Mês da Bíblia 2010: o livro de Jonas

Setembro é o Mês da Bíblia [para os católicos – para os evangélicos o Dia da Bíblia é, no Brasil, o segundo domingo de dezembro].

O Mês da Bíblia surgiu há 39 anos [1971] por ocasião do 50º aniversário da Arquidiocese de Belo Horizonte. Desde então tem destacado a importância da leitura, do estudo e da contemplação das Sagradas Escrituras. Na verdade, o Mês da Bíblia contribuiu muito para o desenvolvimento da Pastoral Bíblica no âmbito paroquial e diocesano (…) A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, juntamente com as Instituições Bíblicas (…) propõe para o ano de 2010, no mês da Bíblia, o estudo e a meditação do Livro de Jonas com destaque para a evangelização e a missão na cidade (por Dom Eugênio Rixen Bispo de Goiás – GO – Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética – CNBB)

 

Bibliografia sobre Jonas

:: BALANCIN, E. M.; STORNIOLO, I. Como ler o livro de Jonas: Deus não conhece fronteiras. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1991, 40 p. – ISBN 8534926085
O objetivo do livro de Jonas é ilustrar o tema da misericórdia de Javé, mostrando que ele não é um Deus nacional, mas o Deus de toda a humanidade também é um Deus imprevisível que muda suas decisões a partir das decisões do próprio homem. Acima de tudo, ele é o Deus da vida e quer que todos se convertam para ter vida. Ivo Storniolo faleceu em 2008.

:: Centro Bíblico Verbo Levanta-te e vai à grande cidade: Entendendo o livro de Jonas. São Paulo: Paulus, 2010, 128 p. – ISBN 9788534926362
O livro de Jonas é uma história para instruir e formar a leitora e o leitor sobre a necessidade de romper com uma visão nacionalista e excludente. Jonas é enviado a Nínive, mas recusa a sua missão. No entanto, Javé o coloca novamente a caminho de Nínive. Contra a sua vontade, ele prega a destruição para a cidade. A população acolhe o anúncio e se converte. E Deus se compadece, provocando a ira de Jonas. O livro Levanta-te e vai à grande cidade é uma ironia contra uma corrente judaica que acreditava que o povo judeu era o único povo eleito e os estrangeiros eram considerados impuros.

:: HANDY, L. K. Jonah’s World: Social Science and the Reading of Prophetic Story. London: Equinox Publishing, 2008, xvi + 214 p. – ISBN 9781845531249
This work sets out the background world for the story of Jonah. Accepting the biblical book as a fictitious short story based on “real world” locations, the volume uses social science approaches to describe the imaginative world in which the action takes place. Since the story uses real places and recognizable persons to weave the narrative, at least three levels of perception are considered: the “real” world behind the book’s references; the social and ideological constructs of the world; the imaginative world of the story itself. All of these are connected by and through the scribal author of the story. Leia resenha publicada na RBL aqui.

:: KILPP, N. Jonas. São Paulo: Loyola, 2008, 120 p. – ISBN 9788515035472
Este livro desafia os leitores e as leitoras a irem além da famosa “história da baleia” e a participarem do processo de conversão de um homem que considerava Deus propriedade exclusiva do seu povo. Mostra que a mensagem bíblica ensina a valorizar a expressão de fé de outras pessoas e a admirar a abrangência da atuação misericordiosa de Deus. Nelson Kilpp é pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil-IECLB. Doutorou-se em Marburg, na Alemanha, na área de Antigo Testamento. É professor na Escola Superior de Teologia, de São Leopoldo – RS.

:: LOPES, M. O livro de Jonas: Uma história de desencontro entre um profeta zangado e um Deus brincalhão. São Paulo: Paulus, 2010, 72 p. – ISBN 9788534931885
Os livros de Jonas, Rute, Cântico dos Cânticos e as coleções mais recentes do livro dos Provérbios (Pr 1-9 e 31) fazem parte de uma tendência sapiencial profética criada pelos pobres, no pós-exílio. Essa tendência contou com a participação de mulheres contadoras de histórias, contadas no espaço da casa, ambiente onde as mulheres redefiniam sua realidade, confrontando-se com o sistema social e religioso da época, nas pequenas situações do seu cotidiano. O livro de Jonas é uma dessas histórias nascidas no meio dos pobres. Ela mistura e combina muito bem fábulas e realidade. Com essa estratégia, busca reagir ao nacionalismo religioso e exclusivista de Neemias e Esdras, cujo projeto de reconstrução estava baseado em um tripé centralizador: a lei, a raça e o templo. Então, o livro de Jonas reage a esse projeto de maneira muito bem-humorada, mostrando como era ridículo o fechamento do profeta Jonas e como era ampla e misericordiosa a atitude de Javé diante dos estrangeiros.

