Antigo Testamento/Primeiro Testamento/Bíblia Hebraica/Tanak… que rótulo usar?

Vale a pena ler o post de hoje de Tyler F. Williams em Codex Blogspot: Old Testament/First Testament/Hebrew Bible/Tanak: What’s in a Name? Quite a Bit Actually! [Obs.: link quebrado – 21.03.2008 – 11h25]

Para além de reconhecer a conveniência de usar um ou outro rótulo conforme a audiência, ele mostra como todos estes nomes são apenas rótulos externos à coleção de livros bíblicos, sem tanta importância. A própria tradição bíblica não se autodenomina assim…


Essa questão afeta igualmente o Novo Testamento… ou seria Segundo Testamento?

Proveitoso também é ler o histórico que Tyler F. Williams faz destes rótulos: quem os criou, quando surgiram, porque foram criados… Que razões ideológicas ou, em direção oposta, que tentativas de convivência fraterna estão na origem destes conceitos?


E termina com a questão: E você, que rótulo usa e por que o usa?

A complexa construção da identidade judaica e o testemunho da Literatura Pós-Exílica

A Literatura Pós-Exílica é estudada no segundo semestre do segundo ano de Teologia na FTCR e no CEARP. Com enorme abrangência e carga horária limitada – 4 horas semanais no CEARP e apenas 2 horas semanais na FTCR da PUC-Campinas – esta disciplina aborda 4 momentos:
1. Os profetas exílicos e pós-exílicos: de Ezequiel a Joel
2. Romance, novela, conto: de Rute a Judite
3. Historiografia: a Obra Histórica do Cronista e 1 e 2 Macabeus
4. A literatura apocalíptica: Daniel e os apocalípticos apócrifos (ou pseudepígrafos).

São privilegiados, pelo minguado do tempo, os momentos 2 e 4. Os profetas são vistos mais rapidamente, pois o profetismo já foi estudado no primeiro semestre; e, infelizmente, a historiografia é apenas mencionada. Já o item 2 é fundamental para se entender o complexo universo de conflitos em que se busca uma identidade judaica – que acaba plural – e o item 4, a apocalíptica, é a porta que deve ser cuidadosamente aberta para a entrada, no semestre seguinte, em o mundo do Novo Testamento.

Dispostos cronologicamente os livros, teríamos o seguinte panorama desta enorme literatura:
1. Os profetas exílicos e pós-exílicos
Ezequiel: 593-571 a.C.
Dêutero-Isaías: cerca de 550
Ageu: 29.8 a 18.12.520
Zacarias 1-8: 18.12.520 a 7.12.518
Isaías 56-66: entre 520 e 510
Malaquias: entre 480 e 450
Zacarias 9-14: final séc. IV – início séc. III
Joel: séc. IV ou III

2. Romance, novela, conto
Rute: ca. 450 a.C.
Jonas: ca. 450
Ester (hebr.): ca. 350
Tobias: ca. 200
Judite: ca. 150

3. Historiografia
OHCr: 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias: séc. IV a. C.
1 e 2 Macabeus: entre 90 e 70

4. A literatura apocalíptica (seleção)
Daniel: 164 a. C.
O livro etiópico de Henoc: séc. II-63 a.C.
O livro eslavo de Henoc: séc. I d.C.
O livro dos Jubileus: 100 a.C.
Os Salmos de Salomão: 63-40 a.C.
Os Testamentos dos 12 Patriarcas: 130-63 a.C.
Os Oráculos Sibilinos: séc. I a.C.
Assunção de Moisés: 30 a.C.-30 d.C.
O Apocalipse siríaco de Baruc: 75-100 d.C.
O IV livro de Esdras: fim do séc. I d.C.

