A troca de cadeiras dos navegadores

Guerra dos browsers, troca de cadeiras… Coisas assim. De novo.

O monopólio de um único navegador, seja ele qual for, não seria uma situação muito boa para ninguém. O ideal é que o Chrome, Firefox e mesmo o IE continuem de pé, disputando fatias mais ou menos equivalentes do mercado (Carlos Morimoto).

:: Chrome supera o IE e torna-se o browser mais usado – Carlos Morimoto: GdH 21/05/2012

:: Chrome is the most popular browser in the world, says StatCounter – Jeff Blagdon: The Verge – May 21, 2012

Só por curiosidade, fui conferir os dados do Google Analytics para o Observatório Bíblico. As visualizações de página de 21 de abril a 21 de maio de 2012 estão assim:
1. Chrome: 38,79%
2. Internet Explorer: 30,54%
3. Firefox: 25,54%
4. Safari: 3,44%
5. Outros: <1%

Nossos dados pessoais convertidos em mercadoria digital

Como nossos dados pessoais enriquecem gigantes digitais – Eduardo Febbro: Carta Maior 21/052012

Facebook e Google se apoiam quase no mesmo modelo econômico: quanto mais se sabe sobre os gostos e inclinações dos usuários, mais dinheiro pode-se fazer com esses dados sem que o usuário tenha dado sua permissão para tanto. É neste contexto que a associação Internet sem Fronteiras propõe a criação de um e-sindicato para defender os direitos dos usuários do Facebook e de outros gigantes digitais que espiam cada um de nossos clics para convertê-los em ouro.

Leia o artigo.

Entrevista com Robert Cailliau, um homem de vários códigos

“A internet é muito mais do que um depósito de conhecimentos”

Robert Cailliau é um homem de vários códigos. Três no total: web, HTTP e HTML. Este engenheiro belga fez parte da equipe do britânico Tim-Bernes-Le que, nos anos 90, inventou, na sede do CERN (organização europeia para a pesquisa nuclear), em Genebra, esses três pilares da modernidade: o URL, ou seja, os três www, a linguagem hipertexto, HTML, e o protocolo de transferência de hipertexto, HTTP. É inútil estender-se sobre o impacto prodigioso desse invento que, no início, estava destinado unicamente a compartilhar dados entre a comunidade científica. Em entrevista à Carta Maior, Robert Cailliau reflete sobre a evolução da rede, seus riscos e potencialidades.

Leia a entrevista de Robert Cailliau a Eduardo Febbro.

Transcrevo dois trechos:

:: Você destacou em várias oportunidades que a Web tinha muito mais aspectos positivos que negativos. No entanto, a Web hoje está nas mãos de enormes grupos.
Toda tecnologia pode ser utilizada para bem ou para mal. Há algumas tecnologias para as quais é difícil imaginar aplicações benéficas, por exemplo, a bomba atômica. Outras tecnologias, como a Web, são muito mais fáceis de utilizar como metas positivas que negativas. A influência negativa de um número determinado de usuários com más intenções é supervalorizada. A pornografia, por exemplo, cria um problema de proteção dos menores. A pornografia sempre esteve presente, mas com a Web ela se tornou de mais fácil acesso. A internet é um meio desenvolvido por acadêmicos para acadêmicos. Trata-se de uma camada da população que tem um comportamento uniforme em todo o mundo. Quando ela se expandiu para fora dessa comunidade, houve uma invasão dos aproveitadores e manipuladores. A estrutura tecnológica da net não estava preparada para lidar com esse tipo de gente.

:: Você qualificou os serviços como Facebook, MySpace, Second Life ou Twitter como “uma nova encarnação do ópio dos povos”. Qual é, na sua opinião, o caráter negativo e nocivo desses serviços?
Em sua grande maioria, os usuários pensam que estas coisas são como o ar ou o espaço, que existem, que são livres para todo o mundo. Ninguém se questiona sobre elas. Contrariamente aos objetos do mundo físico, esses serviços tocam nosso cérebro. Onde estão? Quais são as empresas que os administram? Em que espaço legal se encontram? Que fazem com os dados privados, com os esquemas de comportamento que os usuários confiam a eles? Por acaso, podemos sair desses sistemas? Ou ocorre como nas religiões, onde a apostasia é castigada com a morte? E quem paga? Como sabemos que não guardaram os dados em um lugar separado? Não há analogia entre os serviços físicos e digitais. Felizmente estou vendo uma tomada de consciência. Isso significa que há esperanças.

