Neca ativa, Marina reflexiva, povo passivo

É preferível um Aécio na mão que duas Marinas voando (Luís Nassif)

O verbo é a parte da oração que afirma a ação ou o estado. Então, pergunto: O sujeito está produzindo, participando ou sofrendo a ação?

É a pergunta pela voz do verbo, voz que pode ser ativa, reflexiva ou passiva.

:. voz ativa: descreve o sujeito como produzindo a ação ou representando o estado expressado pelo verbo. Ou: é quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo.
:. voz reflexiva: descreve o sujeito como participando nos resultados da ação. É quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação.
:. voz passiva: denota o sujeito como recebendo a ação, sofrendo a ação do verbo. Observo que passivo possui a mesma raiz de paixão – do latim passio, passionis – e traz consigo o significado de sofrimento, padecimento.

 

Chega de intermediárias: Neca Setubal para presidente

No dia em que Maria Alice “Neca” Setúbal, herdeira do Itaú e financiadora de Marina Silva, decidiu falar em nome da candidata do Partido Socialista Brasileiro, o PSB, Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, foi direto ao ponto: “Maria Alice fala do ponto mais importante: autonomia do Banco Central, medida que, nós sabemos, concentra o ponto fundamental da campanha de 2014 — permitir ao sistema financeiro recuperar o controle absoluto da política econômica, definindo a taxa de juros conforme análises e projeções de instituições privadas que atuam no mercado”; se é assim, por que não entregar a faixa presidencial à banqueira que coordena o programa de Marina?; será que a primeira medida será a elevação das taxas de juros?

Marina trouxe uma representante do 1% do PIB mundial para o comando de sua campanha. É aquela turma que atua por cima dos estados nacionais e tem ligações frágeis com as respectivas populações porque seu horizonte é o mercado global. Como se aprende com o Premio Nobel Joseph Stiglitz, são esses interesses que impedem uma recuperação firme após a crise de 2009. O povo foi a rua em várias versões de ocupação e nada acontece. O 1% não quer e não deixa. As grandes instituições financeiras seguem dando as cartas do jogo, mesmo depois de suprimir 60 milhões de empregos e destruir o futuro de várias gerações de trabalhadores. O que a turma de 1% quer é eliminar o Estado de Bem-Estar Social aonde existe, ou impedir seu crescimento, ande está para ser construído. Isso porque ele funciona como uma garantia contra a reconcentração de renda e preservação dos direitos democráticos, que nem sempre comovem os mercados.

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