, o Farol de Alexandria, além das Pirâmides de Gizé.
Do valor total arrecadado, metade deverá ser utilizada na recuperação de monumentos. O primeiro monumento a ser reconstruído será o Buda de Bamian, no Afganistão, destruído em 1999 por partidários do governo Talebã.
O resto da verba deverá ser utilizado pela fundação New7Wonders, dirigida por Weber.
A votação das sete maravilhas esteve envolvida em várias polêmicas. A primeira foi com as autoridades egípcias, que se recusaram a autorizar a inclusão das pirâmides de Gizé na votação – já que sempre foram uma das maravilhas da humanidade. Até então, as pirâmides eram as mais votadas.
A Unesco também se recusou apoiar o projeto, apesar de ter sido convidada várias vezes.
Critérios científicos
A explicação da Unesco é que o seu programa proteção do patrimônio mundial baseia-se em critérios históricos e científicos, incluindo o estabelecimento de um quadro legal para a preservação dos monumentos, o que inclui um trabalho permanente sobre o seu estado de conservação.
A Unesco considera ainda que a votação não tem um critério científico e apenas reflete a opinião das pessoas que têm acesso a um computador.
O anúncio do resultado da votação das sete maravilhas foi numa cerimônia gigantesca. Realizada no Estádio da Luz, sede do Benfica, teve 40 mil bilhetes vendido, e até o Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, esteve presente.
A superprodução teve mais de 2 mil participantes e custou 12 milhões de euros. Os monumentos escolhidos foram anunciados entre apresentações do soprano José Carreras e da cantora Jennifer Lopez – que teria cobrado US$ 1,5 milhão para cantar duas canções, segundo o semanário português Sol.
A cerimônia contou também com a presença do ex-secretário-geral das Nações Unidas Koffi Annan e dos atores Ben Kingsley e Hillary Swank.
Na mesma cerimônia, foram apresentadas as sete maravilhas de Portugal, uma promoção local, que incluiu a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerônimos.
Unesco critica concurso das ‘Novas Sete Maravilhas’
BBC Brasil – 06/07/2007
A Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) criticou o New7Wonders, concurso internacional que está escolhendo a lista das “Sete Novas Maravilhas” do mundo.
A Unesco já tem a sua própria lista de patrimônios históricos. Segundo a entidade, houve uma confusão nos últimos dias, com alguns veículos noticiando erradamente que a Unesco estaria apoiando o concurso.
“O New7Wonders é mais direcionado para motivos comerciais do que para conservação de um patrimônio”, disse Sue Williams, porta-voz da Unesco, à BBC.
A porta-voz afirma que existe um custo para as pessoas que votam pelo telefone e que alguns sites de internet oferecem certificados e até agendam viagens para as “maravilhas” listadas. Além disso, a divulgação dos vencedores no sábado vai gerar renda.
“As novas sete maravilhas não parecem ter um compromisso com conservação, e não parecem incluir os tipos de coisas que nós incluímos, como o compromisso com nossos integrantes de educar e trabalhar com a mídia e com o turismo, por exemplo”, disse Williams.
Ela disse que a Unesco tentou abordar a campanha diversas vezes para tentar dar algum tipo de apoio, mas a entidade sentiu que não estava “escrevendo na mesma página” que os organizadores do New7Wonders.
A Unesco afirma que a lista é muito limitada. A sua própria relação de patrimônios mundiais inclui 660 pontos culturais e 166 naturais.
“Você não pode apenas focar em monumentos excelentes”, diz Williams. “Há algumas partes do mundo que simplesmente não têm uma herança cultura monumental.”
Doação
A fundação New7Wonders, que organiza o concurso, argumenta que está empenhada em conservar e prometeu doar metade do dinheiro que sobrar dos custos do evento para restaurar e preservar sítios culturais.
Até agora a fundação diz não ter recebido nenhum dinheiro.
“Na verdade, ainda não ganhamos nenhum dinheiro. Nós investimos mais de 10 milhões de euros até agora na campanha e ainda estamos na fase de investimento”, afirmou à BBC a porta-voz da fundação Tia Viering.
