Mês da Bíblia 2021 na Vida Pastoral

Vida Pastoral n. 341, setembro-outubro de 2021

O texto escolhido para o Mês da Bíblia deste ano, a carta aos Gálatas, é uma espécie de manifesto da liberdade cristã.Vida Pastoral n. 341, setembro-outubro de 2021

O professor Shigeyuki Nakanose e a professora Maria Antônia Marques, em seu artigo, consideram a carta como o Evangelho de Jesus crucificado; destacam suas características principais, a força da escrita, a teologia, a estrutura literária e os interlocutores do apóstolo.

O professor Joel Antônio Ferreira, por sua vez, discorre sobre a carta com base no “hino batismal” (Gl 3,26-28), como chave de leitura para entender esse escrito paulino, seu ardor bíblico e a unidade em Cristo, que tem como fim a comunhão fraterna.

Com o tema “A liberdade cristã e os conflitos nas comunidades”, o professor Rafael Rodrigues da Silva faz uma leitura de Gálatas à luz das dificuldades, enfatizando o papel do apóstolo Paulo na condução e orientação da comunidade para esta não perder de vista o verdadeiro Evangelho e não se deixar enredar pelas armadilhas do “outro Evangelho”, aquele ainda preso à Lei.

Além disso, a Ir. Maria Aparecida Barboza escreve sobre a história da caminhada bíblica no Brasil e seus momentos marcantes, considerando os 50 anos de realização do Mês da Bíblia, importante iniciativa da Igreja, com o objetivo e o esforço permanentes de colocar a Palavra de Deus nas mãos e no coração do povo brasileiro. De fato, a caminhada bíblica, especialmente iluminada pelo Concílio Vaticano II, tem a missão de formar pessoas e animá-las biblicamente.

Artigos

:. Da Pastoral bíblica à animação bíblica da pastoral. 50 anos do mês da Bíblia no Brasil

:. O Evangelho de Jesus Cristo crucificado: Entendendo a carta aos Gálatas

:. O hino batismal (Gl 3,26-28): Chave para a leitura da Carta aos Gálatas

:. A liberdade cristã e os conflitos nas comunidades

Leia online ou baixe a revista em pdf.

Novo relatório do IPCC sobre mudanças climáticas

Mudanças climáticas: cinco coisas que descobrimos com novo relatório do IPCC – Por Matt McGrath – BBC Brasil: 9 agosto 2021

O novo relatório sobre mudanças climáticas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) mostra que estamos diante de mudanças sem precedentes no clima – algumas delas irreversíveis.

O estudo, feito por centenas de cientistas que analisam milhares de evidências coletadas ao redor do planeta, alerta para o aumento de ondas de calor, secas, Mudanças climáticas afetam o planeta - G1: 09.08.2021alagamentos e outros eventos climáticos extremos nos próximos dez anos.

Para quem vive no Ocidente, os perigos do aquecimento global não são mais algo distante, impactando pessoas em lugares distantes.

“A mudança climática não é um problema do futuro, está aqui e agora e afeta todas as regiões do mundo”, diz o professor Friederike Otto, da Universidade de Oxford, um dos muitos pesquisadores do IPCC.

O que marca essa nova publicação do IPCC é o mais alto nível de confiança nas conclusões dos cientistas até agora.

A frase “muito provável” aparece 42 vezes nas 40 páginas do relatório, voltado para formulação de políticas públicas. Em termos científicos, isso é equivalente a 90-100% de certeza daquele resultado.

“Acho que não há nenhuma surpresa no relatório. É a solidez abrangente dos resultados que torna este o relatório mais forte do IPCC feito até agora”, diz o professor Arthur Petersen, da University College London, à BBC News.

Petersen é um ex-representante do governo holandês no IPCC e foi observador no comitê que produziu este relatório.

“Não é um relatório acusador, são apenas fatos, claros, um atrás do outro”, afirma Petersen.

E uma das conclusões mais claras do novo relatório é sobre a responsabilidade da humanidade pelas mudanças climáticas que vivemos no momento.

Não há mais dúvidas – a causa somos nós.

Leia o texto completo.

Leia também: Mudanças climáticas: os efeitos alarmantes sobre o mundo hoje, segundo novo relatório da ONU – Por Matt McGrath – BBC Brasil: 9 agosto 2021

 

IPCC AR6 WGI – Síntese das principais conclusões do relatório – IHU: 10 Agosto 2021

Os cientistas não têm dúvidas de que as atividades humanas aqueceram o planeta. Mudanças rápidas e generalizadas ocorreram no clima do planeta e alguns impactos estão agora se concretizando.

A reportagem é publicada por Instituto ClimaInfo e reproduzida por EcoDebate, 09-08-2021.

