Literatura Deuteronomista: como responder aos desafios do presente repensando o passado?

Lecionar Literatura Deuteronomista é um desafio e tanto. Enquanto as questões da formação do Pentateuco são discutidas há séculos, a noção da existência de uma Obra Histórica Deuteronomista (= OHDtr) só foi formulada muito recentemente, como se pode ver aqui.

Além disso, há dois problemas com a disciplina: carga horária insuficiente para estudar textos de livros tão complexos como, por exemplo, Josué ou Juízes – a disciplina tem apenas 2 horas semanais durante o primeiro semestre do segundo ano de Teologia – e uma bibliografia mínima em português. Há excelente debate acadêmico hoje, contudo está em inglês e alemão, principalmente. Aparece na bibliografia complementar, mas é praticamente inacessível aos alunos.

Para completar, prefiro estudar o livro do Deuteronômio aqui e não no Pentateuco, também por duas razões: a disciplina Pentateuco já é por demais sobrecarregada e o Deuteronômio é a chave que abre o significado da OHDtr. Por isso, ele faz muito sentido aqui.

Por outro lado, há uma integração muito grande da Literatura Deuteronomista com três outras disciplinas bíblicas: com a História de Israel, naturalmente; com a Literatura Profética, irmã gêmea; com o Pentateuco, através do elo deuteronômico.

I. Ementa
A Obra Histórica Deuteronomista (OHDtr) tentará responder aos desafios do presente repensando o passado no final da monarquia e na situação de exílio e pós-exílio. Faz isso percorrendo toda a história da ocupação da terra, desde as vésperas da entrada em Canaã até a derrocada final da monarquia em Israel e Judá.

II. Objetivos
Pesquisar a arquitetura, as ideias basilares e a teologia da Literatura Deuteronomista como uma obra globalizante, e de cada um de seus livros, a fim de dar fundamentos para sua interpretação e atualização.

III. Conteúdo Programático
1. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista
2. O Deuteronômio
3. O livro de Josué
4. O livro dos Juízes
5. Os livros de Samuel
6. Os livros dos Reis

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. O contexto da Obra Histórica Deuteronomista. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 89, 2006. Artigo disponível na Ayrton’s Biblcal Page.

STORNIOLO, I. Como ler o livro do Deuteronômio: escolher a vida ou a morte. 4. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler o livro de Josué: terra = vida, dom de Deus e conquista do povo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler o livro dos Juízes: aprendendo a ler a história. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

STORNIOLO, I. Como ler os livros dos Reis: da glória à ruína. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1999.

STORNIOLO, I.; BALANCIN, E. M. Como ler os livros de Samuel: a função da autoridade. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1997.

Complementar
CHRISTENSEN, D. L. (ed.) A Song of Power and the Power of Song: Essays on the Book of Deuteronomy. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 1993.

DE PURY, A. (org.) O Pentateuco em questão: as origens e a composição dos cinco primeiros livros da Bíblia à luz das pesquisas recentes. Petrópolis: Vozes, 1996.

DE PURY, A.; RÖMER, T.; MACCHI, J.-D. (eds.) Israël construit son histoire: l’historiographie deutéronomiste à la lumière des recherches récentes. Genève: Labor et Fides, 1996.

FARIA, J. de Freitas (org.) História de Israel e as pesquisas mais recentes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

FINKELSTEIN, I.; SILBERMAN, N. A. The Bible Unearthed: Archaeology’s New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts. New York: The Free Press, 2001. Em português: A Bíblia Não Tinha Razão. São Paulo: A Girafa, 2003. Resenha na Ayrton’s Biblical Page.

KNOPPERS, G. N.; McCONVILLE J. G. (eds.) Reconsidering Israel and Judah: Recent Studies on the Deuteronomistic History. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 2000.

LOHFINK, N. Studien zum Deuteronomium und zur deuteronomistischen Literatur V. Stuttgart: Katholische Bibelwerk, 2005.

LOWERY, R. H. Os reis reformadores: culto e sociedade no Judá do Primeiro Templo. São Paulo: Paulinas, 2004.

NAKANOSE, S. Uma história para contar… a Páscoa de Josias: metodologia do Antigo Testamento a partir de 2Rs 22,1-23,30. São Paulo: Paulinas, 2000.

NIELSEN, F. A. J. The Tragedy in History: Herodotus and the Deuteronomistic History. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1997.

NOTH, M. The Deuteronomistic History. Sheffield: Sheffield Academic Press, 2001. Original: Überlieferungsgeschichtliche Studien: Die sammelnden und bearbeitenden Geschichtswerke im Alten Testament. Halle: Max Niemeyer Verlag, 1943, p. 1-110.

PERSON, R. F. Jr. The Deuteronomic School: History, Social Setting and Literature. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2002.

ROGERSON, J. W. (ed.) The Pentateuch: A Sheffield Reader. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1996.

RÖMER, T. C. (ed.) The Future of the Deuteronomic History. Leuven: Leuven University Press/Peeters, 2000.

