História de Israel II 2024

Este curso de História de Israel II compreende 2 horas semanais, com duração de um semestre, o segundo dos oito semestres do curso de Teologia. Os alunos recebem os roteiros de todas as minhas disciplinas do ano em curso nos formatos pdf e html. Os sistemas de avaliação e aprendizagem seguem as normas da Faculdade e são, dentro do espaço permitido, combinados com os alunos no começo do curso.

I. Ementa
O exílio babilônico. A época persa e as conquistas de Alexandre. Os Ptolomeus governam a Palestina. Os Selêucidas: a helenização da Palestina. Os Macabeus I: a resistência. Os Macabeus II: a independência. O domínio romano: da intervenção de Pompeu à revolta de Bar-Kosibah.

II. Objetivos
Oferece ao aluno um quadro coerente da História de Israel e discute as tendências atuais da pesquisa na área. Constrói uma base de conhecimentos histórico-sociais necessários ao aluno para que possa situar no seu contexto a literatura bíblica veterotestamentária produzida no período.

III. Conteúdo Programático
1. O exílio babilônico

2. O judaísmo pós-exílico

2.1. O domínio persa

2.2. O domínio grego

2.3. O domínio romano

IV. Bibliografia
Básica
FINKELSTEIN, I. ; SILBERMAN, N. A. A Bíblia desenterrada: a nova visão arqueológica do antigo Israel e das origens dos seus textos sagrados. Petrópolis: Vozes, 2018.

LIVERANI, M. Para além da Bíblia: história antiga de Israel. São Paulo: Loyola/Paulus, 2008.

MAZZINGHI, L. História de Israel das origens ao período romano. Petrópolis: Vozes, 2017.

Complementar
DA SILVA, A. J. História de Israel. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 08.03.2023.

GERSTENBERGER, E. S. Israel no tempo dos persas: séculos V e IV antes de Cristo. São Paulo: Loyola, 2014.

HORSLEY, R. A. Arqueologia, história e sociedade na Galileia: o contexto social de Jesus e dos Rabis. São Paulo: Paulus, 2000 [2a. reimpressão: 2017].

KIPPENBERG, H. G. Religião e formação de classes na antiga Judeia: estudo sociorreligioso sobre a relação entre tradição e evolução social. São Paulo: Paulus, 1997. Resumo publicado em Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 120, p. 413-434, 2013 e disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 12.02.2021.

STEGEMANN, W. Jesus e seu tempo. São Leopoldo: Sinodal/EST, 2013.

História de Israel I 2024

Este curso de História de Israel I compreende 2 horas semanais, com duração de um semestre, o primeiro dos oito semestres do curso de Teologia. Os alunos recebem os roteiros de todas as minhas disciplinas do ano em curso nos formatos pdf e html. Os sistemas de avaliação e aprendizagem seguem as normas da Faculdade e são, dentro do espaço permitido, combinados com os alunos no começo do curso.

I. Ementa
Noções de geografia do Antigo Oriente Médio. As origens de Israel: as principais tentativas de explicação. A monarquia tributária israelita: os governos de Saul, Davi, Salomão, o reino de Judá e o reino de Israel.

II. Objetivos
Oferece ao aluno um quadro coerente da História de Israel e discute as tendências atuais da pesquisa na área. Constrói uma base de conhecimentos histórico-sociais necessários ao aluno para que possa situar no seu contexto a literatura bíblica veterotestamentária produzida no período.

III. Conteúdo Programático
1. Noções de geografia do Antigo Oriente Médio

2. As origens de Israel

3. A monarquia tributária israelita

3.1. Os governos de Saul, Davi e Salomão

3.2. O reino de Israel

3.3. O reino de Judá

IV. Bibliografia
Básica
FINKELSTEIN, I. ; SILBERMAN, N. A. A Bíblia desenterrada: a nova visão arqueológica do antigo Israel e das origens dos seus textos sagrados. Petrópolis: Vozes, 2018.

LIVERANI, M. Para além da Bíblia: história antiga de Israel. São Paulo: Loyola/Paulus, 2008.

MAZZINGHI, L. História de Israel das origens ao período romano. Petrópolis: Vozes, 2017.

Complementar
DA SILVA, A. J. História de Israel. Disponível na Ayrton’s Biblical Page. Última atualização: 08.03.2023.

DONNER, H. História de Israel e dos povos vizinhos. 2v. 7. ed. São Leopoldo: Sinodal/EST, 2017.

FINKELSTEIN, I. O reino esquecido: arqueologia e história de Israel Norte. São Paulo: Paulus, 2015.

GOTTWALD, N. K. As tribos de Iahweh: uma sociologia da religião de Israel liberto, 1250-1050 a.C. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2004.

NAKANOSE, S.; DIETRICH, L. J. (orgs.) Uma história de Israel: leitura crítica da Bíblia e arqueologia. São Paulo: Paulus, 2022.

Depois de 1177 a.C.: a sobrevivência das civilizações

CLINE, E. H. After 1177 B.C.: The Survival of Civilizations. Princeton: Princeton University Press, 2024, 360 p. – ISBN 9780691192130.