I. Ementa
Procura compreender a vivência dos judeus no exílio, lendo os profetas Ezequiel e Dêutero-Isaías. De igual modo, no pós-exílio, através do estudo dos profetas da reconstrução, tais como Ageu, Zacarias, Trito-Isaías e outros. Aborda também os romances, novelas e contos (Rute, Jonas, Ester, Tobias, Judite), que mostram como manter a identidade judaica, tanto dentro do país como na diáspora. A literatura histórica da época, através da Obra Histórica do Cronista (1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias), também é tratada. Finalmente, a significativa literatura apocalíptica, tanto canônica, como Daniel, quanto apócrifa, até Qumran. É um momento privilegiado para a preparação dos estudos neotestamentários, no contexto dos domínios persa, grego e romano sobre a Palestina. O confronto entre o judaísmo e o helenismo é abordado em detalhes.

II. Objetivos
Possibilita ao aluno conhecer a complexidade dos vários judaísmos surgidos no pós-exílio, suas teologias e o ambiente carregado de especulações apocalípticas em que se deu a pregação de Jesus e a escrita do Novo Testamento.

III. Conteúdo Programático

1. Os profetas exílicos e pós-exílicos
Ezequiel
Dêutero-Isaías (Is 40-55)
Ageu
Zacarias 1-8
Trito-Isaías (Is 56-66)
Malaquias
Zacarias 9-14
Joel

2. Romance, novela, conto
Rute
Jonas
Ester
Tobias
Judite

3. Historiografia
A obra histórica do Cronista (1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias)
1 e 2 Macabeus

4. A literatura apocalíptica
Daniel
Os apócrifos apocalípticos

IV. Bibliografia
Básica
ARANDA PÉREZ, G. et al. Literatura Judaica Intertestamentária. São Paulo: Ave-Maria, 2000.

DA SILVA, A. J. Apocalíptica: busca de um tempo sem fronteiras. Artigo disponível na Ayrton’s Biblical Page

DIEZ MACHO A. et al. Apócrifos del Antiguo Testamento I-V. Madrid: Cristiandad, 1982-1987.

MESTERS, C. Como ler o livro de Rute: pão, terra, família. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DIAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002-2004.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Daniel: reino de Deus x Imperialismo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

WIÉNER, C. O profeta do novo êxodo: o Dêutero-Isaías. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

Complementar
ABADIE, Ph. O livro de Esdras e de Neemias. São Paulo: Paulus, 1998.

ABADIE, Ph. O livro das Crônicas. São Paulo: Paulus, 1998.

COLLINS, J. J.; McGINN, B.; STEIN, S. J. (eds.) The Encyclopedia of Apocalypticism: Vol. 1: The Origins of Apocalypticism in Judaism and Christianity; Vol. 2: Apocalypticism in Western History and Culture; Vol. 3: Apocalypticism in the Modern Period and the Contemporary Age. New York: Continuum, 2000.

COOK, S. L. The Apocalyptic Literature. Nashville: Abingdon, 2003.

GARCÍA MARTÍNEZ, F. Textos de Qumran: edição fiel e completa dos Documentos do Mar Morto. Petrópolis: Vozes, 1995.

GARCÍA MARTÍNEZ, F.; TREBOLLE BARRERA, J. Os homens de Qumran: literatura, estrutura e concepções religiosas. Petrópolis: Vozes, 1996.

GRABBE, L.; HAAK, R. D. (eds.) Knowing the End from the Beginning: The Prophetic, Apocalyptic and Their Relationships. London: T & T Clark, 2004.

JOSEFO, F. História dos Hebreus: obra completa. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1992.

KILLP, N. Jonas. Petrópolis/São Leopoldo: Vozes/Sinodal, 1994.

KIPPENBERG, H. G. Religião e formação de classes na antiga Judéia: estudo sociorreligioso sobre a relação entre tradição e evolução social. São Paulo: Paulus, 1997.

LACOCQUE, A. Le Livre de Ruth. Genève: Labor et Fides, 2004. Resenha: Kirsten Nielsen, University of Aarhus, Aarhus, Dinamarca.

MEIN, A. Ezekiel and the Ethics of Exile. Oxford: Oxford University Press, 2001. Resenha: David G. Garber Jr., Emory University, Atlanta, GA, USA.

RUSSEL, D. S. Desvelamento divino: uma introdução à apocalíptica judaica. São Paulo: Paulus, 1997.