Hoje, a 54ª sessão do IPCC aceitou o trabalho do muito esperado Resumo para Formuladores de Políticas (SPM) da contribuição do Grupo de Trabalho I ao Sexto Ciclo de Avaliação (AR6), intitulado Climate Change 2021: the Physical Science Basis (Mudança Climática 2021: a Base da Ciência Física).

Incêndios no Pantanal em 2020O relatório do Grupo de Trabalho I (AR6 WGI) – finalizado e aprovado por 234 autores e 195 governos – é a maior atualização do estado do conhecimento sobre ciência climática desde o lançamento do AR5 do IPCC em 2014, e seu marco 1.5 Relatório Especial (SR1.5, disponível aqui).

O trabalho do WGI examina a base física das mudanças climáticas passadas, presentes e futuras. Ele examina fundamentos como, por exemplo, como as emissões causadas pelo homem estão levando a mudanças fundamentais no sistema climático planetário. Ele também nos dá uma ideia de como essas mudanças nos levaram a sofrer os impactos climáticos já no nosso nível atual de aquecimento, bem como mapear como esses impactos podem piorar se as temperaturas e emissões continuarem a aumentar sem controle.

A liberação do WGI acontece após uma sessão plenária de duas semanas realizada virtualmente de 26 de julho a 6 de agosto de 2021, na qual o relatório foi examinado linha por linha para aprovação pelos representantes do governo em diálogo com os autores do relatório.

A minuta da primeira ordem do relatório do WGI teve 23.462 comentários de revisão de 750 revisores especialistas, a minuta da segunda ordem recebeu 51.387 comentários de revisão de governos e 1.279 especialistas, e a distribuição final Resumo para Formuladores de Políticas teve mais de 3.000 comentários de 47 governos. Mais de 14.000 artigos científicos são referenciados no relatório.

Este documento é para jornalistas que cobrem a divulgação do relatório. Ele destaca as principais conclusões do Resumo para Formuladores de Políticas, descreve o que há de novo no AR6 em comparação com relatórios anteriores, e fornece respostas de especialistas.

Leia o texto completo.

 

Painel da ONU quantifica influência humana no aquecimento pela 1ª vez – Observatório do Clima: 09.08.2021

Sexto grande relatório do IPCC, publicado hoje, mostra que planeta esquentou 1,09ºC e, desse total, 1,07ºC são provavelmente atribuíveis a nós

É inequívoco que os seres humanos esquentaram o planeta e mudanças climáticas rápidas e disseminadas vêm acontecendo. É com essa frase que um comitê de 800 cientistas do mundo inteiro bate o último prego no caixão do negacionismo ao apresentar o alerta mais completo e poderoso até agora sobre as causas, os efeitos atuais e futuros e o caminho possível para limitar a crise do clima.

Incêndios na Grécia em 2021O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) apresentou nesta segunda-feira (9) o sumário executivo da primeira parte de seu Sexto Relatório de Avaliação (AR6). O documento de 41 páginas, destinado à leitura por tomadores de decisão, é uma síntese do relatório de centenas de páginas contendo a revisão de todo o conhecimento científico sobre a base física das mudanças do clima. No ano que vem, ele será seguido de mais dois volumes, um sobre impactos e vulnerabilidades e outro sobre as formas e os custos de atacar os causadores da crise – os gases de efeito estufa.

Uma das maiores novidade do AR6 em relação aos relatórios anteriores do IPCC é que, pela primeira vez, a ciência não apenas tem certeza da influência humana, como conseguiu quantificá-la: desde a era pré-industrial, o mundo esquentou 1,09oC, e desse total apenas 0,02oC podem ser atribuídos a causas naturais. A fatia do leão do aquecimento global, 1,07oC, é provavelmente de responsabilidade das atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, que emitem gases de efeito estufa.

Os efeitos disso vêm sendo amplamente documentados e, pior que isso, sentidos por gente de todos os países e todas as classes sociais (com mais gravidade, claro, entre os mais pobres). Apenas nas últimas semanas assistimos a calor de 49oC no Canadá, incêndios florestais na gélida Sibéria, inundações catastróficas na rica Europa Central, oito meses de chuva em um dia na China e uma onda de frio polar causada por alterações na circulação do ar antártico no Brasil. Falando neste, aliás, o Centro-Sul enfrenta a pior seca em 91 anos, que deve nos deixar sem luz em breve.

O IPCC confirma essas tendências ao mostrar que ondas de calor estão mais frequentes – inclusive as marinhas, que arrebentam recifes de coral da Bahia à Austrália –, as chuvas intensas aumentaram, a proporção de furacões intensos idem, e cada uma das últimas quatro décadas foi mais quente que todas as antecessoras desde 1850, quando as medições com termômetros tiveram início.