No final da aclamada história de 1177 a.C.: o ano em que a civilização entrou em colapso, muitas das civilizações da Idade Recente do Bronze do Egeu e do MediterrâneoCLINE, E. H. After 1177 B.C.: The Survival of Civilizations. Princeton: Princeton University Press, 2024 Oriental estavam em ruínas, desfeitas por invasões, revoltas, desastres naturais, fome e o fim do comércio internacional. Um mundo interligado que ostentava grandes impérios e sociedades, paz relativa, comércio robusto e arquitetura monumental foi perdido e a chamada Primeira Idade das Trevas começou. Agora, em Depois de 1177 a.C., Eric Cline conta a história do que aconteceu a seguir, ao longo de quatro séculos, em todo o mundo Egeu e Mediterrâneo Oriental. É uma história de resiliência, transformação e sucesso, bem como de fracassos, numa era de caos e reconfiguração.

Depois de 1177 a.C. conta como o colapso das poderosas civilizações da Idade do Bronze criou novas circunstâncias às quais as pessoas e as sociedades tiveram que se adaptar. Aqueles que não conseguiram ajustar-se desapareceram do cenário mundial, enquanto outros se transformaram, resultando numa nova ordem mundial que incluía fenícios, filisteus, israelitas, neo-hititas, neo-assírios e neobabilônicos. Levando a história até o ressurgimento da Grécia, marcado pelos primeiros Jogos Olímpicos em 776 a.C., o livro também descreve como inovações que mudaram o mundo, como o uso do ferro e do alfabeto, surgiram em meio ao caos.

Repleto de lições para o mundo de hoje sobre por que algumas sociedades sobrevivem a choques massivos e outras não, Depois de 1177 a.C. revela por que este período, longe de ser a Primeira Idade das Trevas, foi uma nova era com novas invenções e novas oportunidades.

 

At the end of the acclaimed history 1177 B.C., many of the Late Bronze Age civilizations of the Aegean and Eastern Mediterranean lay in ruins, undone by invasion, revolt, natural disasters, famine, and the demise of international trade. An interconnected world that had boasted major empires and societies, relative peace, robust commerce, and monumental architecture was lost and the so-called First Dark Age had begun. Now, in After 1177 B.C., Eric Cline tells the compelling story of what happened next, over four centuries, across the Aegean and Eastern Mediterranean world. It is a story of resilience, transformation, and success, as well as failures, in an age of chaos and reconfiguration.

After 1177 B.C. tells how the collapse of powerful Late Bronze Age civilizations created new circumstances to which people and societies had to adapt. Those that failed to adjust disappeared from the world stage, while others transformed themselves, resulting in a new world order that included Phoenicians, Philistines, Israelites, Neo-Hittites, Neo-Assyrians, and Neo-Babylonians. Taking the story up to the resurgence of Greece marked by the first Olympic Games in 776 B.C., the book also describes how world-changing innovations such as the use of iron and the alphabet emerged amid the chaos.

Filled with lessons for today’s world about why some societies survive massive shocks while others do not, After 1177 B.C. reveals why this period, far from being the First Dark Age, was a new age with new inventions and new opportunities.

Sobre o autor: Eric H. Cline is professor of classics and anthropology and director of the Capitol Archaeological Institute at George Washington University, Washington, D. C. An active archaeologist, he has excavated and surveyed in Greece, Crete, Cyprus, Egypt, Israel, Jordan, and the United States.

Um livro sobre a evolução dos livros

VALLEJO, I. O infinito em um junco: a invenção dos livros no mundo antigo. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2022, 496 p. – ISBN 9786555604689.VALLEJO, I. O infinito em um junco: a invenção dos livros no mundo antigo. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2022

Um livro sobre a evolução dos livros, um passeio pela trajetória desse artefato fascinante que inventamos para que as palavras pudessem ser transportadas pelo espaço e pelo tempo. O infinito em um junco conta a história desse objeto desde sua criação, milênios atrás, passando por todos os modelos e formatos que testamos ao longo da jornada humana.

A obra de Irene Vallejo é também sobre viagens e diferentes lugares. Uma rota com paradas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, e na Vila dos Papiros sepultada pelas lavas do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra e na cena do crime de Hipátia, nas primeiras livrarias e nas oficinas de cópia manuscrita, nas fogueiras em que eram queimados códices proibidos, no gulag, na Biblioteca de Sarajevo e no labirinto subterrâneo de Oxford no ano 2000. Um fio que une os clássicos ao mundo contemporâneo, conectando-os aos debates atuais: Aristófanes e os processos judiciais contra os humoristas, Safo e a voz literária das mulheres, Tito Lívio e o fenômeno dos fãs, Sêneca e a pós-verdade.

Acima de tudo, esta é uma fabulosa aventura coletiva protagonizada por milhares de pessoas que, ao longo do tempo, protegeram e tornaram o livro possível: contadores de histórias, escribas, iluminadores, tradutores, vendedores ambulantes, professores, sábios, espiões, rebeldes, freiras, aventureiros; leitores de todos os cantos, nas capitais onde se concentra o poder e nas regiões mais remotas, onde o conhecimento se refugia em tempos de caos. Pessoas comuns cujos nomes muitas vezes são apagados da história; gente que salva essas fontes de memória, os verdadeiros protagonistas desta obra.

Irene Vallejo (1979-)Leia resenhas sobre a obra. Fenômeno editorial espanhol traduzido para mais de 30 idiomas, ensaio sobre a história do livro vem conquistando prêmios e leitores.

