Mês da Bíblia 2010: o livro de Jonas

Setembro é o Mês da Bíblia [para os católicos – para os evangélicos o Dia da Bíblia é, no Brasil, o segundo domingo de dezembro].

O Mês da Bíblia surgiu há 39 anos [1971] por ocasião do 50º aniversário da Arquidiocese de Belo Horizonte. Desde então tem destacado a importância da leitura, do estudo e da contemplação das Sagradas Escrituras. Na verdade, o Mês da Bíblia contribuiu muito para o desenvolvimento da Pastoral Bíblica no âmbito paroquial e diocesano (…) A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, juntamente com as Instituições Bíblicas (…) propõe para o ano de 2010, no mês da Bíblia, o estudo e a meditação do Livro de Jonas com destaque para a evangelização e a missão na cidade (por Dom Eugênio Rixen Bispo de Goiás – GO – Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética – CNBB)

 

Bibliografia sobre Jonas

:: BALANCIN, E. M.; STORNIOLO, I. Como ler o livro de Jonas: Deus não conhece fronteiras. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1991, 40 p. – ISBN 8534926085
O objetivo do livro de Jonas é ilustrar o tema da misericórdia de Javé, mostrando que ele não é um Deus nacional, mas o Deus de toda a humanidade também é um Deus imprevisível que muda suas decisões a partir das decisões do próprio homem. Acima de tudo, ele é o Deus da vida e quer que todos se convertam para ter vida. Ivo Storniolo faleceu em 2008.

:: Centro Bíblico Verbo Levanta-te e vai à grande cidade: Entendendo o livro de Jonas. São Paulo: Paulus, 2010, 128 p. – ISBN 9788534926362
O livro de Jonas é uma história para instruir e formar a leitora e o leitor sobre a necessidade de romper com uma visão nacionalista e excludente. Jonas é enviado a Nínive, mas recusa a sua missão. No entanto, Javé o coloca novamente a caminho de Nínive. Contra a sua vontade, ele prega a destruição para a cidade. A população acolhe o anúncio e se converte. E Deus se compadece, provocando a ira de Jonas. O livro Levanta-te e vai à grande cidade é uma ironia contra uma corrente judaica que acreditava que o povo judeu era o único povo eleito e os estrangeiros eram considerados impuros.

:: HANDY, L. K. Jonah’s World: Social Science and the Reading of Prophetic Story. London: Equinox Publishing, 2008, xvi + 214 p. – ISBN 9781845531249
This work sets out the background world for the story of Jonah. Accepting the biblical book as a fictitious short story based on “real world” locations, the volume uses social science approaches to describe the imaginative world in which the action takes place. Since the story uses real places and recognizable persons to weave the narrative, at least three levels of perception are considered: the “real” world behind the book’s references; the social and ideological constructs of the world; the imaginative world of the story itself. All of these are connected by and through the scribal author of the story. Leia resenha publicada na RBL aqui.

:: KILPP, N. Jonas. São Paulo: Loyola, 2008, 120 p. – ISBN 9788515035472
Este livro desafia os leitores e as leitoras a irem além da famosa “história da baleia” e a participarem do processo de conversão de um homem que considerava Deus propriedade exclusiva do seu povo. Mostra que a mensagem bíblica ensina a valorizar a expressão de fé de outras pessoas e a admirar a abrangência da atuação misericordiosa de Deus. Nelson Kilpp é pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil-IECLB. Doutorou-se em Marburg, na Alemanha, na área de Antigo Testamento. É professor na Escola Superior de Teologia, de São Leopoldo – RS.

:: LOPES, M. O livro de Jonas: Uma história de desencontro entre um profeta zangado e um Deus brincalhão. São Paulo: Paulus, 2010, 72 p. – ISBN 9788534931885
Os livros de Jonas, Rute, Cântico dos Cânticos e as coleções mais recentes do livro dos Provérbios (Pr 1-9 e 31) fazem parte de uma tendência sapiencial profética criada pelos pobres, no pós-exílio. Essa tendência contou com a participação de mulheres contadoras de histórias, contadas no espaço da casa, ambiente onde as mulheres redefiniam sua realidade, confrontando-se com o sistema social e religioso da época, nas pequenas situações do seu cotidiano. O livro de Jonas é uma dessas histórias nascidas no meio dos pobres. Ela mistura e combina muito bem fábulas e realidade. Com essa estratégia, busca reagir ao nacionalismo religioso e exclusivista de Neemias e Esdras, cujo projeto de reconstrução estava baseado em um tripé centralizador: a lei, a raça e o templo. Então, o livro de Jonas reage a esse projeto de maneira muito bem-humorada, mostrando como era ridículo o fechamento do profeta Jonas e como era ampla e misericordiosa a atitude de Javé diante dos estrangeiros.

:: MESTERS, C.; OROFINO, F. A parábola de Jonas. São Leopoldo: CEBI, 2010, 36 p. – ISBN 9788577330935
Pequeno livreto de bolso com cinco círculos bíblicos, este é um livro sobre um espelho, ou nas palavras dos autores, “no espelho da novela de Jonas, vejo o que acontece comigo”. Os autores, Carlos Mesters e Francisco Orofino, procuraram capturar a ironia do texto e, habilmente construíram um conjunto de encontros bíblicos que contribui para o estudo do livro bíblico de Jonas no mês da Bíblia católico.

:: SAB Levanta-te, vai à grande cidade (Jn 1,2): Introdução ao estudo do profeta Jonas. São Paulo: Paulinas, 2010, 48 p.
Este opúsculo apresenta quatro roteiros para encontros de reflexão sobre Jonas, livro profético do Antigo Testamento, escolhido para o aprofundamento no Mês da Bíblia deste ano de 2010. Os encontros abordam aspectos significativos do livro de Jonas: o chamado e a fuga de Jonas; três dias de retiro de Jonas; levanta-te e vai à grande cidade; Deus rico em misericórdia. No final do livro, encontra-se uma sugestão para uma celebração intitulada Anúncio profético: sinal de conversão na cidade e no sertão.

:: SASSON, J. M. Jonah. New Haven, CT: Yale University Press, 1995, 384 p. – ISBN 9780300139709
Were Jonah’s experiences true to the history of ancient Israel? Were they meant to be read comically, philosophically, allegorically, symbolically, or realistically? And is God godly when acting beyond the comprehension of prophets, let alone ordinary human beings? These issues, and many more, are thoughtfully considered in this meticulously detailed and insightful translation of the original Hebrew text of Jonah as created by Jewish authorities during the second half of the first millennium B.C.E. In these profound and enduring tales, realistic events and miraculous incidents merge, and we never have to wait long to witness the power of God’s love or wrath. One of the twelve prophets, Jonah faced more challenges in a short span of time than any other biblical hero. He went to sea and nearly drowned in the belly of a great fish. On land, Jonah journeyed east to Nineveh, where his mission was to spread the word of God in a city plagued by evil. He was tested by God at every turn. But even during his darkest hours, his faith never wavered and through all the tumult, he always listened for the comforting voice of the Lord. Author Jack M. Sasson employs the very latest information in biblical scholarship to interpret the many nuances in Jonah’s seemingly simple story. Providing Greek, Hebrew, Latin, Aramaic, and, occasionally, Syriac and Arabic translations, this work is an exciting addition to the world-acclaimed Anchor Yale Bible Commentaries.

