O livro do Eclesiastes é o desafio para o Mês da Bíblia de 2006

Há muitos recursos para o estudo do livro do Eclesiastes ou Coélet. Na página da CNBB, por exemplo, a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Biblico-Catequética propõe o Livro Mês da Bíblia.

Na Apresentação do Livro, diz a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética:

Com alegria colocamos em suas mãos uma sugestão para a Celebração do Dia da Bíblia (…) O Projeto Nacional de Evangelização propõe para este ano, no mês de setembro (…) o Livro de Eclesiastes (…) O mês de setembro, reconhecido nacionalmente como o mês da Bíblia, é para nós uma grande riqueza. Ele possibilita preparar, vivenciar e testemunhar com entusiasmo e empenho as Celebrações em nossas comunidades, bem como fortalecer os Círculos Bíblicos e Grupos de Reflexão que buscam na Bíblia a força na missão de evangelizar e ser evangelizado.

 

Subsídios populares:

Carlos MESTERS e Francisco OROFINO, O Varal da Vida: chave de leitura para o livro do Eclesiastes, São Leopoldo: CEBI, 2006, 52 p.

CENTRO BÍBLICO VERBO, Come teu pão com alegria! Entendendo o livro de Eclesiastes. São Paulo: Paulus, 2006, 163 p.

Darci Luiz MARIN (Redator), Eclesiastes: viver bem o presente. Vida Pastoral, São Paulo: Paulus, ano 47, n. 250, setembro-outubro de 2006.

Gilvander MOREIRA, Western CLAY, Rogério DE ALMEIDA, Jacir DE FREITAS e Adilson SCHULTZ, O povo sabe das coisas: Eclesiastes ilumina o trabalho, a vida e a religião do povo. São Leopoldo: CEBI/Contexto Editora, 2006, 126 p.

Ivo STORNIOLO e Euclides M. BALANCIN, Como ler o livro do Eclesiastes: trabalho e felicidade. 4. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 48 p.

SAB, Come teu pão com alegria: Eclesiastes. São Paulo: Paulinas, 2006.

 

Subsídios acadêmicos:

Haroldo DE CAMPOS, com uma colaboração especial de J. Guinsburg, Qohélet / O-Que-Sabe. Eclesiastes: poema sapiencial. 2. ed. Transcriado por Haroldo de Campos. São Paulo: Perspectiva, 2004, 248 p.

Ivo STORNIOLO, Trabalho e felicidade: o livro de Eclesiastes. São Paulo: Paulus, 2002, 152 p.

José VÍLCHEZ LÍNDEZ, Eclesiastes ou Qohélet. São Paulo: Paulus, 1999, 512 p.

Lilia LADEIRA VERAS, Um primeiro contato com o livro do Eclesiastes ou o livro Coélet. RIBLA 52, 2005/3, Petrópolis: Vozes, p. 119-139 (com três páginas de bibliografia no final).

Robert MICHAUD, Qohélet et l’hellénisme. Paris: Du Cerf, 1987, 224 p.

 

Para conhecer a época em que foi escrito o Eclesiastes, recomendo o meu texto de História de Israel no item 7. Os Ptolomeus Governam a Palestina. No final deste item abordo a questão da administração ptolomaica da Palestina.

Por outro lado, já andei escrevendo algumas linhas sobre o Eclesiastes. Foi em meu artigo Judaísmo e Helenismo: encontro e conflito. Estudos Bíblicos, Petrópolis: Vozes, n. 48, 1996, p. 9-18.

Este número da revista trata da Sabedoria e, além de meu artigo, podem ser lidos os artigos de Walmor Oliveira de Azevedo, Emanuel Messias de Oliveira, Wolfgang Gruen, Romi Auth, Western Clay Peixoto, Rosana Pulga, Rodrigo P. Silva e Benjamim Carreira de Oliveira. Todos fazem parte do grupo dos “Biblistas Mineiros”.

O que aconteceu com o Javista na atual pesquisa do Pentateuco? Van Seters responde a Rolf Rendtorff

Se você leu o meu post O que aconteceu com o Javista na atual pesquisa do Pentateuco? Ele desapareceu e levou consigo a Hipótese Documentária, explica Rolf Rendtorff, agora leia as observações de Van Seters sobre o texto de Rendtorff. Estas observações foram feitas através de carta ao Forum da SBL. Cito alguns trechos de Some remarks of the paper by Rolf Rendtorff, “What happened to the ‘Yahwist’?”, escrito por Van Seters, Professor Emérito da Universidade da Carolina da Norte em Chapel Hill, USA.

Sobre Von Rad:

I strongly protested against what I regard as Rendtorff’s misrepresentation of von Rad’s position by his dismissal of the Yahwist as an author and historian. Anyone reading through von Rad’s corpus cannot be in doubt about how strongly he felt about the Yahwist as author and historian. His study, “Das formgeschichtliche Problem des Hexateuch,” was primarily to dispute Gunkel’s treatment of the Yahwist as merely a random and accidental collection of old traditions and to argue that the work is that of an historian. He says very little about the Yahwist as theologian. It was Noth, in his study of the Pentateuch, who preferred to follow Gunkel and who also spoke of the process of tradition accumulation as theological, and Rendtorff has followed this line, not that of von Rad.