SCHEARING, L. S.; McKENZIE, S. L. (eds.) Those Elusive Deuteronomists: The Phenomenon of Pan-Deuteronomism. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999.

SKA, J.-L. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos cinco primeiros livros da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2003.

VAN SETERS, J. The Pentateuch: A Social-Science Commentary. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999.

VV. AA. Recenti tendenze nella ricostruzione della storia antica d’Israele. Roma: Accademia Nazionale dei Lincei, 2005.

Studien zum Deuteronomium und zur deuteronomistischen Literatur

Três estudos interessantes sobre o Deuteronômio e a Obra Histórica Deuteronomista.

  • KNOPPERS, G. N.; McCONVILLE J. G. (eds.) Reconsidering Israel and Judah: Recent Studies on the Deuteronomistic History. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 2000.
  • LOHFINK, N. Studien zum Deuteronomium und zur deuteronomistischen Literatur V. Stuttgart: Katholische Bibelwerk, 2005.
  • RÖMER, T. C. (ed.) The Future of the Deuteronomic History. Leuven: Leuven University Press/Peeters, 2000.

 

Literatura Profética: farei de minhas palavras um fogo em tua boca

Dando continuidade à exposição dos programas das disciplinas bíblicas que leciono na Teologia, abordarei agora a Literatura Profética, que é estudada no primeiro semestre do segundo ano de Teologia, com carga horária semanal de 4 horas. A Literatura Profética trabalha, além de questões globais do profetismo, uma seleção de textos dos profetas pré-exílicos. O texto que orienta a maior parte do estudo é o meu livro A Voz Necessária. Os profetas do exílio e do pós-exílio são estudados na Literatura Pós-Exílica, que vem logo no semestre seguinte.

I. Ementa
A disciplina apresenta, como ponto de partida, uma discussão sobre as origens, o teor e os limites do discurso profético israelita. Busca compreender a necessidade da profecia como resultado da ruptura provocada pelo surgimento do Estado monárquico que pressiona as tradicionais estruturas tribais de solidariedade. Aborda, em seguida, os profetas pré-exílicos, de Amós a Jeremias, passando por Oseias, Isaías, Miqueias, Habacuc e outros. Cada um é tratado no seu contexto, nas características de sua atuação e textos escolhidos são lidos. Procura-se identificar em cada um deles a sua função de crítica e de oposição ao absolutismo do Estado classista, em nome da fé em Iahweh, que exige um posicionamento solidário em favor dos mais fracos.

II. Objetivos
Coloca em discussão as características e a função do discurso profético e confronta os textos dos profetas pré-exílicos com o contexto da época, possibilitando ao aluno uma leitura atualizada e crítica dos textos proféticos em confronto com a realidade contemporânea e suas exigências.

III. Conteúdo Programático

1. A origem do movimento profético em Israel
2. O teor do discurso profético
3. Os profetas pré-exílicos

  • Amós
  • Oseias
  • Isaías 1-39
  • Miqueias
  • Sofonias
  • Naum
  • Habacuc
  • Jeremias

IV. Bibliografia
Básica
DA SILVA, A. J. A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. São Paulo: Paulus, 1998.

GAMELEIRA SOARES, S. A. et al. Profetas ontem e hoje. 3. ed. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 4, 1987.

SCHÖKEL, L. A.; SICRE DIAZ, J. L. Profetas 2v. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2002-2004.

SICRE, J. L. A justiça social nos profetas. São Paulo: Paulus, 1990.

SICRE, J. L. Profetismo em Israel: o profeta, os profetas, a mensagem. Petrópolis: Vozes, 1996.

Complementar
BLENKINSOPP, J. Isaiah 1-39: A New Translation with Introduction and Commentary. New York: Doubleday, 2000.

BRUEGGEMANN, W. A Commentary on Jeremiah: Exile and Homecoming. Grand Rapids, MI/Cambridge, U.K: Eerdmans, 1998.

CARROLL R., M. Daniel, Amos – The Prophet and His Oracles: Research on the Book of Amos. Louisville: Westminster John Knox, 2002.

CROATO, J. S. et al. Os livros Proféticos: a voz dos profetas e suas releituras. RIBLA, Petrópolis, n. 35/36, 2000/1/2.

DA SILVA, A. J. Nascido Profeta: a vocação de Jeremias. São Paulo: Paulus, 1992.

DA SILVA, A. J. Perguntas mais Frequentes sobre o Profeta Amós. Disponível na Ayrton’s Biblical Page

DA SILVA, A. J. Perguntas mais Frequentes sobre o Profeta Isaías. Disponível na Ayrton’s Biblical Page

DA SILVA, A. J. Perguntas mais Frequentes sobre o Profeta Jeremias. Disponível na Ayrton’s Biblical Page

DA SILVA, A. J. Vale a Pena Ler os Profetas Hoje? Disponível na Ayrton’s Biblical Page

GORDON, R. P. (ed.) The Place Is Too Small for Us: The Israelite Prophets in Recent Scholarship. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 1995.

