A transnacionalização de credos brasileiros

Sementes ao vento: a diáspora das religiões brasileiras no mundo: tema de capa da revista IHU On-Line 424, de 24.06.2013.

A revista

Diz o editorial:
Como podemos compreender o fenômeno da transnacionalização de credos brasileiros? Quais são os contextos em que se inserem? Como a sociedade receptora dessas formas diferentes de fé se relaciona com seus praticantes? Essas e muitas outras questões permeiam o debate do qual brotam respostas apontam para a necessidade de ulteriores pesquisas, análises e reflexões.

Alberto Groisman, da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, examina o Santo Daime como uma “amazonização” do Cristianismo e síntese da religiosidade e subjetividade contemporâneas.

A Umbanda e o Batuque no Cone Sul e a estigmatização social de seus praticantes é o assunto de Alejandro Frigerio, da Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales Argentina e da Universidade Católica Argentina.

Os jogadores de futebol como pastores neopentecostais e a cosmologia da prosperidade são debatidos pela antropóloga Carmen Rial, da UFSC.

Ushi Arakaki fala sobre a Umbanda no Japão e a busca pela ressignificação da vida dos nipo-brasileiros.

Brenda Carranza (PUC-Campinas) e Cecília Mariz (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ) dissecam o “catolicismo tipo exportação” e a “missão reversa” atribuídos à Canção Nova.

Dario Paulo Barrera Rivera, da Universidade Metodista de São Paulo – UMESP, discorre sobre o pentecostalismo brasileiro no Peru, representado pela Igreja Pentecostal Deus é Amor.

O sociólogo José Cláudio Souza Alves, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, recupera a gênese do Vale do Amanhecer, surgido em Brasília, e agora ativo em Atlanta, nos Estados Unidos.

Uma entrevista com Sara Delamont e Neil Stephens, da Universidade de Cardiff, no País de Gales, debate tanto a secularização gradativa dessa nação, até as referências religiosas do Candomblé e da Umbanda oriundas da capoeira.

A publicação da coletânea The Diaspora of Brazilian Religions, 2013, organizada pela pesquisadora Cristina Rocha, da Universidade do Oeste de Sydney, na Austrália, e pelo pesquisador Manuel Vásquez, da Universidade da Flórida, nos EUA, propiciaram a edição deste número da revista IHU On-Line.

 

O livro

ROCHA, C.; VASQUEZ, M. A. (eds.) The Diaspora of Brazilian Religions. Leiden: Brill, 2013, 408 p. – ISBN 9789004236943.

The Diaspora of Brazilian Religions explores the global spread of religions originating in Brazil, a country that has emerged as a major pole of religious innovation and production. Through ethnographically-rich case studies throughout the world, ranging from the Americas (Canada, the U.S., Peru, and Argentina) and Europe (the U.K., Portugal, and the Netherlands) to Asia (Japan) and Oceania (Australia), the book examines the conditions, actors, and media that have made possible the worldwide construction, circulation, and consumption of Brazilian religious identities, practices, and lifestyles, including those connected with indigenized forms of Pentecostalism and Catholicism, African-based religions such as Candomblé and Umbanda, as well as diverse expressions of New Age Spiritism and Ayahuasca-centered neo-shamanism like Vale do Amanhecer and Santo Daime. 

 

Os autores

Cristina Rocha, Ph.D. (2004, University of Western Sydney) is a Research Fellow at the Religion and Society Research Centre and a Senior Lecturer at the School of Humanities and Communications, Arts, University of Western Sydney, Australia.

She is the editor of the Journal of Global Buddhism. Her publications include Buddhism in Australia (with M. Barker, Routledge, 2010) and Zen in Brazil: The Quest for Cosmopolitan Modernity (Hawaii UP, 2006).

Manuel A. Vasquez, Ph.D. (1994, Temple University) is Professor at the Religion Department, University of Florida.

He is the author of More than Belief: A Materialist Theory of Religion (Oxford UP, 2011) and The Brazilian Popular Church and the Crisis of Modernity (Cambridge UP, 1998). He also co-authored Living ‘Illegal’: The Human Face of Unauthorized Immigration (New Press, 2011) and Globalizing the Sacred: Religion across the Americas (Rutgers, 2003).

Contributors include Ushi Arakaki, Dario Paulo Barrera Rivera, Brenda Carranza, Anthony D’Andrea, Sara Delamont, Alejandro Frigerio, Alberto Groisman, Annick Hernandez, Clara Mafra, Cecilia Mariz, Deirdre Meintel, Carmen Rial, Cristina Rocha, Camila Sampaio, Clara Saraiva, Olivia Sheringham, Neil Stephens, Jose Claudio Souza Alves, Claudia Swatowiski, and Manuel A. Vasquez.

Velha mídia, grande mídia, mídia burguesa

O que chamamos de mídia burguesa não passa de uma organização empresarial, capitalista, que vende propaganda. Nunca notícia. Está a serviço de um tipo particular de capitalismo, que é o financeiro. É golpista de primeira hora. Jamais teve apreço por democracia alguma. Muito ao contrário. Sempre que pode, em qualquer país do mundo, apoia abertamente golpes de estado contra presidentes democraticamente eleitos. Criminaliza a política em geral. Aliena o povo. Embandeira-se falsamente com palavras de ordem “moral” e “ética”, mas seus protegidos são os maiores corruptos.