:: MESTERS, C.; OROFINO, F. A parábola de Jonas. São Leopoldo: CEBI, 2010, 36 p. – ISBN 9788577330935
Pequeno livreto de bolso com cinco círculos bíblicos, este é um livro sobre um espelho, ou nas palavras dos autores, “no espelho da novela de Jonas, vejo o que acontece comigo”. Os autores, Carlos Mesters e Francisco Orofino, procuraram capturar a ironia do texto e, habilmente construíram um conjunto de encontros bíblicos que contribui para o estudo do livro bíblico de Jonas no mês da Bíblia católico.

:: SAB Levanta-te, vai à grande cidade (Jn 1,2): Introdução ao estudo do profeta Jonas. São Paulo: Paulinas, 2010, 48 p.
Este opúsculo apresenta quatro roteiros para encontros de reflexão sobre Jonas, livro profético do Antigo Testamento, escolhido para o aprofundamento no Mês da Bíblia deste ano de 2010. Os encontros abordam aspectos significativos do livro de Jonas: o chamado e a fuga de Jonas; três dias de retiro de Jonas; levanta-te e vai à grande cidade; Deus rico em misericórdia. No final do livro, encontra-se uma sugestão para uma celebração intitulada Anúncio profético: sinal de conversão na cidade e no sertão.

:: SASSON, J. M. Jonah. New Haven, CT: Yale University Press, 1995, 384 p. – ISBN 9780300139709
Were Jonah’s experiences true to the history of ancient Israel? Were they meant to be read comically, philosophically, allegorically, symbolically, or realistically? And is God godly when acting beyond the comprehension of prophets, let alone ordinary human beings? These issues, and many more, are thoughtfully considered in this meticulously detailed and insightful translation of the original Hebrew text of Jonah as created by Jewish authorities during the second half of the first millennium B.C.E. In these profound and enduring tales, realistic events and miraculous incidents merge, and we never have to wait long to witness the power of God’s love or wrath. One of the twelve prophets, Jonah faced more challenges in a short span of time than any other biblical hero. He went to sea and nearly drowned in the belly of a great fish. On land, Jonah journeyed east to Nineveh, where his mission was to spread the word of God in a city plagued by evil. He was tested by God at every turn. But even during his darkest hours, his faith never wavered and through all the tumult, he always listened for the comforting voice of the Lord. Author Jack M. Sasson employs the very latest information in biblical scholarship to interpret the many nuances in Jonah’s seemingly simple story. Providing Greek, Hebrew, Latin, Aramaic, and, occasionally, Syriac and Arabic translations, this work is an exciting addition to the world-acclaimed Anchor Yale Bible Commentaries.

:: SCHÖKEL, L. A.; SICRE DIAZ, J. L. Profetas II. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002, p. 1037-1062. – ISBN 8534919917
Este comentário do espanhol Luis Alonso Schökel, um dos maiores mestres da exegese veterotestamentária contemporânea, professor do Pontifício Instituto Bíblico, Roma, falecido em 1998, e de José Luís Sicre Diaz, também espanhol, se caracteriza pelo maior respeito e atenção para com o texto original, pela abundância de análises literárias e pela densidade da análise teológica.

:: SHERWOOD, Y. A Biblical Text and Its Afterlives: The Survival of Jonah in Western Culture. Cambridge: Cambridge University Press, 2000, xii + 321 p. – ISBN 9780521795616
A Biblical Text and Its Afterlives is surely one of the most erudite, compelling, and well-written books of the most recent generation of biblical scholarship. [Yvonne] Sherwood combines a solid grounding in biblical studies and the history of interpretation, a sophisticated knowledge of the literature of cultural studies and literary theory, and an underlying commitment to the ethical and moral demands of reading. And mediating it all is the author’s distinctive prose style – Trecho da resenha de Tod Linafelt, publicada na RBL em 09/10/2004.

 

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2 comentários em “Mês da Bíblia 2010: o livro de Jonas”

  1. Acrescentei hoje à bibliografia sobre Jonas duas obras: o conceituado comentário de Jack M. Sasson, da conhecida coleção The Anchor Yale Bible Commentaries, e o elogiado estudo de Yvonne Sherwood, que dialoga tanto com o antigo quanto com o moderno, indo desde o Pirke de Rabbi Eliezer, o Mekilta de Rabbi Ishmael, o Carmen de Jona de Ninive, passando por Lutero e Calvino, até chegar em Jack M. Sasson, Phyllis Trible e Hans-Walter Wolff, que aparecem, por sua vez, ao lado de Jacques Derrida, Mikhail Bakhtin, Roland Barthes, Paul Auster, Julian Barnes, Hart Crane, Zbigniew Herbert, Aldous Huxley, George Orwell e outros…

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