GRABBE, L.; BELLIS, A. O. (eds.) The Priests in the Prophets: The Portrayal of Priests, Prophets and Other Religious Specialists in the Latter Prophets. London/New York: T. & T. Clark, 2005. Apresentação disponível no Observatório Bíblico > CBQ – Catholic Biblical Quarterly de outubro: considerações sobre profetas e sacerdotes.

MÖLLER, K. A Prophet in Debate: The Rhetoric of Persuasion in the Book of Amos. Sheffield: Sheffield Academic Press, 2003.

SCHWANTES, M. “A terra não pode suportar suas palavras” (Am 7,10): reflexão e estudo sobre Amós. São Paulo: Paulinas, 2004.

SCHWANTES, M. et al. Profetas e profecias: novas leituras. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 73, 2002.

Fundamentalismo: um desafio ecumênico

A revista Concilium, em um fascículo um tanto datado (1992!), mas com um tratamento dado ao tema que me parece ainda atual, aborda a questão do fundamentalismo como um desafio ecumênico. É claro que há questões novas, que devem ser lidas em outras obras, porém, transcrevo aqui pequenos trechos da Concilium, que acredito dignos de reflexão, especialmente quando vejo, nestes dias, as notícias sobre as atitudes fundamentalistas, tanto de um conhecido pregador norte-americano, quanto de radicais judeus que, ancorados no texto bíblico e/ou em suas tradições, vêem a doença de Sharon como castigo divino por ter retirado os colonos judeus da faixa de Gaza e ter entregue aos palestinos terra que, segundo eles, pertencia a Deus… o qual, por sua vez, a dera a Israel!

KÜNG, H.; MOLTMANN, J. Fundamentalismo: um desafio ecumênico. Concilium, Petrópolis, v. 241, n. 3, 1992, 165 p.

Para complementar a Concilium podem se lidos:
MARTY, M. E; APPLEBY, R. S.(eds.) Accounting for Fundamentalisms: The Dynamic Character of Movements. Chicago: University of Chicago Press, 2004, 862 p.
MARTY, M. E; APPLEBY, R. S.(eds.) Fundamentalisms Comprehended. Chicago: University of Chicago Press, 2004, 528 p.
PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA. A Interpretação da Bíblia na Igreja. São Paulo: Paulinas, 1994 (Leitura fundamentalista: p. 82-86).

What is Biblical Fundamentalism All About?

[Uma definição do fundamentalismo pelos fundamentalistas da Fundamental Evangelistic Association:] Biblical fundamentalism is neither a political movement nor an adherence to the culture of a bygone era. Rather, it is a movement of men and ministries who, recognizing God’s Word as completely authoritative in every area of which it speaks, are dedicated to theological orthodoxy and an attitude of disdain for unbelief as well as theological, ecclesial or ministerial compromise. Biblical fundamentalism is a worldview put into action-a worldview that recognizes man’s need to honor and glorify God in every area of life as revealed through His written Word, the Bible. The Biblical fundamentalist lives out his worldview by manifesting his beliefs through action-particularly, through his love for others, his obedience to God’s Word and his loyalty to God Himself. Biblical fundamentalism, then, is all about love, obedience and loyalty!

COLEMAN, J. A. Fundamentalismo global: perspectivas sociológicas. Concilium, o. c., p. 55-56:

