Em defesa das conquistas da exegese acadêmica

Do mesmo jornalista citado no post anterior, John L. Allen Jr., li hoje um texto que me chamou a atenção: Synod: Coming to praise Bible scholarship, not just bury it.

Texto publicado em 19/10/2008 no National Catholic Reporter Conversation Cafe, seção dos blogs do jornal.

Segundo o jornalista, em seu John L Allen Jr Daily’s blog, embora os participantes do Sínodo possuam pontos de vista divergentes, estão muito mais voltados para a firme defesa das conquistas da exegese acadêmica do que para sua crítica ou depreciação.

Transcrevo o seu texto, sem opinar, até mesmo porque não disponho de nenhuma informação direta sobre o assunto.

 

Blaming Bible scholars for a crisis of faith in the West is a time-honored exercise in Christian thought, but after a fairly tough opening round for the Biblical guild during the current Synod of Bishops in Rome, notes of praise as well as burial are beginning to be heard.

Bemoaning the corrosive influence of skeptical currents in exegesis has long been a truly ecumenical enterprise. In the early years of the 20th century, both Pope Pius X in his anti-modernist encyclical Lamentabili sane, and the Bible Institute of Los Angeles in a series of tracts called The Fundamentals: A Testimony To The Truth (from which “fundamentalism” draws its name), put scientific study of the Bible squarely in the dock.

During the first round of speech-making in the Oct. 5-26 synod, a host of bishops revived this tradition, though in less polemical fashion. Archbishop Terrence Prendergast of Ottawa, Canada, for example, suggested that a “loss of confidence among Catholics that scripture truly communicates God’s revelation” may be related to “the influence of modern Biblical scholarship on preaching.”

One could be forgiven the impression that for some bishops, modern Bible scholarship ought to come with a warning label: “May be hazardous to your faith.” Even Pope Benedict XVI got into the act, describing what he called a “so-called mainstream of exegesis in Germany” which “denies that the Lord instituted the Holy Eucharist, and says that Jesus’ corpse stayed in the tomb.”

Yet when the circoli minores, or small groups, that are currently working on propositions to be submitted to the pope gave their initial reports late last week, several came to the defense of Bible scholars. The result suggests that some synod participants may be concerned that an excessively negative tone could risk demoralizing those Bible scholars who are trying to put their talents at the service of the church [sublinhado meu].

A German-language group led by Bishop Friedhelm Hofmann of Würzburg, for example, reported on Friday afternoon that it had detected “a certain fear about the historical-critical method” in the first round of debate in the synod. The group warned that such fear could “endanger the merits and fruits of scientific exegesis.”

A properly spiritual interpretation of the Bible, Hofman’s group said, requires scientific exegesis as its “premise.”

A Spanish working group led by Fr. Julian Carrón, president of the Communion and Liberation movement, proposed that the synod offer a note of thanks to Catholic institutes of Bible studies, “especially those in Rome and Jerusalem” – a clear reference to the Jesuit-run Pontifical Biblical Institute in Rome and to the Dominican-run École Biblique in Jerusalem. Both are known for efforts to apply historical-critical tools to the study of scripture, though in the context of church teaching and tradition.

A French-language group led by Bishop Joseph Bouchard of Saint Paul in Alberta, Canada, suggested that references to Bible scholars in the synod documents be “positive,” since “the vocation of the exegete is to help the church’s judgment grow more mature.”

Taken together, the comments suggest that the synod is groping for a more balanced approach to historical-critical study, and the use of other scientific tools to understand the Bible, so that the other main point made by Benedict XVI in his brief remarks on Tuesday not get lost: Christianity is a historical religion, the pope said, not a myth, and hence it’s entirely appropriate that it be the subject of serious historical research.

Other points to emerge from the small group reports include:
• A basically positive tone with regard to Liturgies of the Word, led in many cases by laity, in regions where priest shortages dictate that there is no regular access to the Sunday Eucharist.
• A desire for deeper study of the reasons why some Catholics are defecting to Pentecostal and Evangelical movements, as well as repackaged versions of tribal and indigenous religion, in some parts of the world.
• Support for reading and reflecting on the Bible within small Christian communities, often referred to as “base communities” or “basic ecclesial communities.”
• Deeper attention to the ecumenical and inter-religious dimension of the Bible, especially in relations with Jews.
• Near-universal support for translations of the Bible into more languages, especially those spoken by poor and isolated communities.
• Division over three practical ideas that surfaced during the synod’s opening round: 1) a “compendium” or “directory” for homilists and preachers; 2) creating a special World Congress on the Word of God, analogous to existing Eucharistic Congresses; 3) revising the Lectionary, the collection of scripture readings for use at Mass. In each case, one group appeared to endorse the idea, while another expressed ambivalence or outright opposition.

The Synod of Bishops on “The Word of God in the Life and Mission of the Church” runs Oct. 5-26 in Rome.