E, claro, vai piorar. Em outra conclusão chocante, o painel constatou que na próxima década, o que quer que nós façamos para cortar emissões, a temperatura global ultrapassará 1,5oC, limite mais ambicioso do Acordo de Paris e a partir do qual entramos em mares climáticos nunca dantes navegados (mas certamente revoltos). Se conseguirmos implementar o acordo do clima, teremos chance de devolver o termômetro ao mais palatável 1,4oC entre 2081 e 2100. Mas, se o mundo subitamente passasse a ser governado por Trumps e Bolsonaros e abandonasse o esforço para cortar emissões, chegaríamos ao fim do século com até 5,7oC de elevação de temperatura acima da média pré-industrial. O nome disso seria apocalipse.

“Este relatório é um toque de despertar. Hoje nós temos um quadro muito mais claro do clima passado, presente e futuro, o que é essencial para entendermos aonde estamos indo, o que pode ser feito e como podemos nos preparar”, disse a copresidente do Grupo de Trabalho 1 do IPCC, a climatóloga francesa Valérie Masson-Delmotte.

Mesmo com a estabilização em 1,5oC, adverte o AR6, o mundo ainda precisa se preparar para “eventos extremos sem precedentes” no registro histórico. Daí o relatório também ter inovado e feito cenários regionais e de mais curto prazo, para o meio do século, para orientar políticas de adaptação que os governos teriam de ter começado ontem a adotar em grande escala. Há péssimas notícias para o Brasil: o Nordeste já é hoje uma das regiões do planeta onde é mais clara a influência do aquecimento global em secas que afetam a ecologia e a agricultura (alô, plantadores de soja da Bahia, do Piauí e do Maranhão) e o oeste da região Centro-Oeste e sul da Amazônia serão uma das mais afetadas por extremos de calor nas próximas décadas.

A saída é uma só: “do ponto de vista da ciência física, limitar o aquecimento global induzido por seres humanos requer limitar as emissões cumulativas de CO2, atingindo pelo menos emissão líquida zero”. Só que, para termos a melhor chance de chegar lá, o CO2 que ainda podemos emitir é bem pouco: 300 bilhões de toneladas, o equivalente a menos de dez anos de emissão no ritmo atual. Isso não casa em nada com a narrativa vendida como “ambiciosa” pelos governos mundiais, que acham que estão abafando ao prometer zerar emissões líquidas em 2050. É pressão extra sobre a COP26, a conferência do clima de Glasgow, em novembro, na qual o aumento da ambição estará na ordem do dia. “Se reduzirmos as emissões líquidas a zero em 2050, poderemos manter as temperaturas perto de 1,5ºC”, afirmou Masson-Delmotte.

“Esse relatório precisa ser o sino da morte para o carvão mineral e os combustíveis fósseis, antes que eles destruam nosso planeta”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres. “É um código vermelho para a humanidade. Os sinais de alerta são ensurdecedores e a evidência é irrefutável; as emissões de combustíveis fósseis e desmatamento estão sufocando nosso planeta e colocando bilhões de pessoas em risco imediato”, prosseguiu.

Antes que algum tio do zap acuse o painel de viés, alarmismo ou “comunismo”, cabe explicar que cada linha do texto do sumário foi revisada e aprovada por 196 governos do mundo inteiro – da progressista Alemanha à recalcitrante Arábia Saudita, passando por países negacionistas, como Austrália e Brasil, ex-negacionistas como EUA e Canadá, e tradicionais campeões da causa climática, como Costa Rica e Tuvalu.

Esse veto prévio dos governos sempre fez parte da dinâmica do painel (que não se chama “intergovernamental” à toa) e acaba retirando um tanto da contundência das afirmações dos sumários do IPCC.

Enchentes na Alemanha em 2021Para dar apenas alguns exemplos, nos dez dias de plenária virtual para fechar o sumário, a afirmação sobre o caráter “inequívoco” da influência humana sofreu objeções e chegou a ser retirada de uma das versões do texto, trocada pelo mais anódino “os humanos esquentaram o clima”, sem o adjetivo (e depois colocada de volta). A afirmação de que até 94% das ondas de calor marinhas nas últimas décadas foram causadas por influência humana acabou saindo do sumário. E a linguagem do parágrafo que diz que zerar emissões líquidas é pré-condição para estabilizar o clima “em qualquer nível” foi diluída e trocada por “em um nível específico”.