SHANKS, H. (org.) Para compreender os manuscritos do Mar Morto. Rio de Janeiro: Imago, 1993.

SHIGEYUKI N.; DE PAULA PEDRO, E. Como ler o livro de Malaquias: defender a tradição ou a vida? 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

SOLANO ROSSI, L. A. Como ler o livro de Zacarias: o profeta da reconstrução. São Paulo: Paulus, 2000.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Ester: o poder a serviço da justiça. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I.; BORTOLINI, J. Como ler o livro de Tobias: a família gera vida 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Judite: a viúva que salvou o seu povo. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

O Pentateuco: do consenso wellhauseniano aos novos paradigmas

A disciplina Pentateuco é estudada no segundo semestre do primeiro ano, com carga horária de 4 horas semanais. Tempo que atualmente se tornou curto, pois há uma profunda crise nesta área de estudos, muito semelhante à crise da História de Israel. A teoria clássica das fontes JEDP do Pentateuco, elaborada no século XIX por Hupfeld, Kuenen, Reuss, Graf e, especialmente, Wellhausen, vem sofrendo, desde meados da década de 70 do século XX, sérios abalos, de forma que hoje muitos pesquisadores consideram impossível assumir, sem mais, este modelo como ponto de partida. O consenso wellhauseniano foi rompido, contudo, ainda não se conseguiu um novo consenso e muitas são as propostas hoje existentes para explicar a origem e a formação do Pentateuco.

I. Ementa
Oferece ao aluno um panorama da pesquisa exegética na área da formação e composição dos cinco primeiros livros da Bíblia e estuda os seus principais textos.

II. Objetivos
Familiariza o aluno com as tradições históricas de Israel e com as mais recentes pesquisas na área do Pentateuco para que o uso do texto na prática pastoral possa ser feito de forma consciente.

III. Conteúdo Programático
1. A redação do Pentateuco em três tempos
2. Novos paradigmas no estudo do Pentateuco
3. O Decálogo: Ex 20,1-17 e Dt 5,6-21
4. Códigos do Antigo Oriente Médio
5. O Código da Aliança: Ex 20,22-23,19
6. A criação: Gn 1,1-2,4a e Gn 2,4b-25
7. O pecado em quatro quadros: Gn 3,1-24
8. Caim e Abel: Gn 4,1-26
9. Patriarcas pré-diluvianos – de Adão a Noé: Gn 5,1-28.30-32
10. O dilúvio: Gn 6,5-9,19
11. A cidade e a torre de Babel: Gn 11,1-9
12. As tradições patriarcais: Gn 11,27-37,1
13. A história de José: Gn 37,5-50,26
14. O êxodo do Egito: Ex 1-15

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. O pentateuco e a história de Israel. In: Teologia na pós-modernidade: abordagens epistemológica, sistemática e teórico-prática. São Paulo: Paulinas, 2003. p. 173-215.

DE PURY, A. (org.) O Pentateuco em questão: as origens e a composição dos cinco primeiros livros da Bíblia à luz das pesquisas recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

GARCÍA LÓPEZ, F. O Pentateuco. São Paulo: Ave-Maria, 2004.

GRUEN, W. et al. Os dez mandamentos: várias leituras 2. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 9, 1987.

MESTERS, C. Paraíso terrestre: saudade ou esperança? 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

SCHWANTES, M. et al. A memória popular do êxodo. 2. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 16, 1996.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2003. Resenha disponível na Ayrton’s Biblical Page > Ler o Pentateuco.

Complementar
BRIEND, J. (org.) A criação e o dilúvio segundo os textos do Oriente Médio Antigo 2. ed. São Paulo: Paulus, 1990.

BOUZON, E. Uma coleção de direito babilônico pré-hammurabiano: leis do reino de Eshnunna. Petrópolis: Vozes, 2001.

BOUZON, E. O Código de Hammurabi. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

CRÜSEMANN, F. A Torá: teologia e história social da lei do Antigo Testamento. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

GARCÍA LÓPEZ, F. O decálogo. São Paulo: Paulus, 1997.