Fonte: Carta Maior 21/05/2012

Leia Mais:
Acordo político abre caminho para aprovar leis de crimes virtuais no Brasil – Folha.com 21/05/2012

Coalizão Religiões por Direitos e a Rio+20

Rio+20 e as religiões

“Paralelamente à Rio+20, a sociedade civil organizada está se mobilizando para o grande evento chamado Cúpula dos Povos, que reunirá milhares de representantes redes na tentativa de construção de uma voz comum que denuncie os motivos da crise ambiental e humanitária global e ofereça soluções de desenvolvimento para o planeta e as sociedades. Igrejas, organismos e agências confessionais e ecumênicas estão unindo esforços com outros movimentos para promover uma coalizão inter-religiosa inédita chamada ‘Religiões por Direitos’.

Um pouco de história

Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) organizou, em Estocolmo, Suécia, uma conferência para tratar do tema do desenvolvimento humano. Aquele foi o primeiro encontro desse porte a lidar com questões que, atualmente, estão na pauta de todos os debates acerca do futuro do planeta e da humanidade. Estocolmo 1972 é considerada a pedra fundamental de um processo de reflexão e incidência em torno do tema do desenvolvimento sustentável. O evento gerou uma declaração oficial da ONU sobre o assunto e a criação do Programa Ambiental das Nações Unidas (PANU) [ou UNEP, em inglês].

Vinte anos depois, na cidade do Rio de Janeiro, acontecia o segundo evento marcante dessa caminhada, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), que também foi chamada de Encontro da Terra e ECO 92. Um dos aspectos mais marcantes do evento foi a inauguração de processos paralelos organizados pela sociedade civil que tinham como objetivo causar impacto e influência nos debates e deliberações dos líderes mundiais envolvidos na conferência oficial. Cerca de 2.400 representantes de ONGs participaram da conferência e o fórum paralelo reuniu mais de 17 mil pessoas diariamente.

Quarenta anos depois de Estocolmo e 20 anos depois do Encontro da Terra, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS) será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A proposta brasileira para sediar o evento foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU, em 2009, levando em conta o papel estratégico do Brasil na atual conjuntura global e o suposto legado simbólico do evento de 1992. A Rio+20, no entanto, também é Estocolmo+40.

A Rio+20

Em tese, a Rio+20 deveria ajudar a definir a agenda em torno do tema do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas, mas o que se vê, ao longo das semanas que levam às datas do evento são sinais claros de mais uma rodada de negociações com pouquíssimos avanços por parte dos representantes dos governos de países membros da ONU.

A Cúpula dos Povos, por sua vez, cresce em visibilidade e motivação à medida que sua dinâmica se torna conhecida. Ao contrário de eventos similares, como o Fórum Social Mundial, em que seminários, oficinas e painéis aconteciam de forma autônoma, a proposta metodológica da Cúpula dispõe de mecanismos que irão buscar convergências entre temas afins e a construção participativa de uma voz comum que proponha alternativas concretas aos modelos de desenvolvimento. Isso significa que cada organização que trabalha em torno de um tema precisa buscar alianças e trabalhar em parceria com outras esferas que lidam com o mesmo tema. Além disso, as conclusões das atividades irão confluir para as grandes plenárias de convergência da Cúpula dos Povos, que estão divididas em cinco temas:

1.      Direitos por justiça social e ambiental.
2.      Defesa dos bens comuns contra a mercantilização.
3.      Soberania alimentar.
4.      Energia e indústrias extrativas.
5.      Trabalho: por outra economia e novos paradigmas de sociedade.

Religiões por Direitos

Tradicionalmente, o movimento ecumênico sempre esteve envolvido em iniciativas dessa natureza. Seja em nível local ou global, muitas organizações têm em sua agenda de prioridades a participação em espaços de incidência pública como a proposta da Cúpula dos Povos.