Carlos Mesters fala sobre o Sínodo

A Palavra está presente em todos os setores da vida da Igreja

Ao falar sobre a importância dos círculos bíblicos, Frei Carlos Mesters afirma que neles “a Bíblia se torna um espelho, no qual as pessoas descobrem dimensões mais profundas da sua própria vida que antes não tinham percebido”. Para ele, na entrevista (…) concedida por e-mail para a IHU On-Line, a importância de um sínodo sobre a Bíblia no atual momento é muito grande por vários motivos, dentre os quais “o aprofundamento que a Palavra de Deus pode trazer para a vida humana” e a percepção da “importância da presença da sabedoria de Deus na leitura que os pobres do mundo inteiro fazem da Bíblia” (…) Mesters é assessor de um dos bispos brasileiros na XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que ocorre de 5 a 26 de outubro, no Vaticano. A entrevista a seguir foi elaborada em parceria com a equipe de Teologia Pública do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

 

A entrevista

Graziela Wolfart

IHU On-Line – A leitura orante da Palavra de Deus tem tido muita difusão nas comunidades eclesiais, através dos círculos bíblicos. Qual é para o senhor a riqueza deste método e qual o seu limite?

Carlos Mesters – A riqueza deste método é que a leitura orante da Palavra de Deus provoca no povo um contato direto com a Bíblia, sem intermediários, num ambiente comunitário de fé, dentro da realidade do dia-a-dia da vida. Deste modo, vai nascendo um confronto entre Bíblia e Vida. A Bíblia se torna um espelho, no qual as pessoas descobrem dimensões mais profundas da sua própria vida que antes não tinham percebido. Você pergunta: “Qual o seu limite?”. Tudo o que é humano é limitado. Um limite aparece quando os participantes do Círculo Bíblico se fecham em si mesmos e esquecem a realidade da vida ao redor. Pois a Palavra de Deus não está só na Bíblia, mas também na Vida, na natureza, nos fatos, em tudo que acontece.

IHU On-Line – Qual é a importância de um Sínodo sobre a Bíblia no momento atual? Qual é a sua apreciação do “instrumentum laboris” para o sínodo?

Carlos Mesters – A importância de um sínodo sobre a Bíblia no atual momento é muito grande por vários motivos: 1) permite uma partilha entre os bispos, participantes do Sínodo, em torno das experiências e dos problemas no uso e na leitura que o povo faz da Bíblia nas várias partes do mundo, sobretudo nos países da América Latina, África e Ásia. Uma partilha assim enriquece a todos, ajuda relativizar os problemas e faz perceber melhor o caminho, o rumo do Espírito; 2) favorece o aprofundamento que a Palavra de Deus pode trazer para a vida humana e ajuda a descobrir melhor o alcance e o significado do documento “Dei Verbum ” do Vaticano II sobre a Revelação; 3) faz perceber a importância da presença da sabedoria de Deus na leitura que os pobres do mundo inteiro fazem da Bíblia. Isto ajudará para que a exegese científica descubra melhor qual a sua contribuição para a vida das Comunidades, para a Igreja; 4) o Sínodo sobre a “Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja” completa a caminhada iniciada no Sínodo anterior sobre a Eucaristia. Quanto ao Instrumentum Laboris, a opinião geral é de que se trata de um documento bom que está dando ao sínodo um rumo positivo. O Instrumentum Laboris é o resultado das contribuições do mundo inteiro. Mostra como a Palavra está presente em todos os setores da vida da Igreja.

IHU On-Line – Que leitura o senhor faz da presença de 25 mulheres e do rabino chefe de Haifa, Israel, Shear-Yashuv Cohen, neste sínodo?

Carlos Mesters – Acho muito importante a presença das mulheres, mas ainda é pouco. Só 25 entre mais de 200 participantes. O olhar feminino descobre e revela aspectos da Palavra de Deus que o olhar masculino não percebe, e vice-versa. Os dois olhares se completam e se enriquecem mutuamente. Limitando tudo ao olhar masculino, empobrecemos a riqueza que a Palavra de Deus poderia proporcionar às Igrejas e à humanidade. Quanto à presença do Rabino chefe de Haifa, Shear-Yashuv Cohen, ela é muito significativa e muito importante nos nossos dias. Ela nos ajuda a recuperar a memória. Não podemos esquecer nunca que Jesus era judeu, nasceu judeu, viveu como judeu e morreu como judeu. Todo o Novo Testamento é uma interpretação do Antigo Testamento à luz de Jesus. Temos muito a aprender uns dos outros. No passado, essa perda de memória a respeito da nossa origem nos levou a erros e crimes ao longo dos séculos. Recuperar a memória significa recuperar nossa identidade através do diálogo com nossos irmãos judeus. Em mim nasce o desejo de que, um dia, possa fazer o mesmo com nossos irmãos muçulmanos. Judeus, cristãos e muçulmanos, somos irmãos, filhos do mesmo pai Abraão.

IHU On-Line – Por que os livros apócrifos atraem tanto ao público? Não é tempo de fazer uma leitura de como foram selecionados os livros que hoje formam a Bíblia e revisar os que ficaram de fora?

