A Teologia do Pluralismo Religioso e seus desafios

Teologia Pluralista e Teologia da Revelação. Entrevista especial com Faustino Teixeira
A teologia do pluralismo religioso vem buscando responder a um dos mais importantes desafios do século XXI: como acolher com respeito a pluralidade religiosa. Aos poucos vem firmando a convicção de que o pluralismo religioso é uma realidade de princípio, não um dado contingencial (…) Gosto de utilizar uma metáfora de Christian Ducquoc para situar a questão: a “sinfonia adiada”. Trata-se de um recurso por ele utilizado para romper com a ingênua idéia de um plano divino magistral que estaria conduzindo as outras tradições religiosas para um único aprisco. No âmbito da teologia católica conhecemos de perto esta perspectiva de uma “teologia do acabamento”, que não consegue ver nas outras religiões senão “marcos de espera” para uma inserção “purificadora” no cristianismo. Esta “obsessão pela unidade” pode, em verdade, obstruir ou ocultar o caráter enigmático que preside a diversidade inter-religiosa. De fato, a verdade da religião não se condensa numa única tradição religiosa, mas na sinfonia que preside a sua interação.

Este é um trecho da entrevista que o teólogo Faustino Teixeira concedeu à IHU On-Line sobre a teologia do pluralismo e do diálogo inter-religioso e sobre a influência da teologia latino-americana para a construção da paz mundial. O próximo Congresso da SOTER – julho de 2010 – abordará o tema.

Faustino Teixeira é professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (PPCIR-UFJF).

Fonte: Notícias: IHU On-Line – 04/07/2010

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Schillebeeckx: um artesão da aplicação do Concílio

Edward Schillebeeckx, um teólogo para hoje


Schillebeeckx “foi um pioneiro na busca de um novo paradigma em teologia, um paradigma hermenêutico que fosse adequado ao nosso estilo de modernidade e pós-modernidade.” Essa é a opinião do teólogo dominicano francês Claude Geffré, em artigo para o jornal Il Gallo, nº. 4, de maio de 2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

O teólogo dominicano Edward Schillebeeckx nos deixou no dia 23 de dezembro de 2009 aos 95 anos. Com ele, desapareceu um dos grandes teólogos católicos do século XX. Ele foi uma das testemunhas privilegiadas das expectativas da Igreja pré-conciliar, um especialista influente da obra do Vaticano II, um artesão incansável da acolhida do Concílio ao longo de todo o último terço do século XX. Como se sabe, com Yves Congar, Karl Rahner e Hans Küng, ele foi um dos fundadores, em 1965, da Revista Concilium, na qual publicou numerosos artigos que fizeram época.

Nascido em Anversa em 1914, entrou para os dominicanos em 1934, começou o seu ensino em Louvain. Mas, desde 1958, tornou-se titular da cátedra de teologia dogmática da Universidade de Nijmegen até a sua aposentadoria em 1983. Até os últimos anos da sua vida, a sua batalha de teólogo foi estreitamente ligada à grave crise que a Igreja holandesa atravessou na sua busca de renovação doutrinal e litúrgica no rastro do Concílio Vaticano II. Particularmente, ele foi um dos inspiradores do famoso Catecismo dos bispos holandeses.

Para entender a fundo o seu percurso intelectual, é útil lembrar que, no término dos seus estudos junto aos dominicanos de Louvain, ele residiu nos arredores de Paris, entre 1946 a 1947, junto às Faculdades Dominicanas de Le Saulchoir para preparar a sua tese de doutorado, que foi publicada em uma nova versão só em 1960, com o título “Le Christ, sacrement de la rencontre avec Dieu” (Paris, Ed. Du Cerf). Ele teve então a oportunidade de se encontrar com os padres Yves Congar e principalmente Marie-Dominique Chenu, ao lado dos quais adquiriu uma viva consciência da historicidade não só dos sistemas teológicas, começando pelo tomismo, mas também dos enunciados dogmáticos.

Frequentando, enquanto isso, os cursos da Sourbonne e da Ecole Pratique des Hautes Etudes, teve a possibilidade de se familiarizar com as principais correntes do pensamento contemporâneo, particularmente a fenomenologia do filósofo Maurice Merleau-Ponty.

O teólogo de Nijmegen nos deixou uma obra considerável. Por mais de 40 anos, ele foi o guia precioso de pelo menos duas gerações de professores e estudantes na Europa e nos Estados Unidos. Tomando distância pouco a pouco do neotomismo dos dominicanos de Louvain, foi um pioneiro na busca de um novo paradigma em teologia, um paradigma hermenêutico que fosse adequado ao nosso estilo de modernidade e pós-modernidade.

Em outros termos, a mensagem cristão sempre é objeto de uma interpretação, em estreita relação com a experiência histórica dos homens. Ele podia, então, escrever que “o cristianismo é menos uma mensagem em que se deve crer do que uma experiência de fé que se anuncia”. Não basta renovar a linguagem da fé para adaptá-la à sensibilidade contemporânea. É o próprio sentido da Revelação que deve ser condicionado pelo espírito humano em uma dada época histórica.