GERSTENBERGER, E. et al. A Lei. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 51, 1996.

GERTZ, J. C.; SCHMID, K.; WITTE, M. (eds.) Abschied vom Jahwisten: Die Komposition des Hexateuch in der jüngsten Diskussion. Berlin: Walter de Gruyter, 2002.

MESTERS, C. Bíblia, livro da aliança. 6. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

SCHWANTES, M. Projetos de esperança: meditações sobre Gênesis 1-11. São Paulo: Paulinas, 2002.

SCHWANTES, M. et al. Pentateuco. RIBLA, Petrópolis/São Leopoldo, n. 23, 1996/1.

SPARKS, K. L. The Pentateuch: An Annotated Bibliography. Grand Rapids: Baker, 2002.

STORNIOLO, I. Mandamentos, ontem e hoje (Entrevista com Pe. Ivo Storniolo). Vida Pastoral, São Paulo, n. 149, pp. 27-29, nov./dez. 1989.

STORNIOLO, I. Como ler o livro do Levítico: a formação de um povo santo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. A cidade e sua torre: bênção ou castigo? Vida Pastoral, São Paulo, n. 152 , p. 2-7, maio/junho 1990.

VAN SETERS, J. The Pentateuch: A Social-Science Commentary. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999.

WATTS, J. W. ( ed.) Persia and Torah: The Theory of Imperial Authorization of the Pentateuch. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2001.

Literatura Deuteronomista: como responder aos desafios do presente repensando o passado?

Lecionar Literatura Deuteronomista é um desafio e tanto. Enquanto as questões da formação do Pentateuco são discutidas há séculos, a noção da existência de uma Obra Histórica Deuteronomista (= OHDtr) só foi formulada muito recentemente, como se pode ver aqui.

Além disso, há dois problemas com a disciplina: carga horária insuficiente para estudar textos de livros tão complexos como, por exemplo, Josué ou Juízes – a disciplina tem apenas 2 horas semanais durante o primeiro semestre do segundo ano de Teologia – e uma bibliografia mínima em português. Há excelente debate acadêmico hoje, contudo está em inglês e alemão, principalmente. Aparece na bibliografia complementar, mas é praticamente inacessível aos alunos.

Para completar, prefiro estudar o livro do Deuteronômio aqui e não no Pentateuco, também por duas razões: a disciplina Pentateuco já é por demais sobrecarregada e o Deuteronômio é a chave que abre o significado da OHDtr. Por isso, ele faz muito sentido aqui.

Por outro lado, há uma integração muito grande da Literatura Deuteronomista com três outras disciplinas bíblicas: com a História de Israel, naturalmente; com a Literatura Profética, irmã gêmea; com o Pentateuco, através do elo deuteronômico.

I. Ementa
A Obra Histórica Deuteronomista (OHDtr) tentará responder aos desafios do presente repensando o passado no final da monarquia e na situação de exílio e pós-exílio. Faz isso percorrendo toda a história da ocupação da terra, desde as vésperas da entrada em Canaã até a derrocada final da monarquia em Israel e Judá.

II. Objetivos
Pesquisar a arquitetura, as ideias basilares e a teologia da Literatura Deuteronomista como uma obra globalizante, e de cada um de seus livros, a fim de dar fundamentos para sua interpretação e atualização.

III. Conteúdo Programático
1. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista
2. O Deuteronômio
3. O livro de Josué
4. O livro dos Juízes
5. Os livros de Samuel
6. Os livros dos Reis

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 89, 2006. Artigo disponível na Ayrton’s Biblcal Page.

STORNIOLO, I. Como ler o livro do Deuteronômio: escolher a vida ou a morte. 4. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Josué: terra = vida, dom de Deus e conquista do povo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler o livro dos Juízes: aprendendo a ler a história. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler os livros dos Reis: da glória à ruína. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1999.