Motivadas pela Rio+20 e a Cúpula dos Povos, as organizações do Fórum Ecumênico ACT Brasil (FE ACT Brasil), passaram a articular a formação de uma coalizão ecumênica com vistas a uma participação coordenada e coesa na conferência da ONU e na Cúpula dos Povos. A proposta ganhou adesão de mais organizações locais e internacionais durante a realização do Fórum Social Temático, em janeiro deste ano, em Porto Alegre.

A coalizão passava, então, a ser um projeto bilateral entre igrejas e organizações ecumênicas do Brasil e de outras partes do mundo com o objetivo de construir uma voz comum em torno do tema da justiça social e ambiental e contra a mercantilização da natureza e da vida e para o bem de recursos comuns, englobando iniciativas autônomas, facilitando as conexões e comunicação entre as diferentes iniciativas e construção e coordenação de processos de consenso comum.

Coube a Koinonia – Presença Ecumênica e Serviço, organização membro de ACT Aliança, com sede no Rio de Janeiro, assumir a coordenação prática da participação ecumênica na Cúpula dos Povos. Rapidamente, tornou-se claro que a coalizão poderia (e deveria) ser mais inclusiva, incorporando a herança multilateral da ECO 92 e tornando-se inter-religiosa e em busca de consolidar-se como ponto de referência para todas as expressões religiosas que procuram expressar sua contribuição por um mundo melhor na Rio+20 e na Cúpula dos Povos. Com esta nova envergadura, a coalizão ecumênica passa a chamar-se ‘Religiões por Direitos’, pois o pano de fundo comum entre as expressões e organizações religiosas envolvidas nessa articulação é o esforço para promover os Direitos (humanos, civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais).

‘Religiões por Direitos’, portanto, é fruto de uma articulação em três níveis. O primeiro a articular-se foi o Fórum Ecumênico Brasil (FE ACT Brasil), que é o fórum nacional de ACT Aliança, no qual a membresia não é limitada às organizações filiadas a essa aliança que reúne mais de cem organismos e agências cristãs de ajuda humanitária, apoio a projetos de desenvolvimentos e iniciativas de incidência pública. O FE ACT Brasil inclui diversas expressões do cenário ecumênico no Brasil, como, por exemplo, o PAD (Processo de Articulação e Diálogo entre agências ecumênicas).

O segundo nível dessa grande articulação é a cooperação internacional ecumênica, formada por organizações e igrejas que compõem o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), ACT Aliança, a Aliança Ecumênica da Incidência, a Aliança Anglicana, APRODEV, Christian Aid, EED, ICCO/Kerk in Actie e CIDSE.

Finalmente, há o grupo inter-religioso do Rio, com o legado das iniciativas inter-religiosas da ECO 92 e suas conexões nacionais, continentais e internacionais. É também neste nível que está a participação do ‘Comitê para a Diversidade Religiosa’, promovido pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos.

A Cúpula dos Povos reunirá, diariamente, cerca de 80 mil pessoas no Aterro do Flamengo. Nesse território, está prevista a montagem de sete tendas destinadas ao espaço ‘Religiões por Direitos’.  Uma tenda principal, com capacidade para 500 lugares, reunirá os momentos de espiritualidade no início de cada dia e eventos de maior envergadura.

Ao redor desse espaço principal estarão montadas seis tendas temáticas (150 lugares cada) que irão acolher debates, painéis, oficinas e exposições a partir do ponto de vista das religiões e organismos religiosos acerca de temas como soberania alimentar, juventude, mudanças climáticas e novos paradigmas de desenvolvimento. Uma dessas seis tendas será dedicada exclusivamente aos povos tradicionais de terreiros e servirá de elo entre Religiões por Direitos e o Território Afro da Cúpula dos Povos, que estará montado logo ao lado.

‘Religiões por Direitos’ tem assento no Grupo de Articulação (GA) da Cúpula dos Povos e vem colaborando com a metodologia e estrutura operacional da Cúpula como um todo. Essa esfera, assim como todo o processo de construção dessa articulação são sinais de um novo modelo de cooperação e incidência ecumênica e inter-religiosa que vem motivando a crença de que novos ventos impulsionam as velas do velho barco ecumênico”.

Fonte: Marcelo Schneider – Notícias: IHU 14/05/2012.

Marcelo Schneider trabalha para o Conselho Mundial de Igrejas e é responsável pela secretaria executiva do espaço Religiões por Direitos.