“Fedele alla fides quaerens intellectum” [fiel à fé que busca a inteligência] do seu mestre Tomás de Aquino, ele procurou apaixonadamente manifestar a pertinência da mensagem evangélica no contexto do hiperssecularismo e da morte de Deus. Principalmente após a sua primeira viagem aos Estados Unidos em 1966, parecia-lhe urgente – para além de todos os fundamentalismos – reinterpretar o sentido da Revelação em função de um novo momento da história do pensamento. Tornou-se, assim, o autor de uma teologia no rastro de uma correlação crítica recíproca entre a experiência fundamental da primeira comunidade cristã e a experiência histórica dos homens do nosso tempo.

Trata-se, portanto, de recolher os dados da exegese moderna para melhor discernir os elementos fundamentais da experiência cristã fundamental da primeira comunidade cristã… E, ao mesmo tempo, para um melhor diagnóstico da experiência histórica do homem da modernidade, ele leva em consideração as mais atualizadas ensaísticas no campos da fenomenologia, das ciências da linguagem, da psicologia, da sociologia e da teoria crítica da sociedade.

Assim, ao término de uma vastíssima pesquisa histórica sobre Jesus de Nazaré, Schillebeeckx é o autor de uma cristologia narrativa pré-dogmática. Ele pensava, com efeito, que a soteriologia deve preceder a cristologia. Ele não nega os grandes dogmas da tradição eclesial sobre o Cristo Senhor, mas pensa que eles devem ser reinterpretados à luz dos dados incontestáveis sobre o Jesus da história.

Por falta de traduções, conhece-se mal esse seu trabalho monumental sobre a cristologia, mas é possível se informar a respeito dele a partir de dois grandes volumes publicados nos Estados Unidos: “Jesus. An Experiment in Christology” (1961) e “Christ. The Experience of Jesus as Lord” (1990). Ele planejava escrever um terceiro volume consagrado à Igreja. Mas, cansado das controvérsias do pós-Concílio sobre a boa recepção do Vaticano II, renunciou ao projeto e propôs uma reflexão original sobre a salvação cristã para o homem de hoje.

Esse livro, traduzido ao inglês com o título “The human story of God” (1990), apareceria em francês pelas Editions du Cerf com o título “L`histoire des hommes récit de Dieu” (1992) e em italiano, publicado pela Queriniana, como “Umanità, la storia di Dio” (1992). Como indica o título, trata-se de interrogar-se sobre o modo em que Deus é contado na história humana. A Igreja é realmente o sacramento da salvação, mas o teólogo de Nijmegen tem a preocupação de mostrar que é toda a história humana, a das culturas e a dos movimentos de libertação e também a das religiões, que pode ser sacramento de salvação. Para além do eclesiocentrismo da teologia da Contra-Reforma, sintetizado pelo slogan “fora da Igreja não há salvação”, é preciso, ao contrário, dizer “fora do mundo não há salvação”.

Schillebeeckx demonstra como o Concílio Vaticano II tomou distância da identificação entre a Igreja Católica Romana e a Igreja corpo místico de Cristo e tira disso todas as suas consequências para o diálogo ecumênico e a teologia das religiões. Nesse sentido, ele inspira diretamente os trabalhos do colega jesuíta Jacques Dupuis que busca elaborar uma teologia das religiões entendida como teologia do pluralismo religioso.

O teólogo dominicano é, assim, o representante de uma teologia da salvação em ruptura com o catolicismo intransigente, que dominou o pensamento teológico até às vésperas do último Concílio, mas ele se referia à teologia dos Padres Gregos, a das sementes do Verbo. Em conclusão, a sua teologia da salvação é inseparável de uma teologia da criação, segundo a qual a história é uma teofania de Deus, toda vez que ela se move rumo á plenitude do homem autêntico. Como outros teólogos no irrequieto ambiente da revista Concilium, Schillebeeckx conheceu às vezes vivas tensões com o magistério romano.

Ele teve que responder às perguntas da Congregação para a Doutrina da Fé em 1968, em 1973 e em 1984. Foi a propósito dos seus trabalhos sobre a lei do celibato eclesiástico e, de modo mais grave, no tempo do seu posicionamento sobre o ministério ordenado e a presidência da eucaristia nas assembleias sem padre. A sua própria cristologia também suscitou inúmeras interrogações, mas ele soube responder com precisão às perguntas da Congregação para a Doutrina da Fé e, diferentemente de seu colega Hans Küng, nunca foi condenado.

Apesar das dificuldades e das suspeitas, ele sempre deu prova de uma grande serenidade e confiança indestrutível na sua missão de teólogo a serviço da Igreja. É por isso que, no momento de publicar um livro que é uma espécie de testamento espiritual, ele escolheu o título “Je suis un théologien heureux” (Cerf, 1995). Diante dos temíveis desafios da Igreja do século XXI, o teólogo dominicano não teve outra paixão durante toda a sua longa vida que responder à pergunta que ele formulava assim: “De que modo anunciar o Reino de Deus como salvação para o homem na nossa situação atual?”. E, concluindo um dos seus últimos artigos, em 2005, na revista Angelicum, escrevia: “Na convicção forte do fato de que o Deus vivo é um Deus dos homens, um `Deus humanissimus`, eu continuo sendo um crente otimista!”.

