Sobre a leitura socioantropológica da Bíblia

Graças a Jim Davila no seu blog PaleoJudaica.com, tomei conhecimento deste livro que me parece, à primeira vista, muito interessante:

ESLER, Philip F. (ed.) Ancient Israel: The Old Testament In It’s Social Context. Minneapolis: Fortress, 2005, 438 p.

O livro traz os ensaios de uma conferência realizada em St. Andrews, Escócia, em 2004, conforme relata o mesmo Jim Davila.

The Pennsylvania Sumerian Dictionary

O Pennsylvania Sumerian Dictionary está preparando um dicionário de sumério para ser usado tanto por sumeriólogos como por leigos no assunto. Outros instrumentos para trabalhar com a língua suméria também estão sendo preparados. O projeto é desenvolvido pela seção babilônica do Museu de Antropologia e Arqueologia da Universidade da Pensilvânia, USA.

The PSD is preparing an exhaustive dictionary of the Sumerian language which aims to be useful to non-specialists as well as Sumerologists. In addition, we are developing tools and datasets for working with the Sumerian language and its text-corpora. All materials will be made freely available on this website.

 

Agradeço a Charles Halton do blog awilum.org pela indicação feita.

Antigo Testamento/Primeiro Testamento/Bíblia Hebraica/Tanak… que rótulo usar?

Vale a pena ler o post de hoje de Tyler F. Williams em Codex Blogspot: Old Testament/First Testament/Hebrew Bible/Tanak: What’s in a Name? Quite a Bit Actually! [Obs.: link quebrado – 21.03.2008 – 11h25]

Para além de reconhecer a conveniência de usar um ou outro rótulo conforme a audiência, ele mostra como todos estes nomes são apenas rótulos externos à coleção de livros bíblicos, sem tanta importância. A própria tradição bíblica não se autodenomina assim…


Essa questão afeta igualmente o Novo Testamento… ou seria Segundo Testamento?

Proveitoso também é ler o histórico que Tyler F. Williams faz destes rótulos: quem os criou, quando surgiram, porque foram criados… Que razões ideológicas ou, em direção oposta, que tentativas de convivência fraterna estão na origem destes conceitos?


E termina com a questão: E você, que rótulo usa e por que o usa?

Tratamento insuficiente de um tema interessante da História de Israel?

O assunto é da maior importância: a reconstrução da sociedade israelita anterior ao século X a.C. Mas o livro de

MILLER II, Robert D. Chieftains of the Highland Clans: A History of Israel in the Twelfth and Eleventh Centuries B.C. Grand Rapids: Eerdmans, 2012, xix + 186 p.

gerou controvérsias pelo modo como o tema foi tratado e as conclusões a que o autor chegou. Robert D. Miller II é professor de Sagrada Escritura no Mount St. Mary’s Seminary, Emmitsburg, Maryland, USA.

Na página da editora Eerdmans se lê a seguinte apresentação da obra:

An illuminating social history of ancient Israel, Chieftains of the Highland Clans offers an unusually thorough and original reconstruction of Israelite society prior to the rise of the monarchy around 1000 B.C. Using the latest archaeological research and anthropological theories, Robert Miller presents an intriguing picture of what life was like in early Israel. Ethnographic evidence from diverse cultures suggests the “complex chiefdom” model as the most appropriate for the archaeology of twelfth-and eleventh-century highland Palestine. This model details the economic and political realities of prestate societies with ascribed rank and hierarchical political control. As he applies and fine-tunes the complex chiefdom model, Miller illustrates areas of potential correspondence and contradiction between his reconstruction and the biblical text. Students of archaeology, Palestine, and the Hebrew Bible will not want to miss Miller’s fresh and fascinating conclusions about the sociopolitical nature of early Israel.

Entretanto, duas resenhas publicadas agora em janeiro pela RBL são bem menos otimistas, reticentes até.