 

Sobre Van Seters:

When comes to characterize my own work on the Yahwist, he tries to represent me as creating “a new kind of Yahwist … an individual personality; he is not a theologian like von Rad’s Yahwist, but a historian.” As suggested above, this misrepresents both von Rad and me. I have simply followed von Rad’s suggestion that J is a historian, but I do not deny that within J’s history there is a theology and I have written on the subject. That is a completely false choice. What is even more puzzling is Rendtorff’s assertion that for me there is only one source or author in the Pentateuch and that my views represent a “reduced documentary hypothesis, namely a one-document hypothesis.” That bears no resemblance to my views at all. I have rejected the “traditional” E source, but there were a number of scholars before me who did that so there is nothing new there. I retain Deuteronomy and P as separate sources in the largely “traditional sense” so that there remain for me three major sources. Where I part from the Documentary Hypothesis is in the rejection of the role of redactor or editor (see my book noted above) as the one who combined these sources. Instead, I advocate the theory of a successive supplementation of one source or author by another. I have even characterized my work as the “New Supplementary Hypothesis” but Rendtorff has ignored all of this.

 

Sobre o livro Abschied vom Jahwisten:

A number of those scholars who have followed Rendtorff’s lead in getting rid of the Yahwist as author are reflected in the book Abschied vom Jahwisten, which is reviewed by Rendtorff in this paper. I heard that such a book was in the works but I was not asked to contribute or respond to it. However, in a second volume on this same theme “Farewell to the Yahwist,” I have contributed a paper, “The Report of the Yahwist’s Demise has been Greatly Exaggerated!,” in which I seek to respond to this movement to get rid of the Yahwist (…) I will not comment here on any of these scholars cited by Rendtorff in his support, except to say that they have largely replaced the Yahwist by a series of redactors. They retained the source P, for some strange reason, although large chunks of it have also become the work of the ubiquitous redactor. It was the Documentary Hypothesis that created the redactor as a literary devise, a dues ex machina, to make the whole theory work. That is the only really distinctive feature of the Documentary Hypothesis and it is this part of the theory that Rendtorff and others have retained. Now we supposedly have editors without any authors, which is absurd, and the whole literary process has become known as “redaction criticism.” It is high time that the “redactor” takes his leave and the author is restored to his rightful place in literary criticism.

Van Seters faz ainda, na mesma carta, algumas observações sobre a resposta de David Clines a Rendtorff.

O que aconteceu com o Javista na atual pesquisa do Pentateuco? Ele desapareceu e levou consigo a Hipótese Documentária, explica Rolf Rendtorff

No Congresso Internacional da Society of Biblical Literature (SBL), que aconteceu em Edimburgo, Escócia, entre os dias 2 e 6 de julho de 2006, o professor Rolf Rendtorff, da Universidade de Heidelberg, Alemanha, apresentou a palestra What Happened to the “Yahwist”?: Reflections after Thirty Years [O que aconteceu com o “Javista”? Retomando o tema trinta anos depois], que agora sai publicada no Forum de agosto da SBL.

Os trinta anos do título têm a ver com o fato de Rolf Rendtorff ter apresentado, exatamente em Edimburgo, em 1974, uma exposição sobre o Javista, com o título “Der Jahwist als Theologe? Zum Dilemma der Pentateuchkritik” [O ‘Javista’ como teólogo? O dilema da crítica do Pentateuco].

No atual artigo, Rendtorff lembra as pesquisas feitas deste então, assunto que trato em um texto sobre a situação atual da pesquisa da História de Israel (e do Pentateuco) , e que convido o leitor a verificar (só o item 2: Van Seters reinventa o Javista) antes de prosseguir esta leitura. Ele diz que desde 1974 defendia o abandono da hipótese documentária do Pentateuco, mas foram refinamentos da hipótese e não o seu abandono o que veio acontecendo nos anos seguintes, de modo especial um intenso debate acerca do pilar de sustentação da hipótese, que é exatamente o Javista (But what happened instead in the following years was a discussion not about an alternative to this hypothesis but about its refinement. In particular, there began a widespread discussion about the central pillar of the hypothesis, the so-called Yahwist).

Após citar Von Rad e sua posição sobre o Javista – visto por ele como autor e teólogo – Rendtorff diz que vai apenas chamar a atenção para algumas características da pesquisa acadêmica mais recente – e não fazer um levantamento completo do que ocorreu nos últimos trinta anos (It is not my intention to unfold the whole history of research in the last thirty years. But I want to mark some characteristic positions that show the great diversity in the present scholarly debate).

Em primeiro lugar, há aqueles que ainda defendem a tradicional hipótese das fontes do Pentateuco, como Richard Elliott Friedman, em estudo publicado em 2005. Mas o que fazer com o texto após despedaçá-lo em J, E, P, D etc. E o texto em seu conjunto, como fica, pergunta R. Rendtorff?

Há também um grupo que sustenta uma ‘hipótese documentária reduzida’, eliminando o Eloísta (E) e concentrando a pesquisa no Javista (J), além de deslocá-lo para a época mais recente do Deuteronomista, a época do exílio babilônico, como John Van Seters e Hans Heinrich Schmid o fazem em suas clássicas obras da década de 70. Na mesma direção vai Christoph Levin em uma obra de 1993.

Mas há também um grupo que mais recentemente tem encontrado dificuldade em identificar o Javista. Enquanto o Sacerdotal (P) e a teologia Deuteronomista são claramente identificáveis no Pentateuco, quase tudo sobre o Javista começa a ser questionado: sua época e dimensão, sua coerência interna, características teológicas, enfim, sua existência como tal.