Fonte: Notícias: IHU On-Line – 14/05/2010

Concilium reflete sobre os Pais da Igreja na AL

O fascículo 333 (2009/5) da Revista Internacional de Teologia Concilium reflete sobre os Pais da Igreja na América Latina. Organizado por Silvia Scatena, Jon Sobrino e Luiz Carlos Susin.

Diz o editorial:
… Pareceu-nos que o centenário do nascimento do “bispinho” [Dom Helder Câmara] impunha também a Concilium uma reflexão. Assim, pensamos dedicar um fascículo de 2009 a algumas grandes figuras de bispos latino-americanos da geração do concílio, de Medellín e de Puebla, não só para lembrar o papel decisivo que elas desempenharam no forjar um novo modelo episcopal e uma nova imagem de Igreja continental, mas sobretudo para procurar focalizar alguns dos nós teologicos subjacentes à sua práxis pastoral e, em certas casos, à sua entrega martirial… uma reconsideração teologicamente prudente dos legados peculiares de algumas grandes figuras de “bispos proféticos”…

Sumário

Editorial
Os Pais da Igreja na América Latina

Parte I – Artigos1. José COMBLIN – Os Santos Pais da América Latina
2. Gustavo GUTIÉRREZ – “Se fôssemos índios… “: Bartolomé de Las Casas
3. José Oscar BEOZZO – Magistério coletivo no Episcopado latino-americano e caribenho
4. Luiz Carlos Luz MARQUES – Helder Pessoa Câmara, bispo para o mundo
5. Giancarlo COLLET – Leónidas Proaño – Bispo dos índios
6. Alicia Puente LUTTEROTH – Sergio Méndez Arceo, um caminho episcopal de conversão permanente
7. Tânia Maria Couto MAIA – D. Aloísio Lorscheider: o “bispo-pastor”
8. Jon SOBRINO – Com Dom Romero Deus passou por El Salvador
9. Ana Maria BIDEGAIN/Maria Clara BINGEMER – A matrística latino-americana começa a ser reconhecida?
10. Elmar KLINGER – Os Pais da Igreja universal na América Latina

Parte II – Forum Teológico
(4 artigos com diversos temas)

Um Sínodo sobre a Criação?

A urgência de um Sínodo sobre a Criação


O padre da Sociedade Missionária de São Columbano da Irlanda, Pe. Sean McDonagh, defendeu um Sínodo sobre a Criação se o magistério oficial da Igreja sobre a ecologia quiser superar a sua infância. Essa foi a sua mensagem dirigida às centenas de participantes, de diversas religiões, do encontro ocorrido no Santa Sabina College, em Strathfield, na Austrália, no dia 10 de abril, para analisar a Mensagem de Ano Novo de 2010 do Papa Bento XVI, “Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação”. A nota é do site oficial dos padres columbanos australianos, 13.04.2010.

Fonte: Notícias: IHU On-Line – 21/04/2010

O Vaticano II e o livro de John W. O’Malley

Toda história é tanto contínua quanto descontínua. Eu não conheço nenhum bom historiador que diga que o Vaticano II foi uma ruptura na história da Igreja no sentido de que foi uma quebra radical com a Tradição. Essa é uma acusação irresponsável lançada sobre historiadores responsáveis por pessoas que falam mais a partir da ideologia do que do exame dos escritos dos historiadores que elas atacam, afirma John W. O’Malley em ”Um outro concílio? Só se for em Manila ou no Rio, não em Roma” Entrevista especial com John W. O’Malley, publicada por Notícias – IHU On-Line, em 23/01/2010.

Tenho ouvido, aqui e ali, elogiosas referências ao livro de John W. O’Malley, O que aconteceu no Vaticano II. O livro chegará aqui? Quando?

Algumas leituras sobre o Vaticano II. E sobre o livro de J. W. O’Malley.

:: A primavera interrompida. O projeto Vaticano II num impasse

:: Dois livros que me impressionam: Helder e Martini

:: O’MALLEY, J. W. Che cosa è successo nel Vaticano II. Milano: Vita e Pensiero, 2010, 400 p. – ISBN 9788834317495.

:: O’MALLEY, J. W. What Happened at Vatican II. Cambridge: Belknap Press of Harvard University Press, 2010, 400 p. – ISBN 9780674047495 (Paperback) — Hardcover: 2008 – ISBN 9780674031692.

:: Sem o Vaticano II a Igreja poderia ter desaparecido

 :: Viva o Concílio Vaticano II: novo site

Uma nova teologia da criação

Ecologia e nova cosmologia: implicações teológicas

Guillermo Kerber

(…) É o historiador Thomas Berry que vincula a ecologia e a nova cosmologia com um novo relato, uma nova narração que correspondam ao novo momento histórico que a humanidade vive. Para Berry, “estamos agora entrando em um novo período histórico, período que poderíamos designar como a era ecológica”. Para ele, os problemas vividos nos últimos dois séculos foram causados, em grande parte, por nossos modos limitados de pensar, marcados pela referência científico-tecnológica. A era ecológica, na qual estamos entrando agora, é uma era complementar, que sucede a era tecnológica. Se esta foi caracterizada em boa medida pelo desencantamento do mundo, a era ecológica e a nova cosmologia fomentam uma profunda consciência da presença do sagrado em cada realidade do universo. Dessa forma, a era ecológica é também uma nova era religiosa. Nela, a dimensão da transparência divina completa as categorias de imanência e transcendência. (…) Essa transcendência como atributo de Deus é o que os teólogos chamam de panenteísmo.