No final do ano, a organização pretende lançar uma campanha para escolher as sete maravilhas naturais do mundo. Há projetos para escolher também os grandes avanços tecnológicos e os maiores símbolos da paz.
A New7Wonders é uma fundação sem fins lucrativos e foi criada por Bernard Weber, um suíço que já trabalhou como produtor cinematográfico e curador de museus.
Segundo Weber, poucas pessoas lembram das sete antigas maravilhas do mundo, escolhidas por pensadores gregos há mais de 2 mil anos, e apenas uma das maravilhas ainda existe hoje.
A estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, é um dos candidatos do concurso “Sete Novas Maravilhas” do mundo. A lista com o nome das escolhidas será anunciada neste sábado.
As sete maravilhas do mundo antigo são as Pirâmides de Gizé, os Jardins Suspensos da Babilônia, a Estátua de Zeus, o Templo de Ártemis, o Mausoléu de Helicarnassus, o Colosso de Rodes e o Farol de Alexandria.
Livro esgotado? Garimpe na Estante Virtual
Para quem gosta de livros e para quem precisa encontrar livros esgotados, um achado: no momento, a Estante Virtual reúne na Internet os acervos de 573 sebos e livreiros, de 136 cidades brasileiras.
É possível procurar o livro por Autor, Título ou Editora e ainda filtrar a busca por Região > Estado > Cidade. Ou fazer a busca por Assunto – chamada de Busca por Estante.
Explica o site:
A Estante Virtual é um mecanismo de busca que procura seu livro simultaneamente nos acervos de dezenas de sebos e livreiros e ainda de centenas de internautas. Assim, quando você faz uma busca na estante virtual, você está fazendo uma busca em centenas de estantes ao mesmo tempo. Com isso, além da economia de tempo, você tem uma chance muito maior de encontrar o livro que procura!
Descoberta feita lendo o blog do Josias de Souza.
PhD na Europa e nos USA
As características e diferenças dos programas de doutorado na Europa e nos Estados Unidos em dois posts.
PhD: UK or USA? by Mark Goodacre – Mark Goodacre’s NT Blog: April 24, 2007
Correspondent Zerihun Dula asks about the respective advantages and disadvantages of PhD programmes in the UK and the USA. I have some experience now of the USA via Duke University, and more experience of the UK via the University of Birmingham, and other universities where I have studied (Oxford) or examined (Glasgow, St Andrews, Aberdeen, Surrey, London), and this brief sketch is based on that limited experience.
Each country has its own advantages, and I can see why individuals prefer one over the other. The major difference between the two countries is the presence of course work in the American system. Each Duke PhD student has at least two years’ course work under their belt before they embark on their dissertation. This contrasts radically with most British Universities, where there is no course work requirement. The typical British PhD student in Religion or Theology will spend most of their time as a PhD student on intensive work for their dissertation. I am convinced that the American system is superior here, especially with respect to preparing students for employment as academics. They have a much better grasp of a greater range of materials, and the necessity for the submission of papers to individual course tutors means that graduate students are often preparing research-quality work that is outside their ultimate dissertation topic. It is now common for the best PhD students in America to get pieces of course work accepted for publication in major journals. This provides a major leg-up in the hunt for jobs. By contrast, I had published nothing by the time I had finished my PhD thesis in 1994. I had still published nothing until I got that thesis published in 1996. And of course that broader range also helps with preparation for teaching — American PhD students are not getting launched into course preparation in subjects they have never studied.
One of the down sides, though, with the American system is that the two or so years of course work can seriously prolong the business of getting your PhD. Let’s say you leave school at 18, take a standard American four year degree, a two year Masters and then at least four years PhD, and you are at least 28 before you can even get started on your career. In the UK, your BA is three years, your Masters sometimes only one year (sometimes two, depending on the programme) and your PhD can be done in three years. If you left school at eighteen, you are now 25 or 26. Those couple of years you have on your American counterparts you could use to travel the world, or to get some experience doing something completely different, and so improve your career prospects that way.