Mês da Bíblia 2012: O Evangelho de Marcos

Setembro é o Mês da Bíblia [para os católicos – para os evangélicos o Dia da Bíblia é, no Brasil, o segundo domingo de dezembro].

O Mês da Bíblia surgiu há 41 anos [1971] por ocasião do 50º aniversário da Arquidiocese de Belo Horizonte.

Em 2012, o texto proposto para ser aprofundado no estudo bíblico é o Evangelho de Marcos. O tema é “Discípulos missionários a partir do Evangelho de Marcos” e o lema é “Coragem! Levanta-te! Ele te chama” (Mc 10,49).

Bibliografia sobre Marcos

:: BALANCIN, E. M. Como ler o Evangelho de Marcos: Quem é Jesus? 9. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 184 p. – ISBN 8534901783.
No final do evangelho, ao ouvir a notícia de que Jesus ressuscitou, as mulheres que foram ao túmulo receberam uma missão: “Agora vocês devem ir e dizer aos discípulos dele e a Pedro que ele vai para a Galiléia na frente de vocês. Lá vocês o verão, como ele mesmo disse” (16,7). Isso significa que, se os discípulos quiserem se encontrar com Jesus Ressuscitado, terão de retornar para onde Jesus iniciou sua atividade e retomá-la.

:: BORTOLINI, J. O evangelho de Marcos: para uma catequese com adultos. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2003, 288 p. – ISBN 8534920435.
Este é um comentário popular do evangelho de Marcos em vista da catequese com adultos. Marcos – o primeiro evangelho a ser escrito – tinha como objetivo levar os adultos ao conhecimento de “Quem é Jesus” e, consequentemente, à descoberta das condições para ser discípulo(a) dele. Somente após esse aprendizado seriam admitidos ao batismo, porta de entrada para o compromisso com o Reino. Aqui o evangelho de Marcos é comentado em 51 capítulos (praticamente um por semana durante um ano), com o texto bíblico, um aprofundamento e pistas para a vivência. Destina-se a adultos (individualmente ou em grupos de aprofundamento), e tem a finalidade de levá-los a descobrir como ser cristão num mundo globalizado e como ser agentes transformadores nos mais diversos campos da sociedade.

:: DA SILVA, A. J. et al. Ele Caminha à Vossa Frente: o seguimento de Jesus pelo Evangelho de Marcos. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 22, 1989, 93 p.
Este número da revista Estudos Bíblicos, elaborado pelo grupo dos “Biblistas Mineiros”, propõe várias leituras de Marcos, um evangelho que apresenta Jesus como alguém que mais ensinou pela vida do que pelas palavras. Daí a atenção dos autores à prática de Jesus e ao modo com que o evangelho de Marcos faz da vida de Jesus o roteiro da caminhada de seus discípulos, roteiro válido para nós até hoje. Artigos de Airton José da Silva (O relato de uma prática: Roteiro para uma leitura de Marcos Por que milagres? O caso da multiplicação dos pães), Walmor Oliveira de Azevedo (Uma leitura do Evangelho de Marcos: A força pedagógica da articulação global do Evangelho de Marcos), Alberto Antoniazzi (O segredo que poucos alcançam: Pistas para entender Mc 4,31), Paulo Sérgio Soares (Uma experiência popular com Marcos: Parábola do coco), Emanuel Messias de Oliveira (Apresentação de alguns estudos sobre Marcos) e José Luiz Gonzaga do Prado (Fl 2,6-11: doutrina ou caminho?).

:: DELORME, J. Leitura do Evangelho Segundo Marcos. 5. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 152 p. – ISBN 8534908125.
Este é um estudo perfeitamente acessível ao leigo, escrito com clareza e em estilo agradável. O autor, um francês especialista em Marcos, nos conduz através do evangelho, convidando-nos a participar do drama que nele se desenrola. Delorme propõe três leituras globais de Marcos, cada uma salientando um aspecto do evangelho.

:: HARRINGTON, D. J. What Are They Saying about Mark? Mahwah, NJ: Paulist Press, 2005, 112 p. – ISBN 9780809142637.
This book describes and analyzes the many attempts at applying the new methods to Mark’s Gospel. It considers how this Gospel has been approached from different angles according to the perspectives of modern literary criticism, examines how its major theological topics have been treated, explores efforts at clarifying its historical setting, and discusses the “engaged”–feminist, political, and pastoral–readings this Gospel has generated in recent years.