O que é o panenteísmo? Etimologicamente, panenteísmo (do grego: ”pan”, tudo; ”en”, em; ”theós”, Deus), isto é: Deus em tudo, e tudo em Deus. Deus está presente no cosmos, e o cosmos está presente em Deus. (…) O panenteísmo é, pois, a visão de que a criação e seus processos estão de alguma forma ”em” Deus, apesar de que Deus é mais do que a criação.

Uma consequência teológica importante é que o panenteísmo, ao destacar a presença de Deus na Criação, pode afirmar como verdadeiras não só imagens pessoais, mas também transpessoais do Divino. (…) Pode-se falar com sentido do divino como do Mistério e da Aventura do Universo, do Uno e do Contexto último e do Oceano cósmico, mas também como Mãe, Pai. Não deveríamos, consequentemente a esta proposta, ficar fixos em imagens particulares. Em vez disso, podemos e deveríamos ser capazes de aceitar imagens diversas, tolerantes às necessidades dos outros de imaginar Deus em formas diferentes às nossas. (…)

Assumir essa perspectiva da teologia ecológica nos obriga, pois, a nos perguntarmos: quais são as imagens que melhor refletem o Deus revelado por Jesus no mundo atual, oprimido pela crise ambiental?

O Cristo Cósmico

Refletir sobre a presença de Deus no mundo nos leva a pensar a Cristologia. Para Mathew Fox, é a imagem do Cristo Cósmico que permite aflorar uma nova cosmologia. Assumir essa perspectiva do Cristo Cósmico implicará em uma mudança profunda nas representações mentais, uma mudança de paradigmas: um salto do antropocentrismo a uma cosmologia viva; de Newton a Einstein; de uma mentalidade em partes ao todo; do racionalismo ao misticismo; da obediência à criatividade como primado da virtude moral; da salvação pessoal à cura comunitária; do teísmo (Deus fora de nós) ao panenteísmo (Deus em nós, e nós em Deus); da religião da queda-redenção à espiritualidade centrada na criação. Mas o Cristo Cósmico não está no além, mas se manifesta em nós, que somos chamados a ser profetas do cosmos (justiça) sobre o caos (desordem e injustiça).

A perspectiva do Cristo Cósmico é a única possibilidade, para Fox, de impedir a morte da Mãe Terra. (…)

Uma nova teologia da criação

Afirmar um universo em expansão e em evolução e que a criação está em Deus e que Deus está na criação significa reconhecer a presença do Espírito Santo que constantemente recria a Criação. Ela é um processo permanente, não algo que ocorreu simplesmente no passado, mas sim algo que está ocorrendo no presente e irá ocorrer no futuro.

Considerar a criação como um processo está diretamente vinculado à teologia processual, uma das fontes da nova teologia ecológica. Essa corrente teológica tem, para Rosemary Radford-Ruether, por exemplo, muitas afinidades com o pensamento de Teilhard de Chardin, particularmente no que tem a ver com a realidade da “mente” em todas as criaturas, inclusive nos movimentos das partículas subatômicas.

A referência a Teilhard é interessante já que ele também fala do Cristo Cósmico e da transparência de Deus. “O grande mistério do cristianismo não é a aparição, mas sim a transparência de Deus no universo. Oh sim, Senhor, não apenas o raio que aflora, mas o raio que penetra. Não tua Epifania, Jesus, mas sim tua Dia-fania”. Dessa forma, o panenteísmo, ao destacar a transparência de Deus, se converte em um vínculo entre a imanência (estar dentro de) e a transcendência (estar além de), expressadas acertadamente na clássica formulação de Santo Agostinho: “Deus é mais íntimo do que meu íntimo, e superior ao mais alto que há em mim”. (…)

O panenteísmo revela, além disso, o sentido profundo de sacramentalidade de todas as coisas. Se Deus está em toda a criação, cada criatura é sinal do Criador. Mas, em chave escatológica, devemos reconhecer um processo evolutivo inacabado, razão pela qual a sacramentalidade será sempre fragmentada e velada. Só no final se dará o descanso sabático de toda a criação. (…)

E as comunidades? E os pobres? Como transmitir essa mensagem às comunidades? Somos conscientes de que muitos dos termos acima mencionados podem ser difíceis de transmitir na catequese, nas celebrações, nas comunidades de leitura da Bíblia etc. Mas não são mais do que outros conceitos teológicos tradicionais. Um importante trabalho de divulgação e assimilação é, evidentemente, necessário. Não só como forma de reinterpretar adequadamente o cristianismo diante dos desafios atuais, mas também porque as comunidades mais pobres são e serão as mais afetadas, por exemplo, pelas consequências das mudanças climáticas, como reconhece o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que pode ser considerado a opinião de consenso da comunidade científica sobre essa problemática. (…)

Em um diálogo com a nova cosmologia e a ecologia, o horizonte libertador da teologia, característico da teologia latino-americano deve se ampliar, reconhecendo que toda a criação deve ser libertada, começando pelas comunidades mais vulneráveis, os pobres, os indígenas, levando-se em conta também as culturas e as espécies que estão desaparecendo.