Carlos Mesters – Acho que não há o que revisar. Os livros chamados apócrifos atraem porque são considerados proibidos. Tudo que é proibido atrai. Na realidade, nunca foram proibidos. Apócrifico quer dizer que estes livros não fazem parte da lista oficial. Deveriam ser chamados de livros “não-canônicos”. É bom notar que os livros apócrifos mais tardios, escritos entre o século V e VIII, têm uma tendência anti-semita, o que não é bom. É deplorável. Alguns chegam quase a considerar Pilatos como um homem honesto que foi enganado pelos judeus para condenar Jesus. Isto não corresponde à verdade histórica.

IHU On-Line – Que hermenêuticas o senhor apontaria como importantes, hoje, na leitura da Palavra, para não cair em fundamentalismos, literalismos ou leituras ideológicas?

Carlos Mesters – Todas as hermenêuticas que ajudam o povo a descobrir a presença da Palavra de Deus na vida são importantes: a hermenêutica feminina, a negra, a indígena, a leitura que os pobres fazem da Bíblia, enfim, tudo que faz a gente olhar os textos com um olhar a partir da realidade das pessoas. Resumindo, acho importante seguir os três passos do método ou da hermenêutica que Jesus usou com os discípulos na estrada de Emaús. O primeiro passo: aproximar-se das pessoas, escutar sua realidade e seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que as ajudem a olhar a realidade da vida com um olhar mais crítico (Lc 24,13-24). O segundo passo: com a luz da Palavra de Deus iluminar a situação que os fazia sofrer e os levou a fugir de Jerusalém para Emaús; usar a Bíblia para fazer arder o coração (Lc 24,25-27). O terceiro passo: criar um ambiente orante de fé e de fraternidade, onde possa atuar o Espírito que abre os olhos, faz descobrir a presença de Jesus e transforma a cruz, sinal de morte, em sinal de vida e de esperança. Assim, aquilo que antes gerava desânimo e cegueira, torna-se luz e força na caminhada (Lc 24,28-32). O resultado do uso da Bíblia é o de criar coragem e voltar para Jerusalém, onde continuam ativas as forças de morte que mataram Jesus, e experimentar a presença viva de Jesus e do seu Espírito na experiência de Ressurreição (Lc 24,33-35). O objetivo último da Leitura Orante da Bíblia ou da Lectio Divina não é interpretar a Bíblia, mas sim interpretar a vida. Não é conhecer o conteúdo do Livro Sagrado, mas, ajudado pela Palavra escrita, descobrir, assumir e celebrar a Palavra viva que Deus fala hoje na nossa vida, na vida do povo, na realidade do mundo em que vivemos (Sl 95,7); é crescer na fé e experimentar, cada vez mais, que “Ele está no meio de nós!”

 

Outros pontos de vista sobre o Sínodo podem ser vistos no texto do jornalista norte-americano John L. Allen Jr. publicado no National Catholic Reporter em 17/10/2008 e reproduzido por Notícias: IHU On-Line em 20/10/2008.

O Sínodo sobre a Bíblia em busca de um meio termo

Pode-se dizer que o sínodo, dedicado ao à “Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”, está tentando caminhar num curso médio entre dois extremos: o fundamentalismo bíblico e o ceticismo secular. O cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, contou ao NCR, na quinta-feira, que ele considera esses aparentes opostos, em certo sentido, em simbiose: quando fundamentalistas fazem pedidos sobre a Bíblia que não podem ser reconciliados com a razão, disse, isso alimenta o ceticismo sobre a Bíblia na cultura em geral.

O objetivo do sínodo poderia ser expresso, entretanto, como um despertar de uma paixão renovada pela escritura, enquanto, simultaneamente, encoraja os católicos a ler a Bíblia dentro da tradição viva da igreja – aí, ou mais ou menos por aí, a teoria anda, sustentando fé e razão juntas.

Darei um rápido resumo dos encontros até agora, primeiro olhando áreas de consenso geral e, depois, três tensões que, a seu tempo, permanecem não resolvidas.

Consenso geral

De muitas maneiras, o que é mais notável nesse sínodo é o consenso amplo na maioria dos pontos em geral, o que permitiu a discussão para, rapidamente, passar para o mundo da pastoral e da prática. As idéias a seguir foram repetidamente afirmadas no sínodo, virtualmente sem dissenso:

. A “Palavra de Deus”, no entendimento católico, é mais ampla do que os textos escritos da escritura. Ela se refere principalmente a uma pessoa, Jesus Cristo, por isso é teologicamente incorreto descrever a cristandade (pelo menos na sua forma católica) como uma “religião do livro”.
. A escritura deve ser lida no contexto da igreja, isto é, sua tradição, ensinamentos e culto doutrinais. Dentre outras coisas, esse ponto implica em um maior acento na relação entre a Bíblia e a liturgia, especialmente a Missa.
. A Bíblia não é simplesmente uma parte da literatura antiga, e por isso não pode ser interpretada exclusivamente por meio das lentes da história e da crítica literária. A interpretação bíblica deve ir mais a fundo, rumo a uma “exegese teológica”, que relacione estudo especializado da Bíblia e a fé viva da igreja e os desafios pessoais de pessoas reais.
. A Bíblia é uma ponte natural para melhores relações com outros cristãos e com os judeus, já que ela representa uma “casa comum” compartilhada, apesar das óbvias diferenças na interpretação.
. A Igreja é obrigada não apenas a proclamar a Palavra de Deus, mas também a escutá-la. Esse é um desafio especial, diversos oradores indicaram, em um mundo em que o escutar é freqüentemente uma arte perdida.

