Quando uma língua morre, uma visão de mundo desaparece

Na semana passada, quando examinávamos na aula de História de Israel um quadro das línguas semíticas, um aluno me perguntou: quantas línguas existem no mundo? Eu não sabia ao certo, mas disse que deveria ser em torno de seis mil línguas.

Eu não estava tão desinformado. Mas estava bem desinformado sobre o que vem noticiado abaixo e que me chama a atenção, com preocupação: mais da metade dos seis mil idiomas do planeta ameaça desaparecer ainda neste século.

Outro dado para se pensar: na Internet, 72% do conteúdo está em inglês, seguido do alemão, com 7%, e do espanhol, francês e japonês, com 3%. Quer dizer, as outras línguas ocupam, quando ocupam, uma percentagem muito pequena neste ranking, já que 90% das línguas não estão na Internet.

Que posição ocupará o português nesta lista?

Folha Online: 21/02/2006 – 15h57

da France Presse, em Paris

O totonac do México ou o so da África fazem parte dos seis mil idiomas do planeta ameaçados de desaparecer no século 21, advertiu nesta terça-feira a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura) na celebração do Dia Internacional da Língua Materna. Na sexta edição deste dia internacional, o diretor-geral da organização, Koichiro Matsuura, destacou que a língua está profundamente ligada à identidade das pessoas. “Quando uma língua morre, uma visão de mundo desaparece”, afirmou, lembrando que se deve lamentar o desaparecimento de um registro idiomático específico a cada duas semanas. “As línguas não podem desaparecer sob o peso de outras. Têm de ser meios de expressão que vivam e atuem junto às grandes línguas da Terra”, acrescentou Musa Bin Jaafar Bin Hassan, presidente da Conferência Geral da Unesco. Mas os encarregados reconheceram a dificuldade de enfrentar a globalização atual, que situa o inglês numa posição dominante. Só na internet, 72% do conteúdo está em inglês, seguido do alemão, com 7%, e do espanhol, francês e japonês, com 3%. No entanto, 90% das seis mil línguas do mundo não estão representadas na internet e 20% delas não têm sequer uma transcrição escrita, segundo a Unesco (continua).

Leia Mais:
Ethnologue: Languages of the World (An encyclopedic reference work cataloging all of the world’s 6,912 known living languages)
Língua portuguesa: perspectivas para o século XXI (1)
Língua Portuguesa: perspectivas para o século XXI (2)

O Google já trabalha com trinta instituições acadêmicas brasileiras

Quarta-feira foi lançado o Google Acadêmico.

 

Segundo sua assessoria de imprensa, o Google já está trabalhando com 30 das maiores instituições acadêmicas brasileiras para oferecer seu conteúdo aos internautas. “Acreditamos que as descobertas de cunho universal são fundamentais para a vida acadêmica, pois permitem aos pesquisadores resgatar o que foi feito sobre o assunto de seu interesse até os dias de hoje”, explica Anurag Acharya, engenheiro chefe do projeto Scholar. “Não sabemos qual será o próximo avanço descoberto, nem de onde ele virá. Facilitando o acesso dos pesquisadores de todo o mundo às pesquisas e trabalhos científicos feitos mundialmente, acreditamos que estamos cumprindo nosso papel para o mundo acadêmico”, afirma. O Google Acadêmico classifica seus resultados usando as regras de relevância do buscador, para assegurar que as referências mais úteis apareçam no alto da página. Além disso, sempre que possível, o serviço buscará o texto de uma pesquisa na íntegra e não apenas no seu sumário (continua)…

É o que noticia a INFO Online.

Google Scholar em português tem o nome de Google Acadêmico

Está na Folha Online de hoje – 11.01.2006, às 16h35 – esta boa notícia: Google acadêmico ganha versão em português

 

Depois de criar uma versão em português para a busca de notícias, o gigante das buscas fez o mesmo com o Google Scholar, sua ferramenta voltada para trabalhos acadêmicos. Assim como em outras páginas da empresa, o usuário pode escolher se quer resultados em diversas línguas ou somente em português. Entre as alternativas estão relatórios técnicos, resumos e artigos científicos. Os internautas não têm acesso a parte deste conteúdo, pois ele está disponível somente off-line – ainda assim, é possível ver onde estes trabalhos foram citados e suas fontes de informação (editoras e universidades, por exemplo). Segundo a empresa, o objetivo desta busca segmentada é facilitar o trabalho de outros pesquisadores. “A ferramenta permite que eles [pesquisadores] resgatem o que já foi feito sobre o assunto de seu interesse até os dias de hoje”, diz um comunicado do Google (continua)…

Agora é preciso que editoras e bibliotecas brasileiras incluam o mais rápido possível suas publicações no Google Acadêmico!

Desviados parcos recursos da pobre pesquisa brasileira

Verbas reservadas para financiar bolsas de formação e qualificação de pesquisadores são desviadas para despesas administrativas do CNPq.

A notícia revoltante está no blog do Josias de Souza, aqui.

Verbas públicas que deveriam ser aplicadas na concessão de bolsas para pesquisadores brasileiros vêm sendo sistematicamente desviadas para cobrir despesas administrativas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Só no último trimestre de 2004, foram desviados pelo menos R$ 12,640 milhões. Recursos destinados à concessão de bolsas de estímulo à pesquisa estão sendo usados para custear gastos com viagens, diárias e até com o funcionamento do Call-center do CNPq. Nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2004, os desvios somaram R$ 3,463 milhões. Dinheiro reservado para financiar bolsas de formação e qualificação de pesquisadores foram aplicados no seguinte tipo de gasto: contratação de mão-de-obra terceirizada, aquisição de material de expediente, reformas e manutenção predial, aluguel de imóvel em Brasília, pagamentos de estagiários, etc. Tudo somado, desviaram-se R$ 9,177 milhões entre outubro e dezembro de 2004. As cifras foram apuradas duante inspeção realizada por auditores do TCU nas contas do CNPq relativas ao último trimestre de 2004. A auditoria faz parte de um programa de fiscalização aprovado pelo tribunal no início de 2004 (continua)…