One of the things that has happened in the UK over the last generation is realization of the importance of PhD students getting a bit more grounding in the subject outside of the area of the PhD dissertation, which is why most universities now insist, as far as possible, on students coming in at least with a Masters. This did not used to be the case. And incoming PhD students will rarely jump straight into the PhD programme but will instead begin on “probationary” status and only be upgraded when the department is persuaded that the candidate has the ability and application to complete successfully.
Another major difference between the USA and the UK, as I have experienced the different systems in the two countries, is the presence, in the US, of the “committee”. All the way through the American graduate student’s life, s/he has the guidance of a three or four person committee. This committee has to approve the dissertation proposal, provides differing degrees of advice throughout the process, and is the ultimate examining body. In the UK, your supervisor is the ultimate authority until you get to the submission of your thesis, at which point you will be examined by an internal examiner and an external examiner. The internal is recruited from within the university and the external will be someone recruited from outside specially to read your thesis.
Both systems have strengths here. The involvement of an external is a strength of the British system, ensuring quality control across the different universities and providing expert comment in a way that can be greatly to the candidate’s advantage, especially if s/he is looking to get a version of the dissertation published at some point in the future. It is perhaps worth adding, though, that American universities seem sometimes to recruit academics from outside the university to sit on dissertation committees, e.g. I am sitting on two committees at different universities in the US.
Having spoken in favour of the British external examiner system, I should add that I am very impressed so far with the committee structures here in the US. While it can mean that everything is all rather “in house”, it has the advantage of exposing the student’s ideas and writing to a greater number of a people at a much earlier stage. More pairs of eyes, more guidance, extra wisdom can greatly help the student to refine his or her project, and problems can get picked up earlier. The system feels rather more community based too; several faculty members in a given area have stakes in a given individual’s research, and among other things that can also help in the process of scholars providing strong and informed references for job applications.
The big question, though, is the one about finance. There is a major differences here between the two countries, not widely understood. Many American PhD programmes come with money attached, so if you apply to somewhere like Duke, you are applying not only to be accepted into the programme but also to receive a scholarship. And the scholarships can be generous, paying not only your fees (which are massive) but also a stipend. As far as I understand it, it is not universally the case that being accepted equates to getting a scholarship, but the two things are closely linked. By contrast, this sort of thing is rare in the UK, and one should think about the process of application for a place as quite different from the business of getting financial help with the place.
For British PhD applicants, the process is in fact twofold. You apply to the university course and, if successful, you get your place. At the same time, you apply to the AHRC (Arts and Humanities Research Council) for funding. This is highly competitive, something like as competitive as getting a place to do a PhD at an elite American university. It used to be the case that anyone with a First would get funding, but that is no longer the case. (A “First” is a first class degree, received by only a fraction of students. Most students get a second class degree, either a “2:1”, second class upper division, or “2:2”, second class lower division; a minority get a third class degree). Now you need an exceptional First and exceptional references to get the AHRC funding. AHRC funding is only available to British citizens, so if one is applying from abroad, the big questions about funding remain, questions that are sharply focused given the current exchange rate, which is not at all favourable to American travellers.
I spent two years as Post-Graduate Admissions Tutor in the Theology and Religion Department at the University of Birmingham and during that time the most common question I received from international applicants was “what about money?” It was always pretty depressing because I was rarely able to give any good news about scholarships or financial aid for international students. The only good news is that the fees for a standard PhD programme in the UK are substantially less than their American equivalents, in spite of the fact that international fees will be double the home fees. Let me try to put some actual figures on this. When I was in Birmingham, international students paid roughly £8,500 a year in fees. Even at the current exchange rate, that is $17,000, much less than the $30,000 plus you will pay in top American universities. But if it is $17,000 a year you don’t have, that is not exactly good news, is it?
I should underline that this is just a sketch based on personal impressions of what I have seen so far of the two different countries, and no doubt others’ experiences and reflections will differ.
PhD: UK, USA or hybrid? by Chris Spinks – Katagrapho: April 24, 2007
Mark Goodacre has an excellent post comparing British and American PhD programs. Those contemplating PhDs should read it. Having completed my degree just about a year ago at an institution that is American with a strong British influence, I thought some reflections on the PhD program in Fuller’s School of Theology could add a third perspective to the comparison. [NB: I will be referring to some of Mark’s comments. My post will make better sense if you read his first.]