Por isso, em 1999, Christoph Levin convidou, em Munique, um grupo de pesquisadores para uma discussão sobre “O Javista e seus críticos”, da qual resultou o livro publicado em 2002 com o título de Abschied vom Jahwisten. Die Komposition des Hexateuch in der jüngsten Diskussion [Um adeus para o Javista. A composição do Hexateuco na discussão recente]. Sobre este livro leia o trecho que começa com E a crise do Pentateuco continua, em meu artigo já citado. É, como digo ali, “adeus” Javista (Jean Louis Ska expresses this by the title of his introductory essay: “The Yahwist, a Hero with a Thousand Faces.” Indeed, this collection of essays shows many different faces of “J.” And for many of the authors, the Yahwist has no face at all because he does not exist any longer).

Neste ponto de seu artigo, Rolf Rendtorff, após expor a posição de vários dos autores desta obra que descarta o Javista, chega à conclusão de que o fim do Javista significa também o fim da Hipótese Documentária. Em suas palavras:

In my view, this book shows very clearly that the end of the Yahwist means at the same time the end of the Documentary Hypothesis. A documentary hypothesis with just one single document cannot work like an hypothesis that was originally established and developed with four or at least three documents or sources, whose interrelations are a basic element of the method of working in the framework of this theory. As I mentioned before, only a few of the essays in this volume deal with this question, and they touch it just briefly and rather hesitantly. Instead, the question is raised of the interrelations between certain blocks, such as patriarchal stories and Exodus traditions or Genesis and the following books. These are questions beyond the Documentary Hypothesis“.

E termina seu artigo com a pergunta: “Novamente: O que aconteceu com o Javista? A resposta: desapareceu e levou com ele o edifício no qual ele habitava, porque não há ali outros moradores” (Again: What happened to the Yahwist? The answer: He faded away, and he took with him the building he had lived in because there are no inhabitants any longer).

No mesmo Forum da SBL há outro artigo: de David J. A. Clines, da Universidade de Sheffield, Reino Unido. É uma resposta ao texto de R. Rendtorff , com o título de Response to Rolf Rendtorff’s “What Happened to the Yahwist? Reflections after Thirty Years“.

Segundo Congresso Brasileiro de Pesquisa Bíblica será realizado em Goiânia em setembro

Da página da Universidade Católica de Goiás e da página da CNBB:

II Congresso Brasileiro de Pesquisa Bíblica
VII Semana de Estudos da Religião
(Goiânia, 4 a 6 de setembro de 2006)
Libertação – Liberdade: novos olhares

 

1. Apresentação/justificativa
O I Congresso Brasileiro de Pesquisa Bíblica, realizado na Universidade Católica de Goiás (UCG) em Goiânia, de 8 a 10 de setembro de 2004 foi um sucesso. Nasceu daí a proposta de realizar Congressos bienais, sendo o II marcado para o mesmo local, nos dias 4 a 6 de setembro de 2006. Nasceu, no mesmo Congresso de 2004, a Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica, como fórum permanente, para reunir pessoas ligadas à pesquisa, publicação, editoração, ensino e assessoria. Além da prática de eventos bíblicos, tão divulgada nas últimas décadas, o II Congresso Brasileiro de Pesquisa Bíblica quer ampliar o espaço para divulgação das pesquisas, entendidas como atividade científica. Abrange esforços de análise de textos originais, tradução, exegese e hermenêutica em suas diversas óticas. Envolve o mundo católico, o evangélico, a leitura judaica, a visão popular, entre outras. A presença da Bíblia, livro tão antigo e tão atual, avança nos espaços acadêmicos, especificamente nos cursos de pós-graduação em teologia e ciências da religião em nível de mestrado e doutorado. Chamam a atenção as pesquisas em perspectiva inter- e transdisciplinar, envolvendo outros campos de saber como a antropologia, história, sociologia etc. Também as relações entre Bíblia e literatura têm ganhado em relevância.

2. II Congresso
O II Congresso Brasileiro de Pesquisa Bíblica acontecerá nos dias 4, 5 e 6 de setembro de 2006 em Goiânia, ocupando três dias cheios: segunda, terça e quarta-feira. A data prevê uma semana com feriado de 7 de setembro, para facilitar viagens e participações. Como no Congresso anterior, são convidados pesquisadores e pesquisadoras atuantes no Brasil e em outros países, que trabalhem a Bíblia de maneira científica, em nível acadêmico, ou seja, professores/as, pesquisadores/as, escritores/as, tradutores/as, editores/as e estudantes. Com base na participação no I Congresso, calcula-se em torno de 200 o número de participantes.

3. Responsáveis
Pela organização do Congresso e pela publicação dos textos estará responsável o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Religião – Mestrado em Ciências da Religião da Universidade Católica de Goiás (UCG), através da seguinte equipe de coordenação: Profa. Dra. Carolina Teles Lemos, Prof. Dr. Haroldo Reimer e Prof. Dr. Valmor da Silva.

4. VII Semana de Estudos da Religião
O Congresso coincidirá com a realização da VII Semana de Estudos da Religião, promovida anualmente pelo Mestrado em Ciências da Religião. Com isso, pretende-se fomentar a participação dos mestrandos e mestrandas no Congresso através de temas relacionados com a área de Religião e sua interface com o tema do evento. A participação é aberta a todas as pessoas interessadas. Mediante inscrição, pagamento e participação será conferido um certificado aos e às participantes como curso de extensão da Universidade Católica de Goiás (24 horas).