:: SCHÖKEL, L. A.; SICRE DIAZ, J. L. Profetas II. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002, p. 1037-1062. – ISBN 8534919917
Este comentário do espanhol Luis Alonso Schökel, um dos maiores mestres da exegese veterotestamentária contemporânea, professor do Pontifício Instituto Bíblico, Roma, falecido em 1998, e de José Luís Sicre Diaz, também espanhol, se caracteriza pelo maior respeito e atenção para com o texto original, pela abundância de análises literárias e pela densidade da análise teológica.

:: SHERWOOD, Y. A Biblical Text and Its Afterlives: The Survival of Jonah in Western Culture. Cambridge: Cambridge University Press, 2000, xii + 321 p. – ISBN 9780521795616
A Biblical Text and Its Afterlives is surely one of the most erudite, compelling, and well-written books of the most recent generation of biblical scholarship. [Yvonne] Sherwood combines a solid grounding in biblical studies and the history of interpretation, a sophisticated knowledge of the literature of cultural studies and literary theory, and an underlying commitment to the ethical and moral demands of reading. And mediating it all is the author’s distinctive prose style – Trecho da resenha de Tod Linafelt, publicada na RBL em 09/10/2004.

 

Leia Mais:
Na semana passada ouvi a pergunta: como surgiu o Mês da Bíblia?
Mês da Bíblia: textos apresentados pelos alunos

O Código Deuteronômico seria pós-josiânico?

Em Journal of Hebrew Scriptures, da Universidade de Alberta, Canadá, no vol. 9, artigo 18, de 2009, leio um artigo de Ernst Axel Knauf, do Institut für Bibelwissenschaft, da Universidade de Berna, Suiça:

Observations on Judah’s Social and Economic History and the Dating of the Laws in Deuteronomy.

Diz o Abstract:
Nadav Na’aman’s recent dating of the Deuteronomic Law by social history is methodologically seminal, even if I disagree with the substance of his argument. In this article, I advance the case that the care of Deuteronomy for the ‘displaced Judahite” (gr) fits the 6th century much better than the 7th, as Na’aman argues.

Em determinado ponto do artigo, com o subtítulo The Rule of Law, argumenta Axel Knauf que a datação tradicional – que ele chama de “o erro de De Wette” – do Código Deuteronômico (Dt 12-26) na época de Josias [629-609 AEC] é insustentável, já que o rei era a lei e não usava leis codificadas. Mais: para o rei, a existência de um código de leis oficial era uma violação de sua prerrogativa real. O ambiente em que estas leis deveriam funcionar era o de Mizpah e Betel após a destruição de Jerusalém pelos babilônios e a queda da monarquia em 586 AEC.

Em seguida, ele explica porque a proposta de De Wette, feita em 1805, acabou ficando tão popular.

Sabemos que W. M. L. de Wette sugeriu que o “Livro da Lei”, que impulsionou a reforma de Josias, deveria corresponder ao Deuteronômio, ou, pelo menos, a uma forma mais primitiva deste livro. Mas, mais importante ainda foi a sua conclusão de que este Deuteronômio original foi composto na época de Josias, guardado no Templo e, em seguida, utilizado como documento de propaganda para a reforma deste rei.

A tese de W. M. L. de Wette foi publicada em 1805 em sua Dissertatio criticoexegetica… Em seguida, ele retoma suas idéias em suas Beiträge zur Einleitung in das Alte Testament [Contribuições para a Introdução ao Antigo Testamento] 2 Bde. Halle: Schimmelpfennig, 1806-1807 (reimpressão em 1 volume: Hildesheim: George Olms, 1971). Cf. SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2003, p. 120-121.

É claro que, no mundo acadêmico, a identidade deste Livro da Lei é extremamente controvertida. Leia o meu post A descoberta do Livro da Lei na época de Josias.

Citando Axel Knauf:
The available data from social and economic history render the ‘Josianic’ dating of Deuteronomy 12–26 untenable; the basic layer of these laws reacts to the situation at Mizpah and Bethel after 586 BCE. In monarchic Judah—as in Egypt, the king was the source of justice (cf. Ps 45:6; 72:1); he barely needed codified competition in this field. As long as there was a king in Jerusalem, he had no use for a codified law, for he was the king. The scribes, who did the actual ruling of the people, had no use for a codified law, for they had the authority of the king in whose name they ruled. They had, though, limited use for a collection of the common law (like the ‘Book of the Covenant’), because justice was meted out basically by the local community (with the possibility of appeal to the king, who would discuss the matter with his scribes). For the king, the existence of an authoritative ‘law’ besides him would have meant in infringement of his royal prerogative. The popularity of what now should be called de Wette’s error —the equation of the ‘Book of the Law’ presumably found in 622 BCE with Deuteronomy or parts of it— seems to be due to some specious attitudes towards the Bible and its world: the vain wish that the Bible could prove authoritative not only in the spiritual, but also in a literary-historical sense; the assumption of more continuity than discontinuity between the cult, literature and theology of the First and Second Temples; the crypto-fundamentalist inability to realize that Israel and Judah could, and did, exist without Torah and Prophets for rather a long time. Especially in the case of German scholars these fallacies are exacerbated by an idealistic view of the scribes and their intentions: they did not care for the people, they cared for the state, and l’état, c’était eux [as notas de rodapé 9 a 14 foram omitidas aqui]

Esclareço que o artigo de Nadav Na’aman mencionado por Axel Knauf é: “Sojourners and Levites in the Kingdom of Judah in the Seventh Century BCE,” ZAR 14 (2008), 237–279.

E que ZAR é a publicação Zeitschrift für Altorientalische und Biblische Rechtsgeschichte, do Institut für Alttestamentliche Theologie, Evangelisch-Theologische Fakultät Ludwig-Maximilians-Universität München, München [Munique], Alemanha.

Linguagem herdada e significados reinventados

In any case, we need to use a proper critical descriptive language in our biblical scholarship. A dictionary is still a good idea.

Philip R. Davies faz, em The Bible and Interpretation, um alerta quanto ao uso inadequado e ingênuo que frequentemente fazemos da linguagem bíblica.

Watch Your Language!

About twenty years ago, I gave a conference paper called “Do Old Testament Studies Need a Dictionary?”[1] In those days, “Old Testament” was unselfconsciously used—but so were biblical categories of description. I was railing against “Academic Bibspeak,” in which key terms were not translated into meaningful modern equivalents but remained fossilized within biblical scholarship. My argument was that to be “critical” we had to analyze one kind of vocabulary by using another, and not in its own—and thus be able to offer a “judgment” by translating the vocabulary.

