A Introdução à S. Escritura compreende 2 horas semanais, no primeiro semestre de Teologia. Mais do que estudar o surgimento e o conteúdo dos vários livros bíblicos, a disciplina é voltada para a compreensão/apreensão de alguns métodos de leitura dos textos bíblicos. Esta opção se justifica, pois a introdução a cada um dos livros é feita a partir das disciplinas que abordam áreas específicas da Bíblia ao longo do curso de Teologia.
Um dos problemas típicos desta disciplina é a carga horária exígua que lhe é, em geral, atribuída. Até porque, ao tomar contato com a moderna metodologia de abordagem dos textos bíblicos, a desmontagem de noções ingênuas adquiridas na educação anterior e a dificuldade em abandonar certezas que beiram o fundamentalismo requerem tempo e paciência. Além disso, conseguir a convivência da criticidade que se vai progressivamente adquirindo em sala de aula com as necessidades pastorais dos envolvidos no processo de aprendizagem, exige a construção de uma linguagem hermenêutica adequada, outra questão espinhosa.
Por isso, uma tarefa que se impõe a quem se envereda por esse caminho, é a comparação e o confronto da teoria exegética crítica com as leituras cotidianas e costumeiras da Bíblia. Isto é feito pelos alunos, que coletam e analisam os dados necessários.
Costumo orientar este processo através de uma série de questões que são propostas para a análise de uma leitura bíblica feita no ambiente pastoral dos estudantes.
I. Ementa
A disciplina privilegia o nascimento e a estruturação dos vários métodos de leitura da Sagrada Escritura, especialmente os modernos métodos histórico-críticos, socioantropológicos e populares.
II. Objetivos
Possibilita ao aluno a visualização das diversas problemáticas envolvidas na abordagem dos textos bíblicos no contexto e no pensamento contemporâneos.
III. Conteúdo Programático
1. A leitura histórico-crítica
- A crítica textual
- A crítica literária
- A crítica das formas
- A história da redação
- A história da tradição
2. A leitura socioantropológica
- Por que uma leitura socioantropológica da Bíblia?
- Origem e características do discurso sociológico
- Origem e características do discurso antropológico
- A Bíblia e a leitura socioantropológica
- Algumas dificuldades da leitura socioantropológica
3. A leitura popular
- Ler a vida com a ajuda da Bíblia
- A opção pelos pobres
- Da Bíblia à Sociedade: passagem para o Político
4. Oficina bíblica: leitura de textos selecionados
- Mc 6,30-44: a primeira multiplicação dos pães
- Lc 3,21-22: o batismo de Jesus
- Mt 2,1-12: a visita dos magos
- Jo 2,1-12: as bodas de Caná
IV. Bibliografia
Básica
DIAS DA SILVA, C. M. Leia a Bíblia como literatura. São Paulo: Loyola, 2007, 104 p. – ISBN 9788515033072.
MESTERS, C. Flor sem defesa: uma explicação da Bíblia a partir do povo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1999, 206 p.
ZENGER, E. et al. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Loyola, 2003, 560 p. – ISBN 9788515023288.
Complementar
ALMADA, S. (org.) Interpretação Bíblica em Busca de Sentido e Compromisso. Diversas aproximações ao texto de Lucas 1-2: Caleidoscópio de métodos, exegese e hermenêutica. RIBLA, Petrópolis, n. 53, 2006/1.
BUSHELL, M. BibleWorks 8. Norfolk, VA: BibleWorks, 2008 (software para o estudo da Bíblia). Acesso em: 04 fevereiro 2009.
CARTER, C. E.; MEYERS, C. L. (eds.) Community, Identity and Ideology: Social-Scientific Approaches to the Hebrew Bible. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1996, 574 p. – ISBN 9781575060057.
CHALCRAFT, D. J. (ed.) Social-Scientific Old Testament Criticism. London: T & T Clark, 2006, 400 p. – ISBN 9780567040848
DA SILVA, A. J. A visita dos magos: Mt 2,1-12. Acesso em: 04 fevereiro 2009.
DA SILVA, A. J. Leitura socioantropológica da Bíblia Hebraica. Acesso em: 04 fevereiro 2009.
DA SILVA, A. J. Leitura socioantropológica do Novo Testamento. Acesso em: 04 fevereiro 2009.