Essas concessões à diplomacia, que já fizeram alguns cientistas desistirem do painel no passado e outros criticarem o caráter “coxinha” dos sumários, não significam de forma alguma intervenção nas conclusões científicas do IPCC. A ciência é soberana e suas conclusões jamais são alteradas. Números que eventualmente fiquem de fora do sumário, como o das ondas de calor marinhas, são mantidos no relatório principal – que no entanto dificilmente é lido por prefeitos, governadores e chefes de Estado.

Ao contrário, esse conservadorismo é uma das razões pelas quais o IPCC tem tanta credibilidade: a ciência que vai parar nos relatórios e as declarações do sumário executivo são o oposto de alarmista. Previsões feitas nos dois últimos relatórios (2007 e 2013) sobre nível do mar e degelo do Ártico, por exemplo, eram mais conservadoras do que alguns estudos mais recentes já vinham afirmando na época da publicação. E acabaram incorporadas em relatórios posteriores. (CLAUDIO ANGELO e FELIPE WERNECK)

O Observatório do Clima produziu um resumo comentado em português do sumário do IPCC. Acesse aqui.

Quem dividiu a Bíblia em capítulos e versículos?

Uma resposta rápida:
. a divisão em capítulos foi feita por Stephen Langton, em Paris, em 1204-1205. Em 1226 a divisão foi usada em um texto da Vulgata.
. a divisão em versículos foi feita por Robert Estienne (citado, em latim, como Robert Stephanus) a partir de 1551, em Paris e Genebra.

Outras propostas de divisão da Bíblia em capítulos e versículos foram feitas, mas estas duas acabaram prevalecendo.Stephen Langton (c. 1150 – 9 de julho de 1228)

E são as que utilizamos hoje.

Uma síntese honesta do tema, em português, pode ser encontrada aqui.

Mas esta é uma resposta rápida.

Então pergunto: Como sabemos disso? Há documentos que comprovam estas afirmações?

Há sim.

Robert Estienne (Paris, 1503 – Genebra, 7 de setembro de 1559)Para uma ótima abordagem do tema, com referências primárias e secundárias, recomendo conferir, em inglês:

Stephen Langton and the modern chapter divisions of the bible – By Roger Pearse: June 21, 2013

É, obviamente, um pouco complicado, pois estamos lidando com manuscritos e textos impressos antigos.

Agora, para quem sabe alemão, uma boa referência do século XIX, também usada por Roger Pearse, disponível no Google books, é:

SCHMID, O. Über verschieden Einteilungen der heiligen Schrift, insbesondere über die Capitel-Einteilung Stephan Langtone im XIII Jahrhunderte [Sobre as divisões da Sagrada Escritura especialmente a divisão em capítulos de Stephen Langton no século 13], Graz, 1892, p. 56-106.

A partir da página 106 Otto Schmid trata da divisão em versículos feita por Robert Estienne.

Ele aborda também as propostas de predecessores de Robert Estienne, como:

. o rabino Isaac Nathan, em sua Concordância da Bíblia Hebraica, publicada em Veneza em 1523 [confira também aqui e aqui];

. e São Pagnino, de Lucca, Itália, em sua tradução da Bíblia, publicada em 1527: Veteris ac Novi Testamenti nova translatio per Rev. S. Theol. Doct. Sanct. Pagninum Lucensem nuper edita; impressa est Lugduni per Antonium de Ry chalcographum Anno D. 1527.

Uma história da cidade de Babilônia

DALLEY, S. The City of Babylon: A History, c. 2000 BC – AD 116. Cambridge: Cambridge University Press, 2021, 396 p. – ISBN 978-1316501771.DALLEY, S. The City of Babylon: A History, c. 2000 BC – AD 116. Cambridge: Cambridge University Press, 2021

A história de dois mil anos de Babilônia mostra sua evolução de uma cidade-estado para o centro de um grande império do mundo antigo. Permaneceu uma cidade real sob os impérios da Assíria, Nabucodonosor, Dario, Alexandre Magno, os selêucidas e os partos. As muralhas da cidade foram declaradas como uma maravilha do mundo, enquanto seu zigurate ganhou fama como a torre de Babel. Os visitantes de Berlim podem admirar, no museu, sua Porta de Ishtar, e a suposta localização dos jardins suspensos é explicada. A adoração de seu deus principal, Marduk, se difundiu amplamente, enquanto seus escribas bem treinados transmitiram obras jurídicas, administrativas e literárias por todo o mundo antigo, algumas das quais são uma referência fundamental para o Antigo Testamento. Sua ciência também lançou as bases para a astronomia grega e árabe por meio de um milênio de observações astronômicas contínuas. Esta narrativa acessível e atualizada é feita por uma reconhecida especialista em Babilônia.