O original, em espanhol, é de 2019.

Irene Vallejo nasceu em Zaragoza, Espanha, em 1979, e estudou filologia clássica. Fez doutorado nas universidades de Zaragoza e Florença. Dedica-se a um intenso trabalho de divulgação do mundo clássico ministrando conferências e cursos, e colabora com o El País Semanal, entre outros. De sua obra literária, destacam-se os romances La luz sepultada (2011) e El silbido del arquero (2015).

O Enuma Elish em português

BRANDÃO, J. L. Epopeia da criação: Enuma eliš. Belo Horizonte: Autêntica, 2022, 432 p. – ISBN 9786559282012.

O Enuma Elish foi recuperado na metade do século XIX pelo inglês Austen Henry Layard e seu assistente Hormuzd Rassam quando a biblioteca do rei assírioBRANDÃO, J. L. Epopeia da criação: Enuma eliš. Belo Horizonte: Autêntica, 2022, 432 p. Assurbanípal foi descoberta em Nínive. Além de Nínive, cópias do Enuma Elish foram encontradas nas cidades assírias de Assur, Nimrud e Sultantepe e nas cidades babilônicas de Borsippa, Kish, Sippar, Úruk e na própria Babilônia. Quase uma centena de manuscritos gravados em tabuinhas de argila, em escrita cuneiforme e língua acádica foram preservados e hoje estão no Museu Britânico, em Londres. Não temos nenhuma narrativa completa, os textos estão fragmentados, mas é possível reconstruir a narrativa usando as cópias duplicadas.

A publicação do Enuma Elish foi feita por George Smith em 1876. O texto considerado padrão hoje, com transliteração do acádico e tradução em inglês, é o de Wilfred George Lambert, Babylonian Creation Myths. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 2013.

O Enuma Elish está escrito em sete tabuinhas e contém cerca de 1100 linhas. As cópias mais antigas que temos podem ser datadas por volta de 900 a.C. E quando foi escrito? A data mais provável: durante o reinado de Nabucodonosor I (1125-1104 a.C.).

O nome Enuma Elish corresponde às primeiras palavras do texto e significa “Quando acima” ou “Quando no alto”. O Enuma Elish é considerado, às vezes, em uma ou outra publicação, como o texto padrão da criação da Mesopotâmia, mas o assunto central do texto não é a criação e sim a ascensão de Marduk como chefe do panteão babilônico.

Apesar disso, esta é a mais bem elaborada cosmogonia da antiga Mesopotâmia e são vários os elementos criados por Marduk e por seu pai Ea. O Enuma Elish era recitado na Festa do Ano Novo na cidade de Babilônia. Esta festa, o Akitu, tem forte componente político.

O poema começa falando de um tempo antes da existência dos deuses quando as águas primordiais, Apsu e Tiámat, constituíam uma massa indiferenciada e nem céus, terra e deuses existiam. Então nasceram os deuses: os casais Lahmu e Lahamu, Ánshar e Kíshar; depois, este último casal gera o deus Ánu, que gera o deus Ea (= Nudímmud).

A atividade dos deuses provoca a hostilidade de Apsu, mas, antes que ele faça algo, Ea o mata com uma magia enquanto ele dorme e constrói um palácio sobre seu cadáver. Neste palácio Ea e Damkina geram Marduk, que se manifesta como mais poderoso do que qualquer um de seus antecessores. Por sua vez, o barulho dos jovens deuses não deixa Tiámat repousar e ela encarrega seu companheiro Qingu, no comando de um grupo de monstros, de destruir os deuses, dando-lhe a Tabuinha dos Destinos. Ánshar, o rei dos jovens deuses, convida Ánu e depois Ea para comandar a resistência dos deuses, mas ambos, amedrontados, se recusam. Ea propõe, então, a Marduk que combata Qingu. Ele aceita com a condição de que a assembleia dos deuses transfira para ele o poder de determinar os destinos. Isto feito, Marduk vence e mata Tiámat em combate singular, fazendo de seu corpo dividido as duas partes do universo, os céus e a terra. Marduk torna-se o chefe dos deuses e anuncia que Babilônia será sua morada, ordenando a Ea que faça do sangue do vencido Qingu uma nova criatura, o homem. Os deuses constroem para Marduk uma cidade e um templo e o honram com 50 nomes.

Jacyntho Lins Brandão - Rio Espera, MG, 1952 Desde o início do novo milênio as edições críticas do Enuma Elish se sucedem, explica J. L. Brandão na Introdução de seu texto:
. Em 2005, Philippe Talon publicou The Standard Babylonian Creation Myth Enūma eliš, com introdução, texto cuneiforme, transliteração, lista de signos, tradução para o francês e glossário.
. Em 2012, apareceu o volume Das babylonische Weltschöpfungsepos Enūma eliš, da autoria de T. R. Kämmerer e L. A. Metzler, parte da série “Alter Orient und Altes Testament”, publicada pela Universidade de Münster.
. Em 2013, a editora Eisenbrauns, de Winona Lake, lançou Babylonian Creation Myths, obra póstuma de Wilfred G. Lambert, com o texto acádico transliterado e tradução para o inglês, acompanhados dos comentários antigos do poema, ao que se somam extensos estudos sobre aspectos importantes da obra, posta em confronto com ampla documentação cosmogônica e mitológica suméria e acádica.
. Finalmente, em 2019 Philippe Talon publicou mais uma vez o texto acádico acompanhado de tradução para o francês em Enūma eliš: Lorsqu’en haut.