Entre muitas definições conflitantes e – às vezes – puramente convencionais, proponho, como base útil para o estudo comparado dos fundamentalismos, a seguinte definição e explicação de fundamentalismo dada pelos sociólogos Anton Shupe e Jeffrey Hadden (Secularization and Fundamentalism Reconsidered, vol. III. New York: Paragon House, 1989, p. 111): “Em termos extremamente simples, definimos o fundamentalismo como um movimento que visa recuperar a autoridade sobre uma tradição sagrada que deve ser reintegrada como antídoto contra uma sociedade que se soltou de suas amarras institucionais. Do ponto de vista sociológico o fundamentalismo implica: 1) repúdio à radical separação entre sagrado e secular, que foi se impondo sempre mais com a modernidade; e 2) um plano para anular esta bifurcação institucional e com isso trazer a religião de volta para o centro do palco, como importante fator ou parte interessada nas decisões relativas ao interesse público”. O fundamentalismo visa recuperar a autoridade sobre uma tradição sagrada. Distingue-se dos apelos utópicos a criar uma ordem social nova, até agora apenas sonhada. Os fundamentalistas conclamam as pessoas a voltar a uma tradição perdida. Exigem a recuperação dos valores de uma época anterior, presumivelmente mais pura e mais íntegra. Buscam, assim, reorientar a sociedade e a cultura para um futuro mais desejável. Essa época anterior reconstruída pode, evidentemente, padecer de uma idealização em alto grau ou depender de uma ênfase exagerada, mas muito criativa, dada a um ou outro traço da época anterior imaginada. Os historiadores que prezam a exatidão científica terão grande dificuldade em descobrir as provas do pretenso passado idealizado, agora recuperado de forma seletiva. Se numa época anterior existiu uma sociedade mais perfeita e mais honesta, devem necessariamente os fundamentalistas explicar como essa ordem social se desencaminhou. As ideologias ou cosmovisões fundamentalistas apontam, então, símbolos do mal. Apontam e condenam várias ideologias, movimentos sociais e forças ou indivíduos que desencaminharam a sociedade do antigo estado moral idealizado. Conceitos relacionados com ‘colapso moral’ e corrupção dos valores abundam no discurso fundamentalista. Às vezes esses conceitos vêm ligados a supostas conspirações de inimigos tachados de ‘modernistas’ ou ‘humanistas seculares’. Os fundamentalistas procuram apresentar elos de continuidade entre seu movimento fundamentalista e a tradição de fé que este afirma desejar recuperar. Os símbolos centrais evocados pelas reações fundamentalistas ocupam geralmente também um lugar central na ortodoxia da religião. Assim, por exemplo, a sola scriptura transformada em Escritura inerrante ou o primado papal transformado em fundamentalismo papal unem os fundamentalistas à corrente ortodoxa do Protestantismo ou do Catolicismo onde possuem aliados potenciais. Evidentemente, os integristas católicos e os fundamentalistas protestantes tendem a manipular desproporcionalmente os símbolos ortodoxos e a apresentar uma caricatura dos mesmos. Ainda assim, muitas vezes os fundamentalismos retroalimentam a corrente ortodoxa e são, por sua vez, alimentados por aliados na corrente ortodoxa. Às vezes é difícil traçar limites nítidos entre os fundamentalistas e os tradicionalistas ou conservadores mais nuançados. Esta ambigüidade confere ao fundamentalismo uma força que ultrapassa os grupos marginais radicais que o adotam integralmente.

VOLF, M. O desafio do fundamentalismo protestante. Concilium, o. c., p. 127;129-130:

Historicamente, o fundamentalismo protestante foi uma tardia reação religiosa à modernidade. Mais precisamente: foi uma reação à reação do cristianismo liberal à modernidade. O livro de um estudioso do Novo Testamento, J. Gresham Machen, de Princeton, que é provavelmente a melhor expressão do programa teológico fundamentalista, sugere isto através de seu título: Christianity and Liberalism (1923). Na seção histórica do presente artigo, tratarei de Machen como sendo o ‘fundamentalista padrão’ (…) A obra de Machen, Christianity and Liberalism, consiste principalmente de contraposições entre doutrinas bíblicas e as pretensões teológicas do liberalismo. A Bíblia exalta a ‘terrível transcendência de Deus’; o liberalismo aplica o nome de Deus ao ‘processo do mundo’. A Bíblia ensina que ‘o homem é um pecador sob a justa condenação de Deus’; o liberalismo acredita que ‘sob as grosseiras feições exteriores do homem… é possível descobrir a abnegação suficiente para servir de fundamento à esperança da sociedade’. A Bíblia proclama Jesus Cristo como objeto divino e humano da fé; o liberalismo vê nele um exemplo humano de fé. A mensagem central da Bíblia é a salvação da culpa do pecado pelo sacrifício expiatório de Cristo, o Filho de Deus; o liberalismo ensina que a salvação vem pelos próprios seres humanos, vencendo sua preguiça para fazer o bem (…) O ímpeto mais forte que está por trás do fundamentalismo americano se compara à força propulsora da neo-ortodoxia européia: é a crítica da adaptação da teologia liberal à modernidade, partindo da posição vantajosa de redescobrir a ‘terrível transcendência’ de Deus e a ação salvífica de Deus em favor da humanidade pecadora. O acento na Bíblia como Palavra de Deus em ambos os movimentos é parte e parcela desta descoberta.

MOLTMANN, J. Fundamentalismo e modernidade. Concilium, o.c., p.142-143:

Os fundamentalistas não reagem às crises do mundo moderno, mas às crises que o mundo moderno provoca em sua comunidade de fé e em suas convicções básicas. A convicção de fé se baseia na segurança da autoridade divina. Nas assim chamadas Religiões do Livro, é a autoridade divina do documento da revelação: a palavra de Deus é, como o próprio Deus, sem erro e infalível (…) As ciências históricas e empíricas do mundo moderno são reconhecidas enquanto concordarem com [o documento divino da revelação], mas são rejeitadas se questionarem esta autoridade intemporal (…) O documento divino da revelação não pode estar sujeito à interpretação humana mas, ao contrário, a interpretação humana deve estar sujeita ao documento divino da revelação. O fundamentalismo exclui todo juízo racional sobre a condicionalidade histórica de sua origem e sobre a diferença hermenêutica em relação às condições mudadas do presente. O conteúdo de verdade do documento da revelação é intemporal e não precisa ser constantemente explicado ou atualizado, mas apenas conservado intocável. O fundamentalismo baseado na revelação não argumenta, apenas afirma. Não pede compreensão, mas sujeição. Não se trata absolutamente de um problema hermenêutico mas de uma luta pelo poder: ou a palavra de Deus ou o ‘espírito da época’. O fundamentalismo também não é um fenômeno de retirada ou de defesa, mas de avanço sobre o mundo moderno para dominá-lo. Faz parte das várias estratégias teopolíticas atuais…