Rereading this old piece recently—for the first time since its publication, I think—I expected symptoms of youthful brashness and was not disappointed. Did I also recognize how far the discipline had progressed since? Just a bit.

Here is one of my original proposed dictionary entries (p. 333):

ISRAEL

(a) A probably fictitious entity supposedly composed of the elements of two nation-states formed in Palestine during the Iron II period under the kings David and Solomon

(b) The name given to a kingdom centered in the Ephraimite hill country of Palestine between the end of the 10th and the end of the 8th centuries BCE, possibly deriving its name from a group mentioned in the MERNEPTAH STELE.

This entry greatly oversimplified the issue: the Israels that the biblical writers offer us are more varied and variegated: the books of Deuteronomy, Kings, Ezekiel, Chronicles, and Ezra, for instance, all differ on what “Israel” includes (make up your selection from Samarians, Judeans, and Judeans claiming to be returned from exile, proselytes, gerim). It is now clearer, too, that Judah and Israel probably originated independently, developed independently and, though closely associated during their history (by temporary political union and vassalage), were at their demise antagonistic neighbors. Yehud and Samerina later must have combined into some kind of religious unit called “Israel”: the Pentateuch is a set of texts canonized by both Judeans and Samarians and describe this “Israel” as a fictitious twelve-tribe nation existing from patriarchal times, enslavement in Egypt, and escape to the land of Canaan. While a few historians accordingly now speak of “Israel and Judah,” distinguishing their social and religious attributes and their memories of the past, it is all too common to find “Israel” used without discrimination between the two kinds of Israel or between either of them and Judah.

The problem does not stop there. Many scholarly books mention the “religion” of “Israel” as “Yahwism.” As far as I know, Yahweh was a god worshipped in Israel and Judah, and apparently also in Teman and elsewhere. But a “religion of Yahweh”? There was no “Baalism” “Mardukism,” or “Elism.” Deities are not religions. Indeed, it is misleading to use the word “religion” to imply a system of belief and practice. In the ancient Near East, people venerated many deities and participated in many cults simultaneously. Their “religion” was an amalgam of these—ancestral cults, city cults, royal cults, national cults, cults of sacred places, and so on. People were far too religious to have one “religion.”

And what are “the prophets”? Do the “prophetic books” include Joshua to Kings? Daniel? Jonah? Were false prophets still prophets nonetheless? What made them “false,” anyway? I can find no adequate anthropological or sociological description of “prophet”: it’s a biblical category masking as social description Wilson proposed “intermediary”[2] but without much success.

Many other terms still need to be replaced. The “ark” of the covenant was a box. “Righteousness” (tsedeq) can mean “innocence,” “integrity” or “honesty”: a “covenant” is a treaty. “Salvation” very often means no more than “safety” or “security.”

Then we have “bless,” “glory,” “holy”—cultic and liturgical language that is quite technical. It persists in modern Christian liturgy, but how many Christians know what “blessing God” means—let alone “blessing his holy name”? Many such terms are alien to the sphere of everyday life: others can be illuminated by modern language. Hesed, for example, sometime used of God and sometimes of humans, has its closest English equivalent in “loyalty,” signifying the obligations incumbent on both client or patron in the kind of relationship quite familiar to anyone who has seen The Godfather. Human’s hesedis “respect” (yir’ah). The relationship entails a “deal” or “understanding” and sometimes the patron makes an offer (“promise”) that cannot be refused (“rejected,” ma’as). A good patron’s hesed is benevolence or generosity (“grace”), and he gives “protection” (yeshu’ah, “salvation”).

Moving further, “heaven” should be replaced by “sky” (shamayim). Or should we say “space”—if we think God lives in any particular place.

All right: we can’t turn everything in the Bible into modern language. But we need both to defamiliarize it to those who think it speaks directly to their modern religion and familiarize it to those for who (rightly) think its religious discourse is alien. In any case, we need to use a proper critical descriptive language in our biblical scholarship. A dictionary is still a good idea.

Notes

[1] “Do Old Testament Studies Need a Dictionary?” in Clines, Fowl & Porter (eds), The Bible in Three Dimensions, Sheffield: JSOT Press, 1990: 321-35.

[2] R.R. Wilson, Prophecy and Society in Ancient Israel [sic], Philadelphia: Fortress 1980.

 

Escrito por Philip R. Davies, Professor Emérito da Universidade de Sheffield, Reino Unido – Agosto de 2009

O paradigma bíblico exílio-restauração caducou?

The contents of the volume reflect a shift in Persian-period studies from a paradigm of “exile and restoration” to a paradigm of “empire and colony”. Issues of imperialism and resistance recur constantly, and some esssays make explicit application of postcolonial hermeneutics.

Ou seja:
Os tópicos deste volume refletem uma mudança de paradigma nos estudos sobre a época persa de “exílio e restauração” para “império e colônia”. Questões sobre imperialismo e resistência ocorrem constantemente e alguns ensaios fazem uma aplicação explícita de hermenêutica pós-colonial.

 

Em fevereiro do ano passado chegou meu exemplar da coletânea de ensaios sobre a época persa (538-332 a.C.) e a Bíblia, organizada por Jon L. Berquist:

BERQUIST, J. L. (ed.) Approaching Yehud: New Approaches to the Study of the Persian Period. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2007, ix + 249 p. – ISBN 9781589831452.

Mas só ontem e hoje tive oportunidade de começar a ler algumas coisas sobre ele, como a resenha de Stephen L. Cook publicada na CBQ – The Catholic Biblical Quarterly – Vol. 71, n. 3, July 2009, p. 668-670 e a quem pertence a primeira frase deste texto.

O Dr. Stephen L. Cook, do Virginia Theological Seminary, Alexandria, VA, USA, é um colega biblioblogueiro e anotou em seu Biblische Ausbildung no dia 15 de julho passado a chegada da revista: My Review of _Approaching Yehud_, edited by Jon L. Berquist (eu, morando mais longe, só a recebi em 4 de agosto, terça-feira passada).

Li também as resenhas de Armin Siedlecki e de Ernst Axel Knauf, publicadas em meados de 2008 na RBL – Review of Biblical Literature.

 

De qualquer maneira, o pouco que já li – tenho que ler o livro todo primeiro para falar com mais propriedade – entusiasmou-me bastante.

Especialmente a percepção de que o paradigma exílio-restauração, que sempre dominou os estudos históricos e textuais deste período, está caduco e precisa ser sublinhada a realidade de um Yehud (nome da província judaica na época persa) que passa de um domínio imperial babilônico para uma realidade de colônia da Pérsia…

E esta realidade pode ser percebida, segundo os autores, nos textos bíblicos redigidos na época, como alguns Salmos, trechos do Trito-Isaías, Zc 1-8, recortes de Ezequiel, capítulos de Provérbios etc.