Acrescente-se o trabalho de Alberto Elli, que em 2016 lançou Enūma eliš: Il mito babilonese della creazione, em que reproduz o texto cuneiforme da edição de Talon (de 2012), acompanhado de transliteração, normalização do acádico verso a verso e tradução para o italiano, a que se acrescem notas relativas ao léxico e a aspectos gramaticais, livro disponibilizado gratuitamente no site Mediterraneo Antico.

Jacyntho Lins Brandão é Professor Emérito de Língua e Literatura Grega na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Publicou Ele que o abismo viu: Epopeia de Gilgámesh. Belo Horizonte: Autêntica, 2017 e outras obras. Suas traduções do Enuma Elish e da Epopeia de Gilgámesh foram feitas a partir dos textos em acádico.

Veja também:

Live de lançamento da Epopeia da Criação, Enūma eliš, com Jacyntho Lins Brandão – Rafael Silva: 20 de outubro de 2022

Ciro, o Grande

MITCHELL, L. Cyrus the Great: A Biography of Kingship. Abingdon: Routledge, 2023, 188 p. – ISBN 9781138024106.

Ciro, o Grande, foi uma celebridade do mundo antigo, o fundador de um dos primeiros impérios mundiais no antigo Oriente Médio, cuja vida e feitos foram celebradosMITCHELL, L. Cyrus the Great: A Biography of Kingship. Abingdon: Routledge, 2023, 188 p. através de muitas histórias contadas sobre ele, naquela época e durante milênios.

Este livro oferece uma análise dessas histórias, localizando-as nas ricas culturas narrativas do antigo Mediterrâneo e do Oriente Médio. Embora existam poucos pontos fixos na carreira de Ciro, é possível perceber através dessas narrativas a forma como sua realeza se desenvolveu, de modo que ele se tornou não apenas o instrumento dos deuses, mas também seu companheiro.

Mitchell explora o que essas histórias revelam sobre as diferentes sociedades e culturas que se envolveram com a mitologia que cercava Ciro, a fim de examinar suas próprias concepções de grandes homens, liderança, realeza e poder. Sua celebridade na antiguidade era tamanha que as histórias sobre sua realeza permaneceram influentes ao longo de dois mil e quinhentos anos na era moderna.

Ciro, o Grande: uma biografia da realeza é de interesse para estudantes e estudiosos que estudam os aquemênidas e a antiga realeza, especialmente porque é retratado nas tradições literárias e históricas do antigo Oriente Médio, bem como para aqueles que estudam o mundo do Oriente Médio de maneira geral. Os estudiosos da história grega deste período também encontrarão muito daquilo que os interessa.

Lynette Mitchell é professora de História e Política Grega na Universidade de Exeter, Reino Unido.

 

Cyrus the Great was a celebrity of the ancient world, the founder of one of the first world empires in the ancient Near East, whose life and deeds were celebrated through the many stories told about him, then and for millennia.

This book offers an analysis of these stories, locating them within the rich storytelling cultures of the ancient Mediterranean and the Near East. Although there are few fixed points in Cyrus’ career, it is possible to see through these narratives the way his kingship developed so he became not just the instrument of the gods, but also their companion. Mitchell explores what these stories reveal about the different societies and cultures who engaged with the mythology surrounding Cyrus in order to examine their own conceptions of great men, leadership, kingship, and power. Such was his celebrity in antiquity that the stories about his kingship have remained influential over the course of two and a half thousand years into the modern era.

Cyrus the Great: A Biography of Kingship is of interest to students and scholars studying the Achaemenids and ancient kingship, particularly as it is depicted in the literary and historical traditions of the ancient Near East, as well as those working on the Near Eastern world more generally. Scholars of Greek history in this period will also find much to interest them.

Lynette Mitchell is Professor of Greek History and Politics at the University of Exeter, UK. She is the author of The Heroic Rulers of Archaic and Classical Greece, and edited with Charles Melville Every Inch a King: Comparative Studies on Kingship in the Ancient and Medieval Worlds.

A vida de Ciro, o Grande

WATERS, M. King of the World: The Life of Cyrus the Great. New York: Oxford University Press, 2022, 272 p. – ISBN 9780190927172.

O Império Persa foi a primeira hiperpotência do mundo, com território que se estendia da Ásia Central ao Nordeste da África e do Sudeste da Europa ao Vale do Indo. FoiWATERS, M. King of the World: The Life of Cyrus the Great. New York: Oxford University Press, 2022, 272 p. a força geopolítica dominante desde o final do século VI até a sua conquista por Alexandre na década de 330 a. C.

Grande parte do território do império foi conquistada por seu fundador, Ciro, o Grande, que reinou de 559 a 530 a. C. Ciro se tornou uma lenda durante sua vida, e sua carreira inspirou grande interesse dos indisciplinados vizinhos da Pérsia no oeste, os antigos gregos. O retrato idealizado de Ciro pelo grego Xenofonte teve um impacto profundo nos debates antigos, medievais e modernos sobre governo.