HEBBLETHWAITE, P. O fundamentalismo romano-católico… Concilium, o. c., p. 114:

Se considerarmos o fundamentalismo não como um corpo doutrinal mas como uma atitude em face da crença religiosa, atitude caracterizada pela canonização de um texto antigo, pelo apego ao seu sentido literal e pela convicção de que só um pequeno resto há de salvar o mundo pela fidelidade à inspiração original, então sem dúvida, existem fundamentalismos romano-católicos. Mas eles tendem a rejeitar essa qualificação, por causa de suas conotações protestantes. Os fundamentalistas católicos diferenciam-se de seus irmãos (e irmãs) protestantes pelo fato de substituir a Bíblia, que não apreciam tanto e nem lêem, pelos Concílios da Igreja, especialmente o Tridentino (Concílio anti-protestante) ou pelo Vaticano I (Concílio antimoderno). Ou então combinam os dois. Esses Concílios representam a ‘idade de ouro’, quando ‘a Igreja sabia para onde ia’.

NEUSNER, J. O desafio do fundamentalismo judaico contemporâneo. Concilium, o. c. p. 67-68:

O ‘fundamentalismo’, categoria teológica cristã protestante, não se aplica a nenhum dos judaísmos contemporâneos. Para nenhum judaísmo hoje – seja Reformista, Reconstrucionista, Conservador, Ortodoxo em qualquer uma das numerosas formas de Judaísmo Ortodoxo atualmente florescentes – a proposição da veracidade literal e inerrante da Escritura, lida segundo suas próprias condições e em seus próprios parâmetros, constitui uma opção. Isso porque todos os Judaísmos abordam as Escrituras hebraicas, conhecidas no Judaísmo como Torá escrita, pelo método estabelecido pela Torá oral, hoje conservada em forma escrita nos dois Talmudes e em várias compilações de Midrashes; e na leitura da Torá oral, embora a Torá escrita seja sempre verdadeira, ela nunca é lida de modo literal, como a hermenêutica fundamentalista protestante sustenta que deve ser. Por conseguinte, em sentido estrito não podemos falar de fundamentalismo no contexto de nenhum Judaísmo ou, portanto, do Judaísmo em geral. Mas, enquanto o fundamentalismo designa um fenômeno mais amplo do que dá a entender o fundamentalismo hermenêutico, podemos apontar pontos de concordância em recentes desdobramentos entre os Judaísmos e correlativos em vários Cristianismos e Islamismos. Pois entre os Judaísmos de hoje levantaram-se de forma intensa questões que, em geral, as pessoas supunham não estarem mais sujeitas a debate. E descobrimos que questões consideradas encerradas suscitam discussões intensas e violentas. Na medida em que podemos identificar como ‘fundamentalismo’ uma renovação do debate sobre as questões fundamentais de organização social da fé – a ordem social judaica – podemos afirmar que existe um fundamentalismo florescendo entre os Judaísmos contemporâneos, e que constitui um importante desafio à ordem social judaica, por um lado, e ao lugar ocupado pelo complexo religioso judaico entre os outros complexos religiosos, por outro.

Sharon “castigado” por Deus: dos danos políticos do fundamentalismo bíblico

Está na Folha Online – 05/01/2006 – 22h13: Pregador dos EUA sugere que derrame de Sharon foi “castigo divino”

O evangelista americano Pat Robertson causou polêmica nesta quinta-feira ao sugerir que o derrame cerebral sofrido pelo primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, 77, foi um “castigo divino” por “dividir a terra sagrada de Israel.” “Deus é inimigo daqueles que dividem sua terra. Deus considera que esta terra [Israel] é sua”, afirmou o pregador ultraconservador em seu programa de TV 700 Club. “A qualquer primeiro-ministro de Israel que decida dividi-la, Deus dirá: ‘Não, é minha'”, acrescentou Robertson. “Agora ele está à beira da morte”, disse o ainda pregador, referindo-se ao líder israelense. “E estava dividindo a terra de Deus” (continua…)


A notícia está em centenas de jornais… veja, por exemplo, The New York Times – January 6, 2006: Robertson Suggests Stroke Is Divine Rebuke

Norfolk, Va., Jan. 5 (AP) – The Protestant broadcaster Pat Robertson suggested Thursday that Ariel Sharon’s stroke was divine punishment for “dividing God’s land.” “God considers this land to be his,” Mr. Robertson said on “The 700 Club,” his television program. “You read the Bible and he says, ‘This is my land,’ and for any prime minister of Israel who decides he is going to carve it up and give it away, God says, ‘No, this is mine.’ ” Mr. Robertson said he had prayed about a year ago with Mr. Sharon, whom he called “a very tenderhearted man and a good friend.” He said he was sad to see Mr. Sharon in his current medical condition. But he also said that in the Bible, the prophet Joel “makes it very clear that God has enmity against those who ‘divide my land.’ ” Mr. Sharon “was dividing God’s land, and I would say woe unto any prime minister of Israel who takes a similar course to appease” the European Union, the United Nations or the United States, Mr. Robertson said.