A crise das mudanças climáticas é um claro exemplo de que a Terra como um todo está ameaçada. Mas também é importante reconhecer que nem todos contribuíram da mesma maneira, nem sofrerão os efeitos da mesma forma. Por isso, a dimensão de justiça, que implica, entre outras coisas, no reconhecimento da responsabilidade histórica dos países industrializados, deve ser incluída em uma reflexão teológica que assuma a ecologia e a nova cosmologia. Assim, junto à necessária reformulação dos conteúdos dogmáticos da teologia, a espiritualidade e a ética também devem ser adequadas a esses novos desafios.

Fonte: Notícias – IHU On-Line: 05/04/2010.

Original em italiano: Ecologia, nuova cosmologia e implicazioni teologiche – Guillermo Kerber – Adista: 29/03/2010

 

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Qual é o futuro da teologia? Para onde ela vai?

Em Notícias: IHU On-Line de 18/03/2010, leio:

O fascinante futuro da teologia

Publicamos aqui alguns trechos do artigo do teólogo espanhol José María Vigil, presente no último livro da série “Pelos muitos caminhos de Deus“, editados pela Associação de Teólogos e Teólogas do Terceiro Mundo. Esse último volume, em seu número 5, é intitulado “Rumo a uma teologia planetária“, abordando o diálogo e o entrecruzamento entre a teologia da libertação mundial e a teologia do pluralismo religioso. O artigo foi publicado na revista italiana Adista em 15/03/2010.

Vale a pena ler este texto que coloca questões importantes. E que termina perguntando:
Qual é o futuro da teologia? Para onde ela vai? Fecundado por tantos paradigmas novos e por tantas experiências em curso, o futuro da teologia é promissor e sedutor para quem se deixa fascinar por essa inquietação radical do ser humano, do ser humano religioso que sempre busca entender a sua própria religião. Sem dúvida, estamos em um tempo de mudança radical, de formas novas de teologia que não foram nem sonhadas. O futuro é de quem se arrisca apontando para essa tarefa de refundação teológica.

Mas que começa constatando:
Para alguns, a pergunta [Qual é o futuro da teologia? Para onde ela vai?] é inútil, porque a teologia seria sempre a mesma, uma teologia perene. E deveria ser assim também no futuro. Pelos séculos dos séculos. Ela deveria buscar, simplesmente, ser fiel à sua missão de sempre e de “custodiar fielmente o depósito da fé”. Mas essa visão estática não resiste à verificação histórica. Porque, na realidade, a teologia não fez nada mais do que mudar, evoluir, constantemente, desde o seu início. (…) Segundo a definição anselmiana, a teologia é “fides quaerens intellectum“, fé que quer compreender. “Fides“, aqui, não é a fé como uma entidade abstrata, sem sujeito… Quem quer compreender são os sujeitos crentes, que querem entender aquilo em que creem. Pois bem, com a mudança dos sujeitos crentes, geração após geração, em contextos históricos que em cada tempo são diversos, a sua busca de compreensão – “quaerens intellectum” – inevitavelmente evoluiu (…). Na última parte do século passado, as comunicações, as migrações, o turismo, a própria mundialização diversificaram enormemente as sociedades. A maior parte do globo se tornou pluricultural e plurirreligiosa. Desapareceram quase totalmente as sociedades homogêneas, monoculturais e monorreligiosas em que se podia fazer teologia no interior de uma única religião, sem compreender as perguntas que surgem das reivindicações de verdade de outras religiões (…). Antes ou depois, com maior ou menor consciência, os crentes querem finalmente compreender a relação da sua própria fé com os outros credos e reinterpretar as antigas respostas herdadas à luz desse pluralismo. É a teologia das religiões (nunca na história a teologia havia se colocado a questão das outras religiões), que depois se chamou teologia do pluralismo (que se pergunta: esse pluralismo é de fato ou de direito?) e que desemboca, enfim, na teologia pluralista: uma perspectiva nova, antes inimaginável na maior parte das religiões. Se na sociedade convivem, agora, inevitavelmente, muitas religiões (…), o crente não quer saber só da sua própria religião, mas quer saber também o que as outras dizem. A teologia responde não com a resposta única de uma só religião, mas com o leque de respostas que as diversas religiões fornecem, para que a pessoa possa se enriquecer com tudo isso. Nunca aconteceu algo semelhante na história da teologia: trata-se da teologia comparativa. Nesse contexto inter-religioso, são muitos os crentes – mesmo que ainda representem uma exceção – que têm uma experiência religiosa plural, que vivem a sua própria experiência religiosa em mais de uma religião. Têm um duplo pertencimento ou às vezes um pertencimento múltiplo. Obviamente, são muitos mais aqueles que acreditam que isso não seja possível ou que seja errado… e fazem bem ao não buscar experimentar. Mas o fato surpreendente daqueles que vivem um pertencimento múltiplo interpela a teologia com uma outra pergunta inédita: por que não deveria ser possível uma teologia inter-religiosa, multifé? A possível teologia inter-religiosa, apoiada por alguns, desprezada por outros, está aí, mesmo que em fase de experimentação.