O livro fornece um relato confiável e acessível da vida, carreira e legado de Ciro, o Grande. Embora as fontes gregas permaneçam centrais para qualquer narrativa sobre Ciro, uma riqueza de evidências primárias é encontrada no antigo Oriente Médio, incluindo material documental, arqueológico, de história da arte e bíblico. Matt Waters baseia-se em todas essas fontes, ao mesmo tempo que as contextualiza de forma consistente, a fim de fornecer uma compreensão coesa de Ciro, o Grande. O autor leva os leitores numa viagem que revela o seu poderoso impacto e preserva a sua história para as gerações futuras.

Matt Waters é professor de Estudos Clássicos e História Antiga na Universidade de Wisconsin-Eau Claire, USA.

 

The Persian Empire was the world’s first hyperpower, with territory stretching from Central Asia to Northeastern Africa and from Southeastern Europe to the Indus Valley. It was the dominant geopolitical force from the later sixth century to its conquest by Alexander in the 330s BCE. Much of the empire’s territory was conquered by its founder, Cyrus the Great, who reigned from 559-530 BCE. Cyrus became a legend in his own lifetime, and his career inspired keen interest from Persia’s unruly neighbors to the west, the ancient Greeks. The idealized portrait of Cyrus by the Greek Xenophon had a profound impact on ancient, medieval, and early modern debates about rulership.

King of the World provides an authoritative and accessible account of Cyrus the Great’s life, career, and legacy. While Greek sources remain central to any narrative about Cyrus, a wealth of primary evidence is found in the ancient Near East, including documentary, archaeological, art historical, and biblical material. Matt Waters draws from all of these sources while consistently contextualizing them in order to provide a cohesive understanding of Cyrus the Great. This overview addresses issues of interpretation and reconciles limited material, while the narrative keeps Cyrus the Great’s compelling career at the forefront. Cyrus’ legacy is enormous and not fully appreciated– King of the World takes readers on a journey that reveals his powerful impact and preserves his story for future generations.

Matt Waters is Professor of Classics and Ancient History at the University of Wisconsin-Eau Claire. He is the author of Ctesias’ Persica and Its Near Eastern Context and Ancient Persia: A Concise History of the Achaemenid Empire, 550-330 BCE, among other works.

Como ser um assiriólogo?

Estou lendo um texto sobre assiriologia e estou gostando muito. É a aula inaugural no Collège de France, Paris, proferida por Dominique Charpin em 2 de outubro de 2014.

A leitura pode ser interessante para os colegas biblistas, pois precisamos, urgentemente, conhecer o máximo possível da história e da literatura da antiga Mesopotâmia para entendermos melhor a Bíblia Hebraica.

Recomendo a leitura, talvez o vídeo com legendas em espanhol, aos meus atuais e ex-alunos de História de Israel, de Pentateuco e de Língua Hebraica Bíblica.

Enfim, este texto é para todas as pessoas preocupadas em compreender melhor os desenvolvimentos da ciência e da vida intelectual contemporânea, pois esta é a proposta da aula inaugural de Dominique Charpin.

CHARPIN, D. Comment peut-on être assyriologue? Paris: Collège de France/Fayard, 2015, 88 p. – ISBN 9782213686394.

Em inglês: CHARPIN, D. How to be an Assyriologist? Inaugural Lecture delivered on Thursday 2 October 2014. Paris: Collège de France, 2017 – ISBN: 9782722604575.

O texto está disponível online. Leia em francês ou em inglês.

A aula pode também ser vista no YouTube, com áudio em francês e legendas em várias línguas, inclusive o espanhol.

 

Diz o livro sobre as aulas inaugurais do Collège de France:

“No Collège de France, a primeira aula de um novo professor é sua aula inaugural.

Solenemente pronunciada na presença de seus colegas e de um grande público, é, para ele, uma oportunidade para situar seu trabalho e seu ensino em relação a seus predecessores e aos desenvolvimentos mais recentes da pesquisa.

As aulas inaugurais não apenas traçam um panorama da situação de nosso conhecimento e, assim, contribuem para a história de cada disciplina, mas também nos introduzem no laboratório do cientista e do pesquisador. Muitas delas acabaram sendo, em seu campo e em seu tempo, acontecimentos significativos e até grandiosos.

Destinam-se a um público amplo e esclarecido, preocupado em compreender melhor os desenvolvimentos da ciência e da vida intelectual contemporânea”.CHARPIN, D. Comment peut-on être assyriologue? Paris: Collège de France/Fayard, 2015

 

Em meu artigo Histórias de criação e dilúvio na antiga Mesopotâmia, publicado em 2018, escrevi:

A planície situada nos vales dos rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio, é a antiga Mesopotâmia, nome que vem do grego e significa “terra entre rios”. Esta região foi habitada, em tempos remotos, por povos como os sumérios, os acádios, os assírios e os babilônios.

Os sumérios construíram sua civilização no sul da Mesopotâmia a partir do IV milênio a.C. Foram sucedidos pelos acádios e estes pelos assírios e babilônios. As escavações arqueológicas revelaram o uso da escrita cuneiforme desde o fim do IV milênio, por volta de 3200 a.C. Foram os sumérios os inventores da escrita. Além de toda a Mesopotâmia, a escrita cuneiforme foi empregada também em partes da Síria, da Ásia Menor e do Irã. Ela é chamada de “cuneiforme” porque os sinais gravados na pedra ou na argila têm a forma de cunha.

