Por que você quer estudar Teologia?

Um caminho de acesso a Deus. Entrevista especial com Vitor Galdino Feller

“O risco possível de desacato à experiência religiosa é fazer da profissão de teólogo apenas um meio de subsistência, sem relações e compromissos com a fé da comunidade a que se serve, um pedestal que o afasta da vida concreta de seus irmãos de fé.” Essa é a constatação do teólogo Vitor Galdino Feller sobre a profissionalização e reconhecimento dos teólogos pelo Estado brasileiro. Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, Feller falou sobre a presença e o papel da teologia e a religião na sociedade contemporânea e sobre o projeto que tramita no Congresso Nacional e como ele influencia a teologia atual. Doutor em Teologia, pela Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, Vitor Galdino Feller é, atualmente, diretor e professor no Instituto Teológico de Santa Catarina, em Florianópolis.

Confira a entrevista completa em Notícias do Dia – IHU On-Line: 26/04/2008

Destaco quatro trechos:

IHU On-Line – Como essas mudanças propostas pelo MEC e pelo Congresso Nacional afetam a teologia praticada e ensinada hoje?
Vitor Galdino Feller – A possibilidade dada pelo MEC para o reconhecimento de cursos de Teologia provoca os estudiosos da área a buscarem um perfil sempre mais acadêmico e científico para a teologia. Mesmo que toda teologia seja confessional, porque é ciência da fé, dentro uma determinada igreja ou religião, ela tem também uma dimensão racional. Ela deve explicitar a racionalidade e a razoabilidade da fé, com vistas a evitar expressões fundamentalistas, fanáticas, proselitistas, que são contrárias à liberdade religiosa e, portanto, desumanas. Já os projetos de profissionalização do teólogo em tramitação no Congresso Nacional não batem com a realidade atual, nem com a tradição da ciência teológica. Se aprovados assim como estão, levarão ao descrédito a condição e a pretendida profissão do teólogo [sublinhado meu]. Não se pode pretender que sejam teólogos as pessoas que realizam liturgias, celebrações, cultos e ritos, que dirigem e administram comunidades, que formam pessoas segundo preceitos religiosos das diferentes tradições, que orientam e aconselham pessoas, que realizam ação social na comunidade, que praticam vida contemplativa e meditativa e que preservam a tradição de sua religião. Na Igreja Católica, por exemplo, há uma infinidade de catequistas, ministros, missionários, sacristães, secretários paroquiais, conselheiros, coordenadores de pastorais as mais diversas etc., que nem sequer estudaram teologia. A profissão dessas pessoas poderia ser outra: agentes religiosos. Não se pode considerá-los como teólogos. Além disso, não tiram seu sustento desse serviço, que exercem na forma de voluntariado e gratuitamente. É exigência da Igreja Católica que todos os candidatos ao sacerdócio estudem teologia. Nem por isso os padres são considerados teólogos. Não há que se esquecer, ainda, que, se todas as pessoas que exercem essas atividades se tornarem profissionalmente teólogos, poderão passar a exigir direitos salariais como profissionais. Além de perder-se a dimensão da gratuidade do serviço religioso, todas as igrejas deveriam tornar-se empresas, com uma série infinda de funcionários, o que tornaria inviável o exercício da fé e da evangelização e, portanto, a existência das igrejas e religiões. Teólogos devem ser os que vivem e se sustentam do trabalho no ensino e no estudo, na pesquisa e na produção teológica. Para isso, devem ter feito, pelo menos, o curso de graduação em Teologia. A exigência de um curso de pós-graduação seria ainda mais conveniente [sublinhado meu]. Em comparação com os que concluem o curso de direito e devem fazer o exame da OAB para serem considerados e poderem exercer a profissão de advogados, também o concluinte de uma graduação em Teologia, para exercer a profissão de teólogo, deve qualificar-se academicamente para isso. A própria palavra “teólogo” traz em si, etimologicamente, a exigência do estudo, da ciência, do pensamento [sublinhado meu].

IHU On-Line – Os proponentes desse projeto que está tramitando no Congresso Nacional têm trajetórias profissionais como pastores de denominações religiosas que historicamente veem a teologia com suspeita, como ressaltou o professor Ricardo Willy Rieth. Esses proponentes têm ainda rejeitado a formação acadêmica superior em Teologia. Como o senhor analisa esse fato?
Vitor Galdino Feller – Esses projetos desrespeitam a história da teologia e, portanto, de muitíssimos cientistas que se deram ao trabalho de estudar, ensinar, pesquisar e publicar produções científicas sobre a fé e os fenômenos religiosos. Esses projetos deixam a impressão de que tudo está começando agora. Além disso, esquecem que toda religião tem uma dimensão racional, que precisa ser explicitada, sob pena de ficar no emocionalismo, no devocionismo, ou de levar ao fanatismo, ao exclusivismo. Desvios perigosos para a fé, a religião e a sociedade. Fé sem razão é tão perigosa para o ser humano e a comunidade humana quanto a exacerbação da razão, na forma de racionalismo fechado ao mistério [sublinhado meu].