Interessante na resenha de Stephen L. Cook é seu entusiasmo na apresentação do livro – uma obra com ensaios de 13 autores – e sua extrema cautela na avaliação do conjunto, especialmente quando fica preocupado com os métodos utilizados e a perspectiva hermenêutica dominante nos estudos. Ele diz por exemplo: “O’Brien in her ‘Response’ accurately sees this volume as presenting the biblical texts embroiled in human struggle, not theology (p. 210)”.

Ora, pois eu penso exatamente assim: a teologia é um “discurso segundo” que vem dentro – e como consequência – da conflitiva vivência humana em todos os setores da vida…

Neste sentido, a resenha de Armin Siedlecki – Emory University, Atlanta, Georgia, USA – é mais interessante. Depois de introduzir a tendência dos estudos bíblicos na época persa, o resenhista fala dos métodos utilizados nos estudos de maneira positiva:

This collection of essays represents an example of the culmination of a two-decade-long development in biblical studies as well as an overture to new approaches to Persian period studies. In his introduction to this volume, Jon Berquist outlines several important changing assumptions in biblical scholarship (p. 3–5), including the dating of texts and our confidence in reconstructing preexilic history, ideas about the size of deportations from Judah to Mesopotamia in the early sixth century, the ideological and ethnic homogeneity of the postexilic community, the impact of Persian imperial politics, and the significance of economic relationships to understanding the social context of biblical literature. Thus, while the Persian period had been neglected for much of the twentieth century, the study of Persian period texts is no longer a marginal interest among biblical scholars, and the impact of Persian imperial politics on the development of biblical literature in general is increasingly acknowledged as a formative factor. John Kessler is hardly exaggerating when he speaks of a “torrent of scholarly interest in the Persian period over the past twenty years” (p. 139) (….) A common characteristic of the essays in this book is their use and often creative combination of a variety of different approaches (e.g., linguistic, literary, archaeological, social scientific).

E ele acrescenta:
Jon L. Berquist, em seu ensaio nas p. 195-202, adds postcolonial considerations that highlight “the interplay of empire and resistance” (196). His contribution is an apt concluding essay, since the three principles he outlines as central to his postcolonial reading are shared by virtually every essay in this collection: (1) rooting the experience of Yehud within the time after exile; (2) taking into account “the colonized nature of Yehud (as well as the colonized nature of much present scholarship)” (197); and (3) the conviction that all reading must be partial, since all ideologies are incomplete.

Livro de T. Römer sobre a OHDtr em debate

Em Journal of Hebrew Scriptures, da Universidade de Alberta, Canadá, no vol. 9, artigo 17, de 2009, leio um interessante texto sobre um livro de Thomas Römer que trata da Obra Histórica Deuteronomista (OHDtr):

Raymond F. Person Jr., ed. In Conversation With Thomas Römer, The So-Called Deuteronomistic History: A Sociological, Historical And Literary Introduction (London: T. & T. Clark, 2005).

Diz o Abstract:
This conversation with Thomas Römer, The So-Called Deuteronomistic History: A Sociological, Historical and Literary Introduction (London: T. & T. Clark, 2005) began in a special session of the Deuteronomistic History section of the Society of Biblical Literature at the SBL annual meeting held in November 2008, in Boston, MA. It includes an introduction by the editor and contributions by Richard Nelson, Steven McKenzie, Eckart Otto, and Yairah Amit. It concludes with a response by Thomas Römer.

Esta obra de Thomas Römer foi traduzida para o português no ano passado: A chamada história deuteronomista: Introdução sociológica, histórica e literária. Petrópolis: Vozes, 2008, 208 p. – ISBN 9788532637550.

Leia mais sobre isso em minha postagem de 2 de dezembro de 2008: Livro sobre Deuteronomista em português.

Utilizei este livro neste semestre com o Segundo Ano de Teologia no CEARP, na disciplina de Literatura Deuteronomista. Bruno, do segundo ano, fez uma resenha do livro e a apresentou no final do semestre, que terminou ontem. Portanto, é tema sobre o qual estivemos falando, nestes dias, por aqui. E que me interessa muito.

O artigo do JHS tem 49 páginas em formato pdf. Nele o editor Person explica que os quatro autores – Nelson, McKenzie, Otto e Amit – foram escolhidos para este debate exatamente por terem abordagens diferentes em relação à OHDtr:
The four reviewers were chosen, because they represent different approaches to the Deuteronomistic History. Richard Nelson represents the dual-redaction model popular among Americans; Steven McKenzie represents the “neo-Nothians,” who argue for a single individual, the Deuteronomist; Eckart Otto has been involved in the recent discussions in Europe, especially concerning how Deuteronomy relates to both the Pentateuch, Hexateuch, and the Deuteronomistic History; and Yairah Amit represents discussions of literary/narrative approaches to the Deuteronomistic History.

Os autores e textos são os seguintes:
1. Raymond F. Person, Jr., Ohio Northern Ohio Northern University, Ada, Ohio, USA: Introduction

2. Richard D. Nelson, Perkins School Of Theology, Southern Methodist University, Dallas, Texas, USA: A Response to Thomas Römer, The So-called Deuteronomistic History

3. Steven L. McKenzie, Rhodes College, Memphis, Tennessee, USA: A Response to Thomas Römer, The So-called Deuteronomistic History

4. Eckart Otto, Ludwig Maximilians Universität, Munich, GERMANY: Deuteronomy between The Pentateuch and The Deuteronomistic History: Some Remarks on Thomas Römer, The So-Called Deuteronomistic History

5. Yairah Amit, Tel Aviv University, Tel Aviv, ISRAEL: The Book of Judges: Fruit of 100 Years of Creativity

6. Thomas Römer, University Of Lausanne, Lausanne, SWITZERLAND: Response to Richard Nelson, Steven McKenzie, Eckart Otto, and Yairah Amit

Literatura Pós-Exílica 2009: tempo sem fronteiras

A Literatura Pós-Exílica é estudada no segundo semestre do segundo ano de Teologia no CEARP. Com enorme abrangência e carga horária limitada, apenas 4 horas semanais, esta disciplina aborda 4 momentos:
1. Os profetas exílicos e pós-exílicos: de Ezequiel a Joel
2. Romance, novela, conto: de Rute a Judite
3. Historiografia: a Obra Histórica do Cronista e 1 e 2 Macabeus
4. A literatura apocalíptica: Daniel e os apocalípticos apócrifos (ou pseudepígrafos).

São privilegiados, pelo minguado do tempo, os momentos 2 e 4. Os profetas são vistos mais rapidamente, pois o profetismo já foi estudado no primeiro semestre; e, infelizmente, a historiografia é apenas mencionada. Já o item 2 é fundamental para se entender o complexo universo de conflitos em que se busca uma identidade judaica – que acaba plural – e o item 4, a apocalíptica, é a porta que deve ser cuidadosamente aberta para a entrada, no semestre seguinte, em o mundo do Novo Testamento.