A assiriologia é o estudo das línguas, história e cultura das pessoas que usaram a escrita cuneiforme. As fontes para a assiriologia são todas arqueológicas, e incluem artefatos com ou sem textos. A maioria dos assiriologistas estuda os textos do Antigo Oriente Médio, gravados principalmente em tabuinhas de argila.

A assiriologia começou como uma disciplina acadêmica com a recuperação dos monumentos da antiga Assíria e a decifração da escrita cuneiforme, lá pela metade do século XIX. Hoje a assiriologia é estudada em muitas universidades mundo afora. O conhecimento das culturas do Antigo Oriente Médio é importante para estudantes de várias disciplinas, como, por exemplo, a Arqueologia, a História, os Estudos Clássicos e os Estudos Bíblicos.

O ano de 1842 marca o início da pesquisa arqueológica no Antigo Oriente Médio, pois foi nesta data que Paul Émile Botta, cônsul francês em Mossul, iniciou as primeiras escavações na região. Logo em seguida entrou em cena o inglês Austen Henry Layard. Ele descobriu a cidade de Nínive, capital assíria, e em 1850 encontrou mais de 20 mil tabuinhas cuneiformes da biblioteca do rei assírio Assurbanípal, que correspondem a cerca de 5 mil textos. Narrativas hoje consideradas importantes, como a Epopeia de Gilgámesh, o Enuma Elish e a Epopeia de Atrahasis, foram encontradas nestas escavações feitas por Layard e seu assistente Hormuzd Rassam. Nesta época os museus da Europa começaram a ser abastecidos com o material que para lá foi transportado. Em 1847, o Museu do Louvre, em Paris, inaugurou sua seção assíria, sendo seguido pelo Museu Britânico, em Londres, em 1853. Importantes nesta empreitada foram igualmente pesquisadores alemães e norte-americanos.

 

Sobre o livro com a aula inaugural de Dominique Charpin, diz a editora:

Ao contrário das obras herdadas da antiguidade grega ou romana, nenhum texto da civilização mesopotâmica chegou até nós diretamente. O assiriólogo trabalha a partir de textos inscritos em caracteres cuneiformes em tabuinhas de argila. Ele deve reconstruir os textos a partir de fragmentos, colocá-los em ordem cronológica e geográfica para desenvolver gradualmente uma história não só política, mas também social, econômica e cultural da Mesopotâmia. A tarefa é imensa e envolve uma abordagem multidisciplinar que combina arqueologia, epigrafia, filologia e história.

Quem é Dominique Charpin? Veja aqui e aqui.

Veja as publicações de Dominique Charpin aqui e aqui.

E o autor explica sua aula inaugural assim:

CHARPIN, D. How to be an Assyriologist? Inaugural Lecture delivered on Thursday 2 October 2014. Paris: Collège de France, 2017 Gostaria de mostrar-lhes como a assiriologia se desenvolveu e quais foram as circunstâncias, algumas dos quais persistem ainda hoje. Vou, a partir daí, levá-los ao laboratório do assiriólogo, para descrever seus métodos diários de trabalho. E termino traçando algumas perspectivas de desenvolvimento, para as quais espero poder contribuir aqui no Collège de France nos próximos dez anos.

Je voudrais montrer comment l’assyriologie s’est développée, avec des conditionnements dont certains s’exercent encore aujourd’hui. Je vous entraînerai ensuite dans le laboratoire de l’assyriologue, pour décrire ses méthodes de travail au quotidien. Et j’esquisserai pour finir quelques perspectives de développement auxquelles j’espère pouvoir contribuer ici dans les dix prochaines années.

I would like to show how Assyriology has developed, shaped by various conditions, some of which are still present today. I will then take you into the Assyriologist’s laboratory to describe the methods that are used in day-to-day work. Finally, I will present a few prospects for further developments to which I hope to contribute here over the next ten years.

 

Dominique Charpin

Après des études d’histoire, d’archéologie et de philologie à la Sorbonne, Dominique Charpin a travaillé en Irak, sur le site de Larsa, et en Syrie, sur les sites de Mari et Mohammed Diyab. Il dirige la Revue d’assyriologie et la Société pour l’étude du Proche-Orient ancien (SEPOA); il est responsable du projet Archibab, consacré aux archives babyloniennes. Il est professeur au Collège de France, titulaire de la chaire de Civilisation mésopotamienne, depuis janvier 2014.

After studying history, archaeology, and philology at the Sorbonne, Dominique Charpin worked in Iraq, on the Larsa site, and in Syria, on the Mari and Mohammed Diyab sites. He heads the Revue d’assyriologie and the Société pour l’étude du Proche-Orient ancien (SEPOA), and manages the Archibab project devoted to Babylonian archives. He is professor at the Collège de France, where he has held the Chair of Mesopotamian Civilization since January 2014.

Seca severa contribuiu para o colapso da Idade do Bronze

No item 2 de minha “História de Israel”, quando trato das origens de Israel, procuro explicar o que pode ter provocado o colapso das civilizações na Idade do Bronze Recente.