Fuller is a hybrid of the typical British and American systems. The first thing Mark notes about the two programs is the difference in course work. At Fuller we have course work but it is not as broad as what one might get another American program. Students enter with a declared major and minor. In the first stage, the student, in addition to meeting language requirements, takes five seminars, one of which is a methods seminar. This is typically a two-year stage. Three seminars per year is the maximum one can take. So, in this way the courses are fewer but more intensive and focused on the major (usually 3-4 of the 5 seminars) and minor (1-2 seminars) disciplines. The stage ends with four comprehensive examinations (3 in the major and 1 in the minor). Students with dissertation ideas already in mind can sometimes craft papers for the various seminars that will turn into dissertation chapters. This might keep them from publishing anything prior to publication of the thesis. Fuller has a pretty good record of publications by its graduates though. My dissertation should be out this year from T&T Clark.
The second stage requires the student to take 4 more seminars or directed readings. Most students take the latter. This stage is the dissertation research and writing stage. The first order of business is getting a dissertation proposal approved. Mark notes the presence of a “committee” in the American system and the primacy of the supervisor in the British system. Fuller is a combination. The adviser, in consultation with a secondary reader/adviser (kind of like the other internal examiner in the British system), approves the proposal. The adviser is also the one with whom the student will be working most closely. Sometimes the second reader does not enter the picture until examination of the dissertation. So in this way Fuller is very British: a primary adviser and an internal examiner. It is also British in that they recruit an external reader from outside the Fuller faculty to examine the dissertation.
Mark also notes the time and money differences. Fuller is more American time-wise and British money-wise. That is, it takes anywhere from 4 to 8 years to complete the degree like an American program. But, because it has very little money to give (it is a young institution without the endowments of the more prestigious schools), it can be costly like the British programs for Americans (and some Brits too!).
I’m not sure how the Fuller system positions it in the American landscape. Its graduates, by virtue of having a degree from an “evangelical” seminary, are up against long odds at any rate. Still, I was and am very impressed with the program at Fuller. I would put our graduates up against graduates of any other institution, American, British or otherwise. Many of them, myself included, have had to juggle a full workload in addition to the PhD work because of the lack of funds and the high cost of living in southern California. This is not an advert for Fuller graduates, however. I am more interested in the comparison of PhD programs. What do you think is the best structure for a PhD program? Why? I’d like to hear about other programs that are neither typically British or American. What are biblical/theological doctoral programs like in other countries?
Caros Amigos chega aos 10 anos de idade
Aos 10 anos, Caros Amigos continua ícone do jornalismo progressista
“Revista que foi pensada e adotada como sua pela nata do jornalismo e da intelectualidade boêmia da esquerda brasileira mantém vitalidade após 10 anos, idade respeitável para veículos desta natureza. Sérgio de Souza, o editor, conta essa história”. Por Verena Glass – Carta Maior: 23/04/2007
Caros Amigos: ano XI, n. 121, abril de 2007. Do Editorial Felizes aniversários:
“E o menino Gabriel chega conosco aos 10 anos de idade. Prontos, ambos, para um segundo ciclo de existência. Ele, no vôo fantástico para a adolescência; nós, na renovação da roupagem, sob o corte de Michaella Pivetti, a editora de arte de Caros Amigos. O, felizmente, prestigiado conteúdo da revista permanece o mesmo, apenas ganhamos espaço para mais reportagens e vamos estrear invejáveis colaboradores, a começar nesta edição com os desenhistas Voss e Hermes, inaugurando uma página dupla de quadrinhos que se completa com tiras clássicas, internacionais e nacionais, consagradas como obras de arte. A matéria de capa, para reafirmar a preocupação central que nos move desde o número 1, parece uma provocação e é mesmo. As respostas à abrangente enquete que realizamos, perguntando a personalidades de cada uma das áreas responsáveis pelo presente e futuro do país o que é ser de esquerda, comprovam, no grosso, que estamos vivendo um momento de vácuo ideológico, um curioso temor de definições pessoais…”
Wikipedia avaliada pelos biblioblogueiros
A coisa anda fervendo… Mark Goodacre falou a favor da Wikipedia, Jim West falou contra, Loren Rosson opinou, Duane Smith também, Rick Sumner encasquetou…
Citizendium, Scholarpedia, Wikipedia
Novas enciclopédias virtuais ameaçam o reinado da Wikipédia
O sucesso da enciclopédia virtual Wikipédia, em que qualquer pessoa pode introduzir ou modificar artigos, está ameaçado pela aparição de novas iniciativas como a Citizendium e a Scholarpedia, que visam oferecer informação com maior confiabilidade e seriedade.