 

Stephanie M. DalleyThe 2000-year story of Babylon sees it moving from a city-state to the centre of a great empire of the ancient world. It remained a centre of kingship under the empires of Assyria, Nebuchadnezzar, Darius, Alexander the Great, the Seleucids and the Parthians. Its city walls were declared to be a Wonder of the World while its ziggurat won fame as the Tower of Babel. Visitors to Berlin can admire its Ishtar Gate, and the supposed location of its elusive Hanging Garden is explained. Worship of its patron god Marduk spread widely while its well-trained scholars communicated legal, administrative and literary works throughout the ancient world, some of which provide a backdrop to Old Testament and Hittite texts. Its science also laid the foundations for Greek and Arab astronomy through a millennium of continuous astronomical observations. This accessible and up-to-date account is by one of the world’s leading authorities.

Stephanie M. Dalley is a Retired Research Fellow in Assyriology, Faculty of Oriental Studies at Oxford. From 1979 to 2007, she taught Akkadian and Sumerian at the Oriental Institute, Oxford University, UK.

Morreu o filósofo Roberto Romano

Morre aos 75 anos, de covid, o filósofo Roberto Romano

Ele estava internado desde 11 de junho em São Paulo, em tratamento de problemas decorrentes da doença que já matou mais de 547 mil no paísRoberto Romano: Jaguapitã, 13 de abril de 1946 — São Paulo, 22 de julho de 2021

O filósofo Roberto Romano morreu em São Paulo nesta quinta-feira (22), aos 75 anos. Ele estava internado desde 11 de junho no Instituto do Coração (Incor), em tratamento de problemas decorrentes da Covid-19. Era professor aposentado de Ética e Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Romano é autor de Igreja contra Estado. Crítica ao populismo católico (São Paulo – Ed. Kairós, 1979), Conservadorismo romântico (São Paulo – Ed. Unesp, 1997), entre outros livros. Doutor em filosofia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais) de Paris, nasceu em Jaguapitã (PR).

Quando o país chegou a 300 mil mortos pela covid-19, em março, o filósofo comentou sobre Bolsonaro, afirmando, sobre a eleição presidencial de 2018, que “na máquina enlouquecida colocamos um indivíduo sem o mínimo senso de responsabilidade, a mais leve noção do necessário dever, desprovido de saberes básicos em matéria científica, humanística”.

Em entrevista à RBA, em 2019, disse que “a situação dos poderes no Brasil é completamente anômala em relação a qualquer outro Estado que conhecemos”. Falando sobre a Operação Lava Jato, Judiciário e instituições, comentou: “Há uma promiscuidade enorme de setores judiciários, do Legislativo e do Executivo, em que a troca, o ‘é dando que se recebe’, funciona”.

Por ocasião da eleição do Papa Francisco, em março de 2013, Roberto Romano afirmou que tinha boas expectativas sobre o então novo pontífice, por ser jesuíta. “Muitos (dos jesuítas) são médicos, físicos, matemáticos, teólogos, filósofos. Dedicam-se a um diálogo com o mundo científico, tecnológico e político”, disse, em entrevista a Unisinos. Romano foi, durante 12 anos, frade dominicano,quando o Brasil vivia sob a ditadura militar.

Fonte: Rede Brasil Atual – 22/07/2021 – 21h12

 

Em nota, o reitor da Unicamp, Antônio José de Almeida Meirelles, o Tom Zé, lamentou a perda e ressaltou que o docente era um defensor do ensino público, da ética, das políticas de inclusão nas universidades e da justiça social no país:

“Nossa universidade lamenta profundamente o falecimento do Prof. Roberto Romano. Após enfrentar complicações em decorrência da Covid-19, ele se soma às tantas vítimas da pandemia em nosso país, decorrentes da pouca atenção que parte de nossas autoridades deram a esta tragédia que acomete o mundo. Roberto Romano, um intelectual de primeira grandeza, sempre se caracterizou pela defesa do ensino público e das nossas instituições de fomento à ciência e tecnologia. Representou uma voz muito forte a favor da ética em nossas instituições e no desenvolvimento das relações humanas, uma ética baseada na busca da igualdade e da solidariedade. Posicionou-se com firmeza pelas políticas de inclusão em nossas universidades e pela justiça social em nosso país. Temos muito orgulho de tê-lo tido como membro de nossa comunidade universitária. Expressamos nossas condolências a seus familiares, amigos e colegas e nossa grande tristeza por esta perda”, diz o texto do reitor.

Utilizei o livro dele, Brasil: Igreja contra Estado: crítica ao populismo católico. São Paulo: Kairós, 1979, em alguns textos meus. Confira aqui e aqui.

Roberto Romano foi preso e torturado durante a ditadura militar. Confira: Perfil – Roberto Romano, uma vida atravessada pela história – IHU On-Line: Edição 435 | 16 Dezembro 2013. Mais aqui.