Veja o que conclui Diana Edelman, da Universidade de Sheffield, Sheffield, Reino Unido:

The main thesis is that ethnographic evidence from diverse cultures shows a probability that complex chiefdoms immediately preceded state formation and that this is likely to have been the case in the highlands of Palestine in the twelfth-eleventh centuries before the emergence of the state in the tenth-century BCE (…) This volume demonstrates for me how severely limited our knowledge of the central highlands in the Iron I period is; of 453 sites, less than twenty seem to have beenexcavated, and the exposure is extremely limited at some sites, such as Beitin and Tell el-Ful, or the site was problematically dug, such as el-Jib. As a result, I think it is still premature to attempt to establish the political configurations that existed at this time in this region, in the wake of the devolution of the Late Bronze city-states, not to mention the ethnic affiliation(s) of the locals. I have reservations about using sociopolitical models to fill in the many gaps in our data and knowledge, particularly when the archaeological correlates being used are not unique to a single type of political control. It is always useful to consider possibilities, but it is also necessary, under the present circumstances where so little information exists, to consider a range of possibilities and not lock ourselves into a single model.

Também Pekka Pitkänen, Universidade de Gloucestershire, Cheltenham, Reino Unido, vai dizer que:

I am personally unconvinced of the validity of the chieftain model in all its aspects, based on the presentation (…) As Miller himself acknowledges, the archaeological data is not plentiful enough to make clear conclusions about various aspects of the model(s) used. Having said this and the criticisms above, I found interesting the ideas that/how bigger sites would/could dominate smaller sites, the possible hierarchical layers of power that can be identified, and possible social and societal interactions. I also think that building the model as Miller has done has been a worthwhile effort, even if the question of whether and to what extent the model is representative of ancient reality is not all that certain. This is altogether a worthwhile book in opening a discussion for reconstructing societal structures based on settlement patterns in the Israelite highlands in interaction with theories that try to estimate societal structures and interactions through a complex chiefdom model.

O autor usa, entre outros recursos teóricos, o Gravity Model which estimates how goods move between the differing social strata of a complex chiefdom… 

Big Brother is watching you

Sempre fui fanático por ficção científica. De Júlio Verne a Arthur Clarke… Ficção que vai se tornando realidade. Recentemente vi a notícia de que um “planeta-irmão” da Terra foi descoberto, usando um técnica prevista por Einstein em 1912.

Mas Arthur Clarke, mapeando, em 2005, os próximos 95 anos, prevê, entre outras coisas, que, por volta de 2010, apesar de protestos a favor da privacidade, o monitoramento de toda a vida na Terra torna-se lei, criando uma espécie de Big Brother que elimina todas as formas de violência. A referência está em Ficção das origens: Arthur Clarke, na coleção Exploradores do Futuro, da Scientific American Brasil, São Paulo: Duetto Editorial, 2005, p. 11.

Será que ele acertou a última parte, o fim de todas as formas de violência? Abaixo, reuni 5 trechos de reportagens que sairam entre 16 de dezembro de 2005 e 26 de janeiro de 2006.


Google enfrenta críticas por se autocensurar na China

Folha Online – 26/01/2006 – 11h39

A decisão do Google de censurar o conteúdo oferecido aos internautas chineses foi duramente criticada. Segundo especialistas ouvidos pela agência de notícias Associated Press, a ação representa a vitória do governo chinês, que monitora informações na internet e pune aqueles que expõem opiniões oposicionistas – diversos blogueiros já foram presos por este motivo (…) Apesar de todas as críticas, afirma a Associated Press, o Google não tem muito com o que se preocupar. Protestos parecidos já foram realizados quando Yahoo! e Microsoft concordaram em colaborar com o governo chinês, e nenhuma delas sofreu processos ou boicotes por isso. O serviço de blogs da Microsoft na China, por exemplo, barra termos como “democracia” e “direitos humanos”. Além disso, alguns especialistas que estudam a internet na China afirmam que a censura não pode conter a força da internet. Apesar de a vigilância ser constante e muito rigorosa, é impossível controlar todo o conteúdo que será acessado pelos internautas locais – isso significa que, mesmo com mais dificuldades, eles lerão as informações da rede.