Mas destronar a gigante Wikipédia não é fácil: em apenas três anos e meio de vida, o site conseguiu acumular mais de um milhão de artigos apenas em inglês, 50 idiomas e colaboração de 10 mil editores.
Nos últimos meses, projetos que enfatizam a busca de comprovação de cada um dos artigos ganharam espaço na web.
Entre eles figura a Scholarpedia, um projeto muito similar à Wikipédia, mas onde só podem ser introduzidos artigos de especialistas convidados –que também se tornam revisores de seus próprios textos.
Isso significa que quando algum usuário quiser modificar, ampliar ou corrigir livremente um artigo, o texto final deverá ser autorizado pelo especialista que o redigiu inicialmente.
Muito mais exigente é a Citizendium, idealizada como um banco de artigos e referências aberto à colaboração de qualquer usuário da internet, mas sob a chefia de editores especialistas que devem usar seus nomes reais.
Curiosamente, esta iniciativa, em fase de testes e que ganhará “vida” no ciberespaço em algumas semanas, é liderada pelo co-fundador da Wikipédia, Larry Sanger, que, após ver crescer seu projeto durante cinco anos, passou a ser um de seus principais críticos.
“A Wikipédia teve grande sucesso, mas é possível melhorar muito”, disse Sanger quando anunciou o projeto, há alguns meses.
A Citizendium, que se estabelecerá como uma organização independente e sem fins lucrativos, prevê uma “separação gradual e progressiva” da Wikipédia em inglês. Porém, inicialmente o conteúdo será copiado e revisado pelos editores.
“A incorporação de editores e eliminação das contribuições anônimas melhorará o conteúdo da Wikipédia, que é extremamente útil, mas freqüentemente falha. O resultado será não só enorme e de graça, mas confiável”, aponta Sanger.
A meta final da Citizendium será melhorar ou até substituir o conteúdo da Wikipédia. Seus editores darão o selo de “aprovado” aos artigos que considerem de qualidade, embora sem “congelá-los” para que os autores possam continuar trabalhando nele.
Apesar de se encontrar ainda apenas em fase de teste, apoiado em uma plataforma tecnológica gratuita, a Citizendium já conta com cerca de 340 membros em seu fórum virtual, onde as discussões se concentraram em quais deveriam ser suas políticas reitoras.
A participação no projeto piloto é feita sob convite, e entre os editores estão Ruth Ifcher, que colaborou com a Nupedia e a Wikipédia, os antecessores da Citizendium.
A Nupedia era a “irmã séria” de Wikipédia, um projeto enciclopédico lançado em paralelo, também gratuito, que operou entre 2000 e 2003 e morreu devido a problemas financeiros e de software, sob a sombra avassaladora da Wikipédia.
A Wikipédia foi fundada há cinco anos por Sanger e Jimmy Wales, e alguns artigos de imprensa afirmam que o nascimento de Citizendium parece ser uma resposta à velha rivalidade entre ambos.
Contudo, alguns observadores apontam que, com o tempo, esta suposta rivalidade beneficiará igualmente a todos, já que a coexistência do “amadorismo” da Wikipédia com o “profissionalismo” da Citizendium poderia contribuir para o nascimento da “tão sonhada refinada enciclopédia” de graça.
Fonte: Efe – Folha Online: 23/12/2006