Escrevi:

“Mario Liverani, em Para além da Bíblia: História antiga de Israel. São Paulo: Loyola/Paulus, 2008. p. 59-80, assim como muitos outros pesquisadores, tenta explicar a catástrofe como resultado de uma conjunção de fatores dramáticos.

Isso pode ser verificado, por exemplo, com a severa crise climática na região do Saara, fazendo com que tribos líbias entrassem no vale do rio Nilo à procura de pastagens e água aí pelo fim do século XIII e início do século XII a.C. Os faraós Merneptah e Ramsés III se vangloriam de tê-las combatido, mas parece que tiveram que se adaptar à nova realidade.

Também na Ásia Menor houve uma sequência de anos muito secos no final do século XIII, com chuvas escassas, provocando uma grave carestia, como atestam textos hititas, ugaríticos, egípcios e a moderna dendrocronologia. A tudo isso se somou a pressão dos “povos do mar”, o fenômeno mais impressionante desta época.

Deste modo, Ugarit, Alashiya (Chipre) e toda uma série de reinos e cidades do Egeu, Ásia Menor, Síria e Palestina foram destruídos. Ruiu todo o sistema político do Bronze Recente. Minoicos, micênios, hititas, egípcios, babilônios, assírios, cananeus e cipriotas eram civilizações independentes umas das outras, mas interligadas por rotas de comércio que geravam prosperidade”.

Agora leio um interessante artigo sobre um dos fatores envolvidos na catástrofe da época: a seca.

 

A seca e a queda do Império Hitita – Por Nathan Steinmeyer – Biblical Archaeology Society: February 17, 2023

Como uma seca severa contribuiu para o colapso da Idade do Bronze

Embora a queda do Império Hitita – e de fato o colapso de todo o mundo da Idade do Bronze – tenha sido uma importante área de pesquisa por décadas, novas evidências sobre o que causou o colapso estão continuamente vindo à tona.

De fato, de acordo com muitos estudiosos, esse momento crucial da história não foi o resultado de um só fator, mas foi o resultado de múltiplos fatores. Conforme discutido em um artigo na Nature, um fator importante foi provavelmente uma crise climática.Medinet Habu: Ramsés III x Povos do Mar

Por meio milênio, o Império Hitita – localizado onde hoje é a Turquia e o noroeste da Síria – foi uma das forças mais poderosas do antigo Oriente Médio, muitas vezes competindo pelo poder com outros impérios pelo controle da Síria e do Palestina. Mas tudo isso acabou por volta de 1200 a.C., durante o catastrófico colapso da Idade do Bronze, quando os impérios e reinos da região de repente se desfizeram.

Isso, por sua vez, abriu as portas para muitos reinos chegarem ao poder, incluindo os israelitas e os arameus. No entanto, a causa desse desastre ainda não é completamente compreendida.

O estudo na Nature, que utilizou dendrocronologia (datação de anéis de árvores) e análise de isótopos estáveis, examinou um grupo de antigas árvores de zimbro de Hatti para investigar uma possível causa: a mudança climática.

Essa técnica permitiu que a equipe examinasse o nível de chuva na região com maior precisão temporal do que nunca, o que, por sua vez, revelou uma seca inesperadamente severa entre 1198 e 1196 a.C.

Embora as secas fossem uma ocorrência frequente no mundo antigo, as secas de longo período tinham o potencial de sobrecarregar os sistemas agrícolas e administrativos ao ponto de ruptura.

De acordo com o estudo, provavelmente foi isso que aconteceu com o Império Hitita. Combinada com outros fatores internos e externos, a severa crise ecológica não foi superada.

“Isso teria levado a um colapso da base tributária, deserção em massa do grande exército hitita e provavelmente um movimento em massa de pessoas em busca de sobrevivência. Os hititas também foram desafiados por não terem um porto ou outras vias fáceis para transportar alimentos para a região”, disse Brita Lorentzen, coautora do estudo, ao The Guardian.

Ao longo dos anos estudiosos sugeriram muitos fatores para explicar o colapso da Idade do Bronze, principalmente as invasões e/ou migrações dos povos do mar, mencionadas em fontes egípcias. No entanto, estudos recentes enfatizaram o papel que a natureza desempenhou nesse colapso civilizacional maciço. Amostras de pólen de todo o Mediterrâneo, por exemplo, demonstraram um declínio acentuado na precipitação anual durante os séculos XIII e XII a.C. Estes incluem estudos da Itália, Grécia, Turquia, Síria, Líbano, Israel e Irã.

Vários textos do século XIII, que mencionam escassez de grãos e fome em Hatti, corroboram a evidência de seca de estudos científicos modernos, embora falte o contexto necessário para conectá-los com a seca severa que os pesquisadores datam de 1198 a1196 a.C. Pouco depois dessa época, no entanto, o Império Hitita entrou em colapso, com sua capital, Hattusa, abandonada e nenhuma outra menção a seu último rei, Suppiluliuma II.

Os autores do estudo foram, entretanto, enfáticos em apontar que a seca não foi o único fator no colapso de Hatti e do restante das potências da Idade do Bronze. Em vez disso, eles sugerem que isso pode ter apenas exacerbado questões políticas, econômicas e sociais já existentes enfrentadas pelo império.