Leia Mais:
O autoritarismo de Bolsonaro e a falta de autoridade do Congresso e do STF para coibir abusos comandados pelo presidente. Entrevista especial com Roberto Romano – IHU 23 julho 2021
Fratelli Tutti e a inacreditável lucidez de Francisco. Entrevista especial com Roberto Romano – IHU 23 julho 2021

Mês da Bíblia 2021: lendo a carta aos Gálatas

O tema do Mês da Bíblia 2021 é a Carta aos Gálatas e o lema: “pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). Indico alguns subsídios para a leitura da carta aos Gálatas.

CENTRO BÍBLICO VERBO, O Evangelho de Jesus Cristo Crucificado: É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1) – Entendendo a carta aos Gálatas. São Paulo: Paulus, 2021, 144 p. – ISBN 9786555622447.CENTRO BÍBLICO VERBO, O Evangelho de Jesus Cristo Crucificado: É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1) - Entendendo a carta aos Gálatas. São Paulo: Paulus, 2021

Além do evangelho do imperador romano, Paulo enfrenta “outro evangelho” (Gl 1,7), baseado na observância da lei da pureza, que justifica a segregação nas comunidades gálatas. Ele prega o “verdadeiro evangelho” (Gl 2,5), fundamentado na justiça que vem da fé no amor e na graça de Jesus Cristo crucificado (Gl 5,1-12), construindo a união das pessoas sem as barreiras étnica, social e de gênero (Gl 3,28).

 

MESTERS, C.; OROFINO, F. Carta de São Paulo aos Gálatas: “Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). São Leopoldo: CEBI, 2021, 47 p. – ISBN 9786586739138.

MESTERS, C.; OROFINO, F. Carta de São Paulo aos Gálatas: “Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). São Leopoldo: CEBI, 2021Paulo dirige sua carta para as Igrejas da Galácia. A carta foi escrita durante a terceira viagem de trabalhos da Equipe Missionária. Nesta carta Paulo revela uma profunda indignação com o que ele ouvia dizer a respeito dos conflitos dentro das comunidades da Galácia, bem como das fofocas que faziam a respeito do seu trabalho e da sua vida pessoal. Lendo a carta aos gálatas, percebemos algumas dificuldades com a linguagem usada por Paulo. É que a carta aos gálatas não é uma carta pastoral, tratando de problemas internos de uma comunidade. Ao escrever aos gálatas, Paulo começa a organizar e a sistematizar seu pensamento teológico. Ao escrever orientações para as comunidades a partir dos conflitos surgidos com as diferentes propostas de evangelização, Paulo vai se revelar como o primeiro teólogo do Cristianismo nascente.

 

SAB, Mês da Bíblia 2021: Carta aos Gálatas – Todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). São Paulo: Paulinas, 2021, 80 p. – ISBN 9786558080404.

Neste ano, o tema do “Mês da Bíblia” é a Carta de Paulo aos Gálatas e o lema é “Todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d), extraídoSAB, Mês da Bíblia 2021: Carta aos Gálatas - Todos vós sois um só em Cristo Jesus" (Gl 3,28d). São Paulo: Paulinas, 2021 do “hino batismal”, descrito em Gl 3,26-28, quando Paulo afirma que todos são filhos e filhas de Deus. Portanto, pelo Batismo, as divisões foram superadas e, dessa forma, “não há mais judeu ou grego, nem escravo ou livre, nem macho ou fêmea”, pois somos um em Cristo Jesus. Acreditamos que o aprofundamento da Carta aos Gálatas será uma linda forma de celebrar os 50 anos da realização do “Mês da Bíblia”.

 

SILVANO, Z. A. Carta aos Gálatas: até que Cristo se forme em nós (Gl 4,19). São Paulo, Paulinas, 2021, 248 p. – ISBN 9786558080510.

SILVANO, Z. A. Carta aos Gálatas: até que Cristo se forme em nós (Gl 4,19). São Paulo, Paulinas, 2021Ao mergulharmos no estudo da Carta aos Gálatas nos deparamos com a convicção paulina de que a fé consiste em se deixar envolver pela grandeza do amor de Deus revelado no Messias Jesus e que exige de nós uma adesão consciente, que é expressa no Batismo, pelo qual fazemos a experiência de participarmos do mistério pascal e sermos unidas/os a Cristo. Pelo batismo, recebemos também o Espírito Santo (Gl 4,6-7), que faz morada em nosso coração e constantemente pronuncia dentro de nós a oração do Filho Encarnado: “Abba, ó Pai”. É Ele que nos conscientiza de que somos filhas/os no Filho, pertencemos à família de Deus, e nos convoca a assumirmos nossa missão de proclamar o Evangelho. Que ao aprofundarmos os ensinamentos de Paulo, possamos ter a ousadia de anunciar o amor de Deus revelado no Messias Jesus, humanizar nossas relações, “até que Cristo seja formado em nós”.