Dispostos cronologicamente os livros, teríamos o seguinte panorama desta enorme literatura:
1. Os profetas exílicos e pós-exílicos
Ezequiel: 593-571 a.C.
Dêutero-Isaías: cerca de 550
Ageu: 29.8 a 18.12.520
Zacarias 1-8: 18.12.520 a 7.12.518
Isaías 56-66: entre 520 e 510
Malaquias: entre 480 e 450
Zacarias 9-14: final séc. IV – início séc. III
Joel: séc. IV ou III

2. Romance, novela, conto
Rute: ca. 450 a.C.
Jonas: ca. 450
Ester (hebr.): ca. 350
Tobias: ca. 200
Judite: ca. 150

3. Historiografia
OHCr: 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias: séc. IV a. C.
1 e 2 Macabeus: entre 90 e 70

4. A literatura apocalíptica (seleção)
Daniel: 164 a. C.
O livro etiópico de Henoc: séc. II-63 a.C.
O livro eslavo de Henoc: séc. I d.C.
O livro dos Jubileus: 100 a.C.
Os Salmos de Salomão: 63-40 a.C.
Os Testamentos dos 12 Patriarcas: 130-63 a.C.
Os Oráculos Sibilinos: séc. I a.C.
Assunção de Moisés: 30 a.C.-30 d.C.
O Apocalipse siríaco de Baruc: 75-100 d.C.
O IV livro de Esdras: fim do séc. I d.C.

I. Ementa
Procura compreender a vivência dos judaítas no exílio, lendo os profetas Ezequiel e Dêutero-Isaías. De igual modo, no pós-exílio, através do estudo dos profetas da reconstrução, tais como Ageu, Zacarias, Trito-Isaías e outros. Aborda também os romances, novelas e contos (Rute, Jonas, Ester, Tobias, Judite), que apontam para a construção de uma identidade judaica, tanto dentro do país como na diáspora. A literatura histórica da época, através da Obra Histórica do Cronista (1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias), também é tratada. Finalmente, a significativa literatura apocalíptica, tanto canônica, como Daniel, quanto apócrifa, até Qumran. É um momento privilegiado para a preparação dos estudos neotestamentários, no contexto dos domínios persa, grego e romano sobre a Palestina. O multifacetado encontro entre o judaísmo e o helenismo é abordado em detalhes.

II. Objetivos
Possibilita ao aluno conhecer a complexidade dos vários judaísmos surgidos no pós-exílio, suas teologias e o ambiente carregado de especulações apocalípticas em que se deu a pregação de Jesus e a escrita do Novo Testamento.

III. Conteúdo Programático
1. Os profetas exílicos e pós-exílicos

  • Ezequiel
  • Dêutero-Isaías (Is 40-55)
  • Ageu
  • Zacarias 1-8
  • Trito-Isaías (Is 56-66)
  • Malaquias
  • Zacarias 9-14
  • Joel

2. Romance, novela, conto

  • Rute
  • Jonas
  • Ester
  • Tobias
  • Judite

3. Historiografia

  • A obra histórica do Cronista (1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias)
  • 1 e 2 Macabeus

4. A literatura apocalíptica

  • Daniel
  • Os apócrifos apocalípticos

IV. Bibliografia
Básica
ARANDA PÉREZ, G. et al. Literatura Judaica Intertestamentária. São Paulo: Ave-Maria, 2000, 522 p. – ISBN 8527606097.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DIAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002-2004, 1416 p. I: – ISBN 8505006992; II: – ISBN 8534919917.

SICRE, J. L. Profetismo em Israel: O Profeta, os Profetas, a Mensagem. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2008, 540 p. – ISBN 8532615880.

Complementar
ABADIE, P. O Livro de Esdras e de Neemias. São Paulo: Paulus, 1998, 80 p. – ISBN 8534911657.

ABADIE, P. O Livro das Crônicas. São Paulo: Paulus, 1998, 79 p. – ISBN 8534909318.

COLLINS, J. J.; McGINN, B.; STEIN, S. J. (eds.) Continuum History of Apocalypticism. New York: Continuum, 2003, 720 p. – ISBN 9780826415202.

COLLINS, J. J. The Apocalyptic Imagination. An Introduction to Jewish Apocalyptic Literature. 2. ed. Grand Rapids, MI/Cambridge, U.K.: Eerdmans, 1998, xiii + 337 p. – ISBN 9780802843715.

DA SILVA, A. J. Apocalíptica: busca de um tempo sem fronteiras. Acesso em: 05 fevereiro 2009.

DA SILVA, A. J. Leitura socioantropológica do Livro de Rute. Estudos Bíblicos n. 98. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 107-120.

DIEZ MACHO A. et al. Apócrifos del Antiguo Testamento I-V. Madrid: Cristiandad, 1982-1987.

GARCÍA MARTÍNEZ, F. Textos de Qumran: Edição Fiel e Completa dos Documentos do Mar Morto. Petrópolis: Vozes, 1995, 582 p. – ISBN 8532612830.

GARCÍA MARTÍNEZ, F.; TREBOLLE BARRERA, J. Os Homens de Qumran: Literatura, Estrutura e Concepções Religiosas. Petrópolis: Vozes, 1996, 299 p. – ISBN 8532616518.

JOSEFO, F. História dos Hebreus: obra completa. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1992, 1568 p. – ISBN 8526306413.

KILPP, N. Jonas. São Paulo: Loyola, 2008, 120 p. – ISBN 9788515035472.

KIPPENBERG, H. G. Religião e formação de classes na antiga Judeia: estudo sociorreligioso sobre a relação entre tradição e evolução social. São Paulo: Paulus, 1997, 184 p. – ISBN 8505006798.

KONINGS, J.; RIBEIRO, S. H. et al. Bíblia: Teoria e Prática. Leituras de Rute. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 98, 2008.

LACOCQUE, A. Le Livre de Ruth. Genève: Labor et Fides, 2004, 154 p. – ISBN 2830911083.

MEIN, A. Ezekiel and the Ethics of Exile. Oxford: Oxford University Press, 2006, xii + 298 p. – ISBN 9780199291397.

MESTERS, C. Como ler o livro de Rute: pão, terra, família. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 80 p. – ISBN 8534906297.

REIMER, H. et al. Segundo Isaías: Is 40-55. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 89, 2006.

RUSSEL, D. S. Desvelamento Divino. Uma Introdução à Apocalíptica Judaica. São Paulo: Paulus, 1997, 196 p. – ISBN 8534909792.

SHIGEYUKI N.; DE PAULA PEDRO, E. Como ler o livro de Malaquias: defender a tradição ou a vida? 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 76 p. – ISBN 8534908648.