Google se nega a divulgar aos EUA dados sobre buscas

Folha Online – 20/01/2006 – 11h25

O gigante das buscas Google se recusou a cumprir uma intimação do governo norte-americano que vai contra a política de privacidade da companhia – a administração Bush gostaria de saber o que milhões de pessoas estão procurando na internet com a ajuda da popular ferramenta. Segundo a empresa, o governo quer uma lista com todos os termos digitados na caixa de buscas durante uma semana específica – caso elaborado, este documento teria milhões de palavras. Além disso, o Google deveria fornecer cerca de 1 milhão de endereços virtuais contidos em seu banco de dados e selecionados a esmo. A intimação, afirma a agência de notícias Associated Press, mostra como os sites de busca podem ser úteis para os governos, quando eles querem controlar a população. Para justificar o pedido, representantes dos EUA falam que estas informações são “vitais” para o cumprimento de leis que protegem crianças contra a pedofilia. Com a recusa do Google – a intimação chegou à empresa em meados do ano passado -, o advogado Alberto Gonzales, que representa os EUA, pediu nesta semana que um juiz de San José interviesse no caso e fizesse outra requisição oficial para a entrega das informações. Ontem, o Yahoo! confirmou à Associated Press ter recebido uma intimação parecida. “Não revelamos qualquer informação pessoal de nossos usuários”, afirmou a empresa. A Microsoft – dona da ferramenta de buscas MSN – se recusou a dizer se recebeu um pedido oficial deste tipo. Para especialistas, este caso preocupa por ir contra as políticas de privacidade das empresas de busca (…) Este tipo de preocupação em relação ao direito à privacidade aumentou ainda mais quando se soube que, depois dos ataques de 11 de setembro, os EUA tiveram acesso à comunicação de civis sem autorização oficial para fazê-lo.



EUA mantêm desde 2001 megaoperação secreta de espionagem

Folha Online – 30/12/2005 – 21h29

Os Estados Unidos mantêm, desde os ataques de 11 de setembro de 2001, o maior programa secreto de espionagem e prisões de estrangeiros desde o fim da Guerra Fria, informa nesta sexta-feira o jornal americano “The Washington Post”. Isso inclui permissões da CIA [agência de inteligência americana] de prender suspeitos terroristas vinculados à rede Al Qaeda em qualquer país do mundo, e usar técnicas de tortura condenadas como violações aos direitos humanos. O programa, batizado pela sigla GST, também permitiria à agência americana estabelecer uma rede de inteligência com serviços secretos de vários países, manter prisões clandestinas fora dos Estados Unidos, e mover prisioneiros para qualquer lugar do globo. Nos últimos dois anos, vários aspectos dessa operação secreta vieram a público, e provocaram vários protestos de civis contra a ação do governo Bush e também em países que colaboram com os EUA. Apesar disso, todos os programas continuam a operar, de acordo com membros do governo ouvidos pelo jornal americano.



EUA monitoram civis sem autorização legal, diz jornal

Folha Online – 16/12/2005 – 11h05

À procura de evidências de terrorismo, e sob recomendação do presidente George W. Bush, a Agência de Segurança Nacional americana monitora secretamente ligações e e-mails de civis residentes nos EUA que se comunicavam com pessoas no exterior, segundo texto publicado no site do jornal “The New York Times” desta sexta-feira. O monitoramento, que passou a ser feito meses após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, não teve autorização da Justiça americana, geralmente necessária para realizar esse tipo de espionagem, informa o jornal. De acordo com o “New York Times”, sob uma ordem presidencial, assinada em 2002, a agência de inteligência americana começou a monitorar todos as ligações telefônicas internacionais e mensagens vindas de provedores de internet de outros países de milhares de pessoas que moram nos Estados Unidos, em um esforço de descobrir se a rede terrorista Al Qaeda “está infiltrada no país”. Muitos detalhes do programa são mantidos em sigilo, mas fontes consultadas pelo jornal disseram que a agência americana “vigia sem direitos mais de 500 pessoas simultaneamente nos Estados Unidos, a qualquer momento. A lista de pessoas vigiadas muda de tempos e tempos (…) e, sendo assim, o número de pessoas monitoradas no país pode chegar a milhares. No exterior, entre 5.000 e 7.000 pessoas, suspeitas de atividades terroristas, são vigiadas simultaneamente”, diz o “New York Times”.