Leia Mais:
Vem aí o mês da Bíblia, em 2021, com a Carta aos Gálatas – Por Gilvander Moreira – IHU: 07 Julho 2021
Live de lançamento do livro: “Carta aos Gálatas: até que Cristo se forme em nós” (Gl 4,19) – 22 junho de 2021
Enquetes Bíblicas: Qual carta de Paulo é a sua preferida?

Tarefas para futuras pesquisas sobre História de Israel

Gostaria de sugerir algumas tarefas para futuras pesquisas históricas sobre o antigo Israel.

a) A história tradicional dos eventos continuará a ser importante no futuro. Não é dispensável de forma alguma. Precisamos de um quadro cronológico estável para KALIMI, I. (ed.) Writing and Rewriting History in Ancient Israel and Near Eastern Cultures. Wiesbaden: Harrassowitz, 2020conectar outros fatos com esse quadro. Também precisamos dele para trabalhos arqueológicos. A datação arqueológica absoluta na Idade do Ferro está sempre ligada a uma história de eventos. Até agora, não temos métodos de datação exatos para os períodos anteriores à cunhagem de moedas. A datação por carbono 14 e outros métodos não são realmente exatos. Eles têm uma variação de 50 anos para mais ou para menos. A diferença de cinquenta anos pode fazer com que um item específico seja datado na época salomônica ou na época omrida.

b) A história dos eventos não pode ser limitada apenas à região de Israel e Judá. Eventos históricos no Egito, Ásia Menor, Mesopotâmia, Grécia, Síria, Arábia e Transjordânia sempre influenciaram o desenvolvimento de Israel e Judá. O Levante sul não era uma ilha, sempre esteve muito ligado aos países vizinhos. Isso é até confirmado pela própria Bíblia. As elites intelectuais em Judá e Israel observavam com muita atenção a situação nos países vizinhos, como podem demonstrar os oráculos contra as nações nos livros dos profetas.

c) A história de Israel e Judá não pode ser isolada da história da religião e do desenvolvimento das ideias teológicas. Datar textos bíblicos torna-se cada vez mais problemático, e os estudiosos até evitam datar um texto. No entanto, a história sempre interage com os desenvolvimentos das concepções teológicas e da história da religião. Um passo importante na pesquisa histórica futura será ligar esses dois campos e entender mais claramente por que as elites intelectuais influenciadas por ideias teológicas ou ideológicas reagiram de uma maneira específica, e como as concepções religiosas e teológicas são influenciadas pelas mudanças históricas.

d) Condições naturais quase permanentes, chamadas por Fernand Braudel e outros de longue durée, são muito importantes para reconstruir a história. As condições da agricultura, recursos naturais, rotas comerciais e outros ajudam a compreender melhor os desenvolvimentos históricos. Os resultados arqueológicos podem ser combinados com uma longue durée. A título de exemplo, as instalações produtoras de óleo de oliva encontradas apenas no período calcolítico na área de Golã demonstram um interesse econômico específico durante este período. O mesmo é verdade para a Sefelá durante a Idade do Ferro, com muitas instalações de prensagem de óleo, especialmente em Tel Miqne.

e) As ciências naturais precisam estar mais no foco da pesquisa histórica. Notas baseadas na história do clima, como análise de pólen, dendroclimatologia ou pesquisa sobre estalactites, raramente são mencionadas em livros que tratam da História de Israel. Em relatórios de escavações, artigos sobre arqueobotânica, arqueozoologia e análise de metais são, entretanto, comuns. No entanto, ainda carecemos de estudos significativos combinando essas abordagens científicas para entender os hábitos alimentares regionais, o impacto da agricultura ou conexões comerciais baseadas na metalurgia, comércio de marfim, comércio de basalto e outros.

f) A arqueologia não apenas apresenta a história dos sítios, mas a arqueologia regional também pode demonstrar os desenvolvimentos históricos mais amplos. Geralmente, temos que considerar cada vez mais os desenvolvimentos regionais dentro de um país ou estado. Algumas regiões podem florescer durante um período específico por causa de seus centros econômicos e novos métodos de produção, enquanto outras ficarão para trás.

g) Além disso, ainda existem tópicos específicos quase esquecidos pelos arqueólogos como relevantes para a reconstrução da história. Ainda necessitamos de mais estudos tratando de equipamento e organização militar, desenvolvimentos arquitetônicos, infraestrutura comercial, artesanato e outros.