E qual seria o perfil da teologia do futuro? José María Vigil arrisca o seguinte quadro:

“A maior parte das formas de teologia dos últimos tempos pode continuar, cada uma no nicho em que foi sistematizada. Mas a meu ver isso não impede que, na evolução da teologia, possa se descobrir uma direção, um sentido que indique um certo perfil previsível da teologia do futuro.

Na nossa modesta opinião, essa teologia teria as seguintes características:

:: Não será mais uma teologia que coloque muito o acento sobre o ‘teo’, porque aumentará sempre mais o conhecimento, em todas as latitudes, de que o teísmo é um modelo de compreensão/expressão da nossa concepção da divindade, não uma descrição certa e menos ainda imprescindível da ‘Realidade última’;

:: Não será, nem com muito entusiasmo, ‘logia’, porque nesse ponto já descobrimos em nível mundial as deficiências da unilateralidade do discurso racional que exalta o ‘logos’ a despeito de outras dimensões mais sutis do conhecimento humano;

:: Será confessional quando for útil – para o serviço teológico no interior de ministérios ou âmbitos de uma determinada religião, obviamente – mas também saberá ser, quando necessário, não confessional, ecumênica e supraconfessional, em função do público ao qual se dirige e do âmbito em que se inscreve;

:: Será, em todo o caso, pluralista, isto é, superará o complexo de superioridade religiosa do qual quase todas as religiões do mundo sofreram, um complexo que as levou a se considerarem diretamente divinas, a única religião válida do mundo. Ora, diante da evidência de que todas as religiões são lâmpadas da riqueza infinita da Realidade última, perceberão que o pluralismo religioso é o que foi ‘querido por Deus’, em vez de ser um mal a ser combatido;

:: Mesmo quando for confessional, certamente deverá ser, sempre mais, uma teologia comparativa: na sociedade plural, deverá se encarregar da palavra das outras religiões (…) mais do que permanecer dentro de restritos limites autorreferenciais;

:: Mas mais do que simplesmente comparativa, será muitas vezes inter-religiosa, interfé, intercrente, multirreligiosa, multifé… (é ainda prematuro um vocabulário definitivo). Mesmo que hoje ela pareça ser impossível para muitos, para outros ela é uma possibilidade já em curso. Não é absolutamente excepcional a experiência de dupla ou múltipla pertença religiosa, mesmo que para muitos isso seja inimaginável. Aqueles que a experimentam estão em condições de elaborar esse tipo de teologia, e já estão em curso experiências provisórias, mas promissoras;

:: Se poderá ser não confessional, é óbvio que ela poderá ser ‘laica’, não oficial, nem clerical, nem pertencente a alguma instituição religiosa: uma teologia fora da instituição, laica, civil, espiritual, humana. Quem souber abrir os olhos provavelmente descobrirá que essa teologia já está em curso e que abre caminho, muitas vezes sem esse nome. Não é uma teologia convencional, que trabalha de maneira confessional, mas sim uma teologia que pretende simplesmente ‘humanizar a humanidade’;

:: Desde os tempos da teologia da libertação, acredito que essa qualificação não é facultativa, mas essencial: não existe teologia se não for libertadora. Mas a velha forma de teologia da libertação deve ser fecundada – e já o está fazendo – com os novos paradigmas que a seguiram. Não pode continuar sendo exclusivista, como foi originariamente, não por vontade explícita, mas de maneira inconsciente. Não poderá nem ser tão antropocêntrica como foi, também involuntariamente: agora, deverá ser cosmo-biocêntrica, para humanizar a humanidade e o planeta, a partir de uma perspectiva de eco-justiça.

Qual é o futuro da teologia? Para onde ela vai?

Fecundado por tantos paradigmas novos e por tantas experiências em curso, o futuro da teologia é promissor e sedutor para quem se deixa fascinar por essa inquietação radical do ser humano, do ser humano religioso que sempre busca entender a sua própria religião.

Sem dúvida, estamos em um tempo de mudança radical, de formas novas de teologia que não foram nem sonhadas. O futuro é de quem se arrisca apontando para essa tarefa de refundação teológica”.

CEARP: Aula Inaugural de 2010

No dia 27 de janeiro recebi uma comunicação do Secretário Geral do CEARP, Luiz Henrique Bugnolo, solicitando que, junto com os Professores Francisco de Assis Correia e Alfeu Piso, participasse da Aula Inaugural no dia 1 de fevereiro de 2010, fazendo uma memória do que vivemos ao longo dos 32 anos de existência do Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto.