5. Temática
O tema geral do II Congresso Brasileiro de Pesquisa Bíblica e VII Semana de Estudos da Religião será Libertação – Liberdade: novos olhares. O tema tem a finalidade de avaliar a trajetória e a situação atual da leitura e pesquisa da Bíblia no Brasil, em torno a essa temática.

6. Programa
A programação do Congresso prevê as seguintes partes: Conferências programadas, Mesas de comunicações, Assembléia da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica.

Dia 4 de setembro – segunda-feira
8:30-10:30
Abertura oficial e celebração da Palavra
Conferência de abertura (I): Prof. Dr. Valmor da Silva
Tema: Leituras do Êxodo na América Latina

11:00-12:30
Mesas de comunicações

14:30-16:00
Mesas de comunicações

16:30-18:00
Conferência (II): Prof. Dr. Francisco Orofino
Tema: Êxodo e libertação ao longo da Bíblia

Dia 5 de setembro – terça-feira
8:30-10:30
Conferência (III): Prof. Dr. Norman K. Gottwald
Tema: As tribos de Javé revisitadas

11:00-12:30
Mesas de comunicações

14:30-16:00
Mesa de comunicações

16:30-18:00
Conferência (IV): Profa. Dra. Tânia Mara Vieira Sampaio
Tema: Êxodo e libertação: mulheres, indígenas e negras

20:00-22:00
Assembleia Geral da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica

Dia 6 de setembro – quarta-feira
8:30-10:30
Conferência (V): Prof. Dr. Jacil Rodrigues de Freitas
Tema: Êxodo, libertação e liberdade no Judaísmo

11:00-12:30
Mesas de comunicações

14:30-16:00
Conferência de encerramento (VI): Prof. Dr. Milton Schwantes
Tema: Êxodo, libertação e liberdade – uma avaliação

16:30-18:00
Assembléia da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica
Encerramento

7. Mesas de Comunicações
Estão previstos os seguintes temas para Mesas de Comunicações; outros poderão ser sugeridos a partir das inscrições e intenções dos e das participantes:
Leituras do êxodo na Bíblia
Bíblia e literatura
Traduções e novos materiais sobre Bíblia
Texto bíblico e história
Texto bíblico e arqueologia
História da religião judaica
Religião, libertação e gênero
Libertação no discurso do neopentecostalismo
Libertação nas práticas de religiosidade popular

Observações:
– Haverá limite de 3 comunicações por mesa; cada comunicação dispõe de no máximo 30 minutos (15 a 20 de apresentação + 10 a 15 minutos de debate); quem prolonga a apresentação da comunicação renuncia ao tempo de debate.

– Até o dia 20 de agosto, poderão ser feitas as inscrições das propostas de comunicação em alguma das mesas temáticas já elencadas ou, então, sugestão de nova mesa temática.

– A proposta de comunicação deverá explicitar o título da comunicação, nome do autor/a, titulação e instituição em que atua, resumo de 10 a 15 linhas (arial 12) e endereço virtual.

– Até o dia 20 de agosto poderão ser feitas propostas de outros temas para mesas de comunicações ou mesas temáticas completas. No caso de sugestão de mesa temática completa, deverá ser indicado o tema aglutinador, o nome da pessoa que coordenará a mesa, bem como tema, nome e resumos das comunicações específicas da referida mesa.

– A ‘comunicação científica’ é um gênero literário próprio, que deve se pautar por brevidade na apresentação (total de 30 minutos, sendo 15 a 20 de apresentação e o restante de debate) e clareza na formulação; a comunicação deve ser clara, contendo introdução breve e panorâmica do tema, desenvolvimento sucinto do recorte temático e conclusão; a comunicação não é um ‘borrão’, mas um texto de 3 a 5 laudas (arial 12, espaço duplo); a comunicação deverá conter: título, nome e titulação do/a autor/a, desenvolvimento, referências no final do texto.

8. Inscrições
As inscrições para o II Congresso Brasileiro de Pesquisa Bíblica poderão ser feitas via e-mail (mcr@ucg.br e lesil@terra.com.br) ou via correio com disquete para: Universidade Católica de Goiás – Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Religião – Mestrado em Ciências da Religião – Av. Universitária, n.° 1069, Setor Universitário, CEP: 74.605-010 – Goiânia/GO. Os contatos poderão ser feitos pelo telefone (62) 3946-1011, com a Secretária Executiva Geyza Pereira. O material de divulgação do Congresso será disponibilizado na homepage da Universidade Católica de Goiás: www.ucg.br (clicar no ícone eventos).

Custo da inscrição:
50,00 – participantes em geral (com ou sem comunicação)
20,00 – estudantes (com ou sem comunicação)
Associados da ABIB – Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica – em dia com sua contribuição terão desconto de 50% no preço da inscrição do II Congresso.

O cadastramento como associado da ABIB poderá ser feito através de ficha cadastral própria, pagamento de anuidade de R$ 50,00 e envio da ficha e cópia do comprovante de depósito para: Haroldo Reimer, Rua 115-G, n.10, Setor Sul, 74.085-310 – Goiânia/GO (h.reimer@terra.com.br).

