Folha Online – BBC Brasil: 02/02/2006 – 07h50
O editor de um jornal francês que publicou uma charge com o profeta Maomé (ou Mohammed) usando um turbante em formato de bomba na primeira página foi demitido por “ofender os muçulmanos”. Jacques Lefranc foi demitido pelo dono do France Soir, após seu jornal ter sido envolvido em uma crescente polêmica entre os muçulmanos e a imprensa européia. Países islâmicos impuseram sanções contra a Dinamarca após um jornal dinamarquês ter sido o primeiro a publicar charges com a imagem de Maomé. Outros jornais europeus republicaram as imagens para mostrar apoio ao direito de livre expressão. Publicações na Alemanha, Itália, Holanda e Espanha republicaram as charges dinamarquesas. O France Soir publicou uma nova charge em sua primeira página mostrando figuras sagradas budistas, judaicas, muçulmanas e cristãs sentadas em uma nuvem, com a legenda: “Não se preocupe, Maomé, nós todos já viramos caricaturas aqui”. Porém o dono do jornal, Raymond Lakah, disse em um comunicado à agência France Presse que decidiu “demitir Jacques Lefranc como diretor-geral da publicação como um poderoso sinal de respeito pelas crenças e convicções pessoais de todos os indivíduos”. “Expressamos nossas desculpas à comunidade muçulmana e a todas as pessoas que ficaram chocadas com a publicação”, disse ele. A tradição islâmica proíbe representações de Maomé ou de Alá (Deus). As charges do jornal dinamarquês Jyllands-Posten incluíam, além do desenho de Maomé usando o turbante com o formato de uma bomba, uma que mostrava o profeta dizendo que o paraíso estava ficando sem virgens para os homens-bomba (cont.)
Leia Mais:
Jornais europeus republicam caricaturas polêmicas de Maomé
Palestinos cercam escritório da União Européia em Gaza