Casa Branca inicia campanha para defender espionagem nos EUA

Folha Online – 20/01/2006 – 17h55

A Casa Branca defenderá o programa para espionar residentes nos EUA sem permissão judicial, em uma campanha de relações públicas anunciada hoje que pretende enfraquecer os que afirmam que as escutas violam a Constituição. Como parte da campanha, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, visitará na quarta-feira (25) a Agência Nacional de Segurança (NSA), órgão que vem fazendo interceptações de telefonemas e e-mails sem autorização prévia de um juiz desde 2002. Na segunda-feira (23), Michael Hayden, ex-chefe da NSA, falará a favor do programa em um discurso no Clube Nacional da Imprensa, e na terça-feira (24) será a vez do promotor-geral dos EUA, Alberto Gonzales, informaram fontes governamentais. Os discursos acontecerão antes da realização de audiências no Congresso sobre o programa, cuja existência, revelada pelo jornal “The New York Times” no mês passado, causou grande polêmica nos EUA. A primeira audiência acontecerá em 6 de fevereiro no Comitê Judicial do Senado e terá a participação de Gonzales. Uma coalizão de associações não-governamentais, na qual se incluem o Centro de Direitos Constitucionais e a União de Liberdades Civis dos EUA, processou o governo para interromper a interceptação das comunicações sem supervisão judicial.

O profeta Sofonias: importante comentário

Um interessante comentário ao profeta Sofonias na coleção Hermeneia, da Fortress Press.

SWEENEY, M. A. Zephaniah. Minneapolis: Fortress, 2003,  250 p. – ISBN 9780800660499.

The Book of Zephaniah poses a full range of interpretive and hermenutical issues for the modern reader. Sweeney’s keen reading of this small, prophetic book opens new doors for Hebrew Bible research. He situates the reading of Zephaniah in the early sixth century B.C.E. rather than the late seventh century B.C.E.

Sweeney’s interpretation pays close attention to the often subtle differences between the Masoretic Text, Septuagint, Dead Sea Scrolls, Peshitta, and targums. His methodology includes form criticism, tradition history, and social history.

Padre italiano vai ter que provar na justiça que Jesus existiu: comédia em quantos atos?

O caso relatado aqui continua. Veja o texto de Assimina Vlahou, da BBC Brasil, em Roma.

 

Italiano processa padre para que prove existência de Jesus

Pela primeira vez em 2000 anos, a existência de Jesus Cristo, depois de ter provocado guerras, disputas teológicas e conflitos religiosos, pode acabar num tribunal internacional.

É o que promete Luigi Cascioli, o homem que desafia um padre italiano a provar, na justiça, que Cristo existiu de verdade.

A primeira audiência do processo foi nesta sexta feira, na Itália.

“Primeira e última”, promete em entrevista à BBC Brasil o advogado do padre Enrico Righi, que está sendo acusado de “abuso da credulidade popular” e “substituição de pessoa”.

Filho de Judas

De acordo com o advogado Bruno Severino, o juiz dará uma resposta em poucos dias e pode arquivar o caso ou decidir que devem ser feitas outras investigações.

“Imagine uma perícia sobre a existência de Jesus!”, exclamou, incrédulo, o advogado.

O acusador é Luigi Cascioli, ex-agrônomo, aposentado, que se define como “ateu militante”.

Há três anos ele decidiu processar o pároco da cidadezinha de Bagnoreggio, perto de Roma, e através dele toda a Igreja Catolica. Estão sendo acusados de não ter provas sobre a existência de Cristo e de fazer com que as pessoas acreditem em algo que não existe.

A acusação de baseia em textos, escritos e distribuídos pelo sacerdote aos fiéis.

Além disso, segundo Cascioli, usaram uma outra pessoa, que existiu de verdade, para construir a identidade de Jesus.

Giovanni di Gamala, filho de Judas, o Galileu, da Casta dos Asmoneus, descendente da estirpe de Davi.

‘Destruir o Cristianismo’

Segundo o paroco de Bagnoreggio, que sozinho deve responder pela História da Igreja diante do tribunal italiano, Giovanni di Gamala é um desconhecido.

“Quem era e o que fez? Parece que apenas o senhor Cascioli sabe de sua existência”, escreveu na revista de sua paróquia, citando personagens históricos, não ligados ao cristianismo, que teriam comprovado a existência de Cristo, como Adriano, Marco Aurélio, Tácito.