FICHA DE INSCRIÇÃO PARA O II CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA BÍBLICA E VII SEMANA DE ESTUDOS DA RELIGIÃO

NOME:
ENDEREÇO:
PROFISSÃO:
TELEFONE:
E-MAIL:
ENDEREÇO POSTAL:
INSTITUIÇÃO E/OU CAMPO DE ATUAÇÃO:
PRETENDE APRESENTAR TRABALHO:
TÍTULO DO TRABALHO:
RESUMO (10 a 15 linhas):
MATERIAL NECESSÁRIO:

9. Aspectos diversos
Os textos integrais das conferências e comunicações deverão ser encaminhados à comissão organizadora, para a publicação em volume de anais, a ser editado posteriormente ao evento. As Conferências acontecerão no Auditório do Básico, Área II, da Universidade Católica de Goiás (UCG), junto a Praça Universitária, Setor Universitário. As Comunicações serão realizadas em salas de aula na Área II da Universidade. A Universidade disponibilizará toda a infraestrutura do Auditório, isto é, microfones, som, retroprojetor, datashow, devendo os/as pesquisadores que apresentarem trabalhos indicar o material necessário no ato de inscrição. Haverá serviço de fotocópias à disposição dos/das participantes no Campus Universitário. A Secretaria do Mestrado em Ciências da Religião oferecerá apoio na parte de correspondências e inscrições.

10. Hospedagem
Em momento oportuno, haverá a indicação de lugares de hospedagem próximos à Universidade, tais como: Casa da Juventude, Casa das Missionárias de Jesus Crucificado, Comissão Pastoral da Terra a preços bem populares. Também será fornecida uma lista de hotéis e os respectivos preços para quem preferir. A hospedagem ficará por conta dos e das participantes. As refeições correrão por conta dos/as participantes, em lugares à sua escolha. No Campus Universitário há serviço de lanchonete e nas imediações da Universidade, serviços de restaurante. Na pasta de inscrição haverá indicação exata de tais locais para alimentação.

11. Passagens
As passagens dos e das participantes ficam por conta dos mesmos ou de suas Instituições. Pretende-se conseguir organizar um fundo para apoio de participantes com maiores custos de locomoção. Dadas as dificuldades em conseguir recursos extras, apela-se às Instituições para que apoiem seu pessoal interessado. As passagens dos conferencistas das conferências programadas, bem como sua hospedagem, em número de cinco, ficará por conta da Universidade.

12. Publicações do I Congresso
Estão à disposição, para compra, os vídeos referentes ao Congresso anterior, de 2004, sobre Hermenêuticas Bíblicas. Está no prelo e estará a disposição também o livro referente ao I Congresso com as conferências principais, comunicações enviadas e resumos de todas as comunicações.

Biblistas Mineiros preparam livro sobre a Obra Histórica Deuteronomista

O grupo dos Biblistas Mineiros, que publicou o número 88 da revista Estudos Bíblicos sobre a Obra Histórica Deuteronomista (= OHDtr), está ampliando os artigos em tamanho e número, para o lançamento de um livro a partir deste material, como tínhamos combinado no início do ano em nossa reunião em Belo Horizonte.

Recebemos hoje de nosso colega Telmo Figueiredo, que organizou a revista, o seguinte comunicado:

Até o final do mês de agosto, pediria a todos que contribuíram com artigos para o último número da revista “Estudos Bíblicos”, que me enviassem correções/acréscimos para serem incorporados à edição em formato livro que deverá ser publicada no começo do próximo ano. É importante observar esse prazo, pois, em setembro, o frei Ludovico Garmus, da Editora Vozes, já deverá ter em mãos todo o material para poder providenciar a edição do livro. Agradeço, desde já, o esforço de todos os/as colegas nesse sentido.

Antigo Testamento/Primeiro Testamento/Bíblia Hebraica/Tanak… que rótulo usar?

Vale a pena ler o post de hoje de Tyler F. Williams em Codex Blogspot: Old Testament/First Testament/Hebrew Bible/Tanak: What’s in a Name? Quite a Bit Actually! [Obs.: link quebrado – 21.03.2008 – 11h25]

Para além de reconhecer a conveniência de usar um ou outro rótulo conforme a audiência, ele mostra como todos estes nomes são apenas rótulos externos à coleção de livros bíblicos, sem tanta importância. A própria tradição bíblica não se autodenomina assim…


Essa questão afeta igualmente o Novo Testamento… ou seria Segundo Testamento?

Proveitoso também é ler o histórico que Tyler F. Williams faz destes rótulos: quem os criou, quando surgiram, porque foram criados… Que razões ideológicas ou, em direção oposta, que tentativas de convivência fraterna estão na origem destes conceitos?


E termina com a questão: E você, que rótulo usa e por que o usa?

A complexa construção da identidade judaica e o testemunho da Literatura Pós-Exílica

A Literatura Pós-Exílica é estudada no segundo semestre do segundo ano de Teologia na FTCR e no CEARP. Com enorme abrangência e carga horária limitada – 4 horas semanais no CEARP e apenas 2 horas semanais na FTCR da PUC-Campinas – esta disciplina aborda 4 momentos:
1. Os profetas exílicos e pós-exílicos: de Ezequiel a Joel
2. Romance, novela, conto: de Rute a Judite
3. Historiografia: a Obra Histórica do Cronista e 1 e 2 Macabeus
4. A literatura apocalíptica: Daniel e os apocalípticos apócrifos (ou pseudepígrafos).

São privilegiados, pelo minguado do tempo, os momentos 2 e 4. Os profetas são vistos mais rapidamente, pois o profetismo já foi estudado no primeiro semestre; e, infelizmente, a historiografia é apenas mencionada. Já o item 2 é fundamental para se entender o complexo universo de conflitos em que se busca uma identidade judaica – que acaba plural – e o item 4, a apocalíptica, é a porta que deve ser cuidadosamente aberta para a entrada, no semestre seguinte, em o mundo do Novo Testamento.