SOLANO ROSSI, L. A. Como ler o livro de Zacarias: o profeta da reconstrução. São Paulo: Paulus, 2000, 56 p. – ISBN 8534916756.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Daniel: reino de Deus x Imperialismo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 104 p. – ISBN 8534903131.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Ester: o poder a serviço da justiça. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 72 p. – ISBN 8534904715.

STORNIOLO, I.; BORTOLINI, J. Como ler o livro de Tobias: a família gera vida. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 64 p. – ISBN 8534901651.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Judite: a viúva que salvou o seu povo. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 96 p. – ISBN 8534902909.

WIÉNER, C. O profeta do novo êxodo: o Dêutero-Isaías. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 88 p. – ISBN 8534904227.

Leia Mais:
Em busca da competência hermenêutica
O hábito da vigilância hermenêutica: métodos
História de Israel 2009: o pouco que sabemos
Pentateuco 2009: ainda sem um novo consenso
Literatura Deuteronomista 2009: o desafio
Literatura Profética 2009: A Voz Necessária

Literatura Profética 2009: A Voz Necessária

Dando continuidade à exposição dos programas das disciplinas bíblicas que leciono na Teologia, abordarei agora a Literatura Profética, que é estudada no primeiro semestre do segundo ano de Teologia, com carga horária semanal de 4 horas. A Literatura Profética trabalha, além de questões globais do profetismo, uma seleção de textos dos profetas pré-exílicos. O texto que orienta a maior parte do estudo é o meu livro A Voz Necessária. Os profetas do exílio e do pós-exílio são estudados na Literatura Pós-Exílica, que vem logo no semestre seguinte.

I. Ementa
A disciplina apresenta, como ponto de partida, uma discussão sobre as origens, o teor e os limites do discurso profético israelita. Busca compreender a necessidade da profecia como resultado da ruptura provocada pelo surgimento do Estado monárquico que pressiona as tradicionais estruturas tribais de solidariedade. Aborda, em seguida, os profetas pré-exílicos, de Amós a Jeremias, passando por Oseias, Isaías, Miqueias, Habacuc e outros. Cada um é tratado no seu contexto, nas características de sua atuação e textos escolhidos são lidos. Procura-se identificar em cada um deles a sua função de crítica e de oposição ao absolutismo do Estado classista, em nome da fé em Iahweh, que exige um posicionamento solidário em favor dos mais fracos.

II. Objetivos
Coloca em discussão as características e a função do discurso profético e confronta os textos dos profetas pré-exílicos com o contexto da época, possibilitando ao aluno uma leitura atualizada e crítica dos textos proféticos em confronto com a realidade contemporânea e suas exigências.

III. Conteúdo Programático
1. A origem do movimento profético em Israel
2. O teor do discurso profético
3. Os profetas pré-exílicos

  • Amós
  • Oséias
  • Isaías
  • Miquéias
  • Sofonias
  • Naum
  • Habacuc
  • Jeremias

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. São Paulo: Paulus, 1998, 144 p. – ISBN 8534910634.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DIAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002-2004, 1416 p. I: – ISBN 8505006992; II: – ISBN 8534919917.

WILSON, R. R. Profecia e Sociedade no Antigo Israel. 2. ed. revista. São Paulo: Targumim/Paulus, 2006, 392 p. – ISBN 8599459031.

Complementar
BLENKINSOPP, J. Isaiah 1-39: A New Translation with Introduction and Commentary. New York: Doubleday, 2000, 544 p. – ISBN 9780385513791.

BRUEGGEMANN, W. A Commentary on Jeremiah: Exile and Homecoming. Grand Rapids, MI/Cambridge, U.K: Eerdmans, 1998, 502 p. – ISBN 9780802802804.

CARROLL R., M. D. Amos -The Prophet and His Oracles: Research on the Book of Amos. Louisville: Westminster John Knox, 2002, xiv + 224 p. – ISBN 9780664224554.

CARROLL, R. P. Jeremiah. 2v. Sheffield: Sheffield Phoenix Press, 2006. vol. I: 512 p. – ISBN 9781905048632; vol II: 384 p. – ISBN 9781905048649.

CROATO, J. S. et al. Os livros Proféticos: a voz dos profetas e suas releituras. RIBLA, Petrópolis, n. 35/36, 2000/1/2.

DA SILVA, A. J. Arrancar e destruir, construir e plantar. A vocação de Jeremias. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 15, p. 11-22, 1987.

DA SILVA, A. J. Nascido Profeta: a vocação de Jeremias. São Paulo: Paulus, 1992, 143 p. – ISBN 8505012666.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais Frequentes sobre o Profeta Amós. Acesso em: 05 fevereiro 2009.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais Frequentes sobre o Profeta Isaías. Acesso em: 05 fevereiro 2009.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais Frequentes sobre o Profeta Jeremias. Acesso em: 05 fevereiro 2009.

DA SILVA, A. J. Vale a Pena Ler os Profetas Hoje? Acesso em: 05 fevereiro 2009.

GAMELEIRA SOARES, S. A. et al. Profetas ontem e hoje. 3. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 4, 1987.

HAUSER, A. J. (ed.) Recent Research on the Major Prophets. Sheffield: Sheffield Phoenix Press, 2008, xiv + 389 p. – ISBN 9781906055134.

HOLLADAY, W. L. Jeremiah: Reading the Prophet in His Time – and Ours. Minneapolis: Augsburg Fortress, 2006, 180 p. – ISBN 9780800638993.

SCHWANTES, M. A terra não pode suportar suas palavras“ (Am 7,10): reflexão e estudo sobre Amós. São Paulo: Paulinas, 2009, 208 p. – ISBN 8535614346.

SCHWANTES, M. et al. Profetas e profecias: novas leituras. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 73, 2002.

SICRE, J. L. A Justiça Social nos Profetas. São Paulo: Paulus, 1990, 670 p. – ISBN: 8505009541.

SICRE, J. L. Profetismo em Israel: O Profeta, os Profetas, a Mensagem. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2008, 540 p. – ISBN 8532615880.

SWEENEY, M. A. Zephaniah. Minneapolis: Augsburg Fortress, 2003, 250 p. – ISBN 9780800660499.

Leia Mais:
Em busca da competência hermenêutica
O hábito da vigilância hermenêutica: métodos
História de Israel 2009: o pouco que sabemos
Pentateuco 2009: ainda sem um novo consenso
Literatura Deuteronomista 2009: o desafio

Literatura Deuteronomista 2009: o desafio

Lecionar Literatura Deuteronomista é um desafio e tanto. Enquanto as questões da formação do Pentateuco são discutidas há séculos, a noção da existência de uma Obra Histórica Deuteronomista (= OHDtr) só foi formulada muito recentemente, como se pode ver aqui.

Além disso, há dois problemas com a disciplina: carga horária exígua para estudar textos de livros tão complexos como, por exemplo, Josué ou Juízes – a disciplina tem apenas 2 horas semanais durante o primeiro semestre do segundo ano de Teologia – e uma bibliografia ainda insuficiente em português. Há excelente debate acadêmico hoje, contudo está em inglês e alemão, principalmente. Aparece na bibliografia complementar, mas é praticamente inacessível aos alunos.