DA SILVA, A. J. Notas sobre alguns aspectos da leitura da Bíblia no Brasil hoje. REB, Petrópolis, v. 50, n. 197, p. 117-137, mar. 1990. Acesso em: 04 fevereiro 2009.
DA SILVA, A. J. O discurso socioantropológico: origem e desenvolvimento. Acesso em: 04 fevereiro 2009.
DA SILVA, A. J. Por que milagres? O caso da multiplicação dos pães. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 22, 1989, p. 43-53.
DE OLIVEIRA, E. M. et al. Métodos para ler a Bíblia. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 32, 1991.
DIAS DA SILVA, C. M. com a colaboração de especialistas, Metodologia de Exegese Bíblica. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 2003, 526 p. – ISBN 8535606432.
EGGER, W. Metodologia do Novo Testamento: Introdução aos Métodos Lingüísticos e Histórico-Críticos. São Paulo: Loyola, 1994, 238 p. – ISBN 9788515010561.
ELLIOT, J. H. What is Social-Scientific Criticism? Minneapolis: Augsburg Fortress, 1993, 174 p. – ISBN 9780800626785.
ESLER, P. F. (ed.) Ancient Israel: The Old Testament in Its Social Context. Minneapolis: Fortress, 2005. xvii + 420 p. – ISBN 0800637674.
KONINGS, J.; RIBEIRO, S. H. et al. Bíblia: Teoria e Prática. Leituras de Rute. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 98, 2008.
KONINGS, J. Sinopse dos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da Fonte Q. São Paulo: Loyola, 2005, 360 p. – ISBN 9788515030569.
PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA A Interpretação da Bíblia na Igreja. 6. ed. São Paulo: Paulinas, 1999.
REIMER, H.; DA SILVA, V. (orgs.) Hermenêuticas Bíblicas: Contribuições ao I Congresso Brasileiro de Pesquisa Bíblica. São Leopoldo: Oikos Editora/UCG/ABIB, 2006, 252 p.
REIMER, I. R.; SCHWANTES, M. (org.) Leituras Bíblicas Latino-Americanas e Caribenhas. RIBLA, Petrópolis, n. 50, 2005/1.
ROHRBAUGH, R. L. (ed.) The Social Sciences and New Testament Interpretation. Peabody, Mass: Hendrickson, 2004, 240 p. – ISBN 9781565634107.
SCHNELLE, U. Introdução à exegese do Novo Testamento. São Paulo: Loyola, 2004, 192 p. – ISBN 9788515024919.
SIMIAN-YOFRE, H. (ed.) Metodologia do Antigo Testamento. São Paulo: Loyola, 2000, 200 p. – ISBN 9788515018499.
TATE, W. R. Interpreting the Bible: A Handbook of Terms and Methods. Peabody, Mass.: Hendrickson, 2006, viii + 482 p. – ISBN 9781565635159.
TREBOLLE BARRERA, J. A Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã. Introdução à História da Bíblia. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2000, 741 p. – ISBN 8532614370.
WEGNER, U. Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia. 3. ed. São Leopoldo: Sinodal/Paulus, 2002, 407 p. – ISBN 852330598X.
Leia Mais:
Em busca da competência hermenêutica
Amigo, poderia re-editar o texto que saiu muito confuso?
Veja isto:
"O hábito da vigilância hermenêutica: métodos "
Oswaldo,
Não há nenhuma necessidade de reeditar um texto claro.
Isto que você viu é uma falha – temporária – na codificação do seu navegador (o meu também às vezes faz isso!). É só recarregar a página que conserta.
Ou ainda: limpar o cache do navegador e recarregar. No IE 8 clique em Ferramentas > Excluir Histórico de Navegação, deixando marcados os itens exigidos. No Firefox 3.6 clique em Ferramentas > Limpar histórico recente. No Google Chrome 5.0.xxx clique em Opções > Configurações avançadas > Limpar dados de navegação. E assim por diante!
Ou use um programa que faz limpeza no computador: como o CCleaner, por exemplo.
Lembre-se que a codificação do navegador geralmente fica no automático, mas você pode determiná-la em Exibir > Codificação etc.
O texto não está confuso. Veja:
O hábito da vigilância hermenêutica: métodos
Um abraço e boa leitura
Airton