Dispostos cronologicamente os livros, teríamos o seguinte panorama desta enorme literatura:
1. Os profetas exílicos e pós-exílicos
Ezequiel: 593-571 a.C.
Dêutero-Isaías: cerca de 550
Ageu: 29.8 a 18.12.520
Zacarias 1-8: 18.12.520 a 7.12.518
Isaías 56-66: entre 520 e 510
Malaquias: entre 480 e 450
Zacarias 9-14: final séc. IV – início séc. III
Joel: séc. IV ou III

2. Romance, novela, conto
Rute: ca. 450 a.C.
Jonas: ca. 450
Ester (hebr.): ca. 350
Tobias: ca. 200
Judite: ca. 150

3. Historiografia
OHCr: 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias: séc. IV a. C.
1 e 2 Macabeus: entre 90 e 70

4. A literatura apocalíptica (seleção)
Daniel: 164 a. C.
O livro etiópico de Henoc: séc. II-63 a.C.
O livro eslavo de Henoc: séc. I d.C.
O livro dos Jubileus: 100 a.C.
Os Salmos de Salomão: 63-40 a.C.
Os Testamentos dos 12 Patriarcas: 130-63 a.C.
Os Oráculos Sibilinos: séc. I a.C.
Assunção de Moisés: 30 a.C.-30 d.C.
O Apocalipse siríaco de Baruc: 75-100 d.C.
O IV livro de Esdras: fim do séc. I d.C.

I. Ementa
Procura compreender a vivência dos judeus no exílio, lendo os profetas Ezequiel e Dêutero-Isaías. De igual modo, no pós-exílio, através do estudo dos profetas da reconstrução, tais como Ageu, Zacarias, Trito-Isaías e outros. Aborda também os romances, novelas e contos (Rute, Jonas, Ester, Tobias, Judite), que mostram como manter a identidade judaica, tanto dentro do país como na diáspora. A literatura histórica da época, através da Obra Histórica do Cronista (1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias), também é tratada. Finalmente, a significativa literatura apocalíptica, tanto canônica, como Daniel, quanto apócrifa, até Qumran. É um momento privilegiado para a preparação dos estudos neotestamentários, no contexto dos domínios persa, grego e romano sobre a Palestina. O confronto entre o judaísmo e o helenismo é abordado em detalhes.

II. Objetivos
Possibilita ao aluno conhecer a complexidade dos vários judaísmos surgidos no pós-exílio, suas teologias e o ambiente carregado de especulações apocalípticas em que se deu a pregação de Jesus e a escrita do Novo Testamento.

III. Conteúdo Programático

1. Os profetas exílicos e pós-exílicos
Ezequiel
Dêutero-Isaías (Is 40-55)
Ageu
Zacarias 1-8
Trito-Isaías (Is 56-66)
Malaquias
Zacarias 9-14
Joel

2. Romance, novela, conto
Rute
Jonas
Ester
Tobias
Judite

3. Historiografia
A obra histórica do Cronista (1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias)
1 e 2 Macabeus

4. A literatura apocalíptica
Daniel
Os apócrifos apocalípticos

IV. Bibliografia
Básica
ARANDA PÉREZ, G. et al. Literatura Judaica Intertestamentária. São Paulo: Ave-Maria, 2000.

DA SILVA, A. J. Apocalíptica: busca de um tempo sem fronteiras. Artigo disponível na Ayrton’s Biblical Page

DIEZ MACHO A. et al. Apócrifos del Antiguo Testamento I-V. Madrid: Cristiandad, 1982-1987.

MESTERS, C. Como ler o livro de Rute: pão, terra, família. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DIAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002-2004.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Daniel: reino de Deus x Imperialismo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

WIÉNER, C. O profeta do novo êxodo: o Dêutero-Isaías. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

Complementar
ABADIE, Ph. O livro de Esdras e de Neemias. São Paulo: Paulus, 1998.

ABADIE, Ph. O livro das Crônicas. São Paulo: Paulus, 1998.

COLLINS, J. J.; McGINN, B.; STEIN, S. J. (eds.) The Encyclopedia of Apocalypticism: Vol. 1: The Origins of Apocalypticism in Judaism and Christianity; Vol. 2: Apocalypticism in Western History and Culture; Vol. 3: Apocalypticism in the Modern Period and the Contemporary Age. New York: Continuum, 2000.

COOK, S. L. The Apocalyptic Literature. Nashville: Abingdon, 2003.

GARCÍA MARTÍNEZ, F. Textos de Qumran: edição fiel e completa dos Documentos do Mar Morto. Petrópolis: Vozes, 1995.

GARCÍA MARTÍNEZ, F.; TREBOLLE BARRERA, J. Os homens de Qumran: literatura, estrutura e concepções religiosas. Petrópolis: Vozes, 1996.

GRABBE, L.; HAAK, R. D. (eds.) Knowing the End from the Beginning: The Prophetic, Apocalyptic and Their Relationships. London: T & T Clark, 2004.

JOSEFO, F. História dos Hebreus: obra completa. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1992.

KILLP, N. Jonas. Petrópolis/São Leopoldo: Vozes/Sinodal, 1994.

KIPPENBERG, H. G. Religião e formação de classes na antiga Judéia: estudo sociorreligioso sobre a relação entre tradição e evolução social. São Paulo: Paulus, 1997.

LACOCQUE, A. Le Livre de Ruth. Genève: Labor et Fides, 2004. Resenha: Kirsten Nielsen, University of Aarhus, Aarhus, Dinamarca.