O padre Enrico Righi coloca em dúvida a autoridade científica de seu acusador, que, segundo ele, não tem formação de historiador e nem conhece línguas antigas.

“Depois de 50 anos de sacerdócio, esperava ter um pouco de descanso e no entanto acabei no centro de uma disputa ridícula sobre a existência histórica do homem Jesus”, desabafou o padre.

O Vaticano, até agora, não se pronunciou sobre o caso.

Luigi Cascioli alega que seu objetivo é “mostrar a verdade e destruir o cristianismo”. E acredita na possibilidade de ganhar a causa com as provas que entregou ao tribunal.

Para provar que Jesus não existiu, escreveu até um livro, “A Fábula de Cristo”.

Haia

Baseando-se na análise de textos antigos e da Bíblia, ele afirma que as provas para demonstrar a existência de Cristo são a manipulação e falsificação de documentos que, na realidade, se referem a Giovanni di Gamala.

A repercussão do caso pode ajudar na divulgação do livro.

Mas Cascioli garante que este não é o seu objetivo.

“Podem dizer isto, não me importa. Não posso deixar de vender meus livros só para que não digam que quero vendê-los”, se defende.

De acordo com o advogado do padre Enrico Righi, Cascioli se acha no direito de poder expressar sua opinião e nega este direito ao sacerdote.

“Se não existe um crime de opinião, ele não pode ser acusado. Seria um caso único, ser considerado culpado porque cumpriu seu dever de ministro da Igreja Católica e exercitou seu direito de opinião, dizendo o que pensa. Nada que possa ser levado a um tribunal.”

Para o advogado Severino Bruno o caso está praticamente resolvido.

Não para Cascioli, que pretende insistir. E sempre contra o padre Righi, usado como representante da igreja e até do papa que, como chefe de Estado estrangeiro, não pode ser processado.

“Se a sentença não for satisfatória, vou recorrer. E se não der certo, estou disposto a ir até o Tribunal Internacional de Haia”, declarou Cascioli, na conversa com a BBC Brasil.

Fonte: Assimina Vlahou – BBC Brasil: 27/01/2006

Arqueologia da Palestina, entusiasmo messiânico ou pragmatismo político?

Tomei conhecimento do detalhado artigo do jornal israelense The Jerusalem Post sobre as escavações recentes feitas em Jerusalém e de seu possível significado.

Um debate que vem já de algum tempo, como pode-se ver aqui mesmo neste blog.

Em The once and future city, assinado por Rena Rossner e datado de 26 de janeiro de 2006, às 15h51, pode-se ler sobre as recentes descobertas arqueológicas feitas na “cidade de Davi”, as opiniões dos que defendem um grande reino davídico/salomônico no século X a.C. e dos que o negam.

E qual deve ser a relação entre arqueologia e Bíblia? E qual é a agenda política de quem defende a autenticidade da descoberta de um suposto “palácio de Davi” por Eilat Mazar? Leia o artigo, que vale a pena.

Mas aproveito para citar um pequeno trecho, exatamente sobre a “agenda política”, até mesmo porque a situação volta a se tornar muito tensa na região com a vitória do Hamas nas eleições parlamentares palestinas desta quarta-feira, dia 25:

But neither the Ir David Foundation nor the Shalem Center are funding these digs solely in order to understand more about the past. In interviews with IJ, representatives of both organizations acknowledged that their involvement was geared towards bolstering Israel’s current claims to the Jerusalem as Israel’s united capital and developing the ancient city of Jerusalem as a constitutive component of Jewish identity. According to Doron Spielman, spokesman for the Ir David Foundation, their goal has always been to secure as much land as possible in the area, though both settlement and purchase. To this end, philanthropist Nissan Khakshouri had contributed more than $3 million to the excavation project, but stopped funding the project in 2003. Today, Spielman refuses to say who is funding the project at this time, saying that the funding comes from Ir David’s “operating budget.” However, sources close to the project believe that at least some of the funding can be directly and indirectly linked to funders in the United States who have regularly supported right-wing and settlement activities throughout Jerusalem and the West Bank.