:: MALONEY, E. C. Mensagem urgente de Jesus para hoje: O Reino de Deus no Evangelho de Marcos. São Paulo: Paulinas, 2012, 176 p. – ISBN 9788535621938.
A obra é um estudo sobre a escatologia do evangelho de Marcos, que visa esclarecer o que o evangelista entende por Reino de Deus. Utilizando os dados de que dispomos sobre o contexto sóciocultural da Palestina no primeiro século, o autor utiliza a experiência de leitura da Bíblia pelo povo latino-americano – leitura simbólica, concepção do tempo e senso comunitário – para concluir que a mensagem de Jesus visava imediatamente mostrar que um mundo de paz e de justiça é possível, desde que os humanos abracem voluntária e livremente o caminho seguido por Jesus, embora o próprio Jesus tenha manifestado que a realização do projeto de Deus aqui e agora, como para sempre, passa inevitavelmente pelo sofrimento e pela cruz. Leia mais sobre o autor e o livro aqui.

:: MESTERS, C.; LOPES, M. Caminhando com Jesus: Círculos Bíblicos do Evangelho de Marcos. São Paulo: Paulus, 2003, 274 p. – ISBN 8589000168.
Na época em que Marcos escreveu o Evangelho havia perseguição dos cristãos por parte do Império Romano, infiltração da propaganda do Império nas comunidades, rebelião dos judeus da Palestina contra a invasão romana, tensões internas por causa da variedade de tendências, doutrinas e lideranças… Esses problemas, porém, não foram capazes de desviar os cristãos da fidelidade ao compromisso da sua fé. Em meio a tantas adversidades, a preocupação maior continuava sempre a mesma: como ser discípulo, discípula de Jesus? Como fazer para anunciar a Boa Nova de Deus que Jesus nos trouxe? Marcos escreveu o seu evangelho para ajudar as comunidades a encontrar uma resposta para os seus problemas e preocupações.

:: MESTERS, C.; OROFINO, F. O evangelho de Marcos: um roteiro de viagem tendo Jesus como guia. São Leopoldo: CEBI, 2012,  56 p. – ISBN 9788577331604.
Por meio deste livro, preparado por Carlos Mesters e Francisco Orofino, as comunidades podem fazer uma leitura orante de Marcos e aprender como discípulos e discípulas de Jesus assumiram a missão como rumo central de sua vida. A primeira parte do livro apresenta uma chave de leitura para os problemas das comunidades, a mensagem central que Marcos quer comunicar, a dinâmica que o Evangelista utiliza para comunicar sua mensagem e um esquema para perceber o rumo do Espírito no Evangelho de Marcos. A segunda parte apresenta sete roteiros de estudo com momentos de acolhida, interpretação de textos, questões para reflexão e sugestões para celebração.

:: MOLONEY, F. J. The Gospel of Mark: A Commentary. Grand Rapids: Baker Academic, 2012, xviii + 398 p. – ISBN 9780801048418.
The Gospel of Mark, addressed to an early Christian community perplexed by failure and suffering, presents Jesus as suffering Messiah and Son of God. Recognizing that failure and suffering continue to perplex Christians today, world-renowned New Testament scholar and theologian Francis Moloney marries the rich contributions of traditional historical scholarship with the contemporary approach to the Gospels as narrative. Now in paperback [Hardcover: 2002 – Reviewed by Heike Omerzu – RBL: 07/01/2006], this commentary combines the highest-level scholarship with pastoral sensitivity. It offers an accessible and thoughtful reading of Mark’s narrative to bring the Gospel’s story to life for contemporary readers. Francis J. Moloney is the author of many books, including Mark: Storyteller, Interpreter, Evangelist. Peabody, Mass.: Hendrickson, 2004,  xiv + 224 p. – ISBN 1565635132 [Reviewed by Heike Omerzu – RBL: 06/17/2006, and by William Sanger Campbell – RBL: 04/01/2006].