MEIN, A. Ezekiel and the Ethics of Exile. Oxford: Oxford University Press, 2001. Resenha: David G. Garber Jr., Emory University, Atlanta, GA, USA.

RUSSEL, D. S. Desvelamento divino: uma introdução à apocalíptica judaica. São Paulo: Paulus, 1997.

SHANKS, H. (org.) Para compreender os manuscritos do Mar Morto. Rio de Janeiro: Imago, 1993.

SHIGEYUKI N.; DE PAULA PEDRO, E. Como ler o livro de Malaquias: defender a tradição ou a vida? 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

SOLANO ROSSI, L. A. Como ler o livro de Zacarias: o profeta da reconstrução. São Paulo: Paulus, 2000.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Ester: o poder a serviço da justiça. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I.; BORTOLINI, J. Como ler o livro de Tobias: a família gera vida 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Judite: a viúva que salvou o seu povo. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

O Pentateuco: do consenso wellhauseniano aos novos paradigmas

A disciplina Pentateuco é estudada no segundo semestre do primeiro ano, com carga horária de 4 horas semanais. Tempo que atualmente se tornou curto, pois há uma profunda crise nesta área de estudos, muito semelhante à crise da História de Israel. A teoria clássica das fontes JEDP do Pentateuco, elaborada no século XIX por Hupfeld, Kuenen, Reuss, Graf e, especialmente, Wellhausen, vem sofrendo, desde meados da década de 70 do século XX, sérios abalos, de forma que hoje muitos pesquisadores consideram impossível assumir, sem mais, este modelo como ponto de partida. O consenso wellhauseniano foi rompido, contudo, ainda não se conseguiu um novo consenso e muitas são as propostas hoje existentes para explicar a origem e a formação do Pentateuco.

I. Ementa
Oferece ao aluno um panorama da pesquisa exegética na área da formação e composição dos cinco primeiros livros da Bíblia e estuda os seus principais textos.

II. Objetivos
Familiariza o aluno com as tradições históricas de Israel e com as mais recentes pesquisas na área do Pentateuco para que o uso do texto na prática pastoral possa ser feito de forma consciente.

III. Conteúdo Programático
1. A redação do Pentateuco em três tempos
2. Novos paradigmas no estudo do Pentateuco
3. O Decálogo: Ex 20,1-17 e Dt 5,6-21
4. Códigos do Antigo Oriente Médio
5. O Código da Aliança: Ex 20,22-23,19
6. A criação: Gn 1,1-2,4a e Gn 2,4b-25
7. O pecado em quatro quadros: Gn 3,1-24
8. Caim e Abel: Gn 4,1-26
9. Patriarcas pré-diluvianos – de Adão a Noé: Gn 5,1-28.30-32
10. O dilúvio: Gn 6,5-9,19
11. A cidade e a torre de Babel: Gn 11,1-9
12. As tradições patriarcais: Gn 11,27-37,1
13. A história de José: Gn 37,5-50,26
14. O êxodo do Egito: Ex 1-15

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. O pentateuco e a história de Israel. In: Teologia na pós-modernidade: abordagens epistemológica, sistemática e teórico-prática. São Paulo: Paulinas, 2003. p. 173-215.

DE PURY, A. (org.) O Pentateuco em questão: as origens e a composição dos cinco primeiros livros da Bíblia à luz das pesquisas recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

GARCÍA LÓPEZ, F. O Pentateuco. São Paulo: Ave-Maria, 2004.

GRUEN, W. et al. Os dez mandamentos: várias leituras 2. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 9, 1987.

MESTERS, C. Paraíso terrestre: saudade ou esperança? 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

SCHWANTES, M. et al. A memória popular do êxodo. 2. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 16, 1996.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2003. Resenha disponível na Ayrton’s Biblical Page > Ler o Pentateuco.

Complementar
BRIEND, J. (org.) A criação e o dilúvio segundo os textos do Oriente Médio Antigo 2. ed. São Paulo: Paulus, 1990.

BOUZON, E. Uma coleção de direito babilônico pré-hammurabiano: leis do reino de Eshnunna. Petrópolis: Vozes, 2001.

BOUZON, E. O Código de Hammurabi. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

CRÜSEMANN, F. A Torá: teologia e história social da lei do Antigo Testamento. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

GARCÍA LÓPEZ, F. O decálogo. São Paulo: Paulus, 1997.

GERSTENBERGER, E. et al. A Lei. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 51, 1996.

GERTZ, J. C.; SCHMID, K.; WITTE, M. (eds.) Abschied vom Jahwisten: Die Komposition des Hexateuch in der jüngsten Diskussion. Berlin: Walter de Gruyter, 2002.

MESTERS, C. Bíblia, livro da aliança. 6. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

SCHWANTES, M. Projetos de esperança: meditações sobre Gênesis 1-11. São Paulo: Paulinas, 2002.

SCHWANTES, M. et al. Pentateuco. RIBLA, Petrópolis/São Leopoldo, n. 23, 1996/1.

SPARKS, K. L. The Pentateuch: An Annotated Bibliography. Grand Rapids: Baker, 2002.

STORNIOLO, I. Mandamentos, ontem e hoje (Entrevista com Pe. Ivo Storniolo). Vida Pastoral, São Paulo, n. 149, pp. 27-29, nov./dez. 1989.

STORNIOLO, I. Como ler o livro do Levítico: a formação de um povo santo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. A cidade e sua torre: bênção ou castigo? Vida Pastoral, São Paulo, n. 152 , p. 2-7, maio/junho 1990.