Vários pontos práticos estiveram sob tensão tão freqüentemente que eles também são apostas seguras a estar entre as proposições finais: a necessidade de melhores homilias; uma prática mais ampla da LectioDivina, isto é, o uso da Bíblia na oração; a necessidade de se traduzir a Bíblia, tornando-a disponível em todas as línguas, especialmente em áreas isoladas do mundo em desenvolvimento onde não há edição na língua local – ou onde a língua local é ainda inteiramente oral.

Tensões

1. Ministros leigos da Palavra

Um ponto imprevisto que esteve cozinhando em fogo lento no sínodo, sem nunca ter estourado realmente no debate aberto, se refere à crescente prática de liturgias da Palavra, lideradas em grande parte por leigos, em várias partes do mundo – especialmente em regiões do mundo em desenvolvimento, onde a escassez de padres é muito aguda. Na quinta-feira, o bispo Luis Tagle da diocese de Imus, nas Filipinas, disse que esse assunto fez “as pessoas hesitarem” no sínodo.

A precaução é tanto teológica quanto prática. Teologicamente, se se supõe que a Eucaristia deve ser “a fonte e o auge” da vida cristã, ninguém quer se render à idéia de que ela não estaria regularmente disponível para uma crescente fileira da população católica. Praticamente, alguns bispos temem que a promoção muito agressiva de ministros leigos poderia, na realidade, aumentar o problema ao desencorajar alguns rapazes jovens de buscar o sacerdócio.

Por outro lado, o problema mais grave é que, em algumas regiões, muitos católicos não teriam nenhum contato com a igreja, pelo menos em uma base regular, se não fossem as liturgias da Palavra. A realidade é que, em alguns lugares, um padre é visto agora como tradicionalmente sempre se viu um bispo: uma figura de autoridade e um importante ponto de referência, mas não alguém que se espere para ver a cada domingo. Nesse sentido, disse Tagle, a questão real é provavelmente como melhor formar e treinar ministros leigos para que possam ajudar as pessoas a ver as liturgias da Palavra como uma preparação para a Eucaristia, “quando ela for disponível”.

Um bispo ocidental contou à NCR nesta semana que a discussão no sínodo sobre os ministros leigos da Palavra tem sido um “substituto” para os debates sobre o viri probati, ou seja, a ordenação de homens casados ao sacerdócio católico. Se é assim, isso poderia ajudar a explicar por que o sínodo não está tão certo do que dizer.

2. O método histórico-crítico

Se tudo o que importasse nesse ponto fossem generalizações, não haveria problema. Algumas fórmulas como a seguinte poderiam comandar quase um irresistível consentimento: o método histórico-crítica é valioso, mas não é o bastante. Ele precisa ser integrado à reflexão teológica mais ampla da Igreja, o que implica que os teólogos e exegetas trabalhem e se dêem bem.

O diabo, entretanto, está nos detalhes. No sínodo, alguns imprimem claramente um tom mais positivo com relação ao estudo acadêmico da Bíblia, usando as ferramentas essencialmente seculares da pesquisa histórica e da crítica literária, dentre outras. Levada caracterizou o contraste: “Alguns criticaram o método histórico-crítico, baseados em que é difícil superar as suposições filosóficas que formam a sua base para muitos dos seguidores originais do método”, disse. “Outros o vêem como uma ferramenta útil para chegar a uma melhor compreensão do sentido literal e histórico da escritura”.

Em sua fala solitária ao sínodo até agora, o Papa Bento XVI tocou precisamente nesse ponto, argumentando essencialmente que os estudiosos que usam o método histórico-crítico devem tomar a fé da igreja como o seu ponto de partida.

Nesse ponto, dois desafios se apresentam.

Primeiro, o balanço apropriado deve ser impresso nos documentos conclusivos do sínodo. Se há muita crítica aos exegetas e ao método histórico-crítica, os estudiosos bíblicos católicos podem se sentir sob ataque, ou que o relógio está girando ao contrário em ferramentas que eles agora assumem como dadas. Se a linguagem é muito suave, entretanto, então o desejo claro por uma leitura mais “teológica” da escritura poderia se perder no meio do palheiro.

Segundo, há a questão prática de como, exatamente, colocar os teólogos e os exegetas em uma conversa mais profunda, especialmente dada a natureza hiper-compartimentalizada da vida acadêmica nos dias de hoje. Esse pode ser o ponto sobre o qual há muito drama – irá o sínodo se restringir a um fervorino sobre a relação entre a exegese e a teologia, simplesmente ecoando os pontos básicos apresentados pelo PapaBento XVI na terça-feira, ou ele irá realmente oferecer sugestões concretas para fomentar elos mais próximos entre os especialistas bíblicos, os teólogos e os pastores?

O padre da ilha filipina de Basilian, Thomas Rosica, um canadense que está lidando com comunicados de imprensa do sínodo em inglês e que é também um estudioso bíblico, ofereceu uma metáfora memorável daquilo que está em jogo.