:: MYERS, C. O Evangelho de São Marcos. São Paulo: Paulus, 1992, 584 p. – ISBN 8505012925.
O título original deste livro, publicado nos Estados Unidos em 1988, é Binding the Strong Man. A Political Reading of Mark’s Story of Jesus [edição de 2008 aqui] (“Amarrando o homem forte. Uma leitura política da história de Jesus de Marcos”). Insistindo na fidelidade ao texto e ao contexto, Ched Myers lê a narrativa de Marcos sobre a vida de Jesus e a prática messiânica encarando-as primeiro dentro das circunstâncias históricas da Palestina do primeiro século e, depois, dentro do quadro de opressão e violência contemporâneas. Myers argumenta que o Jesus de Marcos apresenta um modelo estimulante de uma prática cristã de resistência não violenta à dominação social, econômica e política. Leia mais aqui.

:: OTTERMANN, M. et al. El Evangelio según Marcos. RIBLA, Quito, n. 64, 2009
El presente número de RIBLA es una de entre muchas otras relecturas contemporáneas de esa primera relectura y memoria incluyente de Jesús de Nazaret, el Mesías que fue matado hace dos mil años porque hizo frente a aquel imperio, a aquella vertiente religiosa cerrada. Este número de RIBLA quiere ayudarnos a hacer frente a los imperios que matan e intentan matar a Jesús, incluso hoy – no sólo a aquel imperio que creció a partir del 313, cuando fue anunciada la Buena Noticia de la “tolerancia” respecto a la religión que nació de la Buena Noticia de Jesús; que se consolidó el 380, cuando dicha tolerancia se volvió a su vez sangrienta, persiguiendo y marginando a otras religiones y opiniones, que masacró, a partir de 1492, a naciones y religiones de nuestro continente, y que está presente hasta hoy en nuestras Iglesias y comunidades.

:: RABUSKE, I. J. Jesus exorcista: estudo exegético e hermenêutico de Mc 3,10-30. São Paulo: Paulinas, 2001, 416 p. – ISBN 9788535607659.
O problema da possessão demoníaca e das práticas exorcistas readquire vigor e atualidade. Prova disso é a expulsão de demônios praticada por grupos e seitas, que se baseiam em uma compreensão fundamentalista do texto bíblico. Assim, o objetivo deste livro é analisar a atividade pública do Jesus histórico que consiste em libertar as pessoas oprimidas por espíritos impuros. Nos evangelhos sinóticos atesta-se que Jesus imprimiu um significado especial em seus exorcismos: eles são o sinal de que o Reino de Deus está se aproximando.

:: SAB Coragem! Levanta-te, Ele te chama! São Paulo: Paulinas, 2012, 64 p.
Este subsídio tem a finalidade de aprofundar o conhecimento de Jesus Cristo através do Evangelho segundo Marcos, que foi escolhido para o estudo do Mês da Bíblia de 2012. O discipulado e o seguimento no Evangelho segundo Marcos são pontos imprescindíveis para se pensar a comunidade e a missão. O discipulado se dá por meio de um processo de identificação com o modo de Jesus viver e agir. É na identificação com suas palavras e gestos que os discípulos fazem a experiência de ser discípulos. Este caminho é percorrido como experiência de associação do Mestre em sua paixão, morte e ressurreição. Ao discípulo será oferecido o desafio de partilhar do mesmo destino de Jesus. Com o conhecimento deste Evangelho, no qual quase toda a narrativa concentra-se na identidade de Jesus, no modo como ele realiza a sua missão e na instrução dos discípulos, como pessoas chamadas a dar continuidade ao anúncio do Reino, damos continuidade à nossa ação evangelizadora em consonância com a Animação Bíblica no Brasil, que tem por objetivo proporcionar a todos os batizados uma experiência mais profunda da fé cristã, possibilitando um encontro pessoal com Jesus Cristo vivo.

:: VV.AA. Evangelho de Marcos: Quem é Jesus? Vida Pastoral, São Paulo, n. 286, setembro-outubro de 2012, 64 p.
Quem é Jesus para a comunidade do evangelho de Marcos e para nós hoje? Aparentemente, uma pergunta com resposta evidente. Mas não é tão óbvio assim. Na comunidade do Evangelho, uns diziam que ele era João Batista, outros, que era Elias, um dos profetas ou o Messias. E dentro da categoria messias cabiam muitas concepções diferentes da proposta de Jesus: poder dominador, glória, triunfalismo, violência. Hoje também, dentro da referência a Jesus e dentro do cristianismo, há muitas concepções diferentes e mesmo díspares: rei triunfante, sacerdote, psicólogo, economista, revolucionário, monge; espiritualidades voltadas apenas para a glória e para o transcendente, sem atenção à realidade social ou vice-versa. O evangelho de Marcos procura esclarecer quem de fato é Jesus para evitar distorções em seu seguimento. No mês da Bíblia deste ano, dedicado ao evangelho de Marcos, temos a oportunidade de dar mais alguns passos no conhecimento e vivência desse Evangelho.