STORNIOLO, I.; BALANCIN, E. M. Como ler os livros de Samuel: a função da autoridade. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

Complementar
CHRISTENSEN, D. L. (ed.) A Song of Power and the Power of Song: Essays on the Book of Deuteronomy. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 1993.

DE PURY, A. (org.) O Pentateuco em questão: as origens e a composição dos cinco primeiros livros da Bíblia à luz das pesquisas recentes. Petrópolis: Vozes, 1996.

DE PURY, A.; RÖMER, T.; MACCHI, J.-D. (eds.) Israël construit son histoire: l’historiographie deutéronomiste à la lumière des recherches récentes. Genève: Labor et Fides, 1996.

FARIA, J. de Freitas (org.) História de Israel e as pesquisas mais recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

FINKELSTEIN, I.; SILBERMAN, N. A. The Bible Unearthed: Archaeology’s New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts. New York: The Free Press, 2001. Em português: A Bíblia Não Tinha Razão. São Paulo: A Girafa, 2003. Resenha na Ayrton’s Biblical Page.

KNOPPERS, G. N.; McCONVILLE J. G. (eds.) Reconsidering Israel and Judah: Recent Studies on the Deuteronomistic History. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 2000.

LOHFINK, N. Studien zum Deuteronomium und zur deuteronomistischen Literatur V. Stuttgart: Katholische Bibelwerk, 2005.

LOWERY, R. H. Os reis reformadores: culto e sociedade no Judá do Primeiro Templo. São Paulo: Paulinas, 2004.

NAKANOSE, S. Uma história para contar… a Páscoa de Josias: metodologia do Antigo Testamento a partir de 2Rs 22,1-23,30. São Paulo: Paulinas, 2000.

NIELSEN, F. A. J. The Tragedy in History: Herodotus and the Deuteronomistic History. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1997.

NOTH, M. The Deuteronomistic History. Sheffield: Sheffield Academic Press, 2001. Original: Überlieferungsgeschichtliche Studien: Die sammelnden und bearbeitenden Geschichtswerke im Alten Testament. Halle: Max Niemeyer Verlag, 1943, p. 1-110.

PERSON, R. F. Jr. The Deuteronomic School: History, Social Setting and Literature. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2002.

ROGERSON, J. W. (ed.) The Pentateuch: A Sheffield Reader. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1996.

RÖMER, T. C. (ed.) The Future of the Deuteronomic History. Leuven: Leuven University Press/Peeters, 2000.

SCHEARING, L. S.; McKENZIE, S. L. (eds.) Those Elusive Deuteronomists: The Phenomenon of Pan-Deuteronomism. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2003.

VAN SETERS, J. The Pentateuch: A Social-Science Commentary. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999.

VV. AA. Recenti tendenze nella ricostruzione della storia antica d’Israele. Roma: Accademia Nazionale dei Lincei, 2005.

Literatura Profética: farei de minhas palavras um fogo em tua boca

Dando continuidade à exposição dos programas das disciplinas bíblicas que leciono na Teologia, abordarei agora a Literatura Profética, que é estudada no primeiro semestre do segundo ano de Teologia, com carga horária semanal de 4 horas. A Literatura Profética trabalha, além de questões globais do profetismo, uma seleção de textos dos profetas pré-exílicos. O texto que orienta a maior parte do estudo é o meu livro A Voz Necessária. Os profetas do exílio e do pós-exílio são estudados na Literatura Pós-Exílica, que vem logo no semestre seguinte.

I. Ementa
A disciplina apresenta, como ponto de partida, uma discussão sobre as origens, o teor e os limites do discurso profético israelita. Busca compreender a necessidade da profecia como resultado da ruptura provocada pelo surgimento do Estado monárquico que pressiona as tradicionais estruturas tribais de solidariedade. Aborda, em seguida, os profetas pré-exílicos, de Amós a Jeremias, passando por Oseias, Isaías, Miqueias, Habacuc e outros. Cada um é tratado no seu contexto, nas características de sua atuação e textos escolhidos são lidos. Procura-se identificar em cada um deles a sua função de crítica e de oposição ao absolutismo do Estado classista, em nome da fé em Iahweh, que exige um posicionamento solidário em favor dos mais fracos.