IHU On-Line – Como o senhor analisa o ensino da Teologia no Brasil, hoje?
Vitor Galdino Feller – Há um aumento considerável de cursos de Teologia no Brasil. Quanto mais cursos de Teologia houver, quanto mais pessoas, sobretudo lideranças leigas, fizerem teologia, mais a teologia deixará de ser eurocêntrica, clerical, androcêntrica. Ao mesmo tempo, mais as nossas igrejas e religiões poderão contribuir – para além de sua própria renovação e refundação – para a construção da ética, da solidariedade, da cidadania, do senso e da prática da justiça. Isso é comprovado pelo histórico da teologia da libertação e, agora, dos estudos sobre o pluralismo religioso tão marcante no país.

IHU On-Line – Pensar a teologia como profissão pode vir a ser um desacato à experiência religiosa pressuposta no fazer teológico?
Vitor Galdino Feller – Não creio. Afinal, na prática, a profissão de teólogo já existe. Não é oficializada pelo estado brasileiro, como o é em alguns países da Europa. Mas existe na realidade da Igreja Católica e das igrejas protestantes históricas. Nessas igrejas, a teologia já é uma profissão. Nos dois sentidos da palavra: ocupação, ofício, emprego, que requer conhecimentos especiais; e declaração ou confissão pública da fé, na medida em que se ensina e se publicam textos sobre ela. O risco possível de desacato à experiência religiosa é fazer da profissão de teólogo apenas um meio de subsistência, sem relações e compromissos com a fé da comunidade a que se serve, um pedestal que o afasta da vida concreta de seus irmãos de fé [sublinhado meu].

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Audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve

Space: the final frontier. These are the voyages of the starship Enterprise. Its five-year mission: to explore strange new worlds, to seek out new life and new civilizations, to boldly go where no man has gone before (Star Trek: The Original Series).

 

Stephen Hawking apela ao espírito de Colombo para conquistar o Universo

Há 50 anos, o presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, estampou sua assinatura num documento oficial que criava a Agência Nacional da Aeronáutica e do Espaço, a NASA, como é conhecida. Pode ser que o espaço não seja mais algo que está nas manchetes, mas há cientistas que estão se esforçando para fazer ver que as grandes missões ainda estão por vir, escreve David Alandete, em reportagem para o El País, 23-04-2008. A tradução é do Cepat. Entre esses cientistas está o astrofísico, intelectual e profeta do espaço Stephen Hawking. “Vivemos uma situação como a da Europa antes de 1492”, disse ontem em Washington, num ato de comemoração do meio século da agência espacial na Universidade George Washington. “As pessoas devem ter pensado que era perda de dinheiro enviar Colombo a algo comparável com caçar patos selvagens. Mas o descobrimento mudou o velho mundo…

Leia o texto em Notícias do Dia – IHU On-Line: 26/04/2008


Hawking: “Si la raza humana sigue otro millón de años, tendremos que ir donde nadie ha ido jamás”

El prestigioso astrofísico inglés insta a conquistar el espacio con el mismo espíritu que Colón a finales del siglo XV

El astrofísico inglés Stephen Hawking, conocido por sus prestigiosos estudios sobre el universo y la gravedad, ha abogado hoy en Washington por que el hombre se lance a la conquista del espacio con el mismo espíritu y ambición con que Cristóbal Colón partió a la exploración del Nuevo Mundo en 1492.

“Si la raza humana va a continuar otro millón de años, tendremos que ir donde nadie ha ido jamás”, ha recalcado el científico, de 66 años, en una conferencia en la Universidad de Georgetown, para celebrar los 50 años de la NASA.

“Nos encontramos en la misma situación que Europa en 1492. Es posible que hayan argumentado que era una pérdida de tiempo enviar a Colón a buscar algo que no existía. Pero el descubrimiento de América ha cambiado profundamente la antigüedad. Pensad: no tendríamos el Big Mac”, ha declarado.

Para Hawking, la exploración espacial debería incluir la creación de una base permanente en la Luna en el curso de los próximos 30 años, así como el desarrollo de un nuevo sistema de propulsión para llevar al hombre más allá del sistema solar.

Hawking, quien sufre esclerosis lateral amiotrópica y tiene que utilizar un sintetizador de voz, ha destacado que “partir a la conquista del espacio tendrá un efecto todavía más grande. Va a cambiar completamente el futuro de la raza humana, e incluso podría determinar si tenemos un futuro”, ha destacado.

Los viajes espaciales “nos permitirán tener una mejor perspectiva sobre esos problemas, y ojalá nos unan para enfrentarnos a un desafío común”, ha añadido.

¿Estamos solos? “Probablemente, no”

A la gran pregunta de si estamos solos en el universo, el astrofísico británico responde que “probablemente no”.

Si existe vida, “¿por qué no hemos detectado señales alienígenas en el espacio, algo así como concursos televisivos extraterrestres?”, se pregunta el científico, quien cree que una de las opciones es que no haya más vida. Según Hawking, si existe algo o alguien lo suficientemente inteligente para enviar señales al espacio, lo es también para fabricar armas nucleares.

“La vida primitiva es muy común y la vida inteligente es más bien rara (…). Algunos dirían que aún no existe en la Tierra”, ha señalado, para después señalar con humor: “Tened cuidado si os topáis con un extraterrestre porque podríais contraer una enfermedad para la que no tendréis defensas”.

Fonte: El País / Agencias – Madrid/Washington – 22/04/2008


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