:: YARBRO COLLINS, A. Mark: A Commentary. Minneapolis: Fortress, 2007, xlvi + 894 p. – ISBN 9780800660789.
Professor Adela Yarbro Collins brings to bear on the text of the first Gospel the latest historical-critical perspectives, providing a full treatment of such controversial issues as the relationship of canonical Mark to the “Secret Gospel of Mark” and the text of the Gospel, including its longer endings. She situates the Gospel, with its enigmatic portrait of the misunderstood Messiah, in the context of Jewish and Greco-Roman literature of the first century. Her comments draw on her profound knowledge of apocalyptic literature as well as on the traditions of popular biography in the Greco-Roman world to illuminate the overall literary form of the Gospel. The commentary also introduces an impressive store of data on the language and style of Mark, illustrated from papyrological and epigraphical sources. Collins is in constructive dialogue with the wide range of scholarship on Mark that has been produced in the twentieth century. Her work will be foundational for Markan scholarship in the first half of the twenty-first century. Resenha na RBL por Edwin Broadhead, publicada em  12/07/2008.

Leia Mais:
Mês da Bíblia 2011: Êxodo
Mês da Bíblia 2010: Jonas
Mês da Bíblia 2007: Gênesis
Mês da Bíblia 2006: Eclesiastes

Visita virtual 3D às pirâmides do Egito

Experimente visitar Digital Giza. The Giza Project at Harvard University.

The Giza Project gives you access to the largest collection of information, media, and research materials ever assembled about the Pyramids and related sites on Egypt’s Giza Plateau.

The Giza Project is a non-profit international initiative based at Harvard University. Through digital archaeology, we assemble, curate, and present archaeological records about one of the most famous archaeological sites in the world, the Giza Pyramids and surrounding cemeteries and settlements. The Project manages arguably the world’s largest digital archive of Giza material. We use this data to build immersive 3D model reconstructions and other media as we develop powerful new teaching technologies and research tools.

Digital Giza, is the Project’s online digital repository of all archaeological documentation from multiple institutions, presented free to all, alongside Giza 3D, a virtual environment based on some of that documentation. Anyone can easily access real, detailed information about Giza and its archaeological history while also “experiencing” some of it as well!

The Giza Project opened at Harvard in 2011.

 

 

 

 

Semana Teológica no CEARP em 2012

A Faculdade Católica de Filosofia e Teologia de Ribeirão Preto (CEARP) promove de 25 a 28 de junho de 2012, a 3ª Semana Teológica, com o tema A Caminhada da Igreja à luz da Lumen Gentium.

Palestras e Mesa Redonda com Mário de França Miranda  (PUC-Rio) e Maria Freire da Silva (Faculdade de Teologia N. S. da Assunção – PUC-SP)

Leia Mais:
Alguns livros e artigos sobre o Vaticano II
Semana Teológica no CEARP em 2011
Revisitando o Vaticano II com Dom Demétrio
O Vaticano II no Observatório Bíblico

Resenhas na RBL: 30.04.2012

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Bob Becking and Susan Hennecke, eds.
Out of Paradise: Eve and Adam and their Interpreters
Reviewed by Robert C. Kashow

Martin M. Culy
Echoes of Friendship in the Gospel of John
Reviewed by Anne M. O”Leary

James D. G. Dunn
Jesus, Paul, and the Gospels
Reviewed by Raymond F. Collins

Tchavdar S. Hadjiev
The Composition and Redaction of the Book of Amos
Reviewed by Beth Stovell

Geir Otto Holmås
Prayer and Vindication in Luke-Acts: The Theme of Prayer within the Context of the Legitimating and Edifying Objective of the Lukan Narrative
Reviewed by Kenneth D. Litwak