Esta outra “maldição divina” foi noticiada pelo Jerusalem Post e colocada por Jim Davila no seu blog PaleoJudaica.com: Extremists boast they cursed Sharon By Yaakov Katz (Jerusalem Post)

Far-right activists took credit Thursday for the severe deterioration in Ariel Sharon’s health, claiming that a pulsa denura – Aramaic for “lashes of fire” – death curse they instigated against the prime minister in July was the real catalyst behind his current state of health (continua…)

M. Daniel Carrol R.: um excelente estudo sobre o profeta Amós

Preparando minhas aulas de Literatura Profética, fiquei impressionado com os elogios de quatro resenhas sobre o livro de

CARROLL R., M. D. Amos – The Prophet and His Oracles: Research on the Book of Amos. Louisville: Westminster John Knox, 2009, xiv + 224 p. – ISBN  9780664224554.

Todos os resenhistas chamam a atenção para a excelência e importância do livro e o recomendam como leitura obrigatória para quem quiser entender a pesquisa atual sobre Amós e os rumos que ela tomará nos próximos anos.

Diz Petronella Verwijs, Corona, Califórnia:

I have no doubt that this book will contribute to a continued investigation into the book of Amos. I myself, after reading this book, am greatly encouraged to continue my part of the task.

Diz James Linville, Lethbridge, Alberta, Canadá:

The author has provided the academic community with a fine review and a well-balanced outlook on the prospects for academic and socially engaged scholarship into Amos and the value in multiple approaches to the book. His noncompromising stance on reading Amos for something opens the “disinterested” scholar to a new world of imaginative and impassioned readings.

Diz Mark Mcentire, Belmont University Nashville, Tennessee:

For at least several years this volume will serve as an ideal starting point for anyone entering the field of scholarship on Amos. Carroll R. has his own agenda, and it feels rather strange to read as he
describes his own work in the third person, but he is a reliable guide to past scholarship and developing trends in Amos studies. The extensive bibliographies in this book have the potential to save readers many hours of their own searching.

Diz Barry A. Jones (na CBQ), Campbell University Divinity School, Buies Creek, North Carolina:

M. Daniel Carroll R. has created a unique resource for the study of Amos that offers both an introduction to scholarship and a tool for further research. He combines a well-organized, up-to-date, and widely inclusive bibliography with introductory essays reflecting on the study of Amos past, present and future. The resulting book puts the fruit of over two centuries of scholarship into the hands of students and scholars.

O Jesus Histórico na pesquisa recente, segundo James Dunn e colegas

Três livros com James D. G. Dunn, mundialmente famoso por sua obra sobre Paulo: dois livros dele e um editado por ele e Scot McKnight.

Este último é uma coletânea bem abrangente, com ensaios de P. S. Alexander, D. C. Allison, P. W. Barnett, M. J. Borg, R. Bultmann, H. J. Cadbury, P. M. Casey, G. B. Caird, B. Chilton, C. E. B. Cranfield, J. D. G. Dunn, R. A. Horsley, J. Jeremias, M. Kähler, W. G. Kümmel, E. E. Lemcio, A.-J. Levine, G. Luedemann, J. P. Meier, B. F. Meyer, R. Morgan, J. A. T. Robinson, E. P. Sanders, A. Schweitzer, K. R. Snodgrass, G. N. Stanton, P. Stuhlmacher, G. Theissen, N. T. Wright.

Um livro é de 2003 e dois são de 2005. Todos eles nos ajudam a compreender melhor quem foi Jesus de Nazaré. E situam o leitor na pluralidade das tendências da pesquisa atual sobre o Jesus Histórico.

 

Uma origem samaritana para as tradições do Hexateuco?

Publicado por Jim West em Biblical Theology: Mt Gerizim and the Samaritans [Obs.: link quebrado, blog não existe mais: 21.03.2008 – 11h32]

Dr Ingrid Hjelm, The Carsten Niebuhr Dep., Univ. of Copenhagen, has made available an essay on Mt Gerizim and the Samaritans which will be of interest to all those engaged in study of the “intertestamental period” as we used to call it many years back.