h) A história 2.0 deve ser, em minha opinião, o resultado de uma combinação de todos os campos importantes para reconstruir a história: exegese bíblica, linguística, filologia, epigrafia, teologia, arqueologia, história da religião, arquitetura, instituições sociais, comércio, economia, jurisdição, culto e diferentes campos das ciências naturais. Apenas uma equipe de pesquisadores trabalhando em conjunto e discutindo seus resultados será capaz de fazer tal programa de pesquisa. A verdadeira crise da pesquisa histórica sobre o antigo Israel é, a meu ver, uma crise produzida pela concentração principalmente na Bíblia como fonte. Se adicionarmos mais disciplinas para compreender melhor o desenvolvimento histórico, obteremos mais testemunhas para provar ou refutar uma teoria – assim como é exigido em Dt 19,15 que, no âmbito jurídico, diz: Uma única testemunha não é suficiente contra alguém, em qualquer caso de iniquidade ou de pecado que haja cometido. A causa será estabelecida pelo depoimento pessoal de duas ou três testemunhas.

 

Fonte: ZWICKEL, W. Perspectives on the Future of Biblical Historiography. In: KALIMI, I. (ed.) Writing and Rewriting History in Ancient Israel and Near Eastern Cultures. Wiesbaden: Harrassowitz, 2020, p. 43-44.

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VII. Summary: History 2.0

To sum up, I would like to suggest some goals for future historical work:

Wolfgang Zwickel - Johannes Gutenberg-University Mainz, Alemanhaa) The traditional history of events will continue to be important in the future. It is not dispensable at all. We need a stable chronological frame in order to connect other facts with this frame. We also need it for archaeological work. Absolute archaeological dating in the Iron Age is always linked to a history of events. Until now we do not have exact dating methods for the periods before minting coins. C14 and other methods are not really exact in our sense. They have a range of 50 years or so. Fifty-year difference can make a specific item be dated either to the Solomonic or to the Omride period!

b) History of events cannot be limited to the area of Israel and Judah alone. Historical events in Egypt, Asia Minor, Mesopotamia, Greece, Syria, Saudi-Arabia and Transjordan always influenced the development in Israel and Judah. The southern Levant was not an isolated insula but was always well connected with the neighboring countries. This is even confirmed by the Bible itself. Elites in Judah and Israel observed very carefully the situation in all other countries as the judgements on neighboring countries in the books of prophets may demonstrate.

c) History of Israel and Judah cannot be isolated from history of religion and the development of theological ideas. Dating biblical texts becomes more and more problematic, and scholars even avoid dating a text. Nevertheless, history always interacts with developments in theological conceptions and history of religion. An important step in future historical research will be to link these two fields and to understand more clearly why elites influenced by theological or ideological ideas reacted in a specific way, and how religious and theological conceptions are influenced by historical changes.

d) Nearly permanent natural conditions, called by Fernand Braudel and others as longue durée, are very important for reconstructing history. Conditions for agriculture, natural resources, trade routes and others help to understand historical developments much better. Archaeological results can be combined with a longue durée. As an example oil producing installations only found in the Chalcolithic period in the Golan area demonstrate a specific economical interest during this period. The same is true for the Shephelah during the Iron Age with plenty of oil pressing installations especially in Tel Miqne.

e) Natural sciences need to be more in the focus of historical reseach. Notes based on climate history like pollen analysis, dendroclimatology or research on stalactites are seldom referred to in books dealing with the History of Israel. In excavations reports, papers about archaeobotany, archaeozoology and metal analysis are meanwhile typical. However, we still lack significant studies combining these scientific approaches to understand regional food habits, impact of agriculture or trade connections based on metallurgy, ivory trade, basalt trade and others.

f) Archaeology not only presents history of sites, but landscape and regional archaeology can also demonstrate the historical developments of regions. Generally, we have to consider more and more the regional developments within a country or a state. Some regions may flourish during a specific period because of their economic centers and new methods of production, while others will drop behind.

g) Additionally, there are still specific topics being nearly forgotten by archaeologists as relevant topics for reconstructing history. We still require some studies dealing with military equipment and organization, architectural developments, trade infrastructure, handcraft and others.

h) History 2.0 must be in my opinion result in a combination of all fields being important for reconstructing history: Biblical exegesis, linguistic, philology, epigraphy, theology, archaeology, history of religion, architecture, social institutions, trade, economy, jurisdiction, cult and different fields of natural sciences. Only a group of researchers working closely together and discussing their results will be able to do such a research program. The actual crisis of historical research is, in my eyes, a crisis produced by the concentration on mostly the Bible as a source. If we add more disciplines to understand historical development better, we will get more witnesses to prove or disprove a theory – just as it is demanded in Deut 19:15.