II. Objetivos
Coloca em discussão as características e a função do discurso profético e confronta os textos dos profetas pré-exílicos com o contexto da época, possibilitando ao aluno uma leitura atualizada e crítica dos textos proféticos em confronto com a realidade contemporânea e suas exigências.

III. Conteúdo Programático

1. A origem do movimento profético em Israel
2. O teor do discurso profético
3. Os profetas pré-exílicos

  • Amós
  • Oseias
  • Isaías 1-39
  • Miqueias
  • Sofonias
  • Naum
  • Habacuc
  • Jeremias

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. São Paulo: Paulus, 1998.

GAMELEIRA SOARES, S. A. et al. Profetas ontem e hoje. 3. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 4, 1987.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DIAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002-2004.

SICRE, J. L. A justiça social nos profetas. São Paulo: Paulus, 1990.

SICRE, J. L. Profetismo em Israel: o profeta, os profetas, a mensagem. Petrópolis: Vozes, 1996.

Complementar
BLENKINSOPP, J. Isaiah 1-39: A New Translation with Introduction and Commentary. New York: Doubleday, 2000.

BRUEGGEMANN, W. A Commentary on Jeremiah: Exile and Homecoming. Grand Rapids, MI/Cambridge, U.K: Eerdmans, 1998.

CARROLL R., M. Daniel, Amos – The Prophet and His Oracles: Research on the Book of Amos. Louisville: Westminster John Knox, 2002.

CROATO, J. S. et al. Os livros Proféticos: a voz dos profetas e suas releituras. RIBLA, Petrópolis, n. 35/36, 2000/1/2.

DA SILVA, A. J. Nascido Profeta: a vocação de Jeremias. São Paulo: Paulus, 1992.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais Frequentes sobre o Profeta Amós. Disponível na Ayrton’s Biblical Page

DA SILVA, A. J. Perguntas mais Frequentes sobre o Profeta Isaías. Disponível na Ayrton’s Biblical Page

DA SILVA, A. J. Perguntas mais Frequentes sobre o Profeta Jeremias. Disponível na Ayrton’s Biblical Page

DA SILVA, A. J. Vale a Pena Ler os Profetas Hoje? Disponível na Ayrton’s Biblical Page

GORDON, R. P. (ed.) The Place Is Too Small for Us: The Israelite Prophets in Recent Scholarship. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 1995.

GRABBE, L.; BELLIS, A. O. (eds.) The Priests in the Prophets: The Portrayal of Priests, Prophets and Other Religious Specialists in the Latter Prophets. London/New York: T. & T. Clark, 2005. Apresentação disponível no Observatório Bíblico > CBQ – Catholic Biblical Quarterly de outubro: considerações sobre profetas e sacerdotes.

MÖLLER, K. A Prophet in Debate: The Rhetoric of Persuasion in the Book of Amos. Sheffield: Sheffield Academic Press, 2003.

SCHWANTES, M. “A terra não pode suportar suas palavras” (Am 7,10): reflexão e estudo sobre Amós. São Paulo: Paulinas, 2004.

SCHWANTES, M. et al. Profetas e profecias: novas leituras. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 73, 2002.

Uma origem samaritana para as tradições do Hexateuco?

Publicado por Jim West em Biblical Theology: Mt Gerizim and the Samaritans [Obs.: link quebrado, blog não existe mais: 21.03.2008 – 11h32]

Dr Ingrid Hjelm, The Carsten Niebuhr Dep., Univ. of Copenhagen, has made available an essay on Mt Gerizim and the Samaritans which will be of interest to all those engaged in study of the “intertestamental period” as we used to call it many years back.

The conclusion of the essay follows:

Indications are strong in favour of understanding the Persian and Hellenistic periods as formative periods for most of biblical literature. Gerizim’s role must therefore be reconsidered. The proximity of Bethel to Shechem in Samaritan traditions and in the Masoretic and Samaritan Pentateuch must be re-evaluated… (continua)