Para completar, prefiro estudar o livro do Deuteronômio aqui e não no Pentateuco, também por duas razões: a disciplina Pentateuco já é por demais sobrecarregada e o Deuteronômio é a chave que abre o significado da OHDtr. Por isso, ele faz muito sentido aqui.

Por outro lado, há uma integração muito grande da Literatura Deuteronomista com três outras disciplinas bíblicas: com a História de Israel, naturalmente; com a Literatura Profética, irmã gêmea; com o Pentateuco, através do elo deuteronômico.

I. Ementa
A Obra Histórica Deuteronomista (OHDtr) tentará responder aos desafios do presente repensando o passado no final da monarquia e na situação de exílio e pós-exílio. Faz isso percorrendo toda a história da ocupação da terra, desde as vésperas da entrada em Canaã até a derrocada final da monarquia em Israel e Judá.

II. Objetivos
Pesquisar a arquitetura, as idéias basilares e a teologia da Literatura Deuteronomista como uma obra globalizante, e de cada um de seus livros, a fim de dar fundamentos para sua interpretação e atualização.

III. Conteúdo Programático
1. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista
2. O Deuteronômio
3. O livro de Josué
4. O livro dos Juízes
5. Os livros de Samuel
6. Os livros dos Reis

IV. Bibliografia
Básica
FINKELSTEIN, I. ; SILBERMAN, N. A. A Bíblia não tinha razão. São Paulo: A Girafa, 2003, 515 p. – ISBN 8589876187.

RÖMER, T. A chamada história deuteronomista: Introdução sociológica, histórica e literária. Petrópolis: Vozes, 2008, 208 p. – ISBN 9788532637550.

SKA, J.-L. Introdução à Leitura do Pentateuco. Chaves para a Interpretação dos Cinco Primeiros Livros da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2003, 304 p. – ISBN 8515024527.

Complementar
DA SILVA, A. J. et al. Obra Histórica Deuteronomista. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 88, 2005. Acesso em: 05 fevereiro 2009.

DA SILVA, A. J. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 88, p. 11-27, 2005. Acesso em: 05 fevereiro 2009.

DE PURY, A. (org.) O Pentateuco em Questão. As Origens e a Composição dos Cinco Primeiros Livros da Bíblia à luz das Pesquisas Recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002, 324 p. – ISBN 8532615899.

DE PURY, A.; RÖMER, T.; MACCHI, J.-D. (eds.) Israël construit son histoire: l’historiographie deutéronomiste à la lumière des recherches récentes. Genève: Labor et Fides, 1996, 535 p. – ISBN 2830908155.

FARIA, J. de Freitas (org.) História de Israel e as pesquisas mais recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 43-87 – ISBN 8532628281.

GONZAGA DO PRADO, J. L. A invasão/ocupação da terra em Josué: Duas leituras diferentes. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 88, p. 28-36, 2005. Acesso em: 05 fevereiro 2009.

KRAMER, P. Origem e Legislação do Deuteronômio: Programa de uma sociedade sem empobrecidos e excluídos. São Paulo: Paulinas, 2009, 192 p. – ISBN 8535618155.

KNOPPERS, G. N.; McCONVILLE J. G. (eds.) Reconsidering Israel and Judah: Recent Studies on the Deuteronomistic History. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 2000, xxii + 650 p. – ISBN 9781575060378.

LIVERANI, M. Para além da Bíblia: História antiga de Israel. São Paulo: Loyola/Paulus, 2008, 544 p. – ISBN 9788515035557.

LOWERY, R. H. Os reis reformadores: culto e sociedade no Judá do Primeiro Templo. São Paulo: Paulinas, 2009, 351 p. – ISBN 8535612912.

MOREGENZTERN, I.; RAGOBERT, T. A Bíblia e seu tempo – um olhar arqueológico sobre o Antigo Testamento. 2 DVDs. Documentário baseado no livro The Bible Unearthed [A Bíblia não tinha razão], de Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman. São Paulo: História Viva – Duetto Editorial, 2007.

NAKANOSE, S. Uma história para contar… a Páscoa de Josias: metodologia do Antigo Testamento a partir de 2Rs 22,1-23,30. São Paulo: Paulinas, 2000, 344 p. – ISBN 8535606297.

PERSON, R. F. Jr. The Deuteronomic School: History, Social Setting and Literature. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2002, xviii + 306 p. – ISBN 9781589830240.

RÖMER, T. C. (ed.) The Future of the Deuteronomistic History. Leuven: Leuven University Press/Peeters, 2000, xii + 265 p. – ISBN 9789042908581.

SCHEARING, L. S. ; MCKENZIE, S. L. (eds.) Those Elusive Deuteronomists. The Phenomenon of Pan-Deuteronomism. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999, 288 p. – ISBN 9781841270104.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Josué: terra = vida, dom de Deus e conquista do povo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 48 p. – ISBN 8534910022.

STORNIOLO, I. Como ler o livro do Deuteronômio: escolher a vida ou a morte. 4. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 88 p. – ISBN 8534908923.

STORNIOLO, I. Como ler o livro dos Juízes: aprendendo a ler a história. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 64 p. – ISBN 8534910006.

STORNIOLO, I. Como ler os livros dos Reis: da glória à ruína. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1999, 72 p. – ISBN 853491544X.

STORNIOLO, I.; BALANCIN, E. M. Como ler os livros de Samuel: a função da autoridade. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 56 p. – ISBN 8534907374.

VAN SETERS, J. The Pentateuch: A Social-Science Commentary. London: T & T Clark, 2004, 240 p. – ISBN 9780567080882.

VV.AA. Recenti tendenze nella ricostruzione della storia antica d’Israele. Roma: Accademia Nazionale dei Lincei, 2005, 202 p. – ISBN 8821809331.

Leia Mais:
Em busca da competência hermenêutica
O hábito da vigilância hermenêutica: métodos
História de Israel 2009: o pouco que sabemos
Pentateuco 2009: ainda sem um novo consenso

Pentateuco 2009: ainda sem um novo consenso

A disciplina Pentateuco é estudada no segundo semestre do primeiro ano, com carga horária de 4 horas semanais. Tempo que atualmente se tornou curto, pois há uma profunda crise nesta área de estudos, muito semelhante à crise da História de Israel. A teoria clássica das fontes JEDP do Pentateuco, elaborada no século XIX por Hupfeld, Kuenen, Reuss, Graf e, especialmente, Wellhausen, vem sofrendo, desde meados da década de 70 do século XX, sérios abalos, de forma que hoje muitos pesquisadores consideram impossível assumir, sem mais, este modelo como ponto de partida. O consenso wellhauseniano foi rompido, contudo, ainda não se conseguiu um novo consenso e muitas são as propostas hoje existentes para explicar a origem e a formação do Pentateuco.