“Muitos de nós foram treinados como cirurgiões”, disse, na quinta-feira, querendo dizer que os exegetas aprendem a fazer cortes muito precisos no texto bíblico – determinando qual é o sentido exato de uma dada forma verbal, ou detalhando os contextos sociais das comunidades de João e de Lucas.

“O que esquecemos às vezes é que estamos operando com um corpo vivo, não com um cadáver”, disse Rosica. “Espera-se que sejamos cirurgiões cardíacos, não médicos-legistas. O sucesso é definido se o corpo sobrevive à cirurgia”.

3. Infalibilidade da Bíblia

Alguns bispos, como o cardeal George Pell, de Sydney, Austrália, lançou a idéia de que a Congregação para a Doutrina da Fé produza um documento sobre a infalibilidade da Bíblia, no sentido de resolver o que tem sido uma questão em aberto desde o Concílio Vaticano II (1962-65) e seu documento sobre a revelação divina, Dei Verbum.

Esse ponto se torna rapidamente técnico, mas, na essência, eis aqui o que está em jogo: quanto da Bíblia é “inspirado” e livre de erros? É apenas o que se poderia chamar do conteúdo “teológico” da Bíblia, isto é, aquilo que ela ensina sobre a salvação? Ou toda a Bíblia é infalível, e por isso “verdadeira”, mesmo que isso não signifique necessariamente uma verdade literal ou factual?

O cardeal Francis George, de Chicago, amplamente visto como um dos pensadores líderes dos níveis mais superiores da igreja, disse em entrevista nesta semana que a segunda opção representa melhor “onde estamos hoje”, mas reconhece que a questão não foi resolvida.

Há uma espécie de dinâmica Cila1 e Caríbdis2 inerente a esse debate. Contorce-se muito ao dizer que só as partes teológicas da Bíblia são inspiradas, e pode parecer que a igreja está flertando com o ceticismo. Vai muito longe ao dizer que a infalibilidade se aplica a cada vírgula do texto, e pode acabar em um tipo de fundamentalismo católico.

Independentemente de qual visão se tome, também há a questão concreta sobre se agora é o momento certo de o Vaticano dizer alguma coisa. Mesmo que essa seja uma visão razoavelmente cínica das coisas, é freqüente o caso de pessoas que clamam por uma declaração do Vaticano quando eles pensam que irão receber a resposta que querem. Por outra parte, tendem a sugerir que ainda não é “oportuno” publicar um documento.

Será, por isso, fascinante assistir como exatamente o sínodo irá expressar suas recomendações – ele deverá escolher uma só – sobre esse ponto.

 

Se preferir, veja o original: The Synod on the Bible looks for middle ground; A ‘poignant’ press conference:
…One might say that the synod, dedicated to “The Word of God in the Life and Mission of the Church,” is trying to steer a middle course between two extremes: Biblical fundamentalism, and secular skepticism. Cardinal William Levada, Prefect of the Congregation for the Doctrine of the Faith, told NCR on Thursday that he regards these seeming opposites as, in a sense, symbiotic: When fundamentalists make claims about the Bible that can’t be reconciled with reason, he said, it feeds skepticism about the Bible in the broader culture. The aim of the synod could therefore be phrased as awakening a renewed passion for scripture, while simultaneously encouraging Catholics to read the Bible within the living tradition of the church — thereby, or so the theory goes, holding faith and reason together. I’ll give a quick summary of the proceedings so far, first looking at areas of general agreement and then three tensions that, at this stage, remain unresolved…

Sobre a necessidade da releitura

Um leitor perguntou-me, ontem, em comentário a uma postagem sobre fundamentalismo, publicada em 3 de fevereiro de 2007, sobre a localização da frase de Roland Barthes que cito ali:

Quem não relê um texto, lê, em todos os textos, sempre o mesmo texto.

Respondi no comentário, mas faço questão de colocar a indicação também nesta postagem. O que disse?

Li este livro de Roland Barthes, S/Z, em italiano, pois, naquela época estava estudando na Itália e o livro estava mais acessível nesta língua (livros em italiano eram mais baratos do que em francês!). Minha citação é livre, por isso não coloco aspas. Mas a tradução italiana, feita por Lidia Lonzi, diz:

“Coloro que fanno a meno di rileggere si costringono a leggere dappertutto la stessa storia” (p. 20)

O contexto em que aparece a citação:
“La rilettura, operazione contraria alle abitudini commerciali e ideologiche della nostra società, che raccomanda di ‘buttar via’ la storia una volta che è stata consumata (‘divorata’), perché si possa passare a un’altra storia, comprare un altro libro, e che è tollerata solo in certe categorie marginali di lettori (i bambini, i vecchi e i professori) è qui proposta in partenza, giacché essa sola può salvare il testo dalla ripetizione (coloro que fanno a meno di rileggere si costringono a leggere dappertutto la stessa storia), lo moltiplica nella sua diversità e nella sua pluralità…” (p. 20).

Tradução italiana: S/Z. Torino: Einaudi, 1973, 251 p. [edição atual: 1981, 251 p. – ISBN 880652027X]

Original francês: S/Z. Paris: Seuil, 1970, 277 p. [edição atual: 1976, 288 p. – ISBN 9782020043496]

Tradução em português: S/Z. Lisboa: Edições 70, 1999, 199 p. – ISBN 972441020X

Roland Barthes nasceu no dia 12 de novembro de 1915, em Cherbourg, Normandia e faleceu no dia 23 de março de 1980, em Paris, França. Roland Barthes (1915-1980) a été directeur d’études à l’École pratique des hautes études (« sociologie des signes, symboles et représentations ») avant d’occuper en 1976 la chaire de sémiologie littéraire au Collège de France.

Sobre o livro, diz a Editora Einaudi:
Elaborazione di un seminario tenuto alla Ecole pratique negli anni 1968-69, S/Z è la lettura che Barthes ha proposto della novella Sarrasine di Honoré de Balzac. Ma l’interpretazione critica si avvia immediatamente all’insegna di avvincenti, e ancora molto attuali problemi di metodo. Superando lo strutturalismo scolastico, che si limita allo smontaggio di un testo partendo dal presupposto che esso costituisca sempre una totalità chiusa e sufficiente a se stessa, Barthes in questo saggio intende invece valutare la pluralità di cui è fatto il testo, lo spessore dei codici che lo attraversano, partendo dall’articolazione delle “voci” di cui è tessuto: l’azione, la verità, la scienza, la persona, il simbolo. Luogo a cui si accede da più entrate, il testo chiede così la collaborazione attiva del lettore, che non è più soltanto consumatore ma produttore di ciò che legge. Questa ipotesi, e l’immagine “frammentaria” della nebulosa, del labirinto che avvolge i personaggi e il discorso narrativo, complici gli uni dell’altro, fanno intravvedere i temi che Barthes tratterà nel Piacere del testo (1973) e nei Frammenti di un discorso amoroso (1977), esprimendo ancor più in profondo i “turbamenti” della rappresentazione, i segni della “differenza”, la crisi di un ordine.

Leia mais sobre S/Z aqui.

Os Biblistas Mineiros e a necessidade do método

Bíblia: Teoria e Prática – Leituras de Rute. Qual é o enfoque de cada artigo? Para que o leitor saiba o que lhe oferecemos, transcrevo aqui algumas linhas de cada um dos nove artigos que compõem esta número da Estudos Bíblicos 98, que acaba de ser publicada.

Editorial: Telmo José A. de Figueiredo

PARTE I

:: Agenda para o estudo de um texto bíblico – p. 11-32
Johan Konings – Mestre em Filologia Bíblica, 1968, e Doutor em Teologia pela Katholieke Universiteit Leuven, Bélgica, 1972.
Súsie Helena Ribeiro
Apresentamos aqui a agenda daquilo que parece fundamental para a leitura atenta de um texto bíblico. Leitura que faça jus ao texto, não mera leitura de consulta para satisfazer a curiosidade, fundamentar um dogma ou dar autoridade a uma ideologia; mas empenho em ler o texto como texto, como uma entidade, quase uma pessoa que se apresenta a nós face a face (…) Ora, se Carlos Mesters chamou a Bíblia de “livro feito em mutirão”, pode-se dizer que também a leitura e o estudo melhor se fazem em mutirão. Determinadas tarefas podem ser realizadas pela comunidade (…) outras (…) exigirão algum “engenheiro”, que, no seu gabinete, estude os assuntos mais especializados. O resumo final deste artigo (…) visualiza essa organização de tarefas.

:: Aprenda a enxergar com o cego Bartimeu, ou… Por que é necessário um método para ler a Bíblia? – p. 33-45
Cássio Murilo Dias da Silva – Doutor em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, Roma, Itália, 2005.
Como é possível aprender a enxergar com um cego? Na verdade, o relato da cura do cego Bartimeu (…) servirá de exemplo concreto para (…) demonstrar a necessidade de ler a Bíblia com um bom método (…) Caso leiamos a Bíblia (…) sem um método (…) muito da riqueza do texto bíblico passa despercebida aos nossos olhos e corremos o risco de nos contentar com o que não é importante. Ou, o que é pior, corremos o risco de pensar que o texto bíblico diz algo que ele não diz (…) Quem lê a Bíblia com um método adequado (…) conhece os passos para percorrer o universo do texto, tem os olhos e os ouvidos atentos para perceber nuanças e detalhes, consegue deleitar-se com o estilo de cada autor, pode apreender com mais largueza e profundidade a mensagem, sabe que não pode obrigar o texto a dizer o que ele não diz, sabe quais informações pode (e quais as que não pode) buscar no texto bíblico, sabe o que pode (e o que não pode) perguntar à Bíblia.

:: Bíblia: Mito? Realidade? – p. 45-61
Telmo José Amaral de Figueiredo – Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, Roma, Itália, 1997.
Os métodos de análise bíblica terminam por levantar, de modo direto ou indireto a questão se os fatos narrados pela Bíblia são históricos, ou seja, verdadeiros, ou invenções, lendas e fantasias de seus autores (…) Afinal, a Bíblia é formada por um conjunto de mitos ou ela narra a verdade dos fatos? A resposta a essa questão acabará por ser encontrada na clarificação dos termos que a compõem, isto é, o que é mito, o que vem a ser história? (…) Telmo José exemplifica a sua explicação com a análise de Gênesis 1 e trechos do poema babilônico Enuma Elish e o hino egípcio a Aton sobre a criação do mundo [texto extraído do Editorial, p. 8-9]

:: Como ler os apócrifos do Segundo Testamento – p. 62-71
Jacir de Freitas Faria – Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, Roma, Itália, 1996.
Como ler os apócrifos? Essa é uma boa pergunta. A Igreja ensinou ao longo de sua história que esses livros não deveriam ser lidos. Muitos deles foram enviados para o catálogo dos livros proibidos e até queimados (…) Ler os apócrifos exige um acurado estudo histórico da época de cada apócrifo. O contexto é importante para compreender o porquê da expressão de fé transformada em livros apócrifos (…) A tradição popular perpetuou na memória oral e escrita os ensinamentos de fé dos apócrifos (…) A literatura apócrifa do Segundo Testamento contribuiu sobremaneira para manter a fé no imaginário popular. São histórias de piedade que se transformaram em poesia, canto, pinturas, músicas e expressões devocionais.

PARTE II

:: Releituras rabínicas do livro de Rute – p. 72-76
Leonardo Alanati – Mestre em Língua Hebraica pelo Hebrew Union College, Jewish Institute of Religion, Cincinnati, USA – Rabino da Congregação Israelita Mineira
Este artigo apresenta alguns dos principais temas desenvolvidos na tradição judaica de exegese do livro de Rute através de comentários rabínicos entre os séculos II e VI no Talmude e em Rute Rabba, mas que foram ensinados e transmitidos oralmente por décadas ou até séculos antes da redação destas obras. Até o século XIX estes comentários dominaram a maneira judaica de ler o livro. Nos dois últimos séculos, judeus de correntes religiosas modernas adotaram e desenvolveram outras interpretações e leituras do mesmo (…) [Rute] aquela mulher solidária, corajosa, decidida, verdadeiramente admirável, permanecerá sempre no coração judaico como ancestral não apenas de líderes ilustres do passado, mas também do líder que levará a humanidade a uma nova era de paz, solidariedade, justiça e amor ao próximo.

:: Rute à luz do método histórico-crítico – p. 77-84
José Luiz Gonzaga do Prado – Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, Roma, Itália, (data?)
O documento da Pontifícia Comissão Bíblica, A interpretação da Bíblia na Igreja, de 1993, aponta o método histórico-crítico como indispensável para o estudo sério da Bíblia. Fala das origens do método, de sua evolução e dá-lhe também uma descrição simples e clara. Esta descrição vai guiar nossa busca. Analisaremos o livro de Rute por cada uma das oito etapas em que o Documento descreve o método. Assim esperamos chegar a algumas conclusões que fundamentem a abertura para as diferentes e possíveis hermenêuticas, abordagens ou leituras (…) [Há muitas] perguntas [sobre nossa realidade] que devemos levantar hoje e para as quais podemos encontrar respostas no livro de Rute. Basta lê-lo com os dois olhos, um na Bíblia e outro na vida.

:: A narratividade do livro de Rute – p. 85-106
Jaldemir Vitório – Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, Roma, Itália, 1986. Doutor em Teologia pela PUC-RJ, 1995.
O objetivo deste artigo consiste em aplicar o método de análise narrativa ao livro de Rute. Este se presta muito bem para a finalidade por se tratar de uma narrativa breve e, ao mesmo tempo, como se verá, portadora de inesgotável riqueza literária (…) A análise narrativa oferece uma chave de interpretação que permite ao leitor entrar em sintonia com o texto, pelo conhecimento dos recursos literários empregados pelo narrador no processo de produção (…) O método da análise narrativa e os demais métodos de interpretação supõem de quem se avizinha dos textos bíblicos uma postura de leitor-intérprete. A ausência de atitude hermenêutica tem como resultado cair na armadilha do fundamentalismo ou do historicismo. A análise narrativa tem o mérito de aproximar o texto bíblico do leitor-intérprete atual ao mostrar como os autores bíblicos trabalharam de forma idêntica como trabalham os narradores atuais, tão distantes no tempo e no espaço.

:: Leitura socioantropológica do Livro de Rute – p. 107-120
Airton José da Silva – Mestre em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, Itália, 1976.
Qual seria a contribuição específica da leitura socioantropológica? Penso que pode ser o fato desta abordagem examinar não somente a literatura bíblica, mas também as forças sociais subjacentes à produção desta literatura, onde se distingue a sociedade que está por trás do texto da sociedade que aparece dentro do texto (…) Vou utilizar o livro de Rute para visualizar esta proposta. Este livro é uma estória que usa lugares reais e pessoas fictícias situadas em determinado espaço e tempo para construir a sua narrativa (…) [A partir desta perspectiva] deveria ser possível mostrar que o modo como os personagens organizam sua visão de mundo são, na verdade, ferramentas literárias utilizadas pelo autor/a na construção de uma estória totalmente fictícia, mas que, sem dúvida, produz uma mensagem que é considerada pelo autor/a de Rute como um caminho a ser buscado, estruturando o livro como uma narrativa orientada por uma proposta séria. {Por isso], 1. Olhando a estória com os olhos do autor/a, pergunto: o que diz o livro de Rute? 2. Olhando para além do livro, pergunto: o que é possível saber da época em que foi escrito o livro de Rute? 3. Olhando a estória com os olhos do leitor atual, pergunto: qual é a proposta do livro de Rute?

:: O protagonismo de uma sogra: a história de Noemi e Rute – Uma abordagem feminina sob o olhar da psicologia – p. 121-129
Maria Aparecida Duque e Rosana Pulga
O livro de Rute é cheio de personagens humanas. E onde há o humano, há também seus aspectos fenomenológicos, incluindo o psíquico. Não há, portanto, nenhum atrevimento literário de interpretá-lo por meio da ciência da Psicologia, onde essa história tão bem se adapta. Esse livro nos oferece uma riqueza de interpretações que podem ser lidas e refletidas nas mais diversas situações vivenciais (…) O dilema sogra-nora é analisado em pormenores, principalmente pela ótica do poder e da subserviência de uma pessoa a outra [Obs.: esta última frase está no Editorial, p. 10].

Observo que, infelizmente, não possuo informações completas sobre a formação acadêmica de 3 autoras: Súsie Helena Ribeiro (área de Letras), Maria Aparecida Duque (área de Psicologia) e Rosana Pulga (assessoria bíblica).

Estudos Bíblicos 98: Leituras de Rute

Acabo de receber o número 98 de Estudos Bíblicos, revista publicada pela Vozes, de Petrópolis.

Elaborado pelos Biblistas Mineiros, grupo que se reúne em Belo Horizonte, este número trata da questão dos métodos de leitura da Bíblia e tem como principal matéria de exame o livro de Rute. Clique no título, Bíblia: Teoria e Prática – Leituras de Rute, para ver o sumário da revista, que tem 132 páginas.

O meu artigo, Leitura socioantropológica do Livro de Rute, pode ser lido nas páginas 107-120. Está também online aqui.

Leia a Bíblia como literatura: hoje em Campinas

Encontrei na página de Notícias da Loyola:

Matéria com autor de Leia a Bíblia como literatura é publicada no Correio Popular, de Campinas

O autor de Edições Loyola Cássio Murilo Dias da Silva, doutor em ciências bíblicas, concedeu entrevista ao Caderno C do jornal Correio Popular, de Campinas (SP), sobre seu livro Leia a Bíblia como literatura, que será lançado hoje, às 19h30, na Livraria Cultura do Shopping Center Iguatemi Campinas (Av. Iguatemi, 777, piso 1 – Vila Brandina). A matéria, intitulada “Novo olhar sob a leitura da Bíblia”, de Carlota Cafiero, publicada nesta quarta-feira, destaca que o livro de Cássio Murilo é um convite tentador para desfrutar os textos bíblicos como obras literárias. “A Bíblia tem histórias de aventura, romance, romance policial, poesia de amor”, explicou o autor.

A leitura da Bíblia no mundo globalizado

Faculdades EST realiza seminário conjunto com universidades alemãs
A leitura da Bíblia no mundo globalizado é o tema do seminário intercultural que a Faculdades EST está promovendo, neste mês de maio [de 2008], em parceria com as universidades alemãs de Bayreuth e Duisburg-Essen, através da Internet. O Seminário tem o apoio da CAPES, através do projeto PROBRAL 260/07. Entre os objetivos do estudo conjunto está o de promover a discussão teológica e a aproximação entre estudantes dos dois países. Um dos marcos desse encontro intercontinental foi a videoconferência, realizada no último dia 6 de maio, envolvendo docentes e estudantes das três universidades. Pela videoconferência, os participantes tiveram a oportunidade de se conhecer, formulando perguntas aos colegas das outras universidades. “Percebemos, da parte alemã, um grande interesse por temas como estrutura e atuação da igreja luterana no Brasil, pentecostalismo, umbanda e ecumenismo”, diz o Dr. Emílio Voigt, coordenador do EaD da Faculdades EST. O seminário se encerra no dia 26 de maio. Até lá, os participantes continuarão estudando em conjunto através do ambiente virtual de aprendizagem, disponibilizado pela Faculdades EST. Na sala virtual, os alunos encontram materiais para leitura e são realizadas atividades de interação e construção de conhecimento. A coordenação desse intercâmbio de formação teológica é da Faculdades EST através do professor Dr. Rodolfo Gaede e do Dr. Emilio Voigt.

Cássio faz palestra sobre Bíblia em Campinas

Edições Loyola e Livraria Cultura convidam para uma palestra sobre um modo diferente de ler a Bíblia.

Leia a Bíblia como literatura, por Cássio Murilo Dias da Silva

A palestra será no dia 21 de maio de 2008 às 19h30.

Na Livraria Cultura, no Shopping Iguatemi, em Campinas, SP. A livraria foi inaugurada no dia 9 de abril de 2008.