Airton José da Silva - Aula inaugural no CEARP, Brodowski, em 01.02.2010Por que nós três e por que agora? Em 2008 o Curso de Teologia completou 30 anos e o CEARP 40 anos. E nenhum evento fora realizado para comemorar as datas. E nós três? Por sermos os mais antigos professores em atividade no CEARP…

Alfeu declinou do convite, pela urgência do tempo. Francisco fez um histórico da instituição desde o seu início em 1968, quando ainda se chamava Curso de Preparação ao Presbiterato. Em 11 tópicos e com muita clareza, mostrou as várias etapas de constituição e funcionamento do CEARP até hoje, apontando, também, possíveis perspectivas para o futuro.

Eu, que só cheguei aqui em 1979, quando já começava o segundo ano de Teologia, limitei-me a este curso – nunca trabalhei na Filosofia – e fiz algo um pouco diferente, que chamei pretensiosamente, creio, de Fazer Teologia no CEARP Hoje. O que vou transcrever aqui é apenas um roteiro do que falei para Diretores, Professores e alunos da Teologia e Filosofia nos 25 minutos que me foram concedidos. Durante a fala, alguns aspectos foram mais desenvolvidos do que aparecem neste roteiro.

No final, após os testemunhos e/ou questões levantadas pelos presentes, nós três, Francisco, Alfeu e eu fomos homenageados pelo Diretor Geral do CEARP, Nilton Peres, que nos entregou placas comemorativas do evento.

 

Fazer Teologia no CEARP Hoje

Abordo três pontos:
. O que é próprio da Teologia
. Algumas características do mundo atual
. Onde se insere o CEARP neste processo

> Coloco um pressuposto: Uma Teologia que não aborda os problemas de sua época não serve para nada.

:: Teologia como discurso que tematiza as relações de homens e mulheres no tempo e no espaço com as epifanias de Deus. Donde, teologias – no plural – que:

. Caracterizam-se pelo uso de sistemas conceituais, trabalhando a partir de regras bem – ou razoavelmente bem – definidas

. Distinguem-se do discurso religioso, enquanto este é altamente simbólico e tem uma preocupação direta e imediatamente prática, como os discursos catequéticos, homiléticos, proféticos etc.

. Sendo mais eficazes quando são teorias sobre a Fé e não teorias da Fé – as Teologias devem procurar produzir conhecimento e não reconhecimento

. Concluindo-se, assim, que as melhores Teologias são aquelas que não tomam o lugar da Fé e nem deixam que esta tome o seu (cf. BOFF, Cl. Teologia e Prática: Teologia do Político e suas mediações. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1993, II parte, cap. III).

:: Mundo atual como mundo plural: talvez uma das mais marcantes características da chamada pós-modernidade:

. Realidade plural: pluralismo das sociedades, culturas, religiões

. Realidade contraditória: desigualdades econômicas, sociais, culturais

. Realidade fragmentada: pessoas integradas e pessoas marginalizadas – nações inteiras – até continentes

. Onde não é mais possível postular a centralidade da cultura ocidental e nem a sua supremacia

. E nem o cristianismo como religião superior ou o Cristo “em sua roupagem ocidental” como centro absoluto, em contraposição às demais mediações históricas consideradas como relativas

. A globalização realçou as diferenças, multiplicou os discursos, acirrou os enfrentamentos e tornou inadiáveis as alianças regionais como barreiras contra a avalanche do pensamento único do único Império

. Mundo que colocou em nossas telas, e delas saltou para nossas mentes e corações, a contingência do existir: as novas mídias nos fazem partilhar, quase em tempo real, as tragédias da natureza e da sociedade e nos dão a dimensão de nossa fragilidade e de nossa força.

. Paradoxo? Homens e mulheres sempre conseguiram, nos últimos 4 milhões de anos – desde Ardi, ou Ardipithecus ramidus, “símio do chão”, uma fêmea de hominídeo primitivo, que viveu há 4,4 milhões de anos – encontrar soluções para os problemas que enfrentaram.

:: Onde se insere, neste processo, o CEARP em seus trinta e poucos anos de existência?

. O CEARP visto como estrutura de ensino (local de reprodução do saber), de pesquisa (produção do saber) e de extensão do saber (serviço à comunidade)

. Como aprendiz de Teólogo, vejo que o Curso de Teologia nos coloca três desafios:
– Aprender Teologia: apreender os conceitos básicos da área e ter o seu controle
– Fazer Teologia: todo cristão/ã faz alguma teologia quando produz um discurso religioso, mas um Curso de Teologia requer um nível mais rigoroso, exige o uso consciente de regras internas próprias do discurso teológico, herdadas da Tradição e solicitadas pela Comunidade e pelo Magistério atuais, sendo que Magistério e Teologia não estão em relação de subordinação, mas de colaboração, pois ambos estão subordinadas à Palavra e a Serviço do Povo de Deus
– Viver a Teologia: como biblista, considero como coisa séria a paixão pelo que se faz, com envolvimento total, em tempo integral; o construir o saber com método, com seriedade e rigor – sabedoria e ciência caminhando de mãos dadas; a consciência crítica que tenta se manter alerta e lúcida na rejeição do superado e no acompanhamento do que é proveitoso nas pesquisas mais recentes. Viver a Teologia como uma paixão profética! Como fazia o profeta Jeremias! Tenho desgosto e manifesto meu desapreço por uma Teologia morna e repetitiva, que olha apenas para si mesma e ignora a realidade ao seu redor. A volta aos fundamentos deveria ser para nos dar impulso, nos fortalecer face às novas situações, não para recriar um impossível passado e nele nos acomodarmos.