The conclusion of the essay follows:

Indications are strong in favour of understanding the Persian and Hellenistic periods as formative periods for most of biblical literature. Gerizim’s role must therefore be reconsidered. The proximity of Bethel to Shechem in Samaritan traditions and in the Masoretic and Samaritan Pentateuch must be re-evaluated… (continua)

Padre italiano vai ter que provar na justiça que Jesus existiu

É sério. Está no Times de Londres. Numa disputa entre um agrônomo aposentado ateu e o Pe. Enrico Righi, em Viterbo, ao norte de Roma, Itália, um juiz exigiu que o padre prove, perante a justiça, que Jesus existiu de fato… Veja:

The Times – January 03, 2006 Prove Christ exists, judge orders priestFrom Richard Owen in RomeAn italian judge has ordered a priest to appear in court this month to prove that Jesus Christ existed. The case against Father Enrico Righi has been brought in the town of Viterbo, north of Rome, by Luigi Cascioli, a retired agronomist who once studied for the priesthood but later became a militant atheist. Signor Cascioli, author of a book called The Fable of Christ, began legal proceedings against Father Righi three years ago after the priest denounced Signor Cascioli in the parish newsletter for questioning Christ’s historical existence. Yesterday Gaetano Mautone, a judge in Viterbo, set a preliminary hearing for the end of this month and ordered Father Righi to appear. The judge had earlier refused to take up the case, but was overruled last month by the Court of Appeal, which agreed that Signor Cascioli had a reasonable case for his accusation that Father Righi was “abusing popular credulity”. Signor Cascioli’s contention — echoed in numerous atheist books and internet sites — is that there was no reliable evidence that Jesus lived and died in 1st-century Palestine apart from the Gospel accounts, which Christians took on faith. There is therefore no basis for Christianity, he claims. Signor Cascioli’s one-man campaign came to a head at a court hearing last April when he lodged his accusations of “abuse of popular credulity” and “impersonation”, both offences under the Italian penal code. He argued that all claims for the existence of Jesus from sources other than the Bible stem from authors who lived “after the time of the hypothetical Jesus” and were therefore not reliable witnesses. Signor Cascioli maintains that early Christian writers confused Jesus with John of Gamala, an anti-Roman Jewish insurgent in 1st-century Palestine. Church authorities were therefore guilty of “substitution of persons”. The Roman historians Tacitus and Suetonius mention a “Christus” or “Chrestus”, but were writing “well after the life of the purported Jesus” and were relying on hearsay. Father Righi said there was overwhelming testimony to Christ’s existence in religious and secular texts. Millions had in any case believed in Christ as both man and Son of God for 2,000 years. “If Cascioli does not see the sun in the sky at midday, he cannot sue me because I see it and he does not,” Father Righi said. Signor Cascioli said that the Gospels themselves were full of inconsistencies and did not agree on the names of the 12 apostles. He said that he would withdraw his legal action if Father Righi came up with irrefutable proof of Christ’s existence by the end of the month. The Vatican has so far declined to comment.

Métodos de leitura dos textos bíblicos e o hábito da vigilância hermenêutica

A Introdução à S. Escritura compreende 2 horas semanais, no primeiro semestre de Teologia. Mais do que estudar o surgimento e o conteúdo dos vários livros bíblicos, a disciplina é voltada para a compreensão/apreensão de alguns métodos de leitura dos textos bíblicos. Esta opção se justifica, pois a introdução a cada um dos livros é feita a partir das disciplinas que abordam áreas específicas da Bíblia ao longo do curso de Teologia.

Um dos problemas típicos desta disciplina é a carga horária exígua que lhe é, em geral, atribuída. Até porque, ao tomar contato com a moderna metodologia de abordagem dos textos bíblicos, a desmontagem de noções ingênuas adquiridas na educação anterior e a dificuldade em abandonar certezas que beiram o fundamentalismo requerem tempo e paciência. Além disso, conseguir a convivência da criticidade que se vai progressivamente adquirindo em sala de aula com as necessidades pastorais dos envolvidos no processo de aprendizagem, exige a construção de uma linguagem hermenêutica adequada, outra questão espinhosa.

Por isso, uma tarefa que se impõe a quem se envereda por esse caminho, é a comparação e o confronto da teoria exegética crítica com as leituras cotidianas e costumeiras da Bíblia. Isto é feito pelos alunos, que coletam e analisam os dados necessários.

Costumo orientar este processo através de uma série de questões que são propostas para a análise de uma leitura bíblica feita no ambiente pastoral dos estudantes. De modo geral, peço que considerem três etapas:

  • descrever a leitura feita e sua interpretação e/ou aplicação
  • contextuar a leitura feita: ambiente, situação, tipo de público
  • analisar a leitura feita: sua interpretação e/ou aplicação naquele contexto específico

Na última etapa, a análise, utilizando categorias sugeridas por Carlos Mesters em seu livro Flor sem defesa – veja bibliografia abaixo -, podem ser considerados:

  • o texto bíblico lido e interpretado
  • o con-texto: a comunidade que lê o texto
  • o pré-texto: a sociedade na qual o leitor e/ou a comunidade vive

Do lado do texto, pode-se, por exemplo, perguntar:

  • A leitura foi adequada aos destinatários? Conferir o nível de compreensão, reação, receptividade, nível cultural x vocabulário usado, conhecimento religioso x linguagem teológica
  • A leitura foi coerente com o atual conhecimento científico (exegético) da Bíblia? Conferir a questão do contexto histórico, sentido do texto no conjunto do livro, objetivo do autor, recado dado pelo autor x recado atual…
  • Que modelo hermenêutico foi usado? Aplicação direta do texto, colagem, semelhança, comparação, diferença, contradição?