I. Ementa
Oferece ao aluno um panorama da pesquisa exegética na área da formação e composição dos cinco primeiros livros da Bíblia e estuda os seus principais textos.

II. Objetivos
Familiariza o aluno com as tradições históricas de Israel e com as mais recentes pesquisas na área do Pentateuco para que o uso do texto na prática pastoral possa ser feito de forma consciente.

III. Conteúdo Programático
1. A redação do Pentateuco em três tempos
2. Novos paradigmas no estudo do Pentateuco
3. O Decálogo: Ex 20,1-17 e Dt 5,6-21
4. Códigos do Antigo Oriente Médio
5. O Código da Aliança: Ex 20,22-23,19
6. A criação: Gn 1,1-2,4a e Gn 2,4b-25
7. O pecado em quatro quadros: Gn 3,1-24
8. Caim e Abel: Gn 4,1-26
9. Patriarcas pré-diluvianos – de Adão a Noé: Gn 5,1-28.30-32
10. O dilúvio: Gn 6,5-9,19
11. A cidade e a torre de Babel: Gn 11,1-9
12. As tradições patriarcais: Gn 11,27-37,1
13. A história de José: Gn 37,5-50,26
14. O êxodo do Egito: Ex 1-15

IV. Bibliografia
Básica
DE PURY, A. (org.) O Pentateuco em Questão. As Origens e a Composição dos Cinco Primeiros Livros da Bíblia à luz das Pesquisas Recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002, 324 p. – ISBN 8532615899.

SCHWANTES, M. Projetos de esperança: meditações sobre Gênesis 1-11. São Paulo: Paulinas, 2009, 144 p. – ISBN 857311844X.

SKA, J.-L. Introdução à Leitura do Pentateuco. Chaves para a Interpretação dos Cinco Primeiros Livros da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2003, 304 p. – ISBN 8515024527.

Complementar
BRIEND, J. (org.) A criação e o dilúvio segundo os textos do Oriente Médio Antigo. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1990, 128 p. – ISBN 850501118X.

BOUZON, E. Uma coleção de direito babilônico pré-hammurabiano: leis do reino de Eshnunna. Petrópolis: Vozes, 2001, 2008 p. – ISBN 8532624839.

BOUZON, E. O Código de Hammurabi. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2003, 240 p. – ISBN 8532607780.

CLIFFORD, R. J. Creation Accounts in the Ancient Near East and in the Bible. Washington: The Catholic Biblical Association of America, 1994, xiii + 217 p. – ISBN 9780915170258.

CRÜSEMANN, F. A Torá. Teologia e História Social da Lei do Antigo Testamento. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2008, 599 p. – ISBN 8532623603.

CRÜSEMANN, F. Preservação da Liberdade: O Decálogo numa Perspectiva Histórico-Social. 2. ed. São Leopoldo: Sinodal/EST/CEBI, 2008, 88 p. – ISBN 8523304002.

DA SILVA, A. J. O Pentateuco e a História de Israel. In: Teologia na pós-modernidade. Abordagens epistemológica, sistemática e teórico-prática. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 173-215. – ISBN 853561110X

DOZEMAN, T. B.; SCHMID, K. (eds.) A Farewell to the Yahwist? The Composition of the Pentateuch in Recent European Interpretation. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2006, viii + 198 p. – ISBN 9781589831636.

GARCÍA LÓPEZ, F. O Pentateuco. São Paulo: Ave-Maria, 2004, 328 p. – ISBN 8527610574.

GRUEN, W. et al. Os dez mandamentos: várias leituras. 2. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 9, 1987.

GERSTENBERGER, E. et al. A Lei. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 51, 1996.

KNOPPERS, G. N.; LEVINSON, B. M. (ed.) The Pentateuch as Torah: New Models for Understanding Its Promulgation and Acceptance. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2007, xvi + 352 p. – ISBN 9781575061405.

MESTERS, C. Bíblia, livro da aliança. 6. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 40 p. – ISBN 853490667X.

MESTERS, C. Paraíso Terrestre: Saudade ou Esperança? 19. ed. Petrópolis: Vozes, 2009, 152 p. – ISBN 8532603319.

PIXLEY, G. V. Êxodo. São Paulo: Paulus, 1987. Disponível online, no original espanhol, em http://servicioskoinonia.org/biblioteca/biblica/PixleyExodo.pdf

SCHWANTES, M. et al. A memória popular do êxodo. 2. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 16, 1996.

SCHWANTES, M. et al. Pentateuco. RIBLA, Petrópolis/São Leopoldo, n. 23, 1996/1.

SPARKS, K. L. The Pentateuch: An Annotated Bibliography. Grand Rapids: Baker, 2002, 160 p. – ISBN 9780801023989.

STORNIOLO, I. Mandamentos, ontem e hoje (Entrevista com Pe. Ivo Storniolo). Vida Pastoral, São Paulo, n. 149 , p. 27-29, nov./dez. 1989.

STORNIOLO, I. Como ler o livro do Levítico: a formação de um povo santo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 72 p. – ISBN 8534906378.

STORNIOLO, I. A cidade e sua torre: bênção ou castigo? Vida Pastoral, São Paulo, n. 152 , p. 2-7, maio/junho 1990.

VAN SETERS, J. The Pentateuch: A Social-Science Commentary. London: T & T Clark, 2004, 240 p. – ISBN 9780567080882.

Leia Mais:
Em busca da competência hermenêutica
O hábito da vigilância hermenêutica: métodos
História de Israel 2009: o pouco que sabemos

De Asherah a asherah

Um artigo de Judith M. Hadley em The Bible and Interpretation, publicado agora, em dezembro de 2008, que pode interessar a estudiosos da área:

Evidence for Asherah

Asherah has appeared paired with Yahweh in positive ways. Furthermore, the early eighth century BCE prophets do not condemn Asherah worship. The worship of Asherah was evidently acceptable before the Deuteronomistic reform movement gained momentum in the seventh century BCE, but since the text of the Bible was significantly composed or edited by the Deuteronomistic school or even later, this fact is not immediately apparent.

E uma observação: Much of this article is an abridgement of Hadley 2000. Esta é uma referência a seu mais conhecido estudo sobre o assunto:

The Cult of Asherah in Ancient Israel and Judah: Evidence for a Hebrew Goddess. Cambridge: Cambridge University Press, 2000, xv + 262 p. – ISBN 9780521662352.

Que por sua vez é resultado de sua dissertação produzida em Cambridge em 1989.

Em uma resenha publicada na CBQ 63, n. 3, July 2001, p. 520-521, William J. Fulco, da Loyola Marymount University, Los Angeles, CA, elogia muito o estudo de Judith M. Hadley e o considera indispensável para toda e qualquer pesquisa posterior sobre a religião de Israel no contexto do Antigo Oriente Médio.

Agradeço a Jim West, em cujo blog vi a dica.