. Vejo, neste contexto, o CEARP com muita potencialidade, mas não totalmente desenvolvida. Muitas conquistas foram feitas nestes trinta e poucos anos, muitas iniciativas foram experimentadas com maior ou menor resultado, como seminários temáticos, revista, painéis, simpósios, palestras, melhoria significativa da biblioteca, das estruturas de ambiente e administração, semanas teológicas, semanas culturais, participação de professores em Congressos etc. Mas há – por razões internas e externas – certa estagnação, acomodação, discurso pronto, feito e satisfeito. Vejo que é preciso se lançar avante. Ousar. Sair do isolamento, da domus, do doméstico.

. Há muitas possibilidades: novas mídias, novos meios, novas produções: computadores, internet, blogs e páginas convencionais, revista eletrônica, seminários temáticos, ler e escrever, produzir, enfim.

. Ainda: debates com outras Faculdades de Teologia – questões como reconhecimento dos cursos de Teologia pelo MEC e suas consequências, a relação leigo/clero no campo do fazer teológico, a solidão teológica dos padres, o desafio das ciências e da cultura, as muitas vertentes da Teologia atual, a relação da Teologia com as Ciências da Religião, as conquistas (cada vez mais ameaçadas) do Vaticano II… São tarefas para muitos e para muito tempo.

. Como disse Kant, no início de sua fala, quando questionado sobre o significado da Aufklärung – O que são as Luzes? Sapere aude [Ouse saber]! Tenha a coragem de te servir de teu próprio entendimento*!

* Confira o texto mais ampliado e o original alemão clicando aqui

> Este texto foi publicado em Cadernos do CEARP, Brodowski, n. 12, p. 11-14, 2021.

Viva o Concílio Vaticano II: novo site

Viva il Concilio vuol essere, per ultimo, un sito web – promosso da Giacomo Canobbio, Piero Coda, Severino Dianich, Massimo Nardello, Gilles Routhier, Marco Vergottini, con i cardinali Carlo M. Martini e Roberto Tucci, e il vescovo Luigi Bettazzi. Vi si troveranno a) fonti; b) interventi magisteriali; c) saggi teologici; d) iniziative (testi, video, convegni e pubblicazioni), utili per sollecitare il popolo di Dio a leggere e interpretare “nel cono di luce del Concilio” (Paolo VI) l’agire e la testimonianza ecclesiale nell’oggi della storia… (do site Viva il Concilio)

Em Notícias: IHU On-Line, de 26/01/2010, leio:

Vivailconcilio, um sítio patrocinado pelo cardeal Martini
“O que faz com o venerável e idoso cardeal Carlo María Martini, acompanhado pelo não menos venerável cardeal Roberto Tucci, tenha tido que sair a público e dar seu apoio e ‘bênção’ a um site cujo objetivo primordial é defender o Concílio Vaticano II? A reportagem é de José Manuel Vidal, publicada no sítio Religión Digital, 25/01/2010. A tradução é de Vanessa Alves. Com este fim, acaba de nascer Viva il Concilio. E acrescenta como subtítulo: ‘Promover e revalorizar o Vaticano II’ [Promuovere e valorizzare il Vaticano II]. Uma página que apresenta suas credenciais já desde seu nome. Os promotores diretos são os dois cardeais jesuítas [Martini e Tucci], Luigi Bettazzi, bispo emérito de Ivrea e membro do setor progressista do episcopado italiano e, sobretudo, um grupo numeroso de teólogos. Entre eles, monsenhor Piero Coda, presidente dos teólogos italianos, Marco Vergottini, vice-presidente da Associação teológica italiana, Giacomo Canobbio, Severino Dianich, Massimo Nardello ou Gilles Routhier. Mas a relação dos promotores do sítio não está fechada. E, recém acabada de nascer, a página está recebendo numerosos pedidos de adesão de ‘cardeais, bispos, teólogos, sacerdotes, religiosas e leigos’. Na fachada do site, destacam-se as razões desta iniciativa. Antes de tudo, a página quer ser uma ‘ação de graças’ à ação do Espírito na história da Igreja. Em segundo lugar, reivindicar o, por alguns questionado, Vaticano II, porque ‘só renovando a fidelidade e a verdade daquele grande acontecimento espiritual poderá a Igreja católica dispor dos dons através dele recebidos e mantê-los vivos na sua memória’. Além de notícias, a página apresenta uma série de seções, como ‘fontes conciliares, documentos magisteriais, ensaios teológicos, textos, eventos, bibliografia, rubricas, fotos e vídeos'”.

Leia Mais:
Documentos do Concílio Vaticano II
[em várias línguas]