Do lado do contexto, se indaga:

  • Qual foi a função eclesial da leitura? Na comunidade em que foi feita, serviu a qual objetivo?
  • A leitura foi coerente com leituras e/ou práticas anteriores? Reforçou? Provocou? Instruiu? Exortou? Informou? Ou seja: qual foi a “intenção do discurso”?

Do lado do pré-texto, há questões possíveis, como:

  • Que visão de mundo, país, sociedade a leitura veiculou? Conferir o sub-texto, o não-dito, aquilo que é considerado natural
  • Qual foi a função social da leitura? Na sociedade, país, cidade e classe social em que foi feita: serviu a qual objetivo?

Se o leitor, finalmente, me pergunta sobre a possibilidade de se fazer tudo isso em um semestre com apenas duas aulas teóricas por semana, respondo que essa é a meta… O objetivo será mais ou menos alcançado se o interessado “mergulhar” na bibliografia indicada e tiver uma atitude de vigilância hermenêutica constante na leitura dos textos bíblicos! Atitude que deverá (deveria?) manter pelo resto da vida…

I. Ementa
A disciplina privilegia o nascimento e a estruturação dos vários métodos de leitura da Sagrada Escritura, especialmente os modernos métodos histórico-críticos, socioantropológicos e populares.

II. Objetivos
Possibilita ao aluno a visualização das diversas problemáticas envolvidas na abordagem dos textos bíblicos no contexto e no pensamento contemporâneos.

III. Conteúdo Programático

1. A leitura histórico-crítica

  • A crítica textual
  • A crítica literária
  • A crítica das formas
  • A história da redação
  • A história da tradição

2. A leitura socioantropológica

  • Por que uma leitura socioantropológica da Bíblia?
  • Origem e características do discurso sociológico
  • Origem e características do discurso antropológico
  • A Bíblia e a leitura socioantropológica
  • Algumas dificuldades da leitura socioantropológica

3. A leitura popular

  • Ler a vida com a ajuda da Bíblia
  • A opção pelos pobres
  • Da Bíblia à Sociedade: passagem para o Político

4. Oficina bíblica: leitura de textos selecionados

  • Mc 6,30-44: a primeira multiplicação dos pães
  • Lc 3,21-22: o batismo de Jesus
  • Mt 2,1-12: a visita dos magos
  • Jo 2,1-12: as bodas de Caná

 

IV. Bibliografia
Básica
BUSHELL, M. BibleWorks 6. Norfolk, VA: BibleWorks, 2003 (software para o estudo da Bíblia, com 93 versões da Bíblia em 29 línguas, incluindo o português, 12 textos nas línguas originais, 7 bancos de dados de morfologia bíblica, 6 léxicos e dicionários gregos, 4 léxicos e dicionários hebraicos, além de 18 outras ferramentas).

DA SILVA, A. J. Notas sobre alguns aspectos da leitura da Bíblia no Brasil hoje. REB, Petrópolis, v. 50, n. 197, p. 117-137, mar. 1990.

DE OLIVEIRA, E. M. et al. Métodos para ler a Bíblia. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 32, 1991.

DIAS DA SILVA, C. M. com a colaboração de especialistas, Metodologia de exegese bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000.

EGGER, W. Metodologia do Novo Testamento: introdução aos métodos lingüísticos e histórico-críticos. São Paulo: Loyola, 1994.

MESTERS, C. Flor sem defesa: uma explicação da Bíblia a partir do povo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

Complementar
DA SILVA, A. J. A visita dos magos: Mt 2,1-12.

DA SILVA, A. J. Leitura socioantropológica da Bíblia Hebraica.

DA SILVA, A. J. Leitura socioantropológica do Novo Testamento.

DA SILVA, A. J. O discurso socioantropológico: origem e desenvolvimento.

DA SILVA, A. J. Por que milagres? O caso da multiplicação dos pães. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 22, 1989, p. 43-53.

KONINGS, J. Sinopse dos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da Fonte Q. São Paulo: Loyola, 2005.

PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA. A Interpretação da Bíblia na Igreja. São Paulo: Paulinas, 1994.

SIMIAN-YOFRE, H. (ed.) Metodologia do Antigo Testamento. São Paulo: Loyola, 2000.

TREBOLLE BARRERA, J. A Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã: introdução à história da Bíblia. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

WEGNER, U. Exegese do Novo Testamento: manual de metodologia. 3. ed. São Leopoldo: Sinodal/Paulus, 2002.

ZENGER, E. et al. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Loyola, 2003.