Jack R. Lundbom
The Hebrew Prophets: An Introduction
Reviewed by Göran Eidevall

Marty Alan Michelson
Reconciling Violence and Kingship: A Study of Judges and 1 Samuel
Reviewed by Klaas Spronk

Seth D. Postell
Adam as Israel: Genesis 1-3 as the Introduction to the Torah and Tanakh
Reviewed by John E. Anderson

Jaroslav Rindos
He of Whom It Is Written: John the Baptist and Elijah in Luke
Reviewed by Clare K. Rothschild

Clint Tibbs
Religious Experience of the Pneuma: Communication With the Spirit World in 1 Corinthians 12 and 14
Reviewed by John Poirier

>> Visite: Review of Biblical Literature Blog

Professor da FTCR lança livro sobre Dom Helder

Cássio Murilo acaba de me alertar para o lançamento de um interessante livro do Professor Edvaldo M. Araújo, da Faculdade de Teologia e Ciências Religiosas (FTCR) da PUC-Campinas. Trata-se de

ARAÚJO, E. M. Dom Helder Câmara: Profeta-peregrino da justiça e da paz. Aparecida: Ideias & Letras, 2011, 616 p. – ISBN 9788576981305.

O lançamento acontecerá no dia 24 de maio, às 19h00, na Saraiva Mega Store, no Shopping Iguatemi Campinas (Av. Iguatemi, 777 – Vila Brandina – Campinas – SP).

Sobre o livro diz a editora:

Este livro tem como objetivo resgatar a memória sobre Dom Helder, percorrendo sua vida, suas obras, seus pensamentos, seus ideais e suas lutas. Dom Helder Câmara é considerado um dos grandes protagonistas da Igreja católica no século XX, e como poucos marcou o cenário brasileiro e mundial. Seu protagonismo foi construído por meio da luta pela justiça social e pala paz, inspirada nos princípios do cristianismo. Por meio da não violência ativa mostrou a necessidade de promover revoluções com propostas concretas para transformar as estruturas e possibilitar uma vida humana mais digna para todos, construindo uma nova sociedade, mais justa e mais humana.  Dom Helder, lutando pela justiça e pela paz, destacou-se na defesa dos direitos humanos, sendo considerado o “apóstolo da não violência” e “advogado do terceiro mundo”. Lutando pela justiça, ele se fez a voz dos que não tem voz. Como forma de reconhecimento pelo seu trabalho pela justiça e paz, Dom Helder recebeu o título de cidadão honorário em 30 cidades; 14 prêmios por sua atuação pela paz: quatro indicações para o Prêmio Nobel da Paz; recebeu 32 títulos de Doctor Honoris Causa, sendo 18 no exterior e 14 no Brasil.

No site da CNBB, com data de 8 de março de 2012, leio: Livro sobre vida de dom Helder Camara é lançado na CNBB

Resgatar a memória sobre dom Helder Câmara. Este foi o principal objetivo da pesquisa do missionário redentorista padre Edvaldo M. Araújo, professor da Faculdade de Teologia e Ciências Religiosas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Ele é autor da pesquisa Dom Helder Câmara: Profeta-peregrino da justiça e da paz, tese de doutorado que foi agora publicada pela editora Ideias & Letras. O autor conta que a sua proposta na obra foi realizar um estudo do pensamento de uma pessoa interessante como dom Helder Câmara. “Ele não era teólogo, nem especialista em nada, mas tinha uma visão de teologia pastoral muito grande”, explica Edvaldo. Sua principal fonte de pesquisa foi as mais de 500 conferências proferidas pelo bispo entre 1964 e 1993, e que revelam o objetivo principal de sua missão: a realização plena do ser humano. “Dom Helder enfrentou este grande desafio na vida: evangelizar na realidade de injustiça. Um grande profeta de nossa Igreja, que passou por muitas situações na vida, mas sempre procurando discernir a vontade de Deus, procurando ser fiel também ao povo”. Edvaldo explica que seu estudo sobre dom Hélder revelou as suas propostas na área social e humana. “Percebi como ele teve como fonte em sua atuação o pensamento, o ensino, a doutrina da Igreja. É interessante como ele tentou colocar isso em prática” revela o autor. A obra foi lançada oficialmente nesta quinta-feira [8 de março de 2012], na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Brasília.

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