As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:
Martin Beck and Ulrike Schorn, eds.
Auf dem Weg zur Endgestalt von Genesis bis II Regum: Festschrift Hans-Christoph Schmitt zum 65. Geburtstag
Reviewed by Klaas Spronk
Beate Ego and Helmut Merkel, eds.
Religiöses Lernen in der biblischen, frühjüdischen und früjchristlichen Überlieferung
Reviewed by Wilhelm Pratscher
Eldon Jay Epp
Junia: The First Woman Apostle
Reviewed by Nancy Calvert-Koyzis
Alice Hunt
Missing Priests: The Zadokites in Tradition and History
Reviewed by Lena-Sofia Tiemeyer
Lenka Karfíková, Scott Douglass, and Johannes Zachhuber, eds.
Gregory of Nyssa: Contra Eunomium II: An English Version with Supporting Studies, Proceedings of the 10th International Colloqium on Gregory of Nyssa (Olomouc, September 15-18, 2004)
Reviewed by Mark Weedman
Ivan Shing Chung Kwong
The Word Order of the Gospel of Luke: Its Foregrounded Messages
Reviewed by Steven Runge
Adriane B. Leveen
Memory and Tradition in the Book of Numbers
Reviewed by Thomas B. Dozeman
Morwenna Ludlow
Gregory of Nyssa, Ancient and (Post)modern
Reviewed by Ilaria Ramelli
Reviewed by Kevin D. Hill
Philip L. Mayo
“Those Who Call Themselves Jews”: The Church and Judaism in the Apocalypse of John
Reviewed by Jack T. Sanders
W. David Nelson, ed. and trans.
Mekhilta De-Rabbi Shimon Bar Yohai
Reviewed by Steven D. Sacks
Christoph Nihan
From Priestly Torah to Pentateuch: A Study in the Composition of the Book of Leviticus
Reviewed by Eckart Otto
Armand Puig i Tàrrech, ed.
Imatge de Déu (Catalan)
Reviewed by Philippe Guillaume
William M. Schniedewind and Joel H. Hunt
A Primer on Ugaritic Language, Culture, and Literature
Reviewed by Robert D. Holmstedt
John Howard Schütz
Paul and the Anatomy of Apostolic Authority
Reviewed by Graydon F. Snyder
Tommy Wasserman
The Epistle of Jude: Its Text and Transmission
Reviewed by Stephen D. Patton
Dia: 30 de abril de 2008
Com que olhar a Teologia olha o mundo?
Três artigos que acabei de ler na revista Estudos Teológicos, da EST, e que valem a pena. Todos tratam da relação da Teologia com a Academia, ou, se preferirmos, do desafio que é fazer Teologia a partir das múltiplas definições que dão do mundo a ciência e a fé. Como diz o Editorial, são artigos que “enfocam o estatuto teórico da teologia no âmbito das demais ciências”.
Os três autores são professores e pesquisadores da Faculdades EST, de São Leopoldo, RS. Os artigos foram publicados no ano passado, 2007, e estão no vol. 47, n. 2 da revista, com texto completo disponível online em formato pdf.
Enio R. Mueller, A teologia e seu estatuto teórico: contribuições para uma discussão atual na universidade brasileira. Estudos Teológicos 2007, vol. 47, n. 2, p. 88-103.
Do artigo:
“Neste momento histórico, a Teologia, depois de ser convidada oficialmente para o grande concerto da academia no Brasil, busca definir seu estatuto teórico. Ou seja, o que exatamente faz com que ela se sinta no direito a ter um lugar como protagonista deste concerto. A impressão geral, no mundo acadêmico, é que a Teologia ainda não mostrou por que ocupa, agora, uma cadeira nesta orquestra. Penso que a própria Teologia é, em parte, responsável por esta situação. A não-necessidade de pensar seu estatuto teórico já é evidência de uma compreensão do mesmo que por tanto tempo, ao lado de outros fatores históricos, tem mantido a Teologia fora da universidade brasileira. Em discussão está o que as ciências vêem. O que cada uma vê ‘que só ela vê’, que é o que justifica a inclusão de uma nova ciência no concerto geral. Em nosso caso, concretamente, o que a Teologia vê ‘que só ela vê'”.
Júlio Paulo Tavares Zabatiero, Do Estatuto Acadêmico da Teologia: pistas para a solução de um problema complexo. Estudos Teológicos 2007, vol. 47, n. 2, p. 67-87.
Como exemplo, um trecho:
“Sua localização no limiar entre experiência de fé e experiência científica implica que a teologia será, também, e inevitavelmente, uma teoria crítica da fé vivida. Teólogas e teólogos não podem aceitar e compactuar com formas de vida cristã que reduzam a fé aos interesses institucionais que regulamentam a vida de seus fiéis, ou aos interesses individualistas de crentes que confundem salvação com a satisfação de seus próprios desejos”.
Rudolf von Sinner, Teologia como Ciência. Estudos Teológicos 2007, vol. 47, n. 2, p. 57-66.
Do artigo, um exemplo:
“Portanto, a teologia é a reflexão metodologicamente responsável sobre o falar de Deus, esta linguagem primária que proclama a boa nova de Deus e se dirige a Ele em louvor e oração. Não é restrita a teólogas e teólogos academicamente formados, mas é de forma especial tarefa destas e destes apresentarem e discutirem argumentos teológicos sobre determinado assunto da fé. É neste sentido que a teologia é ciência: está sempre à procura da verdade, ainda que não a possua nem a possa encontrar de forma absoluta. Apresenta o que dela percebe com argumentos que podem ser criticados e discutidos. A dúvida é um importante motor desta procura, desde que não destrua a fé num ceticismo sem fim. Preserva, contudo, a teologia de cair num dogmatismo auto-reprodutivo. São estes mesmos dois perigos que qualquer ciência enfrenta: cair no ceticismo ou no dogmatismo, ou seja, na negação de uma diferença sustentável entre opinião e conhecimento ou na restrição do conhecimento científico a um tipo muito específico de conhecimento”.