CLINE, E. H. 1177 B.C.: The Year Civilization Collapsed. Princeton: Princeton University Press, 2021 (Revised and Updated Edition)Segundo Eric Cline, autor de 1177 a.C.: o ano em que a civilização entrou em colapso, a seca foi apenas um dos inúmeros problemas que os hititas e outros enfrentavam naquela época.

Diz Eric Cline: “Houve uma conjunção de catástrofes que levaram não apenas ao colapso do Império Hitita, mas também ao colapso de outras potências. Elas incluem a mudança climática, que por sua vez levou à seca, fome e migração; terremotos; invasões e rebeliões internas; colapso dos sistemas; e possivelmente doença também. Todos estes fatores provavelmente contribuíram para a ‘tempestade perfeita’ que pôs fim a esta era, especialmente se aconteceram em rápida sucessão, um após o outro, provocando um efeito dominó que levou a uma falha catastrófica de todo o sistema, que era interligado”.

 

Drought and the Fall of the Hittite Empire – Por Nathan Steinmeyer – Biblical Archaeology Society: February 17, 2023

How severe drought contributed to the Bronze Age collapse

While the fall of the Hittite Empire—and indeed the collapse of the entire Bronze Age world—has been an important area of research for decades, new evidence for what caused the collapse is continually coming to the surface. Indeed, according to many scholars, this pivotal moment in history was not the result of one factor, but the perfect storm of causes. As discussed in an article in Nature, a primary factor was likely one of humanity’s oldest enemies, nature.

For half a millennium, the Hittite Empire—located in what is today Turkey and northwestern Syria—was one of the most powerful forces in the ancient Near East, often vying for power with other empires for control of Syria and the Levant. But that all came to a screeching halt around 1200 BCE, during the infamous Bronze Age collapse when the empires and kingdoms of the region suddenly fell apart. This, in turn, led to a long “dark age,” which opened the door for many later kingdoms to come to power, including the biblical Israelites and Arameans. Yet, the cause of this disaster is still not completely understood.

The study in Nature, which utilized dendrochronology (tree-ring dating) and stable isotope analysis, examined a group of ancient Juniper trees from Hatti to look into one possible cause: climate change. This technique allowed the team to examine the level of rainfall in the region with greater temporal precision than ever before, which in turn revealed an unexpectedly severe multi-year drought from 1198–1196 BCE. Although droughts were a frequent occurrence in the ancient world, long-period droughts had the potential to strain agricultural and administrative systems to the breaking point. According to the study, this is likely exactly what happened to the Hittite Empire. Combined with other internal and external factors, the sudden ecological crisis was too much to overcome.

“This would have led to a collapse of the tax base, mass desertion of the large Hittite military, and likely a mass movement of people seeking survival. The Hittites were also challenged by not having a port or other easy avenues to move food into the area,” Brita Lorentzen, co-author of the study, told The Guardian.

Over the years, scholar have suggested many factors to explain the Bronze Age collapse, most notably the invasions (and/or migrations) of the infamous Sea Peoples (including the biblical Philistines), who were first mentioned in Egyptian sources in the 13th-century BCE. However, recent studies have emphasized the role that nature played in this massive civilizational collapse. Pollen samples from around the Mediterranean, for example, have demonstrated a steep decline in annual rainfall during the 13th and 12th centuries. These include studies from Italy, Greece, Turkey, Syria, Lebanon, Israel, and Iran.

Several texts from the 13th century, which mention grain shortages and famines in Hatti, corroborate the evidence of drought from modern scientific studies, although they lack the necessary context to connect them with the severe drought the researchers date to 1198–1196 BCE. Shortly after this time, however, the Hittite Empire collapsed, with its capital city of Hattusa abandoned and no further mention of its last king, Suppiluliuma II.

The authors of the study were quick to point out, however, that the drought was not the only factor in the collapse of Hatti and the rest of the Bronze Age powers. Instead, they suggest that it may have only exacerbated already existing political, economic, and social issues facing the empire.

According to Eric Cline, Professor of Classics and Anthropology at George Washington University and author of 1177 B.C.: The Year Civilization Collapsed, “In my opinion, drought was just one of the numerous problems that the Hittites and others were facing at that time.” Instead, Cline said, “There was a cacophony of catastrophes that led not only to the collapse of the Hittite Empire but also to the collapse of other powers as well. They include climate change, which led in turn to drought, famine, and migration; earthquakes; invasions and internal rebellions; systems collapse; and quite possibly disease as well. All probably contributed to the ‘perfect storm’ that brought this age to an end, especially if they happened in rapid succession one after the other, leading to domino and multiplier effects and a catastrophic failure of the entire networked system.”

Leia também: Severe multi-year drought coincident with Hittite collapse around 1198–1196 BC – Nature: 08 February 2023

As origens de Israel

O item 2 da “História de Israel” sobre as origens de Israel foi totalmente reformulado. Confira.

2. As origens de Israel
2.1. Quatro propostas para explicar as origens de Israel
2.2. A crise da Idade do Bronze Recente e o fenômeno dos povos do mar
2.3. O caos da Palestina na época do surgimento de Israel
2.4. Uma sociedade baseada na solidariedade do parentesco
2.5. Apêndice sobre “As tribos de Iahweh” de Norman K. Gottwald
2.6. Apêndice sobre a teoria da evolução pacífica e gradual