VAN SETERS, J. The Pentateuch: A Social-Science Commentary. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999.

WATTS, J. W. ( ed.) Persia and Torah: The Theory of Imperial Authorization of the Pentateuch. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2001.

Literatura Deuteronomista: como responder aos desafios do presente repensando o passado?

Lecionar Literatura Deuteronomista é um desafio e tanto. Enquanto as questões da formação do Pentateuco são discutidas há séculos, a noção da existência de uma Obra Histórica Deuteronomista (= OHDtr) só foi formulada muito recentemente, como se pode ver aqui.

Além disso, há dois problemas com a disciplina: carga horária insuficiente para estudar textos de livros tão complexos como, por exemplo, Josué ou Juízes – a disciplina tem apenas 2 horas semanais durante o primeiro semestre do segundo ano de Teologia – e uma bibliografia mínima em português. Há excelente debate acadêmico hoje, contudo está em inglês e alemão, principalmente. Aparece na bibliografia complementar, mas é praticamente inacessível aos alunos.

Para completar, prefiro estudar o livro do Deuteronômio aqui e não no Pentateuco, também por duas razões: a disciplina Pentateuco já é por demais sobrecarregada e o Deuteronômio é a chave que abre o significado da OHDtr. Por isso, ele faz muito sentido aqui.

Por outro lado, há uma integração muito grande da Literatura Deuteronomista com três outras disciplinas bíblicas: com a História de Israel, naturalmente; com a Literatura Profética, irmã gêmea; com o Pentateuco, através do elo deuteronômico.

I. Ementa
A Obra Histórica Deuteronomista (OHDtr) tentará responder aos desafios do presente repensando o passado no final da monarquia e na situação de exílio e pós-exílio. Faz isso percorrendo toda a história da ocupação da terra, desde as vésperas da entrada em Canaã até a derrocada final da monarquia em Israel e Judá.

II. Objetivos
Pesquisar a arquitetura, as ideias basilares e a teologia da Literatura Deuteronomista como uma obra globalizante, e de cada um de seus livros, a fim de dar fundamentos para sua interpretação e atualização.

III. Conteúdo Programático
1. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista
2. O Deuteronômio
3. O livro de Josué
4. O livro dos Juízes
5. Os livros de Samuel
6. Os livros dos Reis

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 89, 2006. Artigo disponível na Ayrton’s Biblcal Page.

STORNIOLO, I. Como ler o livro do Deuteronômio: escolher a vida ou a morte. 4. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Josué: terra = vida, dom de Deus e conquista do povo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler o livro dos Juízes: aprendendo a ler a história. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler os livros dos Reis: da glória à ruína. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1999.

STORNIOLO, I.; BALANCIN, E. M. Como ler os livros de Samuel: a função da autoridade. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

Complementar
CHRISTENSEN, D. L. (ed.) A Song of Power and the Power of Song: Essays on the Book of Deuteronomy. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 1993.

DE PURY, A. (org.) O Pentateuco em questão: as origens e a composição dos cinco primeiros livros da Bíblia à luz das pesquisas recentes. Petrópolis: Vozes, 1996.

DE PURY, A.; RÖMER, T.; MACCHI, J.-D. (eds.) Israël construit son histoire: l’historiographie deutéronomiste à la lumière des recherches récentes. Genève: Labor et Fides, 1996.

FARIA, J. de Freitas (org.) História de Israel e as pesquisas mais recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

FINKELSTEIN, I.; SILBERMAN, N. A. The Bible Unearthed: Archaeology’s New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts. New York: The Free Press, 2001. Em português: A Bíblia Não Tinha Razão. São Paulo: A Girafa, 2003. Resenha na Ayrton’s Biblical Page.

KNOPPERS, G. N.; McCONVILLE J. G. (eds.) Reconsidering Israel and Judah: Recent Studies on the Deuteronomistic History. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 2000.

LOHFINK, N. Studien zum Deuteronomium und zur deuteronomistischen Literatur V. Stuttgart: Katholische Bibelwerk, 2005.

LOWERY, R. H. Os reis reformadores: culto e sociedade no Judá do Primeiro Templo. São Paulo: Paulinas, 2004.

NAKANOSE, S. Uma história para contar… a Páscoa de Josias: metodologia do Antigo Testamento a partir de 2Rs 22,1-23,30. São Paulo: Paulinas, 2000.

NIELSEN, F. A. J. The Tragedy in History: Herodotus and the Deuteronomistic History. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1997.

NOTH, M. The Deuteronomistic History. Sheffield: Sheffield Academic Press, 2001. Original: Überlieferungsgeschichtliche Studien: Die sammelnden und bearbeitenden Geschichtswerke im Alten Testament. Halle: Max Niemeyer Verlag, 1943, p. 1-110.

PERSON, R. F. Jr. The Deuteronomic School: History, Social Setting and Literature. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2002.

ROGERSON, J. W. (ed.) The Pentateuch: A Sheffield Reader. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1996.

RÖMER, T. C. (ed.) The Future of the Deuteronomic History. Leuven: Leuven University Press/Peeters, 2000.

SCHEARING, L. S.; McKENZIE, S. L. (eds.) Those Elusive Deuteronomists: The Phenomenon of Pan-Deuteronomism. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2003.

VAN SETERS, J. The Pentateuch: A Social-Science Commentary. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999.

VV. AA. Recenti tendenze nella ricostruzione della storia antica d’Israele. Roma: Accademia